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Primeira Desilusão (Conto de Natal)
Era manhã de vinte e quatro de dezembro, o dia estava chuvoso. D. Carmem, senhora já de certa idade, morava na zona rural com sua neta, filha de seu único filho que fora acometido por uma doença rara e partira tão jovem deixando-lhe a pequena Emile.
E nesta manhã ela acordou cedinho olhou pela janela examinou o tempo, pois precisava ir até o centro do vilarejo comprar algumas Coisas que faltavam para a ceia de Natal. Já que no dia anterior ela havia armado a árvore de Natal e montado o presépio. Pois ela fazia questão de manter a tradição.
E mesmo porque Emile com seus inocentes seis anos mostrava-se radiante com as tradições natalinas. D. Carmem acordou a neta vestiu a com um lindo vestidinho azul-marinho de seda, golinha redondinha e magas bufastes, calçou-lhe sapatos pretos com meias brancas, os cabelos, prendeu os com um laço de fita azul claro.
Depois se arrumou também e seguiu a caminho do vilarejo pela estrada de terra. Andaram a cerca de quarenta minutos. Quando elas chegaram ao vilarejo, Emile ficou maravilhada, pois as lojas estavam enfeitadas com lindas bolas de natal e aquelas luzes dos pisca-piscas deixavam à encantada. No alto falante da praça, tocava a música Noite Feliz.
E aquele som de harpa trouxe ao coração de Emile um misto de alegria e paz. Principalmente quando ela parou em frente ao presépio, de fronte a capela, e aquele barulhinho de água correndo do riozinho, o monjolinho e os animaizinhos mexendo-se, o cheiro de incenso, o menino Jesus que abria e fechava os olhos. Ai sim ela sentiu uma alegria que só no coração inocente de uma criança pode existir.
E lá perto do presépio sentado em seu trenó, estava o Papai-Noel com sua roupa vermelha e barba branca distribuindo balas para as crianças. E enquanto sua avó fazia as compras ficou na fila para ganhar balas. E também tinha ela um enorme desejo de falar com ele. Quando chegou sua vez aproximou-se do Papai Noel pegou as balas abraçou-o e disse bem baixinho em seu ouvido.
Que ela queria de presente de Natal uma boneca bem grande que falasse e batesse palmas. Terminado o pedido foi ao encontro de sua avó que logo terminara as compras. Durante o trajeto de volta Emile que era tagarela falou o tempo todo sobre tudo o que vira e do que mais gostara. Menos sobre o pedido que fizera ao Papai Noel. Isto era um segredo dela com ele.
Não contaria a ninguém nem mesmo para sua querida vovó. Quando chegaram a casa, sua avó foi cuidar dos a fazeres, e Emile brincar com seus amiguinhos o dia transcorreu normalmente. A menina não falava nada mais estava muito ansiosa não via a hora que chegasse a noite, a ceia, e que fosse hora de dormir. Para que o dia seguinte amanhecesse.
Pois seria o dia de Natal o dia que chegaria o seu tão sonhado presente do qual ela pedira ao Papai-Noel lá na praça do vilarejo. E assim em meio a muita ansiedade o dia transcorreu a noite chegou e com ela as visitas, a ceia de Natal, as orações ao Menino Jesus, o verdadeiro dono da festa.
Manhã do dia vinte e cinco de dezembro, Emile acordou sobre saltada, o coração batia forte no peito parecia que sairia pela boca, ela pulou da cama e correu em direção ao presépio e a árvore de Natal que ficava na sala. Olhou embaixo da árvore e não viu a boneca que ela pedira ao Papai-Noel, lá da praça do vilarejo.
E com lagrimas de tristeza e um enorme sentimento de desilusão ajoelhou em frente ao presépio. E olhando para a imagem do pequenino Jesus tentava compreender porque não recebera a boneca que pedira. Porque em sua inocência ela acreditava que para ganhar presente de Natal era só pedir ao Papai-Noel. Desconhecia que por trás do seu sonho existia um mercado financeiro.
Formatação JRoman Texto JRoman Imagem Internet Música Noite Feliz
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