Unidade I PSICOMOTRICIDADE Profa Rita Maciel Psicomotricidade Objetivos
Unidade I PSICOMOTRICIDADE Profa. Rita Maciel
Psicomotricidade Objetivos gerais: Obter conhecimentos sobre os fundamentos teóricos e práticos da psicomotricidade § Compreender a importância da psicomotricidade no aprendizado motor e no desenvolvimento total do indivíduo Objetivos específicos: Identificar os distúrbios psicomotores com o propósito de estabelecer uma intervenção adequada. § Possuir autonomia para a criação de formas estimuladoras da expressão e realização a partir do corpo.
Psicomotricidade Unidade I § História da psicomotricidade § Psicomotricidade § Fundamentação psicomotora Unidade II § Da ontogênese a retrogênese psicomotora § Avaliação qualitativa e quantitativa utilizadas na psicomotricidade § Prática psicomotora
Psicomotricidade “. . . a psicomotricidade é uma ciênciaencruzilhada ou, mais exatamente uma técnica em que se cruzam e se encontram múltiplos pontos de vista, e que utiliza as aquisições de numerosas ciências constituídas (biologia, psicanálise, sociologia e linguistica)”. COSTE, 1992
Psicomotricidade “O homem é, antes de tudo, um ser falante e, ao denominar-se, ele fala de seu corpo: eis o que o caracteriza. Em contrapartida, seu corpo fala por ele, até à sua revelia, por vezes”. (ibidem)
Psicomotricidade Histórico: § Da civilização oriental à civilização ocidental, desde a civilização grega, a Idade Média chegando aos nossos dias, a significação do corpo passou por muitas transformações. § Platão – apresenta uma concepção clássica do corpo, em harmonia com a cultura tradicional da Grécia antiga. O corpo é o lugar da transição da existência no mundo de uma alma imortal
Psicomotricidade § Platão: A saúde e o esplendor físico são virtudes, na medida que estão ao serviço do desenvolvimento e do emprego de valores morais e intelectuais. A alma, puramente imaterial, pertence à totalidade metafísica e nela se reintegra quando o corpo morre. § Aristóteles: o corpo é negligenciado em função do espírito. Entende o homem como uma certa quantidade de matéria (corpo) moldada numa forma (a alma). Empreendeu uma classificação das diferentes funções da alma que dão lugar as paixões.
Psicomotricidade “Aristóteles fez da locomoção uma das funções da alma, aquela que caracteriza o conjunto do mundo animal (oposição ao reino vegetal). É a alma que põe o coração em movimento, acionando esse foco de energia de maneira tal que o corpo possa se movimentar” (COSTE, 1978 p, 12)
Psicomotricidade § Descartes: lançou as bases de toda ciência moderna. A influência do seu pensamento na evolução científica, levou a considerar o corpo como objeto e fragmento do espaço visível separado do “sujeito conhecedor”. § Concebeu o movimento humano como sujeito à ciência voluntária. Conhecia o papel da articulações e dos músculos, e iniciou uma nova perspectiva que leva em conta os nervos, diferenciados por ele das veias. Ignorava o influxo nervoso, que dilata os músculos.
Psicomotricidade § Século XIX – os neurologistas são os primeiros a estudar o corpo, por necessidade da compreensão das estruturas cerebrais, e posteriormente por psiquiatras para clarificação de fatores patológicos. § Charcot – experimento sobre o fenômeno do “membro fantasma”: um indivíduo amputado conserva a impressão da existência do membro que perdeu. Negligenciou o aspecto imaginário, inconsciente, da imagem corporal, por falta de conceitos necessários.
Psicomotricidade § Com seu trabalho, Charcot abriu caminho para Freud que se apercebeu de que o ser humano é constituído pelo conjunto de elementos da sua “préhistória” e, sobretudo, de incidentes de toda a ordem que pontuaram as suas relações com o meio circundante dos primeiros tempos da infância (a mãe e o pai). Esses acontecimentos cristalizamse, quando a criança ganha acesso à linguagem, e organizam-se em função dos estágios de evolução das suas pulsões (necessidades primitivas e vitais) (COSTE, 1978 p. 14).
Psicomotricidade § No século XIX o corpo começa a ser estudado, inicialmente pelos neurologistas, pela necessidade de compreensão das estruturas cerebrais, e posteriormente por psiquiatras, para clarificar fatores patológicos. § Em 1909, Dupré inicia os primeiros estudos sobre a debilidade motora nos débeis mentais e parece dever-se a ele o termo “psicomotricidade”. § Provavelmente, Henri Wallon (1879 -1962) é o pioneiro da psicomotricidade, vista como campo científico.
Psicomotricidade “A partir da obra de Henri Wallon, foi possível constituir, pela síntese de múltiplas correntes e teorias, uma técnica terapêutica nova, cujo objetivo era a reeducação das funções motoras perturbadas” (COSTE, 1978 p 16).
Psicomotricidade A psicomotricidade, à luz de Wallon e de Ajuriaguerra, concebe os determinantes biológicos e culturais do desenvolvimento da criança como dialéticos e não redutíveis uns com os outros. Daí a sua importância para elaborar uma teoria psicológica que estabelece relações entre o comportamento e o desenvolvimento da criança e a maturação do seu sistema nervoso, pois só nessa medida se podem construir estratégias educativas, terapêuticas e reabilitativas adequadas às suas necessidades específicas. FONSECA, 1995 p. 12
Psicomotricidade § Ajuriaguerra definiu com precisão alguns aspectos da obra de Wallon como, a função central da comunicação do tono (o diálogo tônico). § Por outro lado, aperfeiçoou um método de relaxação em que os fatores relacionais, utilizados e analisados com a ajuda de conceitos psicanalíticos, desempenham um papel determinante na progressão da cura (a reeducação psicotônica) COSTE, 1978 p. 16
Psicomotricidade Conceito de psicomotricidade: § “Psicomotricidade se conceitua como ciência da Saúde e da Educação, pois indiferente das diversas escolas, psicológicas, condutistas, evolutistas, genéticas, etc. ela visa a representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo (AJURIAGUERRA apud ISPE-GAE, 2007).
Interatividade Qual é o filósofo que concebeu o movimento humano como sujeito à ciência voluntária, conhecendo o papel das articulações e dos músculos? a) Charcot b) Descartes c) Henri Wallon d) Platão e) Aristóteles
Resposta Alternativa correta: “b” § Justificativa: Descartes concebeu o movimento humano como sujeito à ciência voluntária. Conhecia o papel da articulações e dos músculos, e iniciou uma nova perspectiva que leva em conta os nervos, diferenciados por ele das veias. Ignorava o influxo nervoso, que dilata os músculos.
Psicomotricidade § A psicomotricidade visa privilegiar a qualidade da relação afetiva, a mediatização, a disponibilidade tônica, a segurança gravitacional e o controle postural, à noção do corpo, sua lateralização e direcionalidade e a planificação práxica, enquanto componentes essenciais e globais da aprendizagem e do seu ato mental, concomitante. FONSECA apud ISPEGAE, 2007).
Psicomotricidade O esquema corporal: “A noção de esquema corporal é fruto de uma longa progressão que levou neurologistas, psiquiatras e psicólogos a se interrogarem sobre as percepções do corpo, a integração do corpo como modelo e a forma de personalidade” COSTE, 1978 P. 18.
Psicomotricidade Esquema corporal ⟹ “imagem do corpo” ⟹ “esquema postural” ⟹ “somatopsique”. § Os conceitos variam de acordo com o ângulo em que houver maior destaque à motricidade, à sensorialidade ou aos processos psíquicos inconscientes.
Psicomotricidade § Bonnier (1833) – representação topográfica do corpo: o primeiro esquema cujas alterações patológicas determinam o surgimento de certos distúrbios. § Asquematia = perda da percepção topológica do corpo. § Parasquematia = confusão de diferentes regiões do corpo ou a representação de partes do corpo que não existe.
Psicomotricidade § Pick (1908) Alemanha – “propôs a noção de “imagem espacial do corpo”, estabelecendo uma relação entre sensações percebidas no corpo e as representações visuais deste, o que permite avaliar a localização das estimulações. A imagem espacial do corpo favorece a orientação do próprio corpo no espaço” COSTE, 1978 p 20.
Psicomotricidade Head – introduziu a noção de esquema postural na origem do conceito de esquema corporal, distinguindo três tipos de esquemas: 1. Esquemas posturais – apreciação do tono postural e da posição (das partes) do corpo no espaço; 2. Esquemas de superfície do corpo – localização das estimulações periféricas; 3. Esquemas temporais – afastamento temporal das diferentes estimulação percebidas
Psicomotricidade § De acordo com WALLON apud MEUR e STAES (1989 p. 9), “o esquema corporal é um elemento básico indispensável para a formação da personalidade da criança. É a representação relativamente global, científica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo”. § A criança percebe-se e percebe os seres e as coisas que a cercam, em função de sua pessoa. § Se sentirá bem, na medida em que seu corpo lhe obedece já que pode utilizá-lo para movimentar-se e agir.
Psicomotricidade Etapas do desenvolvimento corporal: § O corpo vivido – levar a criança a dominar seus movimentos e a perceber seu corpo globalmente, constituindo um todo. § Conhecimento das partes do corpo consciência de cada segmento corporal, de forma interna e externa. § Orientação espaço-corporal – 1. trabalho sensorial mais elaborado; 2. associação dos componentes corporais aos diversos objetos da vida cotidiana; conhecimento analítico do espaço dos gestos.
Psicomotricidade § Organização espaço-corporal – a criança pode exercitar todas as suas possibilidades corporais, conhecendo as partes do corpo, a disposição e as posições. Movimenta-se de maneira analítica: coordenação, equilíbrio, inibição, destreza e, de maneira sintética: prevendo e adaptando seus movimentos o objetivo a ser alcançado e expressando por intermédio de seu corpo uma ação, um sentimento, uma emoção.
Psicomotricidade Lateralidade: § “Uma criança cuja lateralidade não está bem definida encontra problemas de ordem espacial, não percebe diferença entre seu lado dominante e o outro lado, não distingue a diferença entre a esquerda e a direita é incapaz de seguir a direção gráfica (leitura começando pela esquerda). Igualmente não consegue reconhecer a ordem em um quadro MEUR E STAES (1989 P. 8)
Psicomotricidade Lateralidade – corresponde a dados neurológicos, também influenciada por certos hábitos sociais. Dominância lateral: § a nível dos membros inferiores- ex. : o pé escolhido pela criança para chutar uma bola é o dominante. § A nível dos membros superiores – ex. : observa-se qual a mão utilizada pela criança para fazer diversos gestos § Do ponto de vista da força – ex. : levantar uma cadeira. § Do ponto de vista da precisão: ex. : recortar papel com tesoura.
Psicomotricidade Dominância lateral: § A nível dos olhos – observa-se a criança usando uma máquina fotográfica, por exemplo. § Lateralidade homogênea – ser destra ou não do olho da mão e do pé. § Lateralidade cruzada – ex. : destra da mão e do olho, canhota do pé. § Ambidestra – força e destreza tanto do lado esquerdo quanto do lado direito. Não usar os termos “esquerda” e “direita” sem que a lateralidade esteja definida.
Psicomotricidade Estruturação espacial: parte integrante de nossa vida; associação de três elementos fundamentais da psicomotricidade: corpo – espaço – tempo. § Consciência da situação do corpo em um meio ambiente; § Consciência da situação das coisas entre si; § Possibilidade de organizar-se perante o mundo que o cerca, de organizar as coisas entre si, colocá-las em um lugar, de movimentá-las.
Psicomotricidade Etapas da estruturação espacial: § Conhecimento das noções: deslocamento da criança em seu “espaço” habitual; percepção de formas grandeza e quantidade. § Orientação espacial: orientar-se em relação a ir para frente, para a direita, para o lado, etc. § Organização espacial: engloba as anteriores e faz com que a criança disponha somente do espaço oferecido. § Compreensão das relações espaciais: baseia-se unicamente no raciocínio a partir de situações espaciais precisas.
Psicomotricidade Orientação temporal – capacidade de situarse em função: § Sucessão de acontecimentos: antes, após, durante. § Duração dos intervalos: tempo longo, tempo curto § Renovação cíclica: dias da semana, meses, etc. § Irreversibilidade do tempo: o que passou não volta. “As noções temporais são muito abstratas, muitas vezes, bem difíceis de serem adquiridas por nossas crianças” MEUR e Staes 1989 p 15.
Psicomotricidade Etapas da orientação temporal – § Ordem e sucessão: trata-se de perceber e memorizar, exemplo: o que se passa antes, depois, agora. . . § Duração dos intervalos: a criança deve perceber o que passa depressa, o que dura muito tempo, as noções de tempo decorrido, a diferença entre uma hora e um dia, etc. § Renovação cíclica de certos períodos: associação de determinadas atividades ou material a um dia da semana, por ex. Aqui é introduzida a questão: “quando? ”
Psicomotricidade Etapas da orientação temporal – § Ritmo: “O ritmo abrange a noção de ordem, de sucessão, de duração, de alternância; é por essa razão que lhe consagramos uma etapa inteira à parte” MEUR e STAES 1989, p 17. § Inicialmente, a criança apresenta um ritmo espontâneo em deslocamentos livres. Gradativamente a levamos a acompanhar um ritmo de uma música, por exemplo.
Interatividade A estruturação espacial da criança está associada a três elementos fundamentais da psicomotricidade. São eles: a) corpo – espaço – tempo. b) lateralidade – orientação – organização c) aprendizagem - concentração – deslocamento d) espaço – simetria – movimento e) figura – tempo – jogos
Resposta Alternativa correta: “a” § Justificativa: A estruturação espacial: é parte integrante de nossa vida e depende da associação de três elementos fundamentais da psicomotricidade: corpo – espaço – tempo.
Psicomotricidade “Educação psicomotora”: § Realiza-se em todos os momentos da vida da criança; § Importante ensinar os gestos necessários para a criança, demonstrando várias vezes e em seguida, convidá-la a fazer sozinha. § Os pais são os primeiros educadores no dia-a-dia da criança. Ao deixar enfrentar situações corriqueiras, permite-se que ela encontre por si mesma soluções que facilitem suas atividades.
Psicomotricidade “Educação psicomotora”: § Professoras do maternal: primeiro plano da educação psicomotora. § Professores de primeiro grau: verificam os conhecimentos psicomotores de seus alunos. Os jogos psicomotores são importantes para isso.
Psicomotricidade “Reeducação psicomotora” – § Deve começar o mais cedo possível; § Quanto mais nova a criança, menos longa será a reeducação; § É relativamente fácil fazer com que uma criança bem nova adquira as estruturas motoras ou intelectuais corretas; § É urgente, principalmente para os problemas afetivos; quanto mais o tempo passa, mais a criança se bloqueia, sentese mais angustiada.
Psicomotricidade De acordo com Meur e Staes (1989, p 23), “embora não exista uma “escala de idades” real, é possível dar algumas indicações: § A reeducação pode começar em idade que varia entre 18 e 24 meses para crianças que acusam atraso motor, grande déficit motor ou bloqueio afetivo. § Quanto aos problemas de esquema corporal e de estruturação espacial, trabalha-se com crianças de 4/5 anos aproximadamente
Psicomotricidade § Certas dificuldades motoras e certos casos de instabilidade psicomotora podem, desde a idade de 4 anos, constituir objeto de uma reeducação. § A idade de 6 anos é a mais comum para as reeducações. § 1ª série - professor constata com mais segurança as deficiências de organização espacial ou temporal da criança, sua lentidão no trabalho, a falta de concentração.
Psicomotricidade § As idades citadas pelos autores são as “ideais” para o início de uma reeducação, mas afirmam que é frequente reeducar crianças com mais idade, as vezes até jovens de 16 ou 17 anos. § Deve-se este fato à negligência dos pais ou educadores que deixam as dificuldades se acumularem, inclusive com reprovações, e não compreendem que o problema está na própria base das aprendizagens ou por não estarem convencidos da necessidade de uma reeducação.
Psicomotricidade As relações do terapeuta e da família: § Dessas relações depende, em grande parte, o êxito da reeducação. § A família só encaminha seu filho quando, por algum motivo, fracassou em seu papel educativo. § DOLTO apud COSTE 1978, “é frequentemente, num tom de desafio que a mãe apresenta a criança: “não se pode fazer nada” ou “se você soubesse com que desvelo a tratamos!” são comentários que muitas vezes acompanham a apresentação da criança” (p. 78).
Psicomotricidade “Segundo o ponto de vista da psicanalista Maud Mannoni, o corpo da criança é como o sintoma das relações familiares e dos problemas dos pais: “A criança serve à mãe, ou é esta que serve aquela, de modo por vezes bem sutil e inconsciente, apesar da fachada de aparência desinteressada. Ela quer, ela espera, ela exige, se for necessário, que o comportamento da criança esteja em conformidade com o que espera desta. . . A mãe quer a perfeição em tudo” COSTE (1978 p. 78)
Psicomotricidade Aspectos técnicos da reeducação: § Reestruturação do esquema corporal – é a dimensão da imagem corporal. A reestruturação só será possível se for permitido à criança o acesso a um imaginário rico e fértil do corpo, tanto pelo terapeuta quanto pelo meio familiar. § Investigação do corpo próprio – 1º estágio da reeducação do esquema corporal. Se faz por: designação, manipulação (contato corporal), e utilização de partes do corpo. Após a criança identificar todas as partes do corpo, deve situá-lo no espaço e em face de outros.
Psicomotricidade § Reconhecimento do corpo – reconhecer ao mesmo tempo o seu corpo e o corpo do outro. § Integração do esquema corporal – permitir à criança o investimento, em toda e qualquer situação, desse esquema. Pode distinguir-se em dois níveis: o da ação e o da representação mental, passando pela simbolização. “A estruturação do esquema corporal é fundamental em todas as reeducações que envolvem as funções motoras: coordenação, lateralização, equilíbrio e deslocamento” COSTE 1978, p 83.
Psicomotricidade Reeducação da estruturação espaçotemporal: “A estruturação espaço-temporal constitui uma “forma” abstrata que a criança vai integrando progressivamente: ela é um resultado. Por isso, depende da qualidade das relações que a criança mantém com seu círculo familiar e o seu meio” COSTE 1978, p 83.
Psicomotricidade Expressão corporal e relaxação: § A relaxação, segundo Dupré apud Coste (1978 p. 86) é o inverso da motricidade. § Tono de repouso, ou tono residual ou tono de fundo é de acordo com Wallon, a substancia do movimento, pode encontrar entre os dois limites constituídos pela hipertonia e a hipotonia, um equilíbrio que favorecerá a desenvoltura gestual.
Psicomotricidade Princípios básicos da relaxação: § COSTE 1978 p. 88, define relaxação como: “é uma psicoterapia que, pela descontração das diferentes partes do corpo e sua unificação, tem por finalidade reduzir as tensões psíquicas”. § De acordo com o mesmo autor, o objetivo prioritário da relaxação é, menos a reducação do tono do que sua educação, devendo cada um encontrar seu modo de comportamento tônico ótimo. Após a relaxação o hipotenso e o hipertenso reencontram-se para atingir um ponto de equilíbrio. (p. 88)
Interatividade Qual é a idade que as dificuldades motoras e alguns casos de instabilidade psicomotora são mais comuns para a reeducação? a) Entre 18 e 24 meses b) No recém-nascido c) Entre 18 e 20 anos d) Aos 6 anos e) A partir dos 12 anos
Resposta correta: “d” § Justificativa: É na primeira série (6 anos) que o professor constata com mais segurança as dificuldades psicomotoras.
Psicomotricidade Fundamentação psicomotora – § Tonicidade: é o alicerce fundamental na organização da psicomotricidade. “Abrange todos os músculos responsáveis pelas funções biológicas e psicológicas, além de toda e qualquer forma de relação e comunicação não-verbal, tendo como característica essencial o seu baixo nível energético, que permite ao ser humano manter-se em pé por grandes períodos de tempo sem a manifestação de sinais de fadiga” FONSECA, 1995 p. 122.
Psicomotricidade Criança hipotônica: § Mais extensível; mais calma nas atividades; § Desenvolvimento postural, normalmente é mais lento que o das crianças hipertônicas; § Predisposição motora centrada mais frequentemente na preensão e nas praxias finas e, consequentemente, as atividades mentais surgem mais elaboradas, reflexivas e controladas. § Mais frequente no sexo feminino.
Psicomotricidade Criança hipertônica: § Menos extensível; mais ativa; § Desenvolvimento postural mais precoce; § Predisposição para a marcha e exploração do espaço; § Atividades mentais mais impulsivas, dinâmicas e por isso, mais descoordenadas e inadequadas. § Mais característico do sexo masculino.
Psicomotricidade Equilibração – “A equilibração reúne um conjunto de aptidões estáticas e dinâmicas, abrangendo o controle postural e o desenvolvimento das aquisições de locomoção. FONSECA, 1995 p. 144
Psicomotricidade “A equilibração traduz a exclusividade da postura bípede humana de onde partem orientações extrabiológicas únicas e peculiares. A complexa integração sensorial que está na base da equilibração é especificamente humana. Dela partem as orientações simbólicas definitivas da humanidade. . A apropriação da postura bípede, que se encontra dependente da mielinização, é uma construção do cérebro distinta no homem e no animal” FONSECA, 1995 p. 146.
Psicomotricidade Lateralização – § Resultado da integração bilateral postural do corpo; § Peculiar do ser humano está relacionada com a evolução e utilização de instrumentos; § Basicamente inata; § Governada por fatores genéticos, embora o treino e a pressão social possam influenciar. § Lateralização manual surge no final do 1º ano, mas se estabelece fisicamente por volta dos 4 – 5 anos
Psicomotricidade Noção do corpo – § Sistema funcional complexo § Resulta da organização e estruturação de percepções simples as mais complexas. § Transforma-se em instrumento do pensamento e da comunicação § No corpo e com ele que nos reconhecemos no que somos
Psicomotricidade “O corpo, filogenética e ontogenética, apropria-se das emoções e das representações, é o lugar por onde a comunicação se estabelece. É estruturalmente o centro da linguagem emocional e interior que antecede a apropriação da própria linguagem falada” FONSECA 1995 P. 182.
Psicomotricidade Estruturação espaço-temporal – § Decorre como organização funcional da lateralização e da noção do corpo, já que é preciso desenvolver a conscientização espacial interna do corpo antes de projetar o referencial somatognóstico no espaço exterior. § Sua estruturação emerge da motricidade, da relação com os objetos localizados no espaço, da posição relativa que ocupa o corpo e das múltiplas relações integradas da tonicidade, da equilibração, da lateralização e da noção do corpo
Psicomotricidade Praxia global – § Refere-se aos movimentos de todo o corpo e de grandes segmentos corporais § Envolve a organização da atividade consciente e a sua programação, regulação e verificação § Expressão da informação do córtex motor, como resultado da recepção de muitas informações sensoriais, táteis, quinestésicas, vestibulares, visuais, etc.
Psicomotricidade Praxia global – “Através do estudo da praxia global, podemos observar, por um lado, a perícia postural e, por outro, a macromotricidade (macromotricité – Camus, 1981), relativas à coordenação, dinâmica geral e a generalização motora (Kephart, 1971), que, segundo esse autor, integra postura, a locomoção, o contato, a recepção e a propulsão de objetos, isto é, a integração sistêmica dos movimentos do corpo com os movimentos do próprio envolvimento” FONSECA, 1995 P. 224.
Psicomotricidade Praxia fina – § Refere-se aos movimentos precisos das mãos e dos dedos § Evidência a velocidade e a precisão dos movimentos finos e a facilidade de reprogramação de ações, à medida que as informações tátilo-perceptivas se ajustam às informações visuais. § As informações visuais participam como funções de detecção de limites, contornos, formas, pormenores, etc.
Psicomotricidade Praxia fina – “A mão, considerada a unidade motora mais complexa do mundo animal, é em grande medida a arquiteta da civilização e, naturalmente, a arquiteta da inteligência na criança e no homem” (Fonseca 1998 p. 244)
Psicomotricidade Praxia fina – § Mão: órgão de apropriação e relação com o exterior; § Fundamental para o desenvolvimento psicológico da criança; § Filogenética ou ontogeneticamente, função de construção, transformação e fabricação; § Instrumento corporal privilegiado; § Materialização da evolução cerebral. § Essencial para o desenvolvimento da criança, socialmente e também para a escola.
Psicomotricidade “A virtuosidade morfológica das mãos do homem juntam-se programas de ação superiormente elaborados. Mão e inteligência ligam-se e formam-se dialeticamente. Nem mão, nem inteligência isoladas em si próprias podiam construir os programas de ação que permitiram a capacidade de fabricar instrumentos, razão fundamental do fenômeno humano” FONSECA 1998 p 247.
Psicomotricidade Praxia fina – “Permite prever como o cérebro integra, processa e elabora informação, uma vez que, como órgão de aprendizagem, recodifica a informação sensorial, transformando-a num sistema de conceitos, como estabelece planos, programas e formas de controle consciente das ações” (Ibidem p. 261)
interatividade Qual a diferença entre praxia global e praxia fina? a) Praxia global: movimentos precisos das mãos e dos dedos. Praxia fina: movimentos de todo o corpo. b) Praxia global: conhecimento de lateral. Praxia fina: movimento espacial. c) Praxia global: movimentos de todo o corpo. Praxia fina: movimentos precisos das mãos e dos dedos. d) Praxia global: reconhecimento corporal. Praxia final: conhecimentos específicos. e) Praxia global: movimento laterais. Praxia fina: movimento das mãos e pés.
Resposta Alternativa correta: “c” § Justificativa: Praxia global – Refere-se aos movimentos de todo o corpo e de grandes segmentos corporais. Praxia fina - Refere-se aos movimentos precisos das mãos e dos dedos
ATÉ A PRÓXIMA!
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