TEXTOS REIVINDICATIVOS CARTA ABERTA ESTRUTURA 1 Local e
TEXTOS REIVINDICATIVOS
CARTA ABERTA - ESTRUTURA 1. Local e data; 2. Título (obrigatório): (Carta aberta à/ao destinatário, Carta aberta sobre assunto, Carta aberta ao destinatário sobre/ contra. . . ) 3. Introdução: apresentação do locutor e contextualização do motivo da carta 4. Desenvolvimento 5. Conclusão 6. Despedida (“Atenciosamente”); 7. Assinatura 8. Linguagem: adequada ao público-alvo. Utilize a norma culta, com linguagem simples e acessível.
PROPOSTA DE REDAÇÃO - ENUNCIADO Imagine que você faz parte de uma ONG que luta pelos direitos das crianças e adolescentes e, tendo acompanhado a repercussão do caso “Bel para meninas”, resolveu escrever uma carta aberta à Secretaria Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, para que seja feita uma regulamentação dos canais infantis em plataformas de compartilhamento de vídeos, como o Youtube. Sua carta será compartilhada em redes sociais e deverá: a) Contextualizar o caso que motivou a escrita da carta b) Expor os riscos da exposição infantil online c) Explicar a preocupação com a saúde mental das crianças d) Reivindicar que a Secretaria atue na proteção das crianças que possuem canais em plataformas como o Youtube, de modo que sejam evitados casos de maus tratos ou superexposição, por meio da criação de uma regulamentação desses canais.
PROPOSTA DE REDAÇÃO – TEXTO I – ENTENDA POLÊMICA QUE DEU ORIGEM À CAMPANHA “SALVE BEL PARA MENINAS” A youtuber Isabel Magdalena, de 14 anos, do canal Bel para Meninas, é um dos assuntos mais comentados do Twitter desde a segunda-feira (18). Internautas usaram uma tag para acusar a mãe de Bel, Francinete, de obrigar a garota a produzir conteúdos que não são mais compatíveis com a idade que ela tem hoje. O assunto começou a ganhar atenção quando um rapaz fez uma sequência de tuítes (thread, em inglês) sobre o comportamento de Bel em vídeos recentes, cogitando que a mãe a obrigava a gravar vídeos falando de assuntos infantis, mesmo ela já sendo adolescente. Os pais são acusados de maus tratos e exposição da garota. Trechos de vídeos que pareciam mostrar Bel desconfortável foram selecionados por ele. A garota mantém o canal desde que tinha apenas 6 anos. Atualmente, ele tem mais de 7 milhões de inscritos no Youtube. A mãe dela mantém o Fran para Meninas, que tem mais de 6 milhões de inscritos. Em um dos posts apontados, de 2015, a menina é filmada por um dos pais enquanto está no mar, com água na altura do queixo, sozinha. No fim do vídeo, um adulto estende a mão para ajudá-la. A menina diz então que foi apenas uma brincadeira para alertar dos riscos de afogamento. Em outro vídeo, um "desafio" filmado há alguns anos, ela vomita ao experimentar uma comida ruim incentivada pela mãe. Em um vídeo mais recente, a mãe pede que os seguidores votem em uma enquete para escolher qual bolsa Bel deve usar na escola, mesmo ela pedindo por uma específica, a que gosta mais. A família chegou a ser alvo de um inquérito do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) em 2016 por suspeia de irregularidade com conteúdo publicitário e mercadológico do canal de Bel. Após a repercussão, Fran publicou uma foto ao lado das filhas - além de Bel, Nina - e do marido. “Enquanto algumas pessoas espalham o ódio gratuito nós seguimos acreditando na família e no amor. Que nossa felicidade chegue ao coração de vocês!”, diz a legenda.
PROPOSTA DE REDAÇÃO – TEXTO II
PROPOSTA DE REDAÇÃO – TEXTO III – QUAL É O LIMITE DA EXPOSIÇÃO DAS CRIANÇAS NAS REDES SOCIAIS Compartilhar, cheio de orgulho, as conquistas do filho com pessoas próximas é um instinto quase natural e a internet permite que isso seja feito de maneira mais rápida e para um público maior. Uma enquete divulgada por CRESCER com a participação de 112 pais mostrou que 67% deles postam fotos dos filhos nas redes sociais, mas só porque o perfil é restrito apenas a amigos; 18% publicam as imagens mesmo em perfis abertos; e 14% nunca expõem as crianças na internet, de maneira alguma. De acordo com a coordenadora psicossocial da ONG Safernet, Juliana Cunha, a privacidade das crianças hoje em dia não é mais gerida por elas próprias, mas pelas pessoas que as cercam e isso pode causar conflitos. “Antes de postar a foto, imagine o que seu filho adolescente diria dela. Se você tem dúvidas se ele gostaria, não poste. Avalie também se aquilo pode se tornar um motivo de bullying na escola, se poderia causar constrangimento ou vergonha em alguma situação porque as imagens ficarão online por muitos anos”, afirma. No caso de crianças que já sabem falar, Juliana recomenda mostrar a imagem e pedir permissão a elas antes de compartilhar.
TEXTO IV - CASO “BEL PARA MENINAS” E O PERIGO DA EXPOSIÇÃO INFANTIL EXAGERADA NA INTERNET O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) afirma que “é dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”. Também prevê pena de seis meses a dois anos de detenção para quem “submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento”. Para a doutora em educação digital Kátia Ethienne Esteves dos Santos, o resultado das postagens excessivas e comprometedoras pode fazer com que a criança seja vítima de humilhação na escola ou sofra atos de cyberbullying por meio das tecnologias digitais. Além disso, pode trazer graves consequências psicológicas, o que demanda “um cuidado especial com as crianças e adolescentes neste momento em que o número de jovens com depressão é cada vez maior”, alerta a especialista.
TEXTO IV - CASO “BEL PARA MENINAS” E O PERIGO DA EXPOSIÇÃO INFANTIL EXAGERADA NA INTERNET Quais os riscos da exposição infantil online? Assim, pais e outros responsáveis que apoiam a exposição dos filhos como youtubers, por exemplo, precisam acompanhá -los de perto e ter a certeza de que os pequenos gostam do que estão fazendo. “Essa exposição é uma escolha da criança, algo que ela pede? ”, questiona a especialista. “Se não for, pode se tornar um peso e até causar a regressão dela, fazendo com que não queria mais conversar, falar ou estar perto de pessoas”, adverte. Outro ponto a ser avaliado, segundo Kátia, é o tempo dedicado para a produção desse conteúdo, que não pode afetar os horários de estudo, alimentação, higiene e diversão. “Lembrando que os pais também devem explicar que eles poderão atingir muita gente no começo, mas cair no esquecimento depois”, orienta a pesquisadora, preocupada com as crianças que se tornam dependentes do sucesso e apresentam dificuldades para seguir em frente quando ele passa. Além disso, é necessário ter cautela a respeito dos assuntos abordados em cada vídeo e também das informações divulgadas neles para evitar a transmissão de conteúdo negativo ou a exposição exagerada. “É comum mostrar a casa, os brinquedos e outras coisas da rotina. Só que os hábitos da criança não devem ser expostos”, orienta a pós-doutora, ao indicar a gravação em um ambiente preparado para isso e sem a citação de lugares frequentados pela família. “Afinal, isso pode ser perigoso e chamar a atenção de pessoas mal-intencionadas”.
- Slides: 8