Sndrome de Crupe Joo Pedro Abraho Nicoletti Internato
Síndrome de Crupe João Pedro Abrahão Nicoletti Internato de Pediatria-6ª Série Orientadora: Dra. Carmen Lívia www. paulomargotto. com. br Brasília, 19 de agosto de 2016
Infecções de VAS Uma das principais causas de procura ao pediatra; As infecções que envolvem a via aérea superior em crianças podem levar a obstrução com risco de vida. Características anatômicas: epiglote mais alongada e menos rígida laringe mais anteriorizada menor diâmetro interno da traquéia cabeça proporcionalmente maior do que a do adulto Maior suscetibilidade à obstrução AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Definição O termo crupe descreve uma síndrome clínica caracterizada por : tosse ladrante rouquidão estridor inspiratório disfunção respiratória em vários graus de severidade. AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Laringotraqueobronquite viral aguda ou Crupe Viral
Laringotraqueobronquite viral aguda Também chamada de Crupe Viral; Causa mais comum de infecção e obstrução da via aérea superior em crianças; Corresponde a 90% dos casos de estridor e 15% das doenças do trato respiratório nas crianças; AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Epidemiologia A LTVA afeta crianças de 1 a 6 anos, com pico de incidência no segundo ano de vida; Primeira exposição aos agentes causadores, favorecendo a extensão da da agressão viral pela via aérea Geralmente, ocorre no final do outono e durante o inverno Meninos > Meninas AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Etiologia e Patogenia Etiologia: Parainfluenza (tipos 1, 2 e 3) Influenza A e B Vírus respiratório sincicial (VSR) > 5 anos, comum o Mycoplasma pneumoniae Patogenia: ◦ Infecção inicia na nasofaringe disseminação para o epitélio da laringe, traquéia e árvore bronco-alveolar inflamação difusa com edema na parede da traqueia e alteração da mobilidade das cordas vocais ◦ Edema da região subglótica (porção mais estreita das VAS) restrição ao fluxo de ar estridor inspiratório ◦ O edema das cordas vocais será o responsável pelo aparecimento da voz rouca. AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Quadro Clínico Clínica: Duração: 3 a 7 dias, podendo chegar até 14 Início Pródromos catarrais: rinorréia, faringite, tosse leve e febre baixa (1 a 3 dias) Em 12 a 72 horas, evolução para sintomas obstrutivos das VAS : Tosse ladrante Estridor inspiratório Rouquidão Desconforto respiratório AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Quadro Clínico Casos de obstruções graves: Sintomas podem durar até 14 dias Observa-se: Taquipnéia Taquicardia Retrações supra-esternais e supraclaviculares Cianose Agitação intensa AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Quadro Clínico Risco de falência respiratória: Estridor de repouso Hipercapnia Alteração do nível de consciência AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Diagnóstico É clínico Raio-x cervical : Inespecífico: sinal da ponta de lápis ou torre de igreja (estreitamento da traqueia subglótica) Utilizado para afastar diagnóstico diferencial ou evolução atípica da doença AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Sinal da ponta do lápis
Tratamento O principal objetivo do tratamento é a manutenção da via respiratória pérveas Quadros leves: Solução nasal SF 0, 9% Hidratação oral Antipirético Nebulização com SF: Utilizado, porém não tem comprovação de eficácia AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Tratamento Quadros moderados/graves: estridor em repouso, desconforto respiratório e/ou hipóxia Nebulização com Epinefrina: vasoconstrictor na mucosa da região subglótica diminui ção do edema diminui estridor Dose de 0, 5 ml, na concentração de 1: 1000 para cada 1 a 2 kg de peso (máximo de 5 ml). Ação em torno 2 horas Corticoterapia: Dexametasona oral ou IM, em dose única, variando de 0, 15 mg/kg (crupe leve) até 0, 6 mg/kg (crupe grave) AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Internação Devem ser admitidas crianças com: i. Toxemia ii. Desidratação ou incapacidade de ingerir líquidos iii. Estridor significativo ou retrações em repouso iv. Ausência de resposta à Epinefrina ou piora clínica em 2 -3 horas após a sua administração v. Pais não confiáveis AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Laringite estridulosa / crupe espasmódica
Laringite estridulosa Diagnóstico diferencial da crupe viral Acomete crianças de 3 meses até 3 anos de idade Diferencia -se por promover um edema não inflamatório dos tecidos supraglóticos Parece ser de origem alérgica e não inflamatória, cujo fator desencadeante pode ser uma reação alérgia pelos mesmos vírus que tendem a causar a laringotraqueíte. RGE? AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Quadro Clínico Não se apresenta com pródromos virais e febre no paciente; Criança em bom estado geral, inicia com sintomas de resfriado comum À noite acorda com dispneia súbita, rouquidão, tosse ladrante e estridor inspiratório AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Diagnóstico Clínico Exame endoscópico da laringe: Mucosa pálida e preservação do epitélio Crupe Viral: mucosa eritematosa e inflamada AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Tratamento Em geral a criança melhora ao ser acalmada e ao uso de nebulização ou umidificação do ambiente; Manutenção dos sintomas: Utilizar tratamento da crupe viral AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Epiglotite
Epiglotite Também chamada de supraglotite É uma infecção grave da epiglote e das estruturas supraglóticas que resulta em obstrução da via respiratória superior e letalidade elevada Exige tratamento urgente por sua rápida progressão e risco de obstrução total da via aérea. AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Epidemiologia Pico de incidência dos 2 aos 6 anos Predominância no sexo masculino Mais frequente no final do inverno e início da primavera Felizmente, devido a vacinação contra o Haemophilus influenzae tipo B, a incidência desta doença tem decrescido dramaticamente. AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Etiologia Passado: principalmente Haemophilus influenzae tipo B Outros agentes que têm sido envolvidos são : Streptococcus dos grupos A, B, C; Streptococcus pneumoniae; Klebsiella pneumoniae; Candida albicans; Staphylococcus aureus; Neisseria meningitidis; Varicella zoster; Herpes simplex tipo I; Vírus parainfluenza AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Fisiopatologia Celulite de estruturas supraglóticas, com localização preferencial na epiglote edema e eritema que evoluem obstrução gradativamente rápida da via aérea superior, caracterizando uma emergência clínica. AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Quadro Clínico Crianças saudáveis com início súbito de dor de garganta e febre alta Evoluem, em poucas horas: Aspecto toxêmico Prostração Disfagia Estridor Salivação abundante Voz abafada Desconforto respiratório progressivo Agitação Ansiedade AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Crianças mais velhas: posição sentada com hiperextensão cervical e protusão do mento (posição tripoide) tenativa de manter a via aérea permeável. AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Diagnóstico Clínico Não realizar exames para simples confirmação do diagnóstico atraso na terapêutica Laringoscopia: Visualização da grande epiglote, avermelhada, edemaciada. Rx de perfil da região cervical: Sinal do polegar. Hemocultura: 50 -80% sensibilidade. AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Raio-x cervical Laringoscopia
Após obtenção de via aérea segura: Raio-x de tórax: Pode haver presença de edema pulmonar, que pode ocorrer pela exagerada pressão negativa intratorácica; ou Focos de consolidação broncopneumônicos. AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Tratamento Devem ser inicialmente manejados na Unidade de Emergência e prontamente conduzidos para uma unidade de tratamento intensivo (UTI) 1) Acesso às vias aéreas Via aérea artificial. Intubação orotraqueal ou nasotraqueal Tubo 0, 5 a 1 mm menor que o indicado para a idade, devido ao edema da região subglótica Tempo de intubação: 2 ou 3 dias Extubação: criança apresente estabilidade cardiovascular, afebril e exista um escape de ar ao redor do tubo endotraqueal. Cricotireotomia ou traqueostomia deve ser realizada se não possível intubação. AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Tratamento 2) Antibióticoterapia Iniciado antes da coleta da cultura (hemocultura e cultura da superfície epiglótica) Culturas- papel importante na determinação da droga a ser utilizada. Iniciar antibitiocoterapia venosa (cefepime, ceftriaxone, cefotaxima ou ampicilina + sulbactam). Após os resultados das culturas, o esquema antibiótico deve ser reavaliado de acordo com o germe isolado A antibioticoterapia deve permanecer de 7 a 10 dias AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Quimioprofilaxia Indicações: <48 meses inadequadamente imunizado <12 meses sem vacinação, Imunodeprimido Rifampicina 20 mg/kg VO por 4 dias, dose máxima 600 mg AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite, 1999 HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia, 2009
Referências bibliográficas AMANTÉA, Sérgio Luís; SILVA, Ana Paula Pereira. Manejo clínico da obstrução de via aérea superior: epiglotite e laringotraqueobronquite. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 75, n. 2, p. 177 -184, jan. 1999. HANY SIMON JUNIOR. IV Manual de otorrinolaringologia pediatrica da IAPO: : Laringites na infancia. Iv Manual de Otorrinolaringologia Pediátrica da Lapo, Rio de Janeiro, v. 3, n. 5, p. 103 -106, ago. 2009. Mannarino RV. Obstrução respiratória alta em pediatria. Revista de Pediatria SOPERJ. 2012; 13(2): 54 -60
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