zoonoses Professor Clber Cardeal CLNICA MDICA DE EQUINOS
zoonoses Professor Cléber Cardeal CLÍNICA MÉDICA DE EQUINOS
• “Zoonoses são doenças de animais transmissíveis ao homem, bem como aquelas transmitidas do homem para os animais.
leptospirose • A leptospirose é popularmente conhecida como "doença do rato", causada pela bactéria Leptospira spp. , apresenta diversos sorotipos.
• A leptospirose é uma doença de animais mamíferos, principalmente roedores. Pode atingir cães e gatos domésticos, além de animais de criação como gado, cavalos, porcos, ovelhas etc. . .
• O animal contaminado elimina a bactéria em sua urina, contaminando o solo e água. A Leptospira interrogans é capaz de sobreviver por muito tempo em ambientes úmidos, porém, morre rapidamente em ambientes secos.
• Entre os humanos, a principal fonte de transmissão os ratos de esgoto. A infecção ocorre geralmente após o consumo de líquidos e alimentos e também por contato direto da pele - principalmente se houver feridas - com água contaminados pela urina destes roedores. Quanto mais prolongado for o contato com a pele, maior o risco de contágio.
• A penetração do agente ocorre através de pele lesada e mucosa, podendo também penetrar por pele íntegra, desde que tenha ficado imersa em água por longo período (dilatação dos poros), sendo que o período de incubação é de uma a duas semanas. Uma vez no agente, ocorrem duas fases distintas:
• Fase de leptospiremia • Fase de multiplicação do agente na corrente circulatória e em vários órgãos (fígado, baço e rins, principalmente). Ocorrem lesões mecânicas em pequenos vasos, causando hemorragias e trombos, que levam à infartos teciduais. A icterícia ocorre principalmente devido à lesão hepática, e não à destruição de hemácias. O rim começa a ter problemas de filtração. A duração desta fase é de aproximadamente quatro dias.
• Fase de leptospirúria • É a fase de imunidade, é caracterizada pela formação crescente de anticorpos com estabelecimento das leptospiras em locais de difícil acesso aos mesmos.
• Formam massas nos túbulos contorcidos renais, na câmara anterior do globo ocular, no sistema reprodutivo. • A leptospirúria pode ser intermitente e durar de meses a anos.
• A suspeita clinica, mialgia (dores musculares), febre e conjuntivite, acrescidas da possibilidade de contato com: água, alimentos, vísceras, solo, etc. contaminados por animais que estejam excretando leptospira, principalmente o contato com urina de roedores autorizam a investigação laboratorial.
• Se a leptospirose não for tratada, o paciente pode sofrer danos rins, meningite (inflamação na membrana ao redor do cérebro e cordão espinhal), falha nos rins e problemas respiratórios. • Muitos desses sintomas podem ser confundidos com outras doenças, de modo que a leptospirose é confirmada através de testes laboratoriais de sangue ou urina.
diagnóstico • Quando o diagnóstico é feito até o quarto dia de doença, devem ser empregados antibióticos (doxiciclina, penicilinas), uma vez que reduzem as chances de evolução para a forma grave. • Pessoas com leptospirose sem icterícia podem ser tratadas no domicílio. As que desenvolvem meningite ou icterícia devem ser internadas.
• A leptospirose é problema de saúde pública. A falta de controle dos ratos e as más condições de vida da população estão ligados à maioria dos casos no Brasil.
Transmissão • a leptospirose não é considerada uma doença contagiosa. Não há relatos comprovados de transmissão de uma pessoa a outra, sendo transmitida entre os animais e dos animais para o homem, pelo contato da urina do animal com a pele e mucosas do homem. Apenas os ratos transmitem a leptospirose? Os ratos são os principais, mas cachorros e outros mamíferos também podem eliminar pela urina a leptospira e contaminar a água, solo e alimentos
tratamento • Antibiótico terapia: doxiciclina, penicilinas • Antiinflamatórios • Complexo B
Brucelose • A brucelose é uma doença infectocontagiosa, com potencial zoonótico, incomum em eqüinos e é causada predominantemente pela Brucella abortus • que se apresentam microbiologicamente como cocobacilos Gram-negativos, aeróbios ou microaerofílos, não capsulados, imóveis, não formadores de esporos, desprovidos de plasmídeos
• popularmente denominadas “Mal da Cernelha”, “Mal da Cruz”, “Bursite Cervical” ou “Abscesso de Cernelha”
• O período de incubação é variável, perdurando de uma semana até quatro meses. A fase inicial de bacteremia é extremamente fugaz na primoinfecção, e os animais tornamse assintomáticos por meses, manifestando tardiamente os processos lesionais
• A doença em equinos não é caracterizada por transtornos reprodutivos como em outras espécies domésticas. • Equinos, seres humanos, coelhos, ratos e outros roedores possuem ausência ou baixa produção do eritritol, o que justificaria, em tese, o reduzido impacto da brucelose como doença da esfera reprodutiva nestas espécies.
• Lesões abscedantes em região cervical, bursas, tendões e articulações são as principais manifestações clínicas.
• A transmissão ocorre pelo consumo de água e de pastos contaminados, principalmente em propriedades endêmicas para a brucelose bovina. A infecção por Brucella spp nos animais domésticos pode ocorrer pela via oral, mucosas, conjuntivas, venérea #ocasionalmente, pela formação de aerossóis e via transcutânea.
• Não se recomenda a terapia, e os animais positivos devem ser encaminhados para abate sanitário.
• A B. abortus é isolada em três a cinco dias no ágar-Brucella ou no meio convencional de ágar enriquecido com sangue ovino, bovino ou eqüino a 5% (desfibrinado), em condições de microaerofilia a 37 o. C.
RAiva • CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E EPIDEMIOLÓGICAS A raiva é uma encefalite viral aguda considerada uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus rábico contido na saliva de animais mamíferos infectados, principalmente através da mordedura, podendo também ocorrer pela lambedura. É considerada uma patologia de grande interesse em saúde pública por apresentar 100% de letalidade, e por possuir medidas de prevenção e controle.
• DISTRIBUIÇÃO Esta doença ocorre em todos os continentes com exceção da Oceania. Alguns países estão livres da doença: Uruguai, Barbados, Jamaica, Caribe, Portugal, Espanha, Irlanda, Grã Bretanha, Japão.
AGENTE ETIOLÓGICO • Vírus rábico pertence ao gênero lyssavirus, da família rhabdoviridae. Possui um aspecto de um projétil e seu genoma é constituído por RNA.
RESERVATÓRIO • Todos animais de sangue quente, caninos, felinos, bovinos, equinos, suínos; aves são refratárias.
MODO DE TRANSMISSÃO • Ocorre através da inoculação do vírus da raiva contido na saliva do animal por ocasião da mordedura e ou também através da arranhadura pelos felinos. Transmissão interhumana através de transplante de córnea.
incubação • • PI: Homem- varia de 10 dias a 2 anos. (houve caso de 4 anos. ) • Cão: 10 dias a 2 meses; Obs: o local e o tipo de lesão podem determinar o período de incubação, bem como a quantidade de vírus inoculado no indivíduo.
• TRANSMISSIBILIDADE • No cão de 2 a 5 dias antes dos sintomas aparecerem
• SUSCEPTÍVEL • Todos os mamíferos.
ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS • Homem – Mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaleias, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude, sensação de angústia. Podem ocorrer hiperestesia e parestesia no trajeto dos nervos periféricos e alterações comportamentais. • Outro estágio – hiperexcitabilidade crescente, febre, delírios, espasmos musculares involuntários generalizados e convulsões. • Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorre quando o paciente tenta ingerir líquido. • Sialorréia.
• Fotofobia, hidrofobia, disfagia, hiperacusia se mantem consciente até a instalação do estado comatoso e evolução para o óbito, que deve ocorrer após 5 ou 7 dias. Diagnósticos Diferenciais: • Somente quando for a raiva paralítica - morcego. • Tétano, pasteurelose, infecções por herpesvírus, botulismo, encefalite pós-viral, quadros psiquiátricos etc. Obs: levar em conta o diagnóstico epidemiológico. Diagnóstico laboratorial: 1) Imunofluorescência direta em impressão de córnea, raspado de mucosa lingual, etc; 2) Biológico.
TRATAMENTO • Tratamento – Isolamento, quarto com pouca luminosidade, ruído, ar etc. • Suporte – Dieta com sonda nasogástrica e hidratação para manutenção do equilíbrio eletrolítico, controlar a febre e vômito; betabloqueadores na vigência de hiperatividade simpática etc. (deve ser realizado em hospital).
• Tratamento Exposicional • – Acidentes causados por cão e gato: • a) Acidentes leves (ferimentos superficiais ou pouco extensos, único, tronco e membros exceto mãos, polpas, digitais e plantas dos pés) • 1) Animal normal: não tratar- lavar ferimento com água e sabão Observar o animal até o décimo dia. Se o animal morrer, desaparecer e ou se tornar raivoso, administrar 5 doses de VAR, ( dias 0 -3 -7 -14 e 28). • 2) Animal suspeito: lavar o ferimento com água e sabão e iniciar o tratamento com duas doses-0 e 3 dia. • Observar o animal nos 10 dias, se apresentar sintomas completar o tratamento. 3) Ferimento leve e animal raivoso: Lavar o ferimento com água e sabão e fazer as 5 doses (0 -3 -7 -14 2 28 dias).
• Ferimentos Graves (cabeça, pescoço, mãos , polpas, pés e mucosas) • 1) Animal normal ou sadio: • Lavar o ferimento com água e sabão e 2 doses de vacina. • • Se o animal se tornar raivoso ou morrer: administrar SAR e VAR, continuar. • 2) Animal suspeito: • Lavar o ferimento com água e sabão; • Iniciar o tratamento com SAR e VAR (5 doses). • • Se o animal estiver vivo até o 10 dia encerrar o caso. 3) Animal raivoso ou desaparecido: • • Aplicar SAR e VAR.
• Doses dos soros homólogo e heterólogo – Soro homólogo=20 UI/KG – • Dose heterólogo= 40 UI/KG Vias de adm e locais – muscular, lesões e diferentes músculos. • Problemas relacionados ao uso de SAR • 1) Choque anafilático • 2) Doença do sôro • 3) Reação de Arthus, vasculite local acompanhada de necrose.
• • • Tratamento Pré-exposicional – 3 doses (0 -7 -28 dias) Controle sorológico: 14 dias após a última dose (0, 5 ui). Re-exposição em tratados exposicionais 1) até 90 dias: não tratar; 2) após 90 dias: 2 doses (0 -3 dias). Re-exposição em tratados pré-exposicional 1) com sorologia maior ou igual 0, 5 ui= 2 doses (0 e 3). 2) sem comprovação ou com menos que 0, 5 ui= completar o número de doses.
MEDIDA DE CONTROLE • 1) Imunização de animais domésticos (80 % dos cães); • 2) Notificar DIVE; • 3) Educação sanitária a população rural e urbana, (aulas a população sobre a doença e suas consequências); • 4) Captura e envio de animais mortos ao laboratório para exame; • 5) Tratamento profilático; • 6) Controle de barreiras, etc. ; • 7) Estimular a posse responsável dos animais e desmistificar as castrações.
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