Tratamento Farmacolgico da Obesidade Me Karina Novak Leite
Tratamento Farmacológico da Obesidade Me. Karina Novak Leite Colla knleite@hotmail. com
Definições n n n Obesidade - é definida como o acúmulo excessivo de gordura corporal. Desbalanço entre as calorias ingeridas sob a forma de alimentos e as gastas pelo indivíduo para o organismo funcionar. Não ocorre somente por excesso de comida. Há influências genéticas, ambientais, sociais, etc. As anormalidades glandulares não causam obesidade, exceto em casos de endocrinopatia.
Hipertrofia x Hiperplasia n n Na hipertrofia, os adipócitos aumentam de volume. Na hiperplasia, o número total de adipócitos aumenta. Os obesos possuem em geral, os adipócitos 50% maior e 3 vezes mais adipócitos do que os não obesos. Assim, a principal diferença de massa de tecido adiposo é dada pelo número de adipócitos.
A obesidade é classificada pela Organização Mundial de Saúde como uma epidemia global. número de pessoas com excesso de peso ultrapassou o de desnutridos – 1 bilhão e 200 milhões em todo o mundo. crescimento alarmante no número de obesos. O Brasil é um bom exemplo – 1 em cada 3 brasileiros já estão com o peso acima do considerado normal.
Fisiopatologia do excesso de gordura 1. Alterações metabólicas n n n 2. DM Doença vesícula biliar HAS Doenças CV Algumas formas de câncer Aumento massa gorda n n n Osteoartrite Apnéia do sono Estigmatização
Componentes do Tratamento n n n Motivação e preparação do paciente Metas Terapêuticas Plano Terapêutico n n n Componentes nutricionais, farmacológicos e de apoio emocional (Eq. Multidisciplinar) Dietas Atividade Física Mudanças Comportamentais Cirurgia
Tratamento Farmacológico
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Termogênicos Efedina Metilxantinas Fenilpropanolamina Iombina Anorexígenos e sacietógenos Catecolaminérgicos - Dietilpropiona - Fenproporex - Mazindol Serotoninérgicos - Fenfluramina - Dexfefluramina - Fluoxetina - Sertralina - Fluvoxamina Catecolaminérgico e Serotoninérgicos - Sibutramina Afetam Absorção orlistate Faseolamina
Anorexígenos e Sacietógenos
1 - Anfetaminas n n Nome científico: As anfetaminas são substâncias simpatomiméticas com estrutura basica de beta-fenetilamina.
1 - Anfetaminas n n n A anfetamina é uma droga sintética fabricada em laboratório, não sendo, portanto, produtos naturais. Sintetizada pelo químico alemão, Lazar Edeleanu, em 1887. Na década de 30, começou a ser utilizada de forma inalante para tratar congestionamento nasal, no tratamento de narcolepsia (distúrbio do sono) e no Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Até essa época, não se conhecia os poderosos efeitos estimulantes da anfetamina quando ingerida. Em 1935 esses efeitos foram detectados e apareceram informações sobre seus efeitos no tratamento de narcolepsia e o do mal de PARKINSON. Em 1970, quando as anfetaminas passaram a ser consideradas drogas psicotrópicas, por causar um estado de grande excitação e sensação de poder.
Anfetamina n Em estado puro, as anfetaminas têm a forma de cristais amarelados, com sabor intragavelmente amargo. Geralmente ingeridas por via oral em cápsulas ou comprimidos de cinco miligramas, as anfetaminas também podem ser consumidas por via intravenosa (diluídas em água destilada) ou ainda aspiradas na forma de pó. Anfetamina - 1 -phenylpropan-2 amine
Mecanismo de ação n n A Anfetamina inibe as proteínas transportadoras de dopamina e norepinefrina existentes nos neurônios, impedindo assim a sua reabsorção e aumentando a concentração desses neurotransmissores nas sinapses. A anfetamina, portanto, modifica as ações da noradrenalina e dopamina.
Eliminação n n n Anfetaminas são bases relativamente fortes com p. Ka entre 9 -10, sendo que a quantidade de eliminação renal é dependente do p. H da urina. Em condições normais, as substâncias são excretadas sob forma inalterada em diferentes proporções e o tempo de meia vida das aminas simpatomiméticas varia significativamente, conforme o composto: 30% para anfetamina, ( meia-vida 8 -30 horas); 40 -50% para metanfetamina, (meia-vida 12 -34 horas); 65% para MDMA, (meia-vida 5 -10 horas); 80% para fentermina, (meia-vida 19 -24 horas).
Efeitos colaterais
Contra-indicações n n n Anfetaminas, elevam o gasto cardíaco (volume de sangue bombeado pelo coração) e pressão sanguínea, o que os torna perigosos para pacientes com histórico de doença cardíaca o hipertensão. Pacientes com histórico de dependência de drogas ou anorexia também não devem ser tratados com anfetaminas, devido às suas propriedades de dependência e supressão de apetite. Anfetaminas podem causar complicações em pacientes tomando antidepressivos inibidores da monoaminaoxidase. Ser evitado em pacientes com glaucoma. Uma vez que anfetaminas podem passar através da amamentação, mulheres que estão tomando medicamentos com anfetaminas são alertadas para não amamentar seu bebê durante o tratamento.
Retiradas do mercado brasileiro n n n A ANVISA publicou, em 10 de outubro de 2011, a RDC n. 52, que trata da proibição dos medicamentos anorexígenos - anfepramona, femproporex e mazindol. A Resolução proíbe a fabricação, importação, exportação, distribuição, manipulação, prescrição, dispênsação, o aviamento, comércio e uso de medicamentos ou fórmulas medicamentosas que contenham as substâncias anfepramona, femproporex e mazindol. Há médicos que defendem seu uso
Sibutramina n Nome Comercial: Reductil®, Sibus®, Plenty®. n Princípio ativo: cloridrato de sibutramina.
Sibutramina n n n Inicialmente como antidepressivo no final de 1980; Meridia® -> Reductil® Redução do apetite, promovendo o aumento da saciedade;
MECANISMO DE AÇÃO n n Inibidor seletivo da recaptação de serotonina e noradrenalina. A droga e seus metabólitos se ligam fracamente aos receptores de serotonina, dopamina, norepinefrina, benzodiazepina.
EFEITOS FARMACOLÓGICOS n n Sibutramina ajuda a reduzir a ingestão de alimentos, reduzindo o apetite e aumentando a saciedade. Melhora os parâmetros da síndrome metabólica (glicemia de jejum, triacilglicerois e HDL-colesterol).
CONTRA INDICAÇÕES n Pessoas que sofrem de alguma cardiopatia ou descontrole na pressão arterial; n Conhecimento ou suspeita de gravidez; n Lactação; n Pacientes que fazem uso de IMAO.
EFEITOS COLATERAIS n n n Aumento da pressão arterial; Elevação da frequência cardíaca; Dores de cabeça; Boca seca; Insônia; Prisão de ventre;
INTERAÇÕES n Outras substâncias com ação no SNC; n Inibidores da monoaminooxidase (IMAOs); n n Substâncias que podem aumentar a pressão arterial e/ou a freqüência cardíaca; Inibidores do citocromo P 450;
orlistate • • • Princípio Ativo: orlistate (Tetraidrolipostatina) Nomes Comerciais: Xenical® (Laboratório Roche) / Lipi. Block (Germed) Forma Farmacêutica: Cápsulas de 120 mg
MECANISMO DE AÇÃO n n Atua no lúmen gastrointestinal, inibindo a atividade das lipases gástrica e pancreática. As enzimas inativas são incapazes de hidrolisar a gordura da dieta na forma de triacilgliceróis em ácidos graxos livres e monoacilgliceróis que, consequentemente, não serão absorvidas sistemicamente. .
EFEITOS FARMACOLÓGICOS n n Resultados de estudos clínicos demonstraram o efeito de orlistate na perda de peso e no perfil lipídico (níveis de colesterol e triglicérides) dos indivíduos; Foi verificada a diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares nos pacientes em que foi administrado o orlistate. Diminuição da pressão arterial. Efeitos favoráveis na redução dos níveis de glicose e insulina em pacientes obesos, principalmente, em pacientes portadores de diabetes mellitus tipo II.
Efeitos colaterais n ü ü ü Entre os efeitos colaterais mais comuns estão: excesso de gases; cólicas abdominais; aumento das evacuações; gotas de gordura nas fezes (evacuações oleosas; ) incontinência fecal. Outros efeitos colaterais são a diminuição na absorção de algumas vitaminas, como as vitaminas A D e E, e um maior risco de desenvolver cálculos renais.
Contra indicações n n Pacientes hipersensíveis ao orlistate ou qualquer outra substância contida na fórmula; Portador de problemas crônicos de absorção intestinal ou de problemas na vesícula biliar; Pacientes com deficiência de vitaminas lipossolúveis; Gravidez, lactação e em crianças.
Faseolamina e Caseolamina Substância extraída do feijão branco. n. Nome do Princípio Ativo: faseolamina n. Espécie: Phaseolus vulgaris n. Nome Comercial: Phase 2 Substância extraída de uma planta leguminosa. n. Nome do Princípio Ativo: caseolamina n. Espécie: Cassia nomame n. Nome Comercial: Cassiolamina
Faseolamina Caseolamina
Mecanismo de ação Faseolamina n Inibe a enzima digestiva alfa-amilase, impedindo a digestão de carboidratos, desta forma diminuindo as calorias ingeridas, promovendo a perda de peso. Desta forma, pode melhorar a glicemia sanguínea (JAY UDANY, J; HARDY, M; MADSON, DC, 2004; KOIKE ET AL, 2005). Caseolamina n Inibe a enzima lipase impedindo a absorção de gorduras
Efeitos Colaterais e Contra Indicações n n Faseolamina Posologia: De 250 a 1000 mg/dia antes das refeições. Caseolamina Posologia: Até 600 mg por dia antes das refeições.
Termogênicos Termogênse: produção de calor Substâncias termogênicas aumentam o gasto energético
Metilxantinas n n n Cafeína Teofilina São estimulantes do SNC Promovem diurese Estimulam o músculo cardíaco Relaxam musculatura lisa, especialmente dos bronquios (teofilina, principalmente)
Mecanismo de ação n n Inibem a fosfodiasterase que é responsável pelo metabolismo do AMPc Antagonismo de receptores A 2 de adenosina
Efedrina n n n Substância derivada da planta Ephedra sinica. Amina simpatomimética de ação indireta Molecularmente semelhante a anfetamina, a efedrina era muito utilizada junto à cafeína como suplemento termogênico, visando emagrecimento e aumento da performance atlética.
Efedrina n Apesar da sua grande eficácia e popularidade, os termogênicos à base de efedrina tem sido banidos em todo o mundo, devido ao elevado risco de efeitos colaterais.
Análogos hormonais
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LIRAGLUTIDA n n Nome Comercial: Victoza Princípio Ativo: Liraglutida Classe Terapêutica: Anti – Diabético Doses de 0, 6; 1, 2 mg e 1, 8 mg
Mecanismo de Ação n n n A liraglutida é um análogo de GLP-1 com 97% de homologia seqüencial ao GLP-1 humano, que se liga e ativa o receptor de GLP-1. A ação da liraglutida é mediada por uma interação específica com receptores de GLP-1 A liraglutida estimula a secreção de insulina de forma dependente de glicose e melhora a função das células beta. Reduz a secreção indevidamente alta de glucagon, também de forma glicose-dependente. Durante a hipoglicemia, a liraglutida diminui a secreção de insulina e não prejudica a secreção de glucagon. O mecanismo de redução da glicose sanguínea também envolve um pequeno prolongamento do esvaziamento gástrico.
Efeitos Colaterais Náusea Vômito Hipoglicemia Pancreatite Disturbio da Tireóide Mal estar Desitratação Reação anafilática Dificuldade na respiração Taquicardia Efeitos Colaterais Comum Efeitos Colaterais incomum Efeitos Colaterais raros
Interações Medicamentosas n n n Liraglutida apresentou um potencial muito reduzido para envolvimento em interações farmacocinéticas com outras substâncias ativas relacionadas com o citocromo P 450 e a ligação às proteínas plasmáticas. Contraceptivos orais : Redução da Cmax de etinilestradiol e levonorgestrel em 12 e 13%. O tmax foi atrasado em 1, 5 h. Digoxina: A administração de uma dose única de 1 mg de digoxina com liraglutida resultou numa redução da AUC da digoxina de 16%; a Cmax diminuiu em 31%. O tmax médio da digoxina foi atrasado de 1 h para 1, 5 h.
LIRAGLUTIDA, SUCESSO NO TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS EM MONOTERAPIA E ASSOCIAÇÕES n O O liraglutide em monoterapia ou associado à metformina proporcionou diminuição da massa e do percentual de tecido adiposo em obesos diabéticos superior a alcançada com glemepirida e metformina combinados.
Matéria na revista VEJA: Estudo confirma eficácia da liraglutida para perder peso O medicamento Victoza (liraglutida) é eficaz para o tratamento da obesidade, segundo uma revisão publicada pelo periódico British Medical Journal. Pacientes com síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2. Após 20 semanas de estudos, os voluntários perderam, em média, cerca de três quilos. Em pacientes que receberam doses mais altas do medicamento a perda foi maior: sete quilos. Além disso, a pesquisa também confirmou que a liraglutida diminuiu a pressão arterial e os níveis de colesterol. Entre os principais efeitos colaterais apontados pelo estudo estão náusea, vômito e diarréia.
ANVISA n n n Em relação a reportagem intitulada “Parece Milagre”, edição número 2. 233 da revista VEJA, de 07/09/2011, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esclarece que o Victoza é um produto “biológico”. Com a finalidade de uso específico no tratamento de diabetes tipo 2. Portanto, seu uso não é indicado para emagrecimento. A Anvisa não reconhece a indicação do Victoza para qualquer utilização terapêutica diferente da aprovada e afirma que o uso do produto para qualquer outra finalidade que não seja como anti-diabético caracteriza elevado risco sanitário para a saúde da população.
Exenatida Byetta ® Bydureon ® (exenatida de liberação prolongada)
Exanatida e o emagrecimento n n Acontece uma melhora na digestão como um todo, o estômago esvazia-se mais lentamente e a sensação de saciedade vem mais rapidamente e tem maior duração, já que a liberação do açúcar proveniente dos alimentos é feita mais devagar. Embora a perda de peso pelo uso da Exanatida em conjunto com a dieta prescrita pelo médico mais a inclusão de atividade física seja significativa – cerca de 6 quilos em 20 semanas de uso em média, com picos de perda de até 12 quilos – , as restrições ao uso do fármaco também precisam ser observadas.
Mecanismo de ação n n n O exenatido é um agonista dos recetores do peptídeo-1 similar ao glucagon (GLP-1) apresentando várias ações antihiperglicemiantes desse mesmo GLP-1. A sequência aminoácida do exenatido é parcialmente idêntica à do GLP-1 humano. In vitro, o exenatida demonstrou ligar-se e ativar o recetor humano conhecido GLP-1, o seu mecanismo de ação é mediado pelo AMP cíclico e/ou outras vias transmissoras intracelulares
Referências Bibliográficas n n BRUNTON, L. , CHABNER, B. A. , KNOLLMANN, B. C. Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12ª edição, Rio de Janeiro: Mc. Graw-Hill, 2012. RANG, H. P. et al. Farmacologia. 6ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. FONTANIVE, V. C. P. , ANDRETA, D. , TOSATTI, D. , PARCIANELO, J. , RODRIGUES, R. , BAZOTTE, R. B. Aspectos clínicos e farmacológicos do emprego do exenatide na terapêutica do diabetes mellitus tipo 2. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v. 12, n. 2, p. 139 -142, maio/ago. 2008. TAMBASCIA, MARCOS A. , NETO, BRUNO G. , ELIASCHEWITZ, FREDDY G. , Novas perspectivas para o tratamento do diabetes tipo 2: incretinominéticos e inibidores da DPP-IV. Sociedade Brasileira de Diabetes, março 2007.
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