A ESTTICA DA EXISTNCIA E A ESTTICA DO

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A ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA E A ESTÉTICA DO FEIO PROFESSORA: KAREN DACOL DISCIPLINA: FILOSOFIA

A ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA E A ESTÉTICA DO FEIO PROFESSORA: KAREN DACOL DISCIPLINA: FILOSOFIA

A ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA E A ESTÉTICA DO FEIO O franco argelino Albert Camus

A ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA E A ESTÉTICA DO FEIO O franco argelino Albert Camus (1913 1960), um dos pensadores mais influenciados por Kierkegaard, diz que o artista seria, “o revoltado maior”, porque superaria o absurdo da condição humana e ajudaria o homem a ir além da revolta violenta que poderia destruir a si mesmo. De acordo com ele, haveria duas formas de fazer isso: revoltar se completamente contra o real, praticando atos violentos que mudariam a ordem das coisas e instaurando assim um “novo tempo”, ou criar aquilo que, segundo as palavras do professor Gabriel Ferreira da Silva (2014), seria uma estética da existência. De uma forma ou de outra, o artista, antes a serviço do Belo, estaria agora diametralmente contra ele: fosse para negá lo ou para tentar recriá lo sobre premissas diferentes do verdadeiro e do bom. Assim, o artista passaria de um escape para um tirano: recai sobre ele a ingrata tarefa de criar uma falsa realidade que substitua a verdadeira. Para muitos, o artista tirano, levando a cabo seu combate, pode tornar quase imperceptíveis os princípios da beleza, da bondade e da verdade. E, num lugar onde a falta de sentido parece ser a única regra possível, o feio acaba por se tornar um valor em si. Passamos então a viver no território do kitsch, palavra austro húngara do final do século XIX que, sem um sentido exato aparente, se refere à degradação da arte. De acordo com o escritor alemão Hermann Broch (1886 1951), o kitsch ocorre quando trocamos, na arte, o princípio ético pelo princípio estético – quando aceitamos a estética da existência e abrimos mão da ética a que a estética deve estar associada. Quando isso acontece, o feio, estimulado pela sensibilidade deformada do kitsch, passa a ser o modelo que invade cada uma das obras que dão vida a uma cultura.

O SUBLIME No livro Uma investigação filosófica sobre o sublime e o belo (1757),

O SUBLIME No livro Uma investigação filosófica sobre o sublime e o belo (1757), o irlandês Edmund Burke (1729 1797) afirma que a beleza nos gera deleite porque é a presença, nas pequenas coisas do nosso cotidiano, do comprometimento com o bom e da busca pelo verdadeiro. Já o sublime se manifesta de forma súbita e assustadora quando o homem tem a percepção repentina da própria pequenez diante da criação monumental do mundo revelada aos seus olhos. Embora possamos perceber a beleza racionalmente, organizando as informações que nos advêm por meio dos nossos cinco sentidos (visão, olfato, paladar, tato e audição), como dirá o filósofo inglês Roger Scruton, devemos intuir a beleza como parte do sublime. E para apreciarmos devidamente a beleza, além de um domínio técnico que percebe as transformações que o artista causa, na realidade visando ao bem e à verdade, precisamos ter um olhar caridoso, um olhar que não inveja. Nesse sentido, é possível dizer que apreciar a beleza é um ato de amor.

A LINGUAGEM De acordo com Eugen Rosenstock Huessy (2002), a linguagem se divide em

A LINGUAGEM De acordo com Eugen Rosenstock Huessy (2002), a linguagem se divide em dois campos permanentemente antagônicos: o formal e o informal. O que pode ser surpreendente para muitos é que, para Rosenstock Huessy, a linguagem formal surgiu antes da informal. Isso ocorre porque, sem o parâmetro formal, não temos critérios para pensar a informalidade. Nessa linha, observa Rosenstock Huessy, a economia não se tornou ciência senão quando começou a estudar as crises em que se destruía a ordem da economia, a medicina não se torna ciência senão quando penetra os mistérios das doenças. A sociologia não se torna científica senão quando pode explicar guerras e revoluções. Toda vez que não conseguimos formalizar a linguagem, estamos diante de um problema. O primeiro deles é a guerra – o fim da linguagem pela violência. O segundo é a revolução – se a guerra representa o fim da linguagem pela violência, a revolução representa o fim da linguagem pela destruição consciente dela. O terceiro é a tirania – o fim da linguagem pela imposição do silêncio. O quarto problema é a crise – o silêncio gerado pela falta de certeza do que faz sentido falar

A MORTE A morte é uma realidade latente. Está oculta. Não podemos vê la

A MORTE A morte é uma realidade latente. Está oculta. Não podemos vê la de imediato. Mas temos a certeza de que está lá. E a morte limita a nossa existência em um determinado tempo, fazendo nos contemplar a nossa vida individual em sua consideração integral, começo, meio e fim. Segundo Julián Mariás, ao longo da vida nos deparamos com três tipos de morte. A primeira é a morte do próximo individual; a segunda é a morte dos homens em geral, ou seja, de todo homem; e a terceira e última, mas não menos importante, é a nossa morte pessoal. A segunda forma – a da morte de todo homem – é algo mais abstrato e digno de várias especulações filosóficas. Mas nenhuma delas consegue superar as reflexões que foram feitas por Platão e, depois, por Michel de Montaigne. No diálogo Fedón, Platão (2012, p. 64 a) escreve sobre a morte de Sócrates, condenado injustamente a esse fim pela elite ateniense. Um aluno, Cebes, pergunta lhe por que ele não fugia, já que a sentença foi uma evidente injustiça. Porém, Sócrates recusa o convite explicando a Cebes que todo filósofo sabe que morrerá um dia e que não fazia sentido, tendo chegado o momento de enfrentar a morte, tentar negá la. No século XIV, Montaigne (2010) escreveu um ensaio intitulado “Que filosofar é aprender a morrer”. De acordo com o filósofo francês, se é incerto o lugar em que a morte nos espera, nada mais razoável do que esperarmos por ela.