Teoria HistricoCultural princpios bsicos Coordenadoras Meire Cristina dos
Teoria Histórico-Cultural: princípios básicos Coordenadoras Meire Cristina dos Santos Dangió Yaeko Nakadakari Tsuhako
Periodização do Desenvolvimento Humano Conteúdo: . Atividade de Estudo
Atividade de Estudo Nesta etapa conversaremos sobre o tema Atividade de Estudo. As premissas da Atividade de Estudo surgem na atividade de jogo, na medida em que proporcionam o surgimento de interesses cognitivos que não podem ser plenamente satisfeitos com o jogo, o que irá requerer fontes mais amplas de conhecimentos do que as oferecidas pela vida cotidiana, possibilitando a melhor compreensão da realidade. No filme “Up Altas aventuras” podemos ver o surgimento do interesse por conhecer conteúdos sobre geografia (onde fica a América do Sul, distância e como chegar lá), língua portuguesa (produção textual após pesquisa, leitura de revista científica), entre outros conhecimentos que surgem de uma situação problema.
“Antes a criança sentia a necessidade de fazer o que o adulto faz, neste momento ela quer saber o que o adulto sabe” APROPRIAÇÃO DO CONHECIMENTO
Conhecimento e realidade Para conhecer a realidade podemos nos utilizar de conhecimentos cotidianos e não cotidianos. Conhecimentos cotidianos Conhecimentos científicos anéis – idade das árvores preservação células arte
Conhecimento e realidade CONCEITOS ESPONT NEOS 1. CONCEITOS CIENTÍFICOS formas rudimentares de construção de significados; 2. assimilados na vida cotidiana do indivíduo; 1. formas de categorização e generalização avançadas; 3. se caracterizam pela ausência de uma percepção consciente de suas relações, são orientados pelas semelhanças concretas e por generalizações isoladas; 3. ensinados com a formalização de regras lógicas, sua assimilação envolve análise, que se inicia com uma definição verbal, operações mentais de abstração e generalização; 2. 4. 4. são a base dos conceitos científicos. assimilados por meio da colaboração sistemática, organizada entre o prof. e a criança; apóiam-se em conceitos espontâneos já apropriados.
Ao ter contato com os conteúdos científicos é possível desenvolver a capacidade de generalização e operar com conceitos abstratos, havendo a superação das propriedades naturais, “elementares”, das funções psíquicas, em direção à conquista de propriedades “superiores”, culturalmente formadas papel da educação escolar!!!
Como você agruparia estes animais?
Provavelmente uma criança agruparia da seguinte forma: por cor, por tamanho ou porque tem um elemento comum cor tem asas
O tipo mais simples de abstração compreende em comparar dois objetos e determinar uma semelhança entre eles. Isso implica a capacidade de abstrair uma característica comum aos dois objetos como base de comparação. bichos
A criança vai de uma compreensão caótica dos significados das palavras até uma compreensão que lhe permite extrapolar o significado aparente. Os conceitos científicos se formam na escola por meio de um processo orientado, organizado e sistemático. Toda vez que o indivíduo organiza novas estruturas ele reorganiza e transforma a estrutura de todos os conceitos anteriores.
Para ilustrar o assunto apresentamos a História em quadrinhos do Chico Bento CHICO BENTO E A MATEMÁTICA R= Rosinha ; P = Professora ; C = Chico Bento ; J = Juquinha ; D = Diretor; A - Alunos P - Hoje, vamos ver matéria nova de Matemática. A - AAAAHHHHH!!!! P - O que foi Chico? C - Ah Professora, matemática é difícil!!! P - Que bobagem! Matemática não tem mistério! É Lógica Pura!! P - Vamos aprender sobre as incógnitas! C - Ai! Óia os nomes!
(Professora escreve no quadro 2+5 -x=3) C - Fessora a senhora erro ai! Iscrivinhô um "X"!! P - Foi de propósito! C - Mais "X" é letra. . . num é número! P - Então! "X" é a incógnita! O valor que temos que descobrir! P - Podia ser um "Y", um "A", "B" ou um "C". Então, qual é o valor de "X"? Você sabe, Chico? C - Eu não! Quem vai no mercado sempre é a minha mãe! P - (Professora Brava) Isso não tem nada a ver com o mercado! Qual é o valor de "X"? C - Er. . . a fessora bota o preço quisé fessora!! P - Aiiiiiii!!!!! P - Não é valor de preço! É um valor numérico! Vou ensinar a calcular!!
(Professora escreve no quadro (2+5)-x=3 ) P - Vamos colocar a primeira conta entre parênteses! C - Vixi! C - Ih, fessora num vai dá! Eu num tenho nenhum!! P - Nenhum, o quê? ? C - Ninhum parente aqui na crasse, uai! A sinhora não falô qi é entre parentes? P - Parênteses Chico!! Parênteses!! (Apontando pro quadro) P - Este sinal gráfico aqui! É óbvio! Matemática não tem nada a ver com parentes!!! J - Como não fessora, tem sim!! J - E os números primos? ? ? C - É verdade! Primo é parente!! R - - Ai! E os números pares? São casaizinhos? J - Mas casal não são parentes!!
C - I matemática também tem qui vê cas pranta! Si lembra da raiz quadrada? J - É verdade! C - I também tem qui vê com a música! Si lembra dos conjuntos. Fessora, conjunto vazio é quando todos os músicos fora imbora, é? C - I dipois ainda diz que matemática não tem segredo! Se não tivesse eles contavam as respostas das provas!!! (Professora sai correndo para a sala do diretor) D - Como assim Dona Maricas? Não estou entendendo!! A senhora quer uma licença. . . bem agora no meio do ano!!? ? (Professora chorando desesperada) P - É que ensinar matemática pra essa turma é difíííícccciiiilll!!!
O papel da escola A escola é um dos espaços privilegiados de humanização e tem, como especificidade, garantir que os estudantes, desde a mais tenra infância, apropriem-se das formas mais desenvolvidas de consciência social. A entrada na escola traz profundas transformações ao desenvolvimento infantil – há mudanças em seu lugar social e produção de neoformações psicológicas. “[. . . ] com o ingresso na escola, a criança começa a assimilar os rudimentos das formas mais desenvolvidas da consciência social, ou seja, a ciência, a arte, a moral, o direito, os que estão ligados com a consciência e o pensamento teórico das pessoas. ” (VYGOTSKI, 1996)
Na idade escolar inicial, as crianças realizam outros tipos de atividades, mas a principal e que governa o desenvolvimento é a de estudo. VYGOTSKI A atividade guia neste momento é a ATIVIDADE DE ESTUDO
O que é Atividade de Estudo? É um tipo específico de atividade com: a) conteúdos – conhecimentos teóricos b) estrutura própria – compreensão das tarefas de estudo; realização de ações de estudo, de controle e avaliação. Professor possui papel central na atividade de estudo, pois: Organiza as tarefas de estudo; Cria situações que proporcionam aos estudantes autonomia na resolução das tarefas de estudo e formação da capacidade de estudar.
O professor deve apresentar situações de aprendizagem que considerem o nível de desenvolvimento real dos estudantes, instigando e promovendo a atuação dos estudantes em sua zona de desenvolvimento próximo ou iminente.
Quais as implicações da Atividade de Estudo? Por meio da ATIVIDADE DE ESTUDO, as crianças reproduzem os conhecimentos e habilidades presentes nas formas de consciência social e, também, as capacidades que estão na base da formação do pensamento teórico: reflexão, análise e experimento mental.
Mas. . . Como se desenvolve o Pensamento Teórico? Destacamos que, o processo de formação do pensamento teórico deve, de forma intencional e planejada, se iniciar na educação infantil, porém esse processo só se desenvolve plenamente na adolescência. O pensamento teórico se expressa por conceitos e os mesmos são apropriados por meio do ensino, pois não se desenvolvem espontaneamente ou pelas simples representações advindas da sensorialidade. A qualidade do ensino dos conceitos sistematizados histórico-socialmente é, portanto, o requisito fundante do desenvolvimento do pensamento teórico.
Para a formação do pensamento teórico é necessário que a atividade de estudo seja planejada e organizada, que tenha como finalidade a apropriação do conhecimento teórico. No início da vida escolar, a criança não tem a necessidade específica de assimilar conhecimentos teóricos, tal necessidade surge no processo real de apropriação desses conhecimentos. Exemplificando: se perguntarmos a uma criança pequena o que ela tem dentro do corpo, as respostas frequentes são: - osso; - tem comida, sangue e bichinhos(vermes); - tem o coração.
O ponto de partida da assimilação conceitual é, portanto, o enfrentamento de uma situação-problema. O papel do professor, nesse processo, é propor tarefas de estudo que possibilitem aos estudantes a reconstrução do movimento dialético do pensamento, ou seja, a reprodução do caminho histórico de elaboração do conceito, como se fossem “co-participantes da busca científica”.
O pensamento em conceitos é o meio mais adequado para conhecer a realidade porque penetra na essência interna dos objetos, já que a natureza dos mesmos não se revela na contemplação direta de um ou outro objeto isolado, senão por meio dos nexos e relações que se manifestam na dinâmica do objeto, em seu desenvolvimento vinculado a todo o resto da realidade. O vinculo interno das coisas se descobre com ajuda do pensamento por conceitos, já que elaborar um conceito sobre algum objeto, significa descobrir uma série de nexos e relações do objeto dado com toda a realidade, significa incluí-lo no complexo sistema dos fenômenos. (VYGOTSKI, 1996)
A Atividade Orientadora de Ensino como unidade dialética entre Atividade de Estudo e Atividade de Ensino Um dos pressupostos que orienta esta teoria é que o processo educativo que gera desenvolvimento psíquico é aquele que coloca o sujeito em atividade, ou seja, gera no indivíduo motivos, ações, finalidades e operações para aprender. Para que o estudante entre em atividade, a intervenção do professor é essencial, e este também deve estar em atividade, nesse caso de ensino. ATIVIDADE DE ENSINO E DE ESTUDO unidade dialética
Para tanto, a atividade de estudo do aluno deve encontrar motivos correspondentes na atividade de ensino do professor. Motivo: necessidade de o estudante se apropriar do conhecimento sócio-histórico, humanizando-se. Helen Allingham (Inglaterra, 1848 – 1926)
Nessa perspectiva teórica, a finalidade principal do ensino escolar deve ser a FORMAÇÃO DO PENSAMENTO TEÓRICO DOS ESTUDANTES, pois o ensino e a educação escolar determinam o desenvolvimento psíquico.
“Todo o conhecimento transmitido no processo de escolarização, só faz sentido se levar o aluno a ler nas entrelinhas, a perceber as contradições históricas que geraram esse próprio conhecimento e mesmo sua vinculação com o contexto em que está inserido, de forma a buscar transformação não somente na sua vida particular, mas na pratica social. ” (Facci, 2006).
E saber disso tudo, o que muda na prática do professor? ? ? O OLHAR
Com esse novo olhar. . . O professor deve compreender o seu objeto de estudo e trabalho ensino de conceitos para a formação do pensamento teórico e da constituição da consciência do estudante.
Referências FACCI, M. G. D. Vigotski e o processo ensino- aprendizagem: a formação e conceitos. In: MENDONÇA, S. G. L. ; MILLER, s. (Orgs. ). Vigotski e a escola atual: fundamentos teóricos e implicações pedagógicas. Araraquara, SP: Junqueira & Marin, 2006. VYGOTSKI, L. S. Obras Escogidas. Tomo IV. Trad. Lydia Kuper. Madrid: Visor Dist. S. A. , 1996
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