Viagens na Minha Terra Estrutura da obra Cristino
Viagens na Minha Terra Estrutura da obra Cristino da Silva, A passagem do gado (1867).
«Estas minhas interessantes viagens hão de ser uma obra-prima, erudita, brilhante de pensamentos novos, uma coisa digna do século. » (Capítulo II)
«Assim terminou a nossa viagem a Santarém; assim termina este livro. » (Capítulo XLIX) Livro 49 capítulos Viagem Fotograma de Ensina RTP.
Viagens na Minha Terra Plural I. Viagem real II. Viagem literária III. Viagem mental-simbólica Deítico pessoal texto na 1. ª pessoa do singular Lisboa Santarém Lisboa Reflexões sobre a literatura; citações; novela encaixada Digressões; reflexões sobre Portugal, «nossa boa terra» (Capítulo XLIX)
I. Viagem real Ida Lisboa (Capítulo I) Vila Nova da Rainha (Capítulo II) Azambuja Cartaxo (Capítulo II) (Capítulo VI) 17 de julho de 1843, uma segunda-feira Vale de Santarém (Capítulo IX) Santarém (Capítulo XXVII)
I. Viagem real Regresso Santarém Vale de Santarém Cartaxo Lisboa (Capítulo XLIII) (Capítulo XLIX) 21 de julho de 1843, sexta-feira 22 de julho de 1843, sábado
II. Viagem literária Reflexões sobre a literatura Dom Quixote de La Mancha Os Lusíadas Menina e Moça … • Diálogo com outros textos e autores • • • Reflexão sobre o Romantismo e a criação literária «Desde que me entendo, que leio, que admiro Os Lusíadas; enterneço-me, choro, ensoberbeço-me com a maior obra de engenho que ainda apareceu no Mundo, desde a Divina Comédia até ao Fausto. » «Sim, leitor benévolo, e por esta ocasião te vou explicar como nós hoje em dia fazemos a nossa literatura. » . (Capítulo V) (Capítulo VI)
Novela encaixada — Menina dos Rouxinóis (do Capítulo X ao Capítulo XLIX — último capítulo) «Apeámo-nos com efeito; sentámo-nos; e eis aqui a história da menina dos rouxinóis como ela se contou. » (Capítulo X) Personagens da história: • A avó de Joaninha, «a velha» cega; • Frei Dinis (frade e pai de Carlos); • Carlos (primo de Joaninha; o idealista que perderá a sua integridade pessoal); • Os amores de Carlos: Laura, Georgina, Júlia e Joaninha.
«[A velha] Estava sentada numa cadeira baixa do mais clássico feitio: textualmente parecia a que serviu de modelo a Rafael para o seu belo quadro da Madonna della Sedia. » (Capítulo XI) Rafael, Madonna della Sedia (1514).
III. Viagem mental-simbólica Digressões «[…] fala-se em digressão sempre que a dinâmica da narrativa é interrompida para que o narrador formule asserções, comentários ou reflexões normalmente de teor genérico e transcendendo o concreto dos eventos relatados; por isso a digressão corresponde, em princípio, a uma suspensão momentânea da velocidade narrativa adotada. » Carlos Reis e Ana Cristina Lopes, Dicionário de Narratologia.
«Isto é o que eu pensava — porque não pensava em nada, divagava […]. » (Capítulo XXIX) As digressões condicionam a velocidade narrativa. O texto assemelha-se ao barco do início da viagem: não está «ansioso de correr» ; é um barco «sério e sisudo» (Capítulo I). Emil Jakob Schindler, Barco a Vapor no Danúbio (c. 1872).
Digressões — espiritualismo versus materialismo «[…] há dois princípios no mundo: o espiritualista, que marcha sem atender à parte material e terrena desta vida, […] e que pode bem simbolizar-se pelo famoso mito do Cavaleiro da Mancha, D. Quixote; — o materialista, que, sem fazer caso nem cabedal destas teorias, em que não crê e cujas impossíveis aplicações declara todas utopias, pode bem representar-se pela rotunda e anafada presença do nosso amigo velho, Sancho Pança. » (Capítulo II) Gustave Doré, Dom Quixote (1869).
Reflexões sobre Portugal «Ora nesta minha viagem Tejo arriba «Mais dez anos de barões e de está simbolizada a marcha do nosso regímen de matéria, e infalivelmente progresso social: espero que o leitor nos foge deste corpo agonizante de entendesse agora. » Portugal o derradeiro suspiro (Capítulo II) do espírito. […] Mas ainda espero melhor todavia, porque o povo, está são: os corruptos somos nós os que cuidamos saber e ignoramos tudo. » (Capítulo XLII) Elogio do «povo»
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