DIALOGISMO NA SALA DE AULA REPENSANDO AS PRTICAS

  • Slides: 1
Download presentation
DIALOGISMO NA SALA DE AULA: REPENSANDO AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS A PARTIR DO FUNCIONAMENTO DA

DIALOGISMO NA SALA DE AULA: REPENSANDO AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS A PARTIR DO FUNCIONAMENTO DA PALAVRA Juliet Aparecida de Jesus SOUSA Osvaldo Santos FILHO INTRODUÇÃO Apresentamos aqui uma leitura de duas cenas de diferentes salas de aula que materializam a interação didática entre professores e alunos do ensino fundamental, a partir dos conceitos de dialogismo e interação didática. A análise de natureza discursiva contempla, a partir de episódios de transcrição de aulas, aspectos linguísticos diversos que se deixam entrever em estratégias didático-pedagógicas cujos efeitos impactam em movimentos de dar a palavra aos sujeitos, solicitando-lhe uma demanda de posição ou silenciando-os. OBJETIVO Olhar para aquilo que estrutura e materializa a troca (ou não) da palavra entre os sujeitos em sala de aula para que se repense espaço sociodiscursivo, como um lugar institucional célebre onde nos (re)constituímos sujeitos da linguagem, a partir do que se faz com a palavra nas práticas pedagógicas que enquadram o trabalho do professor (COELHO, 2011). - Orientadora – Profª. Drª. Fernanda COELHO MÉTODO - Abordagem etnográfica de pesquisa; - A sala de aula tomada como campo de pesquisa, lugar de reconstrução de conhecimentos e identidades. Com base em duas transcrições de aulas do ensino fundamental, pudemos delimitar características cruciais que assinalam o papel interacional de professor de detentor da palavra e, muitas vezes, silenciador de sujeitos que têm suas opiniões e posições, embora exteriorizadas, desconsideradas. Episódio 1 n 68. Leandro ((levantando a mão)): ô professora? assassinaram o Zumbi? n 69. P: ZUMbi n ((Eduarda abaixa a mão)) n 70. Yan: professora como é que fala? ZU: : M – BI n 71. P: zum-bi. . . então outra coisa é: : : no dia: : n 72. Leandro: mas ele morreu de quê? n 73. Rafael: Leandro? ele morreu de fragilidade, não é professora? Episódio 2 Al: Oh Professora, professora, oh professora, professora dominó do que aí? n P: “Dominó da sintaxe”, depois que você copiar eu vou explicar (direito) n P: É um x aqui ó (não parece), mas é n P: Ô gente, adianta aí, copia aqui rapidinho, se não, não dá tempo. n Al: Que nome esse aqui, professora? n P: Qual? n Al: Iguais? n P: Iguais partes iguais. DISCUSSÕES E REFLEXÕES Os episódios 1 e 2 revelam aspectos diferenciados. Um deles apresenta a interação entre professoraluno, sem o acontecimento dialógico entre eles. Já no segundo, é notável a ocorrência da interação dialógica entre os interlocutores que em sala de aula desempenham os papéis sociais e interacionais de professor e alunos. REFERÊNCIAS Discussões dessa natureza revelam o lugar central da palavra plenamente compartilhada nas práticas pedagógicas gerenciadas pelo profissional de língua materna. . BAKHTIN, Mikhail/VOLOCHINOV, V. Marxismo e Filosofia da Linguagem. 8ª. ed. São Paulo: Hucitec, 1986. COELHO, Fernanda de Castro Batista. A construção identitária e(m) comportamentos na sala de aula: o agenciamento da palavra em dois grupos: um alemão e um brasileiro. 2011. 266 f. Tese (Doutorado em Linguística e em Língua Portuguesa) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte. SOUZA, Ester Maria de Figueiredo; CRUZ, Giêdra Ferreira da. (org). A aula de português como instância de produção e de circulação de conhecimentos linguísticos e não linguísticos. In: SOUZA, Ester Maria de Figueiredo; CRUZ, Giêdra Ferreira da. (org). Linguagem e ensino: elementos para reflexão nas aulas de língua inglesa e língua portuguesa. ed. Vitória da Conquista – Ba, 2009, p. 97 -111