Universidade Estadual de Maring Departamento de Engenharia Civil

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Universidade Estadual de Maringá Departamento de Engenharia Civil Disciplina - Saneamento IV Remoção de

Universidade Estadual de Maringá Departamento de Engenharia Civil Disciplina - Saneamento IV Remoção de Nutrientes em Sistema de Lodos Ativados Murilo P. Moisés

Eutrofização • Crescimento excessivo de plantas aquáticas devido à presença de concentrações excessivas de

Eutrofização • Crescimento excessivo de plantas aquáticas devido à presença de concentrações excessivas de nutrientes, principalmente N e P; • Fontes de eutrofização: efluentes domésticos, efluentes industriais, escoamento superficial, chuvas.

Eutrofização: Represa Guarapiranga/SP

Eutrofização: Represa Guarapiranga/SP

Conseqüências da Eutrofização - Problemas estéticos e recreacionais: diminuição do uso da água para

Conseqüências da Eutrofização - Problemas estéticos e recreacionais: diminuição do uso da água para recreação (floração; crescimento de vegetação; maus odores; morte de peixes) - Anaerobiose no fundo do corpo aquático: consumo de OD durante a degradação da matéria orgânica (condições redutoras) - Morte de peixes (anaerobiose; toxicidade por amônia) - Custo de tratamento da água: Remoção de alga; cor; turbidez; sabor e odor; Maior consumo de produtos químicos; Maior freqüência de lavagem dos filtros - Toxicidade de algas (cianobactérias) - Desaparecimento gradual do corpo aquático

Conseqüências da Eutrofização (+) biomassa/m 2 Entrada artificial de nutrientes (+) produção orgânica (-)

Conseqüências da Eutrofização (+) biomassa/m 2 Entrada artificial de nutrientes (+) produção orgânica (-) penetração de luz (+) produção de detritos orgânicos (+) H 2 S e CH 4 (+) taxa de decomposição (-) O 2

Conseqüências da Eutrofização

Conseqüências da Eutrofização

Conseqüências da Eutrofização Consumo de oxigênio dissolvido - Morte de peixes

Conseqüências da Eutrofização Consumo de oxigênio dissolvido - Morte de peixes

Remoção biológica de nutrientes – Lodos ativados

Remoção biológica de nutrientes – Lodos ativados

Remoção biológica de nutrientes – Lodos ativados

Remoção biológica de nutrientes – Lodos ativados

Nitrificação + Desnitrificação

Nitrificação + Desnitrificação

Cinética da Nitrificação Taxa de crescimento das bactérias nitrificantes Relação de Monod Onde, =

Cinética da Nitrificação Taxa de crescimento das bactérias nitrificantes Relação de Monod Onde, = taxa de crescimento específica das bactérias nitrificantes(d-1) = taxa de crescimento máximo específico das bactérias nitrificantes(d-1) = Concentração de amônia(mg/l) = Constante de saturação (mg/l)

Exemplo: Calcular a taxa de crescimento das bactérias nitrificantes em um reator de mistura

Exemplo: Calcular a taxa de crescimento das bactérias nitrificantes em um reator de mistura completa considerando: Solução:

Nitrificação Fatores Ambientais de influência - Temperatura - p. H - OD - Subst.

Nitrificação Fatores Ambientais de influência - Temperatura - p. H - OD - Subst. Tóxicas ou inibidoras Temperatura = taxa de crescimento máximo na temperatura T = Coeficiente de tempetatura T = temperatura

p. H taxa de crescimento máximo das bactérias nitrificantes no p. H do meio

p. H taxa de crescimento máximo das bactérias nitrificantes no p. H do meio taxa de crescimento máximo das bactérias nitrificantes em p. H 7, 2 OD concentração de oxigênio dissolvido no reator (mg/l) constante de saturação para o oxigênio (mg/l)

Idade do lodo mínima para nitrificação Idade do lodo = inverso da taxa de

Idade do lodo mínima para nitrificação Idade do lodo = inverso da taxa de crescimento específica A taxa de reprodução dos microorganismos nitrificantes é inferior à dos microorganismos responsáveis pela estabilização da matéria orgânica;

Exemplo: Calcular a idade do mínima para que ocorra nitrificação no sistema com taxa

Exemplo: Calcular a idade do mínima para que ocorra nitrificação no sistema com taxa de crescimento específica de 0, 22 d-1. Solução: Adotando-se um coeficiente de segurança de 1, 5 para projeto, esta idade do lodo passa a ser: 4, 5 x 1, 5 = 6, 8 dias

Taxa de nitrificação Em função da massa de microorganismos nitrificantes presentes nas zonas aeradas

Taxa de nitrificação Em função da massa de microorganismos nitrificantes presentes nas zonas aeradas do reator, sendo expressa como: = taxa de nitrificação unitária x concentração de bactérias nitrificantes taxa de nitrificação taxa de crescimento específico das bactérias nitrificantes considerando as condições ambientais coeficiente de rendimento das bactérias nitrificantes concentração das bactérias nitrificantes na zona aerada do reator

Requisitos de oxigênio para nitrificação Reação global da nitrificação 1 mol de nitrogênio requer

Requisitos de oxigênio para nitrificação Reação global da nitrificação 1 mol de nitrogênio requer 2 mols de oxigênio para sua oxidação, portanto, para 1 Kg de nitrogênio é necessário 4, 57 Kg O 2: PM do N = 14 g/mol PM do 2 O 2 = 64 g/mol 1000 g x 64 g/mol = 4. 571 g = 4, 57 Kg de O 2 14 g/mol

Exemplo: Calcular o requisito de oxigênio para a nitrificação em um reator de mistura

Exemplo: Calcular o requisito de oxigênio para a nitrificação em um reator de mistura completa com concentração de amônia = 250 kg/d Solução

Requisitos de alcalinidade Reação global da nitrificação 1 mol de íon amônio produz 2

Requisitos de alcalinidade Reação global da nitrificação 1 mol de íon amônio produz 2 mols de H+ que, consome 2 mols de Bicarbonato; Portanto, Alcalinidade

Alcalinidade Como: consome de alcalinidade Medida em termos de Carbonato de Cálcio

Alcalinidade Como: consome de alcalinidade Medida em termos de Carbonato de Cálcio

- Quanto maior o consumo da alcalinidade, menor o p. H !!! - Como

- Quanto maior o consumo da alcalinidade, menor o p. H !!! - Como consequência, ocorre uma redução na taxa de nitrificação, pois esta é dependente do p. H; - Necessidade de monitoramento, e eventual dosagem de alcalinizantes. Exemplo: Calcular o requisito de alcalinidade, considerando um esgoto bruto com: Concentração de amônia = 250 kg/d Vazão média = 9. 820 m 3/d e alcalinidade afluente 150 de mg/l. Solução: a) Requisito de alcalinidade: Sabendo que 1 mg de amônia/l implica no consumo de 7, 1 mg/l de alcalinidade, a carga de alcalinidade requerida é:

b) Alcalinidade disponível no efluente: déficit de alcalinidade: Queda do p. H = redução

b) Alcalinidade disponível no efluente: déficit de alcalinidade: Queda do p. H = redução da taxa de nitrificação Adição de alcalinizante:

Fundamentos da desnitrificação Biológica Condições anóxicas -Ausência de oxigênio, presença de nitratos Bactérias: Vantagens:

Fundamentos da desnitrificação Biológica Condições anóxicas -Ausência de oxigênio, presença de nitratos Bactérias: Vantagens: - Pseudomonas - Achromobacter - Escherichia - Bacillus - Micrococus - Economia de alcalinidade; - Evita Eutrofização

Remoção biológica de fósforo Fósforo Inorgânico - Ortofosfato e polifosfato Fósforo orgânico Contribuição per

Remoção biológica de fósforo Fósforo Inorgânico - Ortofosfato e polifosfato Fósforo orgânico Contribuição per capita 1, 0 -4, 5 g/habitante. dia Valor típico = 2, 5 g/habitante. dia Remoção: Zonas ANAERÓBIAS absorção pelos organismos acumuladores de fósforo Removido do sistema através da retirada do lodo excedente

Remoção biológica de fósforo Fatores de influência. . . ØOD; ØTemperatura Øp. H ØIdade

Remoção biológica de fósforo Fatores de influência. . . ØOD; ØTemperatura Øp. H ØIdade do lodo ØTempo de detenção e configuração da zona anaeróbia ØTempo de detenção da zona aeróbia ØSólidos em suspensão no efluente

Remoção Biológica de Nitrogênio Principais Fluxogramas

Remoção Biológica de Nitrogênio Principais Fluxogramas

Remoção Biológica de Nitrogênio Principais Fluxogramas

Remoção Biológica de Nitrogênio Principais Fluxogramas

Remoção Biológica de N e P Principais Fluxogramas

Remoção Biológica de N e P Principais Fluxogramas

Exemplo 1 Dimensionamento de um reator com nitrificação e pré-desnitrificação, com zona anóxica seguida

Exemplo 1 Dimensionamento de um reator com nitrificação e pré-desnitrificação, com zona anóxica seguida de zona aeróbia; Exemplo 2 Dimensionamento de um reator para remoção biológica de fósforo – dimensionar a zona anaeróbia do exemplo anterior, de forma que o sistema possa remover biologicamente também o fósforo.

Exemplo 1 Dimensionamento de um reator com nitrificação e pré desnitrificação, com zona anóxica

Exemplo 1 Dimensionamento de um reator com nitrificação e pré desnitrificação, com zona anóxica seguida de zona aeróbia; Dados do esgoto bruto Vazão média = 9820 m 3/d Carga de amônia afluente = 496 kg/d Concentração de amônia afluente = 51 mg/l Dados do efluente final Concentração de amônia = 2 mg/l (desejado) Decantador primário Eficiência de remoção de amônia = 20% Reator Idado do lodo = 6 dias SSVTA = 3000 mg/l OD no reator = 2 mg/l p. H no reator = 6, 8 Temperatura média no mês mais frio = 20ºC

Coeficientes adotados Coeficientes para a nitrificação Taxa de crescimento Máximo Coeficiente de saturação de

Coeficientes adotados Coeficientes para a nitrificação Taxa de crescimento Máximo Coeficiente de saturação de amônia Coeficiente de saturação de oxigênio Coeficiente de produção especifica Coeficiente de temperatura Demanda de oxigênio para nitrificação Coeficientes para a desnitrificação Taxa de desnitrificação na zona pré-anóxica Coeficiente de temperatura para a desnitrificação Produção de oxigênio para a desnitrificação Fração de amônia no lodo excedente

Reator Fração do reator como zona-anóxica = 0, 25 (25% do volume) Fração do

Reator Fração do reator como zona-anóxica = 0, 25 (25% do volume) Fração do reator como zona aeróbia = 0, 75 Relação entre a taxa de remoção da DBO em condições anóxicas e aeróbias = 0, 70 (a taxa de remoção de DBO em condições anóxicas é 70% da taxa em condições aeróbias) Razão de recirculação de lodo = 100% Razão de recirculação interna = 300% (zona aeróbia para zona anóxica) Remoção de amônia na decantação primaria Carga de amônia restante Volume do reator (volume calculado no dimensionamento convencional = 2. 051 m 3) Fator de correção = 1, 08

Volume das zonas anóxica e aeróbia Tempo de detenção hidráulica Idade do lodo (também

Volume das zonas anóxica e aeróbia Tempo de detenção hidráulica Idade do lodo (também deve ser multiplicada pelo fator de correção)

Taxa de crescimento das bactérias nitrificantes Efeito da concentração de amônia Efeito da concentração

Taxa de crescimento das bactérias nitrificantes Efeito da concentração de amônia Efeito da concentração de OD no reator

Efeito do p. H Efeito integrado das condições ambientais

Efeito do p. H Efeito integrado das condições ambientais

Idade do lodo aeróbia mínima para nitrificarão total Calculo da fração de bactérias nitrificantes

Idade do lodo aeróbia mínima para nitrificarão total Calculo da fração de bactérias nitrificantes nos SSVTA Produção liquida de sólidos biológicos no reator = calculado dimensionamento convencional=1. 026 kg. SSV/d Carga de amônia a ser oxidada carga de amônia no lodo excedente = fração de amônia no lodo (0, 12) x produção liquida de sólidos

Carga de amônia a ser oxidada Produção de bactérias nitrificantes Relação Fn = Fração

Carga de amônia a ser oxidada Produção de bactérias nitrificantes Relação Fn = Fração de bactérias nitrificantes nos SSV

Cálculo da taxa de nitrificação Carga de amônia passível de ser oxidada Inferior ao

Cálculo da taxa de nitrificação Carga de amônia passível de ser oxidada Inferior ao esperado de (254), portanto a concentração de amônia final será maior que o desejado 2 mg/l Calculo da concentração de amônia

Eficiência de remoção de amônia Recirculação dos nitratos a zona anóxica Razão de recirculação

Eficiência de remoção de amônia Recirculação dos nitratos a zona anóxica Razão de recirculação do lodo = 100% Razão de recirculação interna = 300% Razão de recirculação total = 400% Taxa de desnitrificação especifica

Carga de nitrato produzido na zona aeróbia=carga de amônia oxidada = 213 kg/d Carga

Carga de nitrato produzido na zona aeróbia=carga de amônia oxidada = 213 kg/d Carga de nitrato recirculado a zona anóxica pelo retorno de lodo Caga de nitrato recirculado a zona anóxica pela recirculação interna Carga total de nitrato recirculado Carga de nitrato passível de redução na zona anóxica

Concentração de nitrato no efluente Eficiência de remoção de nitrato Resumo das concentrações de

Concentração de nitrato no efluente Eficiência de remoção de nitrato Resumo das concentrações de nitrogênio Amônia=6 mg/l Nitrato=8 mg/l Nitrogênio total= 6+8=14 mg/l

Resumo das eficiências Remoção de amônia = 88% Remoção de nitrato = 62% Nitrogênio

Resumo das eficiências Remoção de amônia = 88% Remoção de nitrato = 62% Nitrogênio total = 73% Consumo de oxigênio=4, 57 x Carga de amônia oxidada Economia de oxigênio com a desnitrificação = 2, 86 x carga de nitrato reduzido

Exemplo 2 Dimensionamento de um reator para remoção biológica de fósforo – dimensionar a

Exemplo 2 Dimensionamento de um reator para remoção biológica de fósforo – dimensionar a zona anaeróbia do exemplo anterior, de forma que o sistema possa remover biologicamente também o fósforo. Dados do afluente Vazão media = Q=9. 280 m 3/d [P] no esgoto bruto = 12 mg/l Eficiência de remoção de P na decantação primaria=20% DBO=239 mg/l DQO/DBO=1, 8 (valor adotado) Fração rapidamente biodegradável da DQO= Frb=0, 25 DBO solúvel = S = 4 mg/l Sólidos em Suspensão = SS = 30 mg/l Idade do lodo = 6 dias Remoção de P na decantação primaria

Exemplo anterior. . . V = 2. 215 m 3 Tempo de detenção hidráulico

Exemplo anterior. . . V = 2. 215 m 3 Tempo de detenção hidráulico total = 5, 4 horas Adotando um tempo de detenção hidráulico da zona anaeróbia de 1, 2 horas: Tempo de detenção hidráulico total = 5, 4 + 1, 2 = 6, 6 horas Volume da zona anaeróbia: Remoção de P com o lodo excedente: = Relação entre Sólidos suspensos e sólidos suspensos voláteis = Idade do lodo = coeficiente cinético (0, 08 d-1) = Relação entre DBO no efluente bruto e tratado = Fração de P nos sólidos suspensos voláteis = Relação entre SSV e DBO – adotado como 0, 6

Concentração de P solúvel no efluente: Concentração de P particulado nos SS: Fração de

Concentração de P solúvel no efluente: Concentração de P particulado nos SS: Fração de P nos SS = 7% Concentração de P total do efluente: Eficiência de remoção: