Vanguardas rupturas e transformao Flvia Guerra Pinto Coelho

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Vanguardas – rupturas e transformação Flávia Guerra Pinto Coelho Völker

Vanguardas – rupturas e transformação Flávia Guerra Pinto Coelho Völker

Contexto 1. Problemas de natureza política e conflitos 2. Impacto das novas descobertas científicas

Contexto 1. Problemas de natureza política e conflitos 2. Impacto das novas descobertas científicas e tecnológicas: vírus, bactérias, teoria da relatividade, surgimento da psicanálise – o inconsciente humano - , eletricidade, telefone, telégrafo sem fio, cinema, automóvel, raio X, avião 3. Dimensões da vida e do pensamento não podiam mais ser orientadas pelas referências herdadas do passado

Um novo olhar � As vanguardas questionaram a herança cultural do século XIX. �

Um novo olhar � As vanguardas questionaram a herança cultural do século XIX. � Os velhos padrões de uma arte conservadora e cristalizada eram coisa do passado: necessidade de novas referências estéticas. � Artistas e filósofos reúnem-se para avaliar o impacto das inovações tecnológicas e científicas. � Necessidade de uma nova linguagem capaz de capturas as inovações e transformações. � Ruptura, choque – novas formas de interpretar e expressar a realidade � Surgimento dos manifestos – espírito agressivo das vanguardas X reação horrorizada do público

Cubismo � 1907 – “As senhoritas de Avignon”. �Modo revolucionário de representar a realidade,

Cubismo � 1907 – “As senhoritas de Avignon”. �Modo revolucionário de representar a realidade, rompendo com os conceitos tradicionais de harmonia, proporção, beleza e perspectiva. �Pablo Picasso, Georges Braque e Juan Gris

Pablo Picasso, Les demoiselles d’Avignon, 1907

Pablo Picasso, Les demoiselles d’Avignon, 1907

Arte cubista Questionamento da descrição clássica. Relações e formas não acabadas. Diferentes pontos de

Arte cubista Questionamento da descrição clássica. Relações e formas não acabadas. Diferentes pontos de vista de observação. Sobreposição de diferentes planos. Decomposição da figura em detalhes que serão estudados em si, não na visão total de volume. 6. Formas geométricas invadem as composições, as formas observadas na natureza são retratadas de forma simplificada, em cilindros, cubos ou esferas. 7. Cores austeras: do branco ao negro, passando pelo cinza, ocre apagado ou castanho suave. 1. 2. 3. 4. 5.

Fases 1. Cubismo Analítico: caracterizado pela decomposição das figuras e formas em diversas partes

Fases 1. Cubismo Analítico: caracterizado pela decomposição das figuras e formas em diversas partes geométricas, é o cubismo em sua forma mais pura e de mais difícil interpretação. 2. Cubismo Sintético: é a livre reconstituição da imagem do objeto decomposto, assim, esse objeto não é desmontado em várias partes, mas sua fisionomia essencial é resumida. Algo muito importante nesta etapa é a introdução da técnica de colagem, que introduz no quadro elementos da vida cotidiana (telas, papéis e objetos variados).

Georges Braque, Prato com fruta e copo, 1912

Georges Braque, Prato com fruta e copo, 1912

A literatura cubista 1. Ganha forma na poesia. 2. Explora 3. 4. 5. 6.

A literatura cubista 1. Ganha forma na poesia. 2. Explora 3. 4. 5. 6. 7. a associação entre ilogismo, simultaneidade, instantaneísmo e humor. Afirma-se a necessidade de manter as coisas em permanente relação. Desloca-se o olhar para diversos aspectos da realidade ao mesmo tempo. Surgem poemas telegráficos. Os versos sugerem fragmentação. Utilizam-se imagens visuais e elementossurpresa: camera-eye

Hípica Oswald de Andrade Saltos records Cavalos da Penha Correm jóqueis de Higienópolis Os

Hípica Oswald de Andrade Saltos records Cavalos da Penha Correm jóqueis de Higienópolis Os magnatas As meninas E a orquestra toca Chá Na sala de cocktails. Sobreposição de imagens que deslocam o olhar do leitor da pista para a orquestra e o público. . Imagem multifacetada, composta de fragmentos de diferentes planos

Futurismo - 1909 1. Reivindicava-se uma ruptura com o passado, buscando novas formas, assuntos

Futurismo - 1909 1. Reivindicava-se uma ruptura com o passado, buscando novas formas, assuntos e estilo, que melhor representariam a modernidade, era das máquinas, aeroplanos, fábricas e da velocidade. 2. O lema central era "liberdade para a palavra" e, neste sentido, afirmava o manifesto: "destruir a sintaxe". Pretendiam defender o uso do verbo no infinito e abolir advérbios e adjetivos, assim, acompanhar cada substantivo de outro com função de adjetivo. Pretendiam buscar analogia cada vez mais simples e suprimir a pontuação.

Poesia futurista Metalúrgica 1300° à sombra dos telheiros retos 12000 cavalos invisíveis pensando 40

Poesia futurista Metalúrgica 1300° à sombra dos telheiros retos 12000 cavalos invisíveis pensando 40 000 toneladas de níquel amarelo Para sair do nível das águas esponjosas E uma estrada de ferro nascendo do solo Os fornos entroncados Dão o gusa e a escória A refinação planta barras E lá embaixo os operários Forjam as primeiras lascas de aço Oswald de Andrade

Arte futurista 1. Dinamismo da forma 2. Simultaneidade e desintegração das formas 3. Uso

Arte futurista 1. Dinamismo da forma 2. Simultaneidade e desintegração das formas 3. Uso de elementos geométricos 4. Expressão do movimento, da velocidade, tal como descrito no espaço 5. Integração do espectro cromático

Expressionismo - 1910 1. Reação à estética impressionista de valorização 2. 3. 4. 5.

Expressionismo - 1910 1. Reação à estética impressionista de valorização 2. 3. 4. 5. 6. sensorial. A realidade não deve ser percebida em planos distintos (físico, psíquico), mas sim ser transformada em expressão. Cores vibrantes, fundidas ou separadas. Pasta grossa, áspera. Técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, provocando explosões, deformações. Exploração do patético e do trágico.

Edvard Munch, O grito, 1894

Edvard Munch, O grito, 1894

Literatura expressionista Programa Wilhelm Kleim (1915) Não queremos poesia, Queremos mágicas, artifícios, Procuramos tapar

Literatura expressionista Programa Wilhelm Kleim (1915) Não queremos poesia, Queremos mágicas, artifícios, Procuramos tapar na existência fatais vazios E apesar de imenso esforço, uma atrofia. Mas o que sabem vocês outros da secreta elevação, Dos sagrados e histéricos soluços da garganta a chorar, Quando, consumidos pelo haxixe da alma em imersão, Beijamos o primeiro degrau, para além de cujo limiar Os deuses moram?

Características da literatura expressionista Denúncia de um universo em crise, sensação de impotência do

Características da literatura expressionista Denúncia de um universo em crise, sensação de impotência do homem preso em um mundo sem alma. 2. Caráter negativista, fazendo com que a representação do mundo se faça de forma grotesca e deformada. 3. Subjetividade. 4. Linguagem fragmentada, elíptica, frases nominais. 1. “A luz delirava, apressada a um vago aviso de tarde. Era tal e tanta que embaçava de ouro a amplidão. Se via tudo de longe num halo que divinizava e afastava as coisas mais. No quiriri tecido de ruidinhos abafados, a cidade se movia pesada, lerda. O mar parara azul. ” Mário de Andrade – Amar, verbo intransitivo

Dadaísmo - 1916 1. A mais radical e menos compreensível de todas 2. 3.

Dadaísmo - 1916 1. A mais radical e menos compreensível de todas 2. 3. 4. 5. 6. as vanguardas. Vem abolir de vez a lógica, a organização, o olhar racional, dando à arte um caráter de espontaneidade total. “A obra de arte não vem ser a beleza em si mesma, porque a beleza está morta. ” (Tzara) É impossível explicar o ser humano. Dadá não significa nada. Atitude anárquica, que busca escandalizar.

Arte dadaísta 1. Incorporação de materiais diversos e inusitados. 2. Inscrições humorísticas. 3. Expressões

Arte dadaísta 1. Incorporação de materiais diversos e inusitados. 2. Inscrições humorísticas. 3. Expressões ridículas e burlescas 4. Sátira à arte, rompendo com o emprego de objetos tradicionais. 5. Questionamento das realidades aceitas

Marcel Duchamp “ Roda de Bicicleta”

Marcel Duchamp “ Roda de Bicicleta”

Literatura dadaísta 1. 2. 3. 4. 5. 6. Improviso. Irreverência. Deboche. Ilogismo. Livre associação

Literatura dadaísta 1. 2. 3. 4. 5. 6. Improviso. Irreverência. Deboche. Ilogismo. Livre associação de palavras. Espontaneidade. MATURIDADE O Sr. E a Sra. Amadeu Participam a V. Exa. O Feliz nascimento De sua filha Gilberta Oswald de Andrade

Surrealismo - 1921 “O Surrealismo não é um estilo. É o grito da mente

Surrealismo - 1921 “O Surrealismo não é um estilo. É o grito da mente que se volta para si mesma. ” (Antonim Artaud) 2. Por meio da valorização da fantasia , do sonho, do interesse pela loucura, procura-se liberar o inconsciente humano, terreno fértil e ainda pouco explorado. 3. Aproxima-se da teoria psicanalítica de Freud, para quem o comportamento consciente é, em grande parte, regido por desejos e impulsos inconscientes que pouco ou nada têm a ver com as leis da lógica e da racionalidade. 4. Exploram-se os limites do real, estudando a loucura, o sonho, os estados alucinatórios e outras manifestações do inconsciente – arte do impacto. 1.

Golconda - Magritte

Golconda - Magritte

Salvador Dali - Criança Geopolítica assistindo ao nascimento do novo homem (1943)

Salvador Dali - Criança Geopolítica assistindo ao nascimento do novo homem (1943)

Literatura surrealista 1. 2. 3. 4. 5. Escrita automática. (André Breton) Relações lógicas não

Literatura surrealista 1. 2. 3. 4. 5. Escrita automática. (André Breton) Relações lógicas não servem de apoio ao leitor, porque as imagens criadas não encontram equivalente no mundo exterior. Sucessão de imagens não encadeadas. Atmosfera onírica. O inusitado, o absurdo, o ilógico.

Aproximação do terror Murilo Mendes O abismo bate palmas, A noite aponta o revólver.

Aproximação do terror Murilo Mendes O abismo bate palmas, A noite aponta o revólver. Ouço a multidão, o coro do universo, O trote das estrelas Já nos subúrbios da caneta: As rosas perderam a fala. Entrega-se morte a domicílio. Dos braços. . . Pende a ópera do mundo.

Munch, Angústia

Munch, Angústia

Balla, Poste de iluminação

Balla, Poste de iluminação

Van Gogh, A noite estrelada, 1889

Van Gogh, A noite estrelada, 1889

Duchamp, L. H. O. O. Q. , 1919

Duchamp, L. H. O. O. Q. , 1919