Universidade da Beira Interior Mestrado Integrado em Cincias
Universidade da Beira Interior Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas Sociologia da Saúde 2013/2014 Estigma e identidade Grupo de tutoria 2 Ana Cristina Fernandes Ana Rita Gonçalves Cristiana Fernandes Diana Alves Patrícia Cabrita 28528 30490 28310 29043 28514
ESTIGMA Na Grécia • Marcas corporais, como por exemplo cortes ou queimaduras, que identificavam de imediato um escravo ou um criminoso que devia ser evitado. Atualment e • Qualquer característica de determinado indivíduo, não necessariamente visível, que não se adequa à “normalidade” e aos ideais da sociedade. Esta característica torna a pessoa “culturalmente inaceitável” ou inferior.
Estigma “Pode ser definido como uma reação social negativa. Também reflete a desvalorização social e a rotulagem negativa dos indivíduos. Considera-se estigmatizante qualquer característica, não necessariamente física ou visível, que não se adequa com o quadro de expectativas sociais acerca de determinado indivíduo. Erving Goffman afirma que o estigma desqualifica o indivíduo estigmatizado de plena aceitação social (“spoiled identity”)
Deformações físicas Deficiências motoras, auditivas, visuais, desfigurações do rosto, etc Desvios de caráter Estigmas tribais Distúrbios mentais, vícios, toxicodependências Relacionados com a pertença a uma raça, nação ou religião TIPOS DE ESTIGMA SEGUNDO GOFFMAN
“(…) infelizmente a nossa sociedade está muito mal informada, a palavra SIDA assusta, não sabem a distinção entre portadores do vírus e a SIDA, a própria sociedade em si rejeita, rejeita muito (…)” Maria
Estigma Desacreditado Desacreditável Visível Invisível
Estigma Desacreditado O Indivíduo desacreditado é aquele cujo estigma é imediatamente evidente ou já é conhecido pelas pessoas à sua volta. Sofrem imediatamente consequências quando interagem socialmente
“Antigamente ia com eles para a discoteca, para o cinema, assim que souberam começavam a dizer que não: Ai, eu hoje não posso, amanhã não posso, começou-se tudo a afastar. ” Ana “Para viver com uma pessoa tem que seropositivo … Hoje em dia é difícil encontrar alguém que não seja e queira aceitar uma pessoa que seja, é difícil!” Ana “Os amigos rejeitaram, ainda hoje rejeitam, a sociedade rejeita (…)” Maria “ (…) mas no momento puseram-me de lado por completo; ao ponto de estarmos a comer no refeitório e deixarem de se sentar à minha mesa (…)” Joaquim
Estigma Desacreditável O individuo desacreditável é aquele com um estigma que não está imediatamente aparente e nem se tem dele um conhecimento prévio. Estes indivíduos podem utilizar estratégias de modo a proteger a sua identidade Pode levar a elevados níveis de ansiedade
“O meu patrão não sabe, ele no outro dia esteve-me a dizer que desconfiava de uma moça que era seropositiva e se ela fosse, se tivesse a certeza, que a ia mandar embora. E eu por aí vi que não lhe posso dizer. ” Ana “Ainda não contei à minha filha, e à mãe da minha filha não sei se hei-de contar, ela só tem dez anos e pode ficar traumatizada. ” Joaquim “Nunca o disse a vizinhos nem amigos da família, porque foi uma das coisas que a psicóloga me avisou, que havia muita discriminação” Joaquim
Courtesy Stigma Tendência de propagação do estigma do indivíduo estigmatizado para os seus contactos próximos. São tratados como um só Um exemplo onde o estigma de cortesia pode ocorrer é na doença de Alzheimer, onde os cuidadores, familiares e até amigos são obrigados a compartilhar um pouco do descrédito da pessoa estigmatizada com quem eles se relacionam, podendo, por vezes nem se aperceberem desse facto.
De acordo com as descobertas de Blum, o estigma por Alzheimer é gerido pelos cuidadores através de duas fases: Fase 1 O cuidador coopera com o doente, tentando gerir informações e situações problemáticas, para preservar tanto a sua imagem, como a do doente e da sua família. Quando o estigma se torna visível ou conhecido o cuidador faz esforços para minimizar a sua relevância. Havendo uma gestão do problema, tentando manter o constrangimento causado num mínimo. “Covering”
Fase 2 Começa quando as competências do doente diminuem. Controlo de informação O controlo de informação já não é a principal preocupação, agora centram-se na prevenção ou gestão das situações problemáticas que podem acontecer como resultado de comportamentos inapropriados do membro doente da família. Prevenção ou gestão dasdas situações problemáticas
Religião CONSTRUÇÃO SOCIAL DA SIDA Media Medicina
Religião � “O julgamento de Deus numa sociedade que não vive segundo as regras” Reverendo Jerry Falwell �A única espécie de tratamento seria aceitar a culpa, penitência, arrependimento e reforma moral.
Medicina � “O facto de os primeiros casos reportados serem exclusivamente de homens gays afetou a futura conceptualização da SIDA”. Dennis Altamn � Doença dos gays (GRID - Imunodeficiência relacionada com os gays) foi o termo definido pela comunidade médica. � Esta definição teve um impacto significativo na forma como as pessoas entendiam e reagiram à doença.
Media Veículo principal para a divulgação de informação tanto formal como informal sobre a SIDA; Para as pessoas não afetadas e sem contacto direto com seropositivos, o seu conhecimento acerca da doença advém das informações fornecidas pelos media. � Os jornalistas reconheceram que o tratamento das notícias muitas vezes era moldado pelos seus preconceitos e suposições. � Até 1983, artigos sobre HIV/SIDA eram encontrados na secção da homossexualidade em muitos jornais.
A falta de atenção por parte do governo aos problemas relacionados com o vírus HIV teve um enorme impacto na forma como os media tratavam este assunto. “Para explicar a transmissão da SIDA palavras como sémen, pénis e vagina são necessárias. No entanto, nos primeiros anos de epidemia eram evitadas e o assunto era ignorado. ” Kinselle A partir do momento que o governo admitiu a gravidade da doença, começou-se a publicar artigos objetivos e coerentes sobre a doença. A rápida associação de HIV/SIDA com homossexualidade e a falta de atenção da sociedade levou os media a não apresentarem este assunto com a devida importância.
Atualmente, A SIDA é vista pela sociedade como um sinónimo de desgraça, morte, silêncio, horror, solidão. . . “Os meios de comunicação ao procurarem fazer eco desta pandemia entraram em contradição. Se, por um lado, informaram e alertaram para os perigos de transmissão; Por outro, criaram rostos diabólicos da doença. E ao fazê-lo, construíram medos, rejeições e intolerâncias, contribuindo para acentuar o estigma dos infetados e para um sentimento de invulnerabilidade dos sujeitos. Os media foram deuses de duas cabeças. ” http: //www. apagina. pt/? aba=7&cat=152&doc=11315&mid=2
Questão 1 De que forma o estigma desacreditado ou desacreditável influencia a vida social das pessoas que o sofrem? Deixaria que eu cuidasse de si, se eu fosse seropositiva?
Questão 2 Porque razão existe transferência do estigma do doente para os cuidadores?
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