VERIFICAO E ANLISE DAS DEMONSTRAES CONTBEIS Conceito Contabilidade
VERIFICAÇÃO E ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conceito • Contabilidade é a ciência que tem como objeto de estudo o patrimônio das entidades, seus fenômenos e variações, tanto no aspecto quantitativo quanto no qualitativo, registrando os fatos e atos de natureza econômico-financeira que o afetam e estudando suas consequências na dinâmica financeira. • • • Os princípios da Contabilidade são: Entidade Continuidade Oportunidade Registro pelo valor original Competência Prudência
Estrutura Patrimonial • O patrimônio da cooperativa é constituído por bens, direitos e obrigações. O balanço patrimonial é uma demonstração contábil que tem por finalidade apresentar a posição contábil, financeira e econômica da cooperativa em determinada data, representando uma posição estática. O balanço patrimonial apresenta os Ativos (bens e direitos), Passivos (obrigações) e o Patrimônio líquido (obrigações não exigíveis), que é resultante da diferença entre o total de ativos e passivos.
Estrutura das Contas de Resultado • A demonstração do resultado do exercício (DRE) é uma demonstração contábil dinâmica que se destina a evidenciar a formação do resultado líquido em um exercício, através do confronto das receitas, custos e resultados. Exclusivamente para cooperativas esta demonstração denomina-se Demonstração de Sobras ou Perdas e diferencia-se das demais porque deve demonstrar de forma segregada a demonstração do resultado do ato não cooperativo. Ingresso Bruto (-) Deduções Ingresso Líquido (-) Custos Resultado Bruto (-) Despesas Sobras
Principais Demonstrações • • • Balanço Patrimonial Demonstração do Resultado do Exercício (DSP) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Demonstração do Valor Adicionado Demonstração do Fluxo de Caixa Notas Explicativas a) contexto operacional da Cooperativa; b) principais atividades desenvolvidas; c) forma de apresentação das demonstrações contábeis; d) principais práticas contábeis adotadas; e) apresentação analítica dos principais grupos de contas, quando não apresentados no balanço patrimonial; f) investimentos relevantes; g) saldos e transações c/ partes relacionadas (não associados); h) composição do imobilizado e diferido; i) composição dos tipos de empréstimos e financiamentos; j) contingências existentes; k) composição da conta Capital Social; l) discriminação das reservas, natureza e finalidade; m) mudanças de critérios e práticas contábeis; n) composição, forma e prazo de realização das perdas (Ativo); o) eventos subsequentes.
Ativo Passivo Circulante Disponibilidades Caixa Bancos Créditos Clientes Cooperados. . . Estoques Mercadorias para revenda Almoxarifado Dispêndios Antecipados Seguros a vencer APLICAÇÃO DEVEDORAS Não Circulante Créditos Realizáveis a LP Clientes Cooperados Investimentos Participações em Empresas Imobilizado Imóveis Veículos Móveis e utensílios Máquinas e Equipamentos Computadores Intangível Softwares BENS E DIREITOS Circulante Obrigações Cooperados Não Cooperados/Fornecedores Tributos/Impostos Salários/Encargos Empréstimos e Financiamentos Outros Não Circulante Obrigações Cooperados Não Cooperados Tributos/Impostos Salários/Encargos Empréstimos e Financiamentos Outros ORIGEM CREDORAS OBRIGAÇÕES Patrimônio Líquido Capital Social Subscrito (-) Capital Social a Integralizar Reservas Fundo de Reserva FATES Outras Reservas Resultado do Exercício a Destinar Sobras a Disposição da AGO Perdas a Disposição da AGO
Demonstração de Sobras ou Perdas Ingresso Bruto – Receita Bruta (Vendas, Serviços) (-) Deduções Impostos – PIS/COFINS/ISSQN Devoluções de Venda/Cancelamento de serviços (=) Ingressos Líquidos/Receita Líquida (-) Dispêndios - Custos Repasse ao Associado/Compra de Produção Ass. Material aplicado na Prestação de Serviço/CMV (=) Sobra Bruta (-) Dispêndios Operacionais Administrativos Comerciais Pessoal Tributários Outras Despesas/Receitas Operacionais (+/-) Resultado Financeiro Líquido Ingressos/Receita Financeira Dispêndios/Despesa Financeira (=) Sobra Líquida (Antes das Destinações) DRA (-) Destinações FATES – 5% Fundo de Reserva – 10% (=) Sobra a Disposição da AGO
Exemplos de Ato Cooperativo Exemplos de Ato Não Cooperativo 1) Entrega de produtos dos associados à cooperativa, para comercialização, bem como os repasses efetuados pela cooperativa a eles, decorrentes dessa comercialização, nas cooperativas de produção agropecuárias; 1) Compra de produtos/mercadorias de terceiros para comercialização, bem como pagamentos efetuados pela cooperativa a eles, decorrentes dessa comercialização, nas cooperativas de produção agropecuárias; 2) Fornecimento de bens e mercadorias a associados, desde que vinculados à atividade econômica do associado e que sejam objeto da cooperativa nas cooperativas de produção agropecuárias; 2) Fornecimento de bens e mercadorias a não associados, mesmo que vinculados à atividade econômica dele e que sejam objeto da cooperativa nas cooperativas de produção agropecuária; 3) Operações de beneficiamento, armazenamento e industrialização de produto do associado nas cooperativas de produção agropecuárias; 3) Operações de beneficiamento, armazenamento e industrialização de produto do não associado nas cooperativas de produção agropecuária; 4) Atos de usos ou cessão de casas a 4) Atos de uso ou cessão de casas a não associados nas cooperativas de habitação; associados, nas cooperativas de habitação; 5) Fornecimento de créditos associados 5) Fornecimento de créditos aos não das cooperativas de crédito. associados das cooperativas de crédito.
Ativo Circulante Disponibilidades 10. 000 500 Caixa Bancos 9. 500 34. 500 24. 500 12. 000 22. 000 4. 500 Créditos Clientes Cooperados 8. 000. . . Estoques Mercadorias Rev Almoxarifado Dispêndios Antecipados Seguros a vencer Não Circulante Créditos Realizáveis a LP Clientes Cooperados Investimentos Participações Imobilizado Imóveis Veículos 30. 000 Móveis e utensílios 5. 000 Máquinas e Equip. Computadores 2. 500 Intangível Softwares 50. 000 Total Ativo Passivo Circulante Obrigações Cooperados Fornecedores Tributos/Impostos Salários/Encargos Empréstimos Outros Não Circulante Obrigações Cooperados Não Cooperados Tributos/Impostos Salários/Encargos Empréstimos Outros 2. 500 22. 500 10. 000 20. 000 30. 000 Patrimônio Líquido Capital Social Capital Subscrito 10. 000 (-) Capital a Real. Reservas Fundo de Reserva FATES Outras Reservas Resultado a Destinar Sobras a Disp. AGO Perdas a Disp. AGO 50. 000 Total Passivo Vinte sócios integralizam, cada um, 50 quotas partes no valor de 10 reais cada quota parte, totalizando 500 reais por associado (em dinheiro). A cooperativa efetua um depósito de R$ 9. 500 no banco para abrir sua conta. Compra de móveis para a sede por R$ 5. 000 à vista. Pagamento com DOC Compra de um computador por R$ 2. 500 à prazo. A cooperativa toma um empréstimo de R$ 30. 000. Compra de um veículo por R$ 30. 000. Entrada de 1/3 do valor e o restante para pagamento em 2 parcelas. Pagamento da parcela única do computador Pagamento da 1ª parcela do veículo A cooperativa empresta à um associado R$ 8. 000
Ativo Circulante Disponibilidades Caixa Bancos Créditos Cooperados Estoques Mercadorias Não Circulante Imobilizado Veículos Móveis/Utens. Computadores (-) Depreciação Passivo 500 159. 000 189. 000 729. 000 304. 000 54. 000 8. 000 600. 000 60. 000 30. 000 5. 000 2. 500 (5. 000) Circulante Obrigações Cooperados Fornecedores Empréstimos Tributos a Rec. Patrimônio Líquido Capital Social Reservas Fundo Reserva FATES Resultado a Destinar Sobras Disp. AGO Dispêndios Impostos s/ Ingressos 49. 000 Repasse ao Associado 250. 000 Custo – CMV 540. 000 Disp. Administrativos 30. 000 Depr. do Imobilizado 6. 000 Destinações 5. 000 FATES – 5% Fundo de Reserva – 10% 10. 000 Saldo Disponível à AGO 85. 000 600. 000 60. 000 10. 000 30. 000 49. 000 10. 000 5. 000 Cooperativa prestou serviços. Cobrou R$ 300. 000 à vista Incidência de Impostos no montante de R$ 9. 000 Repasse de R$ 250. 000 aos associados Compra de 10. 000 sacas de soja dos associados por R$ 60 cada. Pagamento após venda. Venda a vista de 9. 000 sacas de soja por R$ 75 cada. Baixa Estoque. 85. 000 Incidência de Impostos (ICMS) no valor de R$ 40. 000 Ingressos Pagamento ao associado ref. a venda da soja – R$ 540. 000 Prestação de Serviços 300. 000 Venda de Mercadorias 675. 000 Sobras Antes das Destinações 100. 000 Pagamento de despesas administrativas – R$ 30. 000 Reconhecimento da depreciação do imobilizado – R$ 6. 000 Apuração do resultado Destinação das reservas Transferência das sobras
Balanço Patrimonial Ativo _ _ _ _ _ _259. 000 Circulante Disponibilidades Caixa Bancos Créditos Cooperados Estoques Mercadorias Não Circulante Imobilizado Veículos Móveis e utensílios Computadores (-) Depreciação Acumulada 500 159. 000 116. 500 10. 000 8. 000 60. 000 30. 000 5. 000 2. 500 (6. 000) 85. 000 60. 000 Não Cooperados/Fornecedores 10. 000 Empréstimos e Financiamentos 30. 000 Tributos a Recolher 49. 000 Patrimônio Líquido Capital Social Integralizado Reservas Fundo de Reserva FATES Resultado do Exercício a Destinar Sobras a Disposição da AGO Ingressos Brutos Totais Prestação de Serviços Venda de Mercadorias (-) Deduções Impostos sobre Ingressos (=) Ingressos Líquidos (-) Dispêndios - Custos Repasse ao Associado Serviço CMV – Repasse Venda Passivo _ _ _ _ _259. 000 Circulante Obrigações Associados Demonstração de Sobras ou Perdas (=) Sobra Bruta (-) Dispêndios Operacionais Administrativos Depreciação (=) Sobra Antes das Destinações (-) Destinações FATES – 5% Fundo de Reserva – 10% (=) Sobra a Disposição da AGO 975. 000 300. 000 675. 000 (49. 000) 926. 000 (790. 000) (250. 000) (540. 000) 136. 000 (36. 000) (30. 000) (6. 000) 100. 000 (15. 000) (10. 000) 85. 000 Situação 1: Assembleia decide por não distribuir as sobras a fim de fortalecer a cooperativa economicamente Situação 2: Assembleia decide por distribuir as sobras aos 52. 500 10. 000 95. 000 85. 000 associados. Metade em dinheiro e metade em capital Situação 3: Assembleia decide por distribuir 100% das sobras em dinheiro aos associados, porém até a data da assembleia, a cooperativa quitou todas as obrigações de curto prazo existentes no balanço
CONFERÊNCIA Conferência física dos valores. Análise do funcionamento Extratos Bancários Relatório do contas a receber. Verificar vencimentos Contagem física feita periodicamente, podendo ser por amostragem Relação dos itens do ativo imobilizado. Verificação física de objetos obsoletos. Relatório do contas a pagar aos associados. Verificar vencimentos. Utilizar amostragem Relatório do contas a pagar a terceiros e outras contas. Verificar vencimentos. Utilizar amostragem Extratos de empréstimo. Contratos assinados. Garantias dadas. Vencimentos Relação dos impostos devidos. Vencimentos. Declarações acessórias Verificar atualização dos valores dos associados Constituição legal dos fundos. Utilização correta. Verificar registro contábil correto. Possível saldo remanecente
CONFERÊNCIA Conferência das notas fiscais de serviço Conferência das notas fiscais de venda Verificar o destaque de impostos nas notas fiscais Verificar os recibos de repasses aos associados comparando com o volume trabalhado e as receitas que a cooperativa auferiu por meio dele, no caso de serviços ou o preço pago pelo produto dele nas notas fiscais de compra que a cooperativa deve emitir Verificar por amostragem as notas fiscais de despesas da cooperativa.
Indicadores Indicador Fórmula Comentário Liquidez Corrente Mede a capacidade de pagamento no curto prazo. Endividamento Total Mede a proporcionalidade das obrigações em relação ao Ativo Total. Endividamento Financeiro Total Mede a proporcionalidade das obrigações financeiras em relação ao Ativo Total. Margem Bruta Mede o percentual decorrente das vendas disponíveis para a cobertura das demais despesas. Margem Líquida Avalia a capacidade de geração de sobras líquidas, em relação ao volume econômico da cooperativa. Rentabilidade do Patrimônio Líquido Avalia o retorno do Patrimônio Líquido aplicado no negócio. Rentabilidade do Ativo Avalia a capacidade de remuneração da empresa como um todo.
Indicadores de Liquidez INDICADOR Liquidez Corrente OBSERVAÇÃO 1, 53 Indica que a cooperativa possui R$ 1, 53 para cada um real de dívida no curto prazo. 57, 5% Mostra que de todo o ativo total (todos os bens e direitos que a cooperativa tem), 57, 5% está comprometido em dívidas (obrigações, passivo) 11, 6% Mostra que de todo o ativo total (todos os bens e direitos que a cooperativa tem), 11, 6% está comprometido em dívidas de financiamento (que tem maiores juros) Margem Bruta 13, 9% Salienta que a taxa de administração da cooperativa está em 13, 9%, ou seja, essa porcentagem é o que está sendo deixada, do faturamento, para a cooperativa quitar suas despesas operacionais Margem Líquida 10, 3% Indica que a cooperativa, após pagar os associados e as demais despesas, ainda tem uma sobra de 10, 3% do faturamento. Rentabilidade do Patrimônio Liquido 77, 3% Mostra que de tudo o que foi aplicado no negócio (pelo associado), as sobras representaram um retorno de 77, 3% dessa aplicação. 32, 8% Mostra que de tudo o que foi aplicado no negócio (pelo capital do associado e recursos de terceiros) as sobras deram um retorno de 32, 8% dessa aplicação. Endividamento Total Endividamento Financeiro Rentabilidade do Ativo
OBRIGADO Leonardo Dangel Analista Técnico – Monitoramento CRCRJ 107. 551 T-RS (51) 3323 -0032 leonardo-dangel@sescooprs. coop. br
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