unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JLIO DE MESQUITA FILHO
- Slides: 39
unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Macroeconomia Aula 05 Teoria Clássica de Comércio Internacional 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 1
Tópicos de discussão • O mercantilismo • Teoria das Vantagens Absolutas de Adam Smith • Teoria das Vantagens Comparativas de David Ricardo • Fronteira de Possibilidades de Produção e Preços Relativos • Fronteira de Possibilidades de Produção e Ganhos de Comércio • A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 2
Mercantilismo • Doutrina econômica que caracteriza o período histórico da Revolução Comercial (séculos XVI-XVIII) marcado pela desintegração do feudalismo e formação dos Estados Nacionais 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 3
Mercantilismo • Na visão mercantilista uma nação seria tanto mais rica quanto maior fosse sua população e seu estoque de metais preciosos – Poder militar para o Estado – Acúmulo de riquezas (ouro e prata) para a burguesia (em contraposição à posse de terras pela Igreja e pela nobreza). 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 4
Mercantilismo • Princípios básicos da política mercantilista – O Estado deve incrementar o bem-estar nacional, ainda que em detrimento dos vizinhos e das colônias (o comércio é uma atividade de “soma zero”). – A riqueza da economia depende do aumento da população e do aumento do volume de metais preciosos no país. – O comércio exterior deve ser estimulado, pois é por meio de uma balança comercial favorável que se aumenta o estoque de metais preciosos. – O comércio e a indústria são mais importantes para a economia nacional que a agricultura. 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 5
Mercantilismo • O mercantilismo era mais um doutrina política do que uma teoria econômica stritu senso, com objetivos não só econômicos como também político-estrategicos. • Em resumo advogava: – Intenso protecionismo estatal – Ampla intervenção do Estado na Economia • Sua aplicação variava conforme a situação do país, seus recursos e modelo de governo. – Na Holanda, o poder do Estado era subordinado às necessidades do comércio. – Na Inglaterra e na França a iniciativa econômica estatal constituía o outro braço das intenções militares do Estado. 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 6
Mercantilismo • Os mercantilistas aprofundaram o conhecimento de questões com as da balança comercial, das taxas de câmbio e dos movimentos de dinheiro. • Principais representantes: – Os ingleses Thomas Mun e Josiah Child – Os franceses Barthélemy de Laffemas e Antoine de Montcrestien (ambos seguidores de Colbert na época de Henrique IV) – O italiano Antonio Serra 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 7
Teoria das Vantagens Absolutas • David Hume, em Political Discurses (1752) foi dos primeiros a atacar a lógica mercantilista. – O acúmulo de ouro, via superávits comerciais, afetaria a oferta interna de moeda, elevando os preços e salários internos, comprometendo a competitividade das exportações. – Mecanismo preço-fluxo-espécie 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 8
Teoria das Vantagens Absolutas • Adam Smith (1723 -1790) em Riqueza das Nações (1776) estabeleceu as bases do moderno pensamento econômico a respeito das vantagens do comércio. • Para ele, “a riqueza não consiste em dinheiro, ou ouro e prata, mas naquilo que o dinheiro pode comprar” (teoria do valortrabalho). 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 9
Teoria das Vantagens Absolutas • Para Adam Smith , a falha dos mercantilistas foi não perceber que uma troca deve beneficiar as duas partes envolvidas no negócio, sem que se registre necessariamente, um déficit para uma das nações envolvidas. • Sua teoria das vantagens absolutas atestava que o comércio seria vantajoso sempre que houvesse diferenças de custos de produção de bens entre países. • O comércio se justificaria apenas quando fosse mais barato adquirir itens produzidos em outra economia. 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 10
Teoria das Vantagens Absolutas • Diz-se que um país tem vantagem absoluta na produção de um determinado bem ou serviço se ele for capaz de produzi-lo e oferece-lo a um preço de custo inferior aos dos concorrentes. • Na visão de Adam Smith esta vantagem absoluta decorreria da produtividade do trabalho, que está relacionada com a especialização. • No caso de produtos agrícolas, a condição climática favorável é fundamental. 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 11
Teoria das Vantagens Absolutas • Hipóteses: – 2 países no mundo • B – Brasil • W – Resto do Mundo – 2 produtos • M – Produtos industrializados • X – Produtos agrícolas – 1 fator de produção • L – Trabalho M = f(L) e X = f(L) – Valor das mercadorias • Quantidade de trabalho (L) – Coeficiente técnico de produção • IM = L/M • IX = L/X – Os países B e W têm 1. 200 horas de trabalho disponíveis 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 12
Teoria das Vantagens Absolutas -O país B tem vantagem absoluta na produção de X - O país W tem vantagem absoluta na produção de M Cada país se especializa na produção do bem no qual tem vantagem absoluta 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 13
Teoria das Vantagens Absolutas • O aumento nas quantidades consumidas de bens caracteriza o que se denomina benefícios ou ganhos de comércio 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 14
Teoria das Vantagens Absolutas • Problemas não resolvidos por Smith: – a proporção em que seriam feitas as trocas entre os dois países, ou seja, quais seriam os termos de troca ou relações de troca entre as mercadorias X e M. – O que aconteceria se um país não produzisse nenhuma mercadoria a custos menores que seus possíveis parceiros comerciais? Estaria essa nação condenada a ficar excluída dos benefícios da especialização e das trocas? 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 15
Teoria das Vantagens Comparativas • A partir da crítica à teoria de Smith, David Ricardo (1772 -1823), em Princípios de Economia Política e Tributação (1817) formulou a teoria das vantagens comparativas. – Ricardo notou que a idéia de vantagens absolutas determina o padrão de trocas internas em um país com perfeita mobilidade de fatores de produção, levando, no limite, à uniformização dos preços dos fatores. – No mercado internacional, contudo, a lógica é distinta, dada a baixa (ou inexistente) mobilidade de fatores entre os países. Há a necessidade de considerar a estrutura produtiva de cada país. 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 16
Teoria das Vantagens Comparativas • A cada nação estão associadas características particulares que permitem explicar quais são os bens produzidos e, logo, quais são os bens exportados (os que são produzidos além da demanda nacional) e quais são os bens importados (os que são demandados pelos consumidores mas cuja produção não existe, foi abandonada ou é insuficiente). 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 17
Teoria das Vantagens Comparativas • Nesta condição o país W tem vantagens absolutas na produção de ambas as mercadorias (X e M). • Pelo raciocínio de Smith, não teria por que se especializar na produção de nenhum dos dois bens, nem de comercializar com o 03/11/2020 país B Professor Luís Antonio Paulino 18
Teoria das Vantagens Comparativas • Pelo argumento de Ricardo, o país W tem vantagem comparativa na produção do bem M, pois seu custo é equivalente a 40% do custo em B (2 h em W/5 h em B) , enquanto o custo de produção de X é 75% daquele apresentado em B (3 h em W/4 h em B). 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 19
Teoria das Vantagens Comparativas 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 20
Teoria das Vantagens Comparativas Os países B e W têm 1. 200 horas de trabalho disponíveis 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 21
Teoria das Vantagens Comparativas Preços relativos dos bens X e M no país W e no país B 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 22
Limites da abordagem tradicional • O princípio das vantagens comparativas – A contribuição fundamental de Ricardo à teoria do comércio internacional é o princípio das vantagens comparativas: o importante, no interior de uma mesma nação, são as diferenças relativas entre as condições de produção dos bens que podem ser definidas a partir do custo de oportunidade. – Sacrificando-se uma unidade de um bem, as duas nações aumentam em proporções diferentes a produção de outro bem. – Existe, então, a vantagem comparativa que leva cada nação a especializar-se na produção do bem que ela pode produzir relativamente de maneira mais eficaz que a outra. – Se a especialização se faz segundo este princípio, e se as nações entram na troca, elas podem então simultaneamente ganhar nas trocas em um sentido preciso: obtêm uma maior quantidade de bens do que a quantidade que seria disponível em autarquia. 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 23
Teoria das Vantagens Comparativas • • Os países B e W têm 1. 200 horas de trabalho disponíveis O país B troca 200 unidades de X por 230 unidades de M (200 x 1, 15) 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 24
Teoria das Vantagens Comparativas 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 25
Fronteiras de possibilidades de produção • A fronteira de possibilidades de produção nos indica as quantidades máximas que um país pode produzir de cada bem. • Essas quantidades dependerão da disponibilidade de fatores de produção e dos coeficientes técnicos de produção 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 26
Fronteiras de possibilidades de produção Hipótese n 0 s países B e W têm 1200 horas de trabalho disponíveis Hipóteses: • Os coeficientes técnicos de produção são constantes e, como temos apenas um fator de produção, o trabalho as funções de produção têm retorno constante de escala • O trabalho é um fator homogêneo 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 27
Fronteiras de possibilidades de produção • Custo social ou custo de oportunidade é quantidade de um bem que precisa ser sacrificada para se produzir uma unidade adicional de outro bem. – O custo em termos do bem X de uma unidade de M é 60/75 = 1, 25. Cada unidade de M, “custa” 1, 25 unidade de X. – O custo em termos do bem M de uma unidade de X é 75/60 = 0, 80. Cada unidade do bem X “custa” 0, 80 unidade do bem M, ou seja, o custo social de uma unidade a mais de X é 0, 8 unidade do bem M 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 28
Fronteiras de possibilidades de produção 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 29
Fronteiras de possibilidades de consumo e ganhos de comércio Hipótese n 0 s países B e W têm 1200 horas de trabalho disponíveis 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 30
Fronteiras de possibilidades de consumo e ganhos de comércio • O país B, ao deixar de produzir uma unidade do bem X, consegue produzir 0, 8 unidades adicionais do bem M. • O pais W, para produzir uma unidade do bem X, preciso deixar de produzir 1, 5 unidades do bem M. • Se os dois países acertarem um termo de troca de 1, 15 unidades de M, por uma unidade de X será vantajosos para os dois paises. • Para o país B a troca é vantajosa, pois ela obterá uma 1, 15 unidade de M por unidade de X, ao invés de apenas 0, 8. • Para o país W a troca também é vantajosa, pois para obter uma unidade de X ele precisará de apenas 1, 15 unidade de M quando antes precisa de 1, 5. 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 31
Fronteiras de possibilidades de consumo e ganhos de comércio 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 32
A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill • Enquanto David Ricardo preocupou-se em demonstrar os ganhos de comércio para os países participantes do comércio internacional, John Stuart Mill (18061873), em sua obra Princípios de Economia Política (1873), procurou discutir a questão da divisão dos ganhos 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 33
A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill • Enquanto David Ricardo preocupou-se em demonstrar os ganhos de comércio decorrentes do comércio internacional, John Stuart Mill (1806 -1873), em sua obra Princípios de Economia Política (1873), procurou discutir a questão da divisão dos ganhos entre os países. • Para J. S. Mill a questão da demanda internacional do produtos é determinante. 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 34
A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill • Se um país oferece, no mercado internacional, produtos pouco demandados no mercado mundial, ele obterá um preço pouco elevado e o país se beneficiará pouco do ganho de comércio mundial ou até mesmo terá um ganho nulo. 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 35
A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill • Esse país deverá, então, diversificar sua produção, mesmo que ela não tenha uma vantagem comparativa máxima ou uma desvantagem comparativa mínima na sua produção. 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 36
A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill • No sentido oposto, se a demanda é alta, os preços serão mais elevados, o que permitirá ao país ofertante apropriar-se de uma parte maior do comércio mundial. 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 37
A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill • Mill considera, portanto, que a lei da oferta e da procura é determinante para a divisão internacional dos ganhos de comércio. 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 38
Bibliografia Carvalho, Maria Auxiliadora e Silva, César Roberto Leite. Economia Internacional. São Paulo: Editora Saraiva, 2004, capítulo 1 (p. 3 -24) 03/11/2020 Professor Luís Antonio Paulino 39
- Universidade estadual paulista subsidiárias
- Unip engenharia quimica
- "prof universidade paulista unip"
- "universidade paulista unip instituto"
- "universidade paulista unip instituto"
- "prof universidade paulista unip"
- Colegio estadual paulo leminski
- Capistrano de abreu escola
- Escola estadual joelina de almeida xavier
- Kamilla mesquita
- Escola marcelino mesquita
- Imep unesp
- Unesp biologia marinha
- Zootecnia
- Portaria unesp 06/2000
- Em organismo diploides sexuados cada par de cromossomos
- Alessandra laranja
- Plano de carreira unesp
- Em uma obra para permitir o transporte de objetos para cima
- Diretores ingressantes
- Companhia paulista de parcerias
- Nota fiscal paulista
- Curriculo paulista
- Nota fiiscal paulista
- Curriculo paulista
- Curriculo paulista
- Curriculo paulista
- Temas transversais curriculo paulista
- Biblivre
- Univap - universidade do vale do paraíba
- Universidade federal do amazonas
- Universidade castelo branco centro
- Universidade federal de santa catarina
- Universidade cvc
- Texto-base adaptada universidade federal de alagoas ufal
- Universidade corporativa sesi
- Catolica moodle
- Universidade federal de santa catarina
- Universidade federal de osasco
- Universidade federal do rio grande do norte