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SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

IDEIAS PROPOSTAS Para iniciar a conversa. . O currículo é lugar, espaço, território. O

IDEIAS PROPOSTAS Para iniciar a conversa. . O currículo é lugar, espaço, território. O currículo é relação de poder. O currículo é trajetória, viagem, percurso. O currículo é autobiografia, na nossa vida, curriculum vitae: no currículo se forja nossa identidade. • O currículo é texto, discurso, documento. • O currículo é DOCUMENTO DE IDENTIDADE. . • •

O AUTOR • Traça um mapa dos estudos sobre currículo desde sua gênese, nos

O AUTOR • Traça um mapa dos estudos sobre currículo desde sua gênese, nos anos vinte, até as atuais teorias pós críticas.

Teorias do currículo: O que é isso? P. 11/17 • A teoria é uma

Teorias do currículo: O que é isso? P. 11/17 • A teoria é uma representação, uma imagem, um reflexo, um signo de uma realidade quecronologicamente, ontologicamente, -a precede.

Assim. . . • . . . uma teoria do currículo começaria por supor

Assim. . . • . . . uma teoria do currículo começaria por supor que existe, “lá fora”, esperando para ser descoberta, descrita e explicada, uma coisa chamada currículo. • O currículo seria um objeto que precederia a teoria, a qual só entraria em cena para descobri-lo, descrevê-lo, explicá—lo.

Então. . . • Os conceitos de uma teoria organizam e estruturam nossa forma

Então. . . • Os conceitos de uma teoria organizam e estruturam nossa forma de ver “a realidade”

Nascem os “estudos sobre currículo”: As teorias tradicionais p. 21/27 • O termo curriculum,

Nascem os “estudos sobre currículo”: As teorias tradicionais p. 21/27 • O termo curriculum, no sentido que hoje lhe damos, só passou a ser utilizado em países europeus como França, Alemanha, Espanha e Portugal muito recentemente, sob influência da literatura educacional americana.

 • Bobbitt – 1918 - Americano • Livro – The Curriculum • Marco

• Bobbitt – 1918 - Americano • Livro – The Curriculum • Marco no estabelecimento do currículo como campo especializado de estudos. • (Propunha uma escola que funcionasse da mesma forma que qualquer outra empresa comercial ou industrial. ) • Modelo voltado para economia – eficiência.

 • Ralph Tyler – Americano. • Proposta: Organizar a aprendizagem em termos de

• Ralph Tyler – Americano. • Proposta: Organizar a aprendizagem em termos de objetivos. • Os objetivos deveriam ser formulados em termos de comportamentos. • ( o Brasil foi influenciado fortemente por essa tendência) • Base psicológica.

TEORIA TRADICIONAL: • O currículo deveria conceber uma escola que funcionasse de forma semelhante

TEORIA TRADICIONAL: • O currículo deveria conceber uma escola que funcionasse de forma semelhante a qualquer empresa comercial ou industrial. • Sua ênfase estava voltada para a eficiência, produtividade, organização e desenvolvimento. • Os modelos Tradicionais restringiam-se à atividade técnica de como fazer o currículo.

Onde a crítica começa: ideologia, reprodução, resistência • Década de 60 - marco referencial.

Onde a crítica começa: ideologia, reprodução, resistência • Década de 60 - marco referencial. • Especialmente no Brasil –( Ditadura Militar) • Movimentos sociais e culturais. • A década sinalizou mudanças.

TEORIA CRÍTICA: • • Currículo não é neutro; É historicamente datado; Implica em relações

TEORIA CRÍTICA: • • Currículo não é neutro; É historicamente datado; Implica em relações de poder; Produz identidades individuais e sociais.

As teorias críticas ainda: • Desconfiam do status quo: responsabiliza-o pelas desigualdades e injustiças

As teorias críticas ainda: • Desconfiam do status quo: responsabiliza-o pelas desigualdades e injustiças sociais; • “teorias de desconfiança”, questionamento e transformação radical.

Para as teorias críticas o importante é: • Desenvolver conceitos que nos permitam compreender

Para as teorias críticas o importante é: • Desenvolver conceitos que nos permitam compreender O QUE O CURRÍCULO FAZ. • ( E NÃO TÉCNICAS DE COMO FAZER)

ALTHUSSER A IDEOLOGIA E OS APARELHOS IDEOLÓGICOS DE ESTADO • A escola é compreendida

ALTHUSSER A IDEOLOGIA E OS APARELHOS IDEOLÓGICOS DE ESTADO • A escola é compreendida como aparelho ideológico do Estado, que produz e dissemina a ideologia dominante por meio principalmente, dos currículos (conteúdos).

 • A escola para ALTHUSSER constitui-se num aparelho ideológico central porque, atinge praticamente

• A escola para ALTHUSSER constitui-se num aparelho ideológico central porque, atinge praticamente toda a população por um período prolongado de tempo.

ALTHUSSER conclui A escola contribui para a reprodução da sociedade capitalista ao transmitir, através

ALTHUSSER conclui A escola contribui para a reprodução da sociedade capitalista ao transmitir, através das matérias escolares, as crenças que nos fazem ver os arranjos sociais existentes como bons e desejáveis.

BOURDIEU E PASSERON A Reprodução Desenvolvem o conceito de “reprodução” e “capital cultural”, onde

BOURDIEU E PASSERON A Reprodução Desenvolvem o conceito de “reprodução” e “capital cultural”, onde a cultura dominante incorpora, e internaliza determinados valores dominantes através do currículo escolar.

a reprodução social está centrada no processo de reprodução cultural, a cultura que tem

a reprodução social está centrada no processo de reprodução cultural, a cultura que tem prestígio e valor social é a das classes dominantes

 • O currículo da escola está baseado na cultura dominante: ele se expressa

• O currículo da escola está baseado na cultura dominante: ele se expressa na linguagem dominante, ele é transmitido através do código cultural dominante. • Então: A escola funciona como mecanismo de exclusão.

As crianças e jovens das classes dominantes veem seu capital cultural reconhecido e fortalecido.

As crianças e jovens das classes dominantes veem seu capital cultural reconhecido e fortalecido. As crianças e jovens das classes dominadas têm sua cultura nativa desvalorizada, ao mesmo tempo que seu capital cultural, já inicialmente baixo ou nulo, não sofre qualquer aumento ou valorização.

Os Teóricos PROPÕEM: CONCEITO DE PEDAGOGIA RACIONAL:

Os Teóricos PROPÕEM: CONCEITO DE PEDAGOGIA RACIONAL:

“as crianças das classes dominadas devem ter uma educação que possibilite ter- na escola-

“as crianças das classes dominadas devem ter uma educação que possibilite ter- na escola- a mesma imersão duradoura na cultura dominante que faz parte- na família- da experiência das crianças das classes dominantes. ”

Advogam uma pedagogia e um currículo que reproduza, na escola, para as crianças das

Advogam uma pedagogia e um currículo que reproduza, na escola, para as crianças das classes dominadas, aquelas condições que apenas as crianças das classes dominantes têm na família.

Pedagogia do oprimido versus pedagogia dos conteúdos p. 57/64 • Contribuição de Paulo Freire

Pedagogia do oprimido versus pedagogia dos conteúdos p. 57/64 • Contribuição de Paulo Freire na teorização do currículo: preocupações com o “que ensinar? ” • Ideia de Educação Bancária; • crítica ao caráter verbalista e narrativo do currículo tradicional; • Pedagogia do oprimido (Paulo Freire): perspectiva filosófica com análises fundamentadas na dialética hegeliana com foco voltado à educação de adultos (EJA) em países periféricos. 25

 • Currículo em Paulo Freire: visão fenomenológica do ato de conhecer como consciência

• Currículo em Paulo Freire: visão fenomenológica do ato de conhecer como consciência de alguma coisa e de si; • Intersubjetividade do conhecimento: concepção do ato pedagógico como um ato dialógico; • Questões freireanas ligadas ao currículo: • concepção problematizadora, diálogo, cultura do silêncio, temas geradores e círculos de cultura; • Conteúdo programático como “devolução organizada e sistematizada” do universo experiencial dos educandos; 26

Para Paulo Freire: • O ato de conhecer não é • Educador e educando

Para Paulo Freire: • O ato de conhecer não é • Educador e educando um ato isolado, criam, dialogicamente, individual. um conhecimento do mundo; • Conhecer envolve intercomunicação, • O conteúdo é sempre intersubjetividade. resultado de uma pesquisa no universo • O ato pedagógico é um experiencial dos ato dialógico próprios alunos, os quais são ativamente envolvidos na pesquisa.

 • Pedagogia Crítico-social dos Conteúdos (Demerval Saviani): • Saviani crítica a pedagogia libertadora

• Pedagogia Crítico-social dos Conteúdos (Demerval Saviani): • Saviani crítica a pedagogia libertadora de PF. Por enfatizar os métodos e sua aquisição e não a aquisição do conhecimento. • Articulação entre conhecimento e poder: pois entende que a apropriação do saber universal é condição para a emancipação dos grupos excluídos. 28

O currículo como construção social: “a nova sociologia da educação” p. 65/70 • Autores:

O currículo como construção social: “a nova sociologia da educação” p. 65/70 • Autores: Young, Bourdieu, Bernstein • Ideia inicial: Nova Sociologia da Educação (NSE) – “construção social” continua, atual e importante 29

Currículo Oculto • Atitudes e comportamentos transmitidos pelo currículo oculto: distorção dos genuínos objetivos

Currículo Oculto • Atitudes e comportamentos transmitidos pelo currículo oculto: distorção dos genuínos objetivos da educação, por moldarem os estudantes a se adaptarem às injustas estruturas da sociedade capitalista. • O currículo oculto ensina a obediência, o conformismo, o individualismo. • O currículo oculto ensina pela organização do espaço escolar, pela organização do tempo, pelos rituais, regras, regulamentos e normas. . 30

Currículo Oculto • Preocupação com os processos sociais que, de forma inconsciente, moldam a

Currículo Oculto • Preocupação com os processos sociais que, de forma inconsciente, moldam a subjetividade dos atores sociais. • Objetivo: desocultar o currículo oculto, para torná-lo menos eficaz e otimizar as possibilidades de mudança. • Com a ascensão neoliberal, o currículo tornou-se assumidamente capitalista. 31