Ttulo do Trabalho GRAU DE DEPENDNCIA FSICA NICOTINA
Título do Trabalho: GRAU DE DEPENDÊNCIA FÍSICA À NICOTINA EM PARTICIPANTES DO PROGRAMA MUNICIPAL DE CONTROLE DO TABAGISMO EM SÃO JOSÉ- SC NO PERÍODO DE 2004 A 2007. Área do conhecimento: Pneumologia. Ana Paula Pereira Plothow-PUIC – Curso de Medicina PB - UNISUL Jefferson Traebert -PUIC – Curso de Medicina PB - UNISUL Jane da Silva- PUIC – Curso de Medicina PB - UNISUL Introdução Resultados Tabagismo é amplamente reconhecido como uma doença epidêmica resultante da dependência de nicotina e classificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no grupo dos transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substâncias psicoativas na Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10). (1) Essa dependência faz com que os fumantes se exponham continuamente à cerca de 4. 720 substâncias tóxicas, fazendo com que o tabagismo seja fator causal de aproximadamente 50 doenças diferentes destacando-se as doenças cardiovasculares, o câncer e as doenças respiratórias obstrutivas crônicas. (2, 3) Devido a sua toxidade, o total de mortes no mundo, decorrentes do tabagismo, é atualmente, cerca de 5 milhões ao ano e se tais tendências de expansão forem mantidas, as mortes causadas pelo uso do tabaco alcançarão 10 milhões/ano em 2. 030. No Brasil, são estimadas cerca de 200 mil mortes/ano em conseqüência do tabagismo. (4, 5) Para reverter essa situação, o Ministério da Saúde, assumiu através do Instituto Nacional de Câncer em 1989, o papel de organizar o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). Esse Programa tem como objetivo reduzir a prevalência de fumantes em nosso país, e a conseqüente morbimortalidade por doenças tabaco relacionadas. Para isso uma das estratégias é a promoção e apoio à cessação de fumar. A prefeitura municipal de São José, SC realizou de 2004 até 2007 o Programa Municipal de Controle do Tabagismo (PMCT), com promoção e apoio à cessação de fumar aos pertencentes do município. O protocolo utilizado para avaliação do fumante contém, entre outras, informações sobre o grau de dependência física à nicotina dos tabagistas, o qual é medido através do teste de Fagerström (6). O resultado do teste aplicado auxilia a decisão médica em indicar uso de medicamentos no tratamento de tabagismo. Embora o PMCT tenha sido efetuado durante mais de 3 anos em São José, até o presente não houve análise e divulgação do grau de dependência física dos tabagistas atendidos no período de implantação do programa. Essa informação pode ser importante, contribuindo na construção das ações que visam promover mais eficazmente a cessação do tabagismo no município, uma vez que o acesso ao tratamento medicamentoso da dependência à nicotina é relacionado ao grau de dependência física. Além disso, a divulgação científica do resultado obtido oferece oportunidade para maior conhecimento das características da dependência física em tabagistas brasileiros. De um número de 429 fumantes do Programa Nacional de Controle do Tabagismo em São José-SC no período de 2004 a 2007, 62, 0% (266) era do sexo feminino e a grande maioria era adulta (89, 0%) (Tabela 1). A idade tabagística, ou seja, a idade com que os participantes iniciaram o ato de fumar foi mais prevalente na adolescência (63, 2%) seguido por idade adulta (23, 3%) (Tabela 2). A média da idade tabagística foi de 17 anos (DP= 9). Para avaliar o grau de dependência física à nicotina, foram coletadas as respostas referentes ao teste de Fagerström e seus resultados encontram-se na Tabela 3. O somatório dos pontos relacionados com as respostas referente às seis perguntas do teste de Fagerström é classificada em cinco graus de dependência: muito baixa, média, elevada e muito elevada. A média do grau de dependência física encontrada nesse grupo foi 6 (DP = 7). Os demais resultados são mostrados na Tabela 4. Os estudos de associação entre o grau baixo de dependência (0 a 6 pontos no teste) e grau elevado de dependência (7 a 10 pontos no teste) e gênero e idade tabagística são mostrados na Tabela 5. Os resultados mostraram não haver diferença estatisticamente significativa entre sexos (p=0, 664). Já em relação à idade tabagística observou-se diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p=0, 026). Objetivos esse estudo tem como objetivo avaliar o grau de dependência física à nicotina em fumantes que participaram do Programa Municipal de Controle do Tabagismo em São José- SC no período de 2004 a 2007 Metodologia Realizou-se um estudo epidemiológico observacional de delineamento transversal. A população de estudo foi composta por prontuários de todos os indivíduos fumantes que participaram do Programa Nacional de Controle do Tabagismo em São José/SC no período de 2004 a 2007. A coleta de dados se deu por intermédio das informações contidas no formulário padrão empregado a todos os participantes do Programa, o que inclui o teste de Fagerström composto por seis perguntas. Após obtenção da autorização da administração da Policlínica de Campinas, São José para utilização dos prontuários dos participantes do programa, ocorreu a leitura dos mesmos para busca das informações dos pacientes. Os dados coletados referiram-se às características demográficas dos pacientes, idade tabagística e as perguntas do teste para posterior cálculo do grau de dependência. Tais informações foram cadastradas em um protocolo de pesquisa e os dados coletados foram inseridos no programa SPSS 16. 0. A análise dos dados foi realizada de forma descritiva, informando as proporções relativas às variáveis estudadas. Estudos de associação entre o grau de dependência e o sexo e à idade tabagística foram realizados por intermédio do teste do qui-quadrado ou prova exata de Fisher, com nível de significância de 5% (p<0, 05). O projeto de pesquisa referente a esse estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê Ética em Pesquisa da Unisul, sendo garantido o sigilo de identidade dos participantes. Conclusões Pode-se concluir que o grau de dependência física à nicotina em fumantes que participaram do Programa Municipal de Controle do Tabagismo em São José- SC no período de 2004 a 2007 foi alto, com uma média de 6 pontos no teste de Fagerström. O grau elevado de dependência se não se mostrou associado ao sexo, mas sim à idade tabagística. Referências 1 - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – Décima Revisão- (CID 10). Traduzido pela Faculdade de Saúde Pública de São Paulo - Centro Colaborador da OMS para Classificação de Doenças em Português - 4 ed. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1997. 2 - ROSEMBERG J. Pandemia do Tabagismo – Enfoques Históricos e Atuais. 1ª edição, São Paulo, (SP) Secretaria Estadual de Saúde. 2002. 3 - US NATIONAL HEALTH INSTITUTE. Cigars: Health Effects and Trends. Monograph. Smoking and Tobacco Control, 9). (NIH Publication No. 98 -1302). 4 - CÔRREA PCRP, BARRETO MS, PASSOS VMA. Métodos de estimativa da mortalidade atribuível ao tabagismo: uma revisão da literatura. Epidemiologia e Serviços de Saúde v. 17, n. 1. jan/mar. 2008. 5 - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). The World Health Report: Reducing Risks and, Promoting Healthy Lifestyles. Geneva, Switzerland, 2002. 6 - FAGERSTRÖM, K. O. Measuring degree of physical dependency tobacco smoking with reference to individualization treatment, Addictive behaviors, 3 ed. 1978. 7 - Aline Sardinha; Angela Donato Oliva; Juliana D´Augustin; Flaviany Ribeiro; Eliane Mary de Oliveira Falcone. Intervenção Cognitivo- Comportamental com grupos para o abandono do cigarro. Rev. bras. ter. cogn. v. 1 n. 1 Rio de Janeiro jun. 2005. 8 - Ciro kirchenchtejn; José Miguel Chatkin. Dependência da Nicotina. Jornal brasileiro de Pneumologia 30(supl 2). agosto. 2004. Apoio Financeiro: Unisul
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