STELLA MARIS UMA OBRA EM FAVOR DOS MARINHEIROS
STELLA MARIS UMA OBRA EM FAVOR DOS MARINHEIROS
Originário do latim, o nome da instituição quer dizer: “Nossa Senhora Estrela do Mar”, protetora dos marinheiros. Segundo documento do XXII Congresso Mundial do Apostolado do Mar, realizado em junho de 2007, em Gdynia, Polônia, O Apostolado do Mar conta com 110 Centros Marítimos e Capelanias em portos de todo o mundo. No Brasil, além de Santos, há casas no Guarujá (SP), Rio de Janeiro e Sepetiba. Localizado no canal 3, anexo à Capela de Santa Edwiges, o Stella Maris Santos and Seafarers Center Club é um dos locais que oferecem acolhimento e apoio a marinheiros de vários países.
A ideia de um serviço que prestasse atendimento espiritual e social aos marítimos e pescadores surgiu em 1922, por iniciativa da Igreja Católica, mas só 20 anos depois o projeto ganhou realmente maior impulso, destacando-se por acolher e promover diálogo com pessoas de outras confissões religiosas. “Desses encontros, saem as diretrizes para a missão do Apostolado do Mar. Contudo, temos autonomia para cuidar da parte pastoral, econômica e de recursos humanos”, explica Padre Samuel Fonseca Torres da Congregação dos Missionários de São Carlos Barromeu (Scalabrinianos), cujo o carisma é atuar junto aos refugiados e migrantes.
Atualmente, o religioso é coordenador do Apostolado do Mar para a América Latina e dirige o Stella Maris, em Santos. Lugar de Encontro A missão santista é dirigida a funcionários da Marinha Mercante. Os que mais frequentam o local são os filipinos, indianos, chineses, latinoamericanos, ucranianos, romenos, poloneses e russos. Enquanto um navio descarrega ou carrega, o que pode durar mais de dois dias, os profissionais especializados em várias áreas continuam fazendo sua manutenção. Nas horas de folga, a opção é permanecer a bordo ou vagar pelas imediações, correndo o risco de serem vítimas de todo tipo de exploração.
Nesse momento, entram em ação os visitadores e os motoristas da Stella Maris e da Seemansmission. Mesmo antes de os cargueiros ancorarem, eles já têm em mão uma lista com seus nomes e sua origem. A partir disso, elaboram uma estratégia de trabalho, definindo quantos e quais serão visitados. “Em média, visitamos de cinco a seis navios por dia”, conta Geremias Scotti, voluntário. Ele explica que, há um ano, participa do Apostolado do Mar, mas teve a oportunidade de conhecer também o que se faz em Buenos Aires, Argentina.
“Como visitador, vou ao encontro dos marinheiros com o objetivo de acolhê-los em nome da Igreja Católica. Além da apresentação pessoal, crachá, boné e colete, utilizamos material informativo com explicações sobre a missão”. Os visitadores precisam ter boa formação espiritual e social, falar inglês fluentemente. Dependem de autorização da alfândega para circular pelo cais e do Oficial para entrar nos navios. “O melhor momento para encontrá-los é na hora das refeições.
Quando isso não é possível, informamos ao cozinheiro (que é a pessoa que se relaciona com todos) como funciona a missão e combinamos de buscá -los mais tarde nos horários das folgas. Deixamos explicações sobre o transporte (que é gratuito), sobre os serviços oferecidos e, se naquele momento, estão precisando de alguma coisa como, por exemplo, de remédios”. O horário de expediente do Centro Stella Maris é de domingo a segunda-feira, das 8 às 24 horas.
Espiritualidade e Direitos Os Visitantes podem utilizar, a custos mais baixos, os serviços de telefonia internacional e internet para se comunicar com a família. Se desejarem, podem fazer compras e ir à praia, acompanhado de um dos visitadores e do motorista. A casa ainda oferece quadra para jogar futebol, sala de jogos e biblioteca, onde estão à disposição livros, vídeos, revistas e bíblias. “Fico muito satisfeito com a ajuda que nos oferecem, principalmente por poder usar o telefone”, diz o filipino Ronald H. Villaflores, 39 anos, que, na ocasião, acabara de ligar para a esposa, com quem estava sem se comunicar havia 20 dias.
Há três anos, ele trabalha como marinheiro e fica em média sete meses no mar. Cada um, em sua confissão religiosa, recebe do padre e do pastor a assistência que inclui orientação espiritual e psicológica, celebração de Missas e cultos A Comitiva fez várias Visitas: Missas e Cultos navios e visitas aos doentes nos hospitais. Com relação aos Católicos, Padre Samuel esclarece que existem muitas celebrações importantes do ano e sacramentais valorizadas, principalmente pelos filipinos. “Percebemos a fé deles na hora da participação da Missa, no Sacramento da Confissão e na Devoção dos Santos”, especialmente à Virgem Maria.
A dignidade e os direitos dos marítimos são preocupações que fazem parte desse atendimento. Tanto é assim que, no documento final do Encontro dos Coordenadores Regionais do Apostolado do Mar, em Roma, em 2006, consta o seguinte: “Há uma necessidade para o Apostolado do Mar de um esforço conjunto para trabalhar com nossos sócios e agregados da Associação Internacional Marítima Cristiana (ICMA); com o Comitê Internacional de Bemestar da Gente do Mar (ICSW) e a Federação Internacional de Trabalhadores em Transporte e Fundo dos Marítimos (ITFST)”. Essa orientação é levada a sério no Centro Stella Maris.
“Quando ocorre alguma violação dos direitos trabalhistas e humanos, como agressões verbais e físicas ou algum marinheiro é impedido de sair do navio pelas autoridades locais ou é abandonado no porto (como já aconteceu aqui), primeiro oferecemos hospedagem. Depois entramos em contato com os diferentes organismos para solucionar seu problema, já que a companhia é responsável por ele”, conclui Padre Samuel. Afinal, o Apostolado do Mar visa apoiar as pessoas na dimensão humana e cristã. O Que é o Apostolado do Mar? Conforme dados do Pontifício Conselho para os Migrantes e Itinerantes, hoje existem aproximadamente 1 milhão e 200 mil pessoas que trabalham na Marinha Mercante, provenientes em grande maioria dos países menos favorecidos.
Outros tantos milhões atuam no setor pesqueiro e no turismo marítimo. Para atingir pelo menos uma parte do contingente, o Apostolado do Mar está dividido em nove regiões que abrangem a África, o Oceano Índico, o Sudeste Asiático, a Europa, os Estados do Golfo, a América Latina, a América do Norte, a Oceania e a Ásia Meridional. O órgão está também vinculado à Comissão Episcopal da Mobilidade Humana com representatividade na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Amaricano (Celam). Além dos bispos responsáveis (que no caso do Brasil, é Dom Jacyr Francisco Braido, de Santos), existem, para cada região, coordenadores e capelães, que se reúnem periodicamente no Encontro Internacional dos Coordenadores Regionais do Apostolado do Mar, em Roma.
Texto – do Colaborador Voluntário: Maria José de Deus. Música Virgem do Silencio Pe. Zezinho– Imagens – Google Formatação – Altair Castro
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