SETE SANTOS FUNDADORES 17 de fevereiro Solenidade Bonfilho
SETE SANTOS FUNDADORES 17 de fevereiro - Solenidade Bonfilho Bonajunta Amadeu Maneto Hugo Sóstenes Aleixo Organizador: Fr. José M. Milanez, osm
O nome dos sete santos fundadores, exceto de Bonfilho e Aleixo, é historicamente incerto. Estátua de São Bonfilho na Basílica de São Pedro, no Vaticano Santo Aleixo
No século XV aparecem duas listas com os nomes dos fundadores: uma de frei Paulo Attavanti: Bonfilho , Bartolomeu, João, Bento, Geraldino, Ricôvero e Aleixo. Outra de frei Gasparino Borro: Bonfilho, Maneto, Aleixo, Vítor, Sóstenes, Hugo e Lotaringo. Mas isso pouco importa. O testemunho que eles deram não foi como indivíduos, mas como comunidade, onde eles viviam formando “um só coração e uma só alma”, e como “ministros de unidade e de paz”.
Foi como comunidade, como se fossem um só - fato único na Igreja que os Sete foram canonizados em 1888 pelo papa Leão XIII. Vejam o quadro exposto no Vaticano no dia da canonização. Os Sete olham para o alto e contemplam os dois confrades já canonizados, Filipe e Peregrino.
A Ordem dos Servos de Maria foi fundada em Florença em 1233, por sete ricos comerciantes de tecidos e lã. Na época, Florença vivia um momento áureo: em poucos anos a população crescera de 40 para 80 mil habitantes, e o florim de ouro era a moeda mais cotada no comércio internacional. As guerras contra Sena e Pisa, as excomunhões dos papas contra o imperador e seus seguidores e a luta contra os hereges não impediam à cidade de manter um comércio cada vez mais próspero.
Os Sete comerciantes eram devotos de Nossa Senhora e membros de uma confraria a ela dedicada. A pertença ao mesmo ramo de negócios, à mesma classe social e à devoção à Virgem, os uniu com laços de profunda amizade. Diante da situação social de guerra entre guelfos, partidários do papado, e gibelinos, partidários do império germânico, nossos Primeiros Pais deram testemunho de unidade e de paz, isto é, de que era possível viver como irmãos.
Por isso, decidiram abandonar negócios e famílias. Venderam seus bens, deixaram o suficiente para suas famílias, distribuíram o resto aos pobres e uniram-se em comunidade numa casa da periferia da cidade, que mais tarde se chamaria “Santa Maria de Cafaggio”, onde está hoje o Santuário da Santíssima Anunciada (foto).
Ali, unidos num “só coração e uma só alma”, levavam vida austera, dedicada à oração, à penitência e às obras de caridade. A Virgem era a grande inspiradora do novo grupo religioso. Por isso, assumiram o nome de “Servos de Maria”. O estilo de vida que adotaram logo despertou no povo admiração e respeito. Muitos acorriam à casa de Cafaggio para vê-los, rezar com eles e pedir conselhos
Mas os Sete, aspirando a um estilo de vida mais solitária e contemplativa, em 1245, fizeram mais um passo no seu caminho religioso e retiraram-se para o Monte Senário, a 18 Km. da cidade. Lá construíram uma casa para si e uma igrejinha dedicada à Santa Maria. Todavia, para lá também muitos acorriam, atraídos por sua santidade. Com o passar do tempo, alguns pediram para ser admitidos em sua comunidade e foram acolhidos como confrades pelos Sete Santos.
Dentre eles, destaca-se São Filipe Benizi, o grande defensor, organizador e propagador da Ordem. A partir daí, o grupo foi crescendo e novos conventos foram abertos, até que, graças ao prior geral frei Filipe e a seu sucessor frei Lotaringo, em 11 de fevereiro de 1304, o papa Bento XI, com a bula “Dum levamus”, aprovou a Ordem que passou a ser conhecida como “Ordem dos Servos da B. V. Maria”.
Monte Senário é ponto de referência para todos os Servos e Servas de Maria
Em Monte Senário, no altar da capela dos Sete Santos Fundadores são veneradas as 7 urnas com seus restos mortais.
Frades, monjas, irmãs, membros dos Institutos Seculares, da OSSM e dos Grupos Leigos ligados à Ordem acorrem a Monte Senário para passar momentos de oração ou de estudo, desejosos de colher na fonte original da Ordem a linfa que nutre a espiritualidade genuína dos nossos Primeiros Pais.
HINO DAS PRIMEIRAS VÉSPERAS O hino, traduzido por Dom Marcos Barbosa, é do antigo formulário do Ofício dos Sete Santos Fundadores. Apresenta os Sete como um dom que a Virgem faz a um mundo dividido pelo ódio e pela guerra. Descreve seu desapego dos bens, o nome de “Servos” que o povo lhes dá, sua subida ao Monte Senário sua vida de oração, de penitência e de pureza. E termina com o louvor trinitário.
HINO DAS I VÉSPERAS Rugindo a guerra por toda a parte, no solo escorre sangue fraterno; então nos trazes, ó Virgem santa, teu dom materno. Pois eis que chamas teus Sete Servos, grande tarefa pões em seus braços: aos irmãos juntem no amor do Cristo, da paz nos laços.
Logo abandonam mansões de luxo, novos guerreiros da grande Dama; e de Maria Servos fiéis o povo os chama. Fogem ao mundo e a seus negócios, a Deus somente servir desejam; galgam o Monte, já em Florença não mais os vejam. Quantos pecados por todo o mundo! Com duras penas seus corpos gastam! Com prantos e preces, de um Deus clemente
Vivem na sombra, vivem tão puros quais sete lírios de branca neve. Oh, com que afetos a Virgem santa olhá-los deve! Ao Pai louvemos, também ao Filho, e a ti, de ambos proveniente, força do alto, Espírito Santo, eternamente. Amém!
Rugindo a guerra por toda a parte, no solo escorre sangue fraterno; então nos trazes, ó Virgem santa, teu dom materno. A primeira estrofe nos mostra a situação do momento de Florença, que era dominada pela luta sangrenta entre guelfos, partidários do papa, e gibelinos, partidários do imperador germânico. E diante dessa situação “a Virgem Santa” traz ao mundo seu “dom materno”, os Sete Santos.
Pois eis que chamas teus Sete Servos, grande tarefa pões em seus braços: aos irmãos juntem no amor do Cristo, da paz nos laços. Os Sete que Ela chama é o grande dom da Virgem ao mundo em guerra. A eles confere a missão de ser ministros da unidade e dae paz. E é com estas palavras que os Sete são definidos no prefácio da missa: “vós os constituístes ministros da unidade e da paz”
Logo abandonam mansões de luxo, novos guerreiros da grande Dama; e de Maria Servos fiéis o povo os chama. Esta terceira estrofe descreve o primeiro passo dos Sete: “abandonam mansões de luxo”, isto é, desfazem-se de seus bens e vão viver pobremente na casinha de Cafaggio. O povo os visita, os admira e os reconhece como os “Servos da Virgem Maria”
Fogem ao mundo e a seus negócios, a Deus somente servir desejam; galgam o Monte, já em Florença não mais os vejam. A quarta estrofe retoma sua renúncia ao mundo e aos negócios e descreve o segundo passo do seu caminho espiritual: saem de Florença e sobem ao Monte Senário, desejosos de fugir do assédio do povo e de dedicarse totalmente à oração e à penitência.
Quantos pecados por todo o mundo! Com duras penas seus corpos gastam! Com prantos e preces, de um Deus clemente a ira afastam. Diante do pecado existente no mundo e de suas próprias imperfeições, os Sete castigam seu corpo “com duras penas” e imploram a clemência divina “com prantos e preces”. É a vida penitente tão cultivada na época.
Vivem na sombra, vivem tão puros quais sete lírios de branca neve. Oh, com que afetos a Virgem santa olhá-los deve! Os sete lírios, que aparecem no emblema da Ordem, simbolizam a pureza dos Sete, que desprezaram os amores do mundo e atraíram o olhar afetuoso da Virgem Santa.
Ao Pai louvemos, também ao Filho, e a ti, de ambos proveniente, força do alto, Espírito Santo, eternamente. Amém! O hino termina com a doxologia, isto é, o louvor trinitário.
HINO DO OFÍCIO DAS LEITURAS Composto por frei Davi M. Turoldo, o hino evoca a figura de Abraão, que dá origem ao povo eleito, a Santa Igreja que Deus sempre renova, a Virgem Santa que vê repetido na vida e na obra dos Sete Primeiros Pais o milagre da efusão do Espírito Santo e, por fim, os Sete que desapegando-se dos bens terrenos, abraçam a cruz de Cristo e a condição dos pobres.
HINO DO OFÍCIO DAS LEITURAS Deus, Pai eterno, felizes cantamos ao celebrarmos dos Pais a memória: os passos trilharam dos santos apóstolos e alegres subiram ao Monte da glória. Filhos de Abraão suscitas, ó Deus, mesmo de pedras, e nunca abandonas tua santa Igreja, figura do Reino:
Volta tua Mãe a assistir o milagre, como na vinda do Espírito Santo, que renovou toda a face da terra, e todo orbe cobriu com seu manto! Ricos mercantes eram os Sete na rica Florença, cidade de nobres: pelo evangelho eles tudo deixaram,
Juntos carregam da cruz o estandarte, unem-se a Cristo na santa paixão; nus como Ele que nu foi pregado, de todo pobre eles fazem um irmão. Com Santa Maria que sempre os guiou, juntos queremos cantar teu louvor, pois toda a graça de ti recebemos, Santa Trindade, que és fonte de amor.
Deus, Pai eterno, felizes cantamos ao celebrarmos dos Pais a memória: os passos trilharam dos santos apóstolos e alegres subiram ao Monte da glória. A primeira estrofe é um canto de louvor ao Pai Eterno na memória dos Sete Santos Fundadores e recorda que eles trilharam os passos dos santos Apóstolos e subiram ao monte de glória, que significa quer o Monte Senário, quer o monte da glória eterna.
Filhos de Abraão suscitas, ó Deus, mesmo de pedras, e nunca abandonas tua santa Igreja, figura do Reino: este prodígio tu sempre renovas. O poeta evoca a pregação de João Batista: “Produzi frutos de arrependimento, e não digais: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão” (Lc 3, 8). Deus nunca abandona a Igreja, mesmo quando ela é infiel, e sempre abre novos caminhos. Deus se serviu das Ordens medievais para renovar a Igreja.
Volta tua Mãe a assistir o milagre, como na vinda do Espírito Santo, que renovou toda a face da terra, e todo orbe cobriu com seu manto! Em Pentecostes, reunida no Cenáculo com os Apóstolos, Maria presenciou o Milagre da vinda do Espírito Santo que deu início à Igreja e “renovou a face da terra”. A vida e a obra dos Sete Santos, guiados por Ela, também contribuiu para a renovação da Igreja.
Ricos mercantes eram os Sete na rica Florença, cidade de nobres: pelo evangelho eles tudo deixaram, seguiram Jesus, fazendo-se pobres. Depois de lembrar Abraão e a Virgem Maria, aqui se fala dos Sete que eram ricos numa cidade rica e que “pelo evangelho, tudo deixaram”, fazendo-se pobres como Jesus, tornando-se instrumentos de renovação da igreja da época dominada pelo apego aos bens e às honrarias e pela simonia (venda de cargos, indulgências, bênçãos. . . ).
Juntos carregam da cruz o estandarte, unem-se a Cristo na santa paixão; nus como Ele que nu foi pregado, de todo pobre eles fazem um irmão. A estrofe reforça o despojamento dos Sete, que se uniram à Cruz de Cristo e à sua Paixão. Nus como Cristo pregado na Cruz, isto é, privados bens deste mundo, puderam abrir-se a todos os pobres, fazendo deles seus irmãos.
Com Santa Maria que sempre os guiou, juntos queremos cantar teu louvor, pois toda a graça de ti recebemos, Santa Trindade, que és fonte de amor. A doxologia, que termina todo hino litúrgico em louvor da Trindade Santa, fonte de amor e de todo bem, é rezada com Maria que sempre foi a imagem-guia dos Sete.
HINO DO OFÍCIO DAS LAUDES Tirado do antigo Ofício Próprio da Ordem e traduzido por Dom Marcos Barbosa. São Sete servos que surgem, da Virgem trazem o nome; os bens eternos preferem aos bens que o tempo consome. Maria os chama, e seus Servos do Monte a encosta subiam; de novo ordena, e o evangelho a todo pobre anunciam.
Dos servos cresce o pugilo, cresce o louvor de Maria; entre os louvores maternos, do Filho o reino se amplia. Tão santamente viveram, que santa morte os coroa; no céu a Virgem os recebe, Sua vitória ressoa.
Do alto reino onde se encontram, à terra volvam os olhos; dos que na terra inda lutam afastem todos os escolhos. Glória e louvor tributemos ao Pai e a seu Filho amado; também ao Espírito Santo igual louvor seja dado. Amém
São Sete servos que surgem, da Virgem trazem o nome; os bens eternos preferem aos bens que o tempo consome. A primeira estrofe do hino das Laudes retoma o tema do testemunho de pobreza dos Sete: abandonam os bens terrenos e buscam os bens eternos. E destaca de novo o nome de “Servos de Maria”
Maria os chama, e seus Servos do Monte a encosta subiam; de novo ordena, e o evangelho a todo pobre anunciam. Subir ao Monte Senário foi o segundo passo do seu caminho espiritual. Pensavam que ali poderiam viver isolados do mundo, mas a Virgem ordena-lhes que anunciem o Evangelho ao povo. Então os Sete começam a conciliar vida contemplativa de oração e solidão com vida ativa de prática da caridade e anúncio do Evangelho, característica dos Mendicantes.
Dos servos cresce o pugilo, cresce o louvor de Maria; entre os louvores maternos, do Filho o reino se amplia. A estrofe destaca que o pequeno grupo dos Sete vai crescendo e, por conseguinte, crescem também os louvores à Virgem Maria (cresce o louvor de Maria) e o Reino do seu Filho vai-se difundindo (do Filho o reino se amplia).
Tão santamente viveram, que santa morte os coroa; no céu a Virgem os recebe, sua vitória ressoa. A recompensa de uma vida santa é uma morte santa e a coroa da vitória que recebem da Virgem Gloriosa. A estrofe evoca o que o dizia São Paulo: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça que o Senhor me dará”
Do alto reino onde se encontram, à terra volvam os olhos; dos que na terra inda lutam afastem todos os escolhos. Antes da doxologia trinitária (Glória e louvor tributemos / ao Pai e a seu Filho amado; também ao Espírito Santo / igual louvor seja dado. Amém!), a penúltima estrofe é uma súplica dirigida aos Sete para que intercedam em favor daqueles que neste mundo, ainda continuam lutando contra o mal.
Glória e louvor tributemos ao Pai e a seu Filho amado; também ao Espírito Santo igual louvor seja dado. Amém Doxologia trinitária: Glória e louvor ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
HINO DAS II VÉSPERAS Seu autor é frei Davi M. Turoldo, conhecido poeta dos tempos atuais da nossa Ordem. Ele nos apresenta o legado dos Sete, isto é, que nós, como seus herdeiros, demos testemunho de vida fraterna e sejamos, como eles, ministros de paz e unidade.
HINO DAS II VÉSPERAS Brota a videira de Monte Senário, ramos expande assim como o resto do povo eleito que nunca esmorece mesmo na treva e na luta disperso. Isto, Senhor, eles deixam de herança, a nós que somos seus filhos herdeiros: vida fraterna e a todos servir qual compromisso de todos
Faze, Senhor, que também nós sejamos ministros de paz e sinal de unidade; faze que em todos os nossos conventos os pobres encontrem a fraternidade. Com Santa Maria que sempre os guiou juntos queremos cantar teu louvor, pois toda a graça de ti recebemos,
Brota a videira de Monte Senário, ramos expande assim como o resto do povo eleito que nunca esmorece mesmo na treva e na luta disperso. A primeira estrofe evoca o milagre da videira de Monte Senário que, segundo a tradição, floresceu e deu uvas em pleno inverno. A videira é a Ordem que brota enfrentando dificuldades e até ameaças de extinção, mas que, mesmo na treva e na luta, consegue expandir seus ramos.
Isto, Senhor, eles deixam de herança, a nós que somos seus filhos herdeiros: vida fraterna e a todos servir qual compromisso de todos primeiro. Qual a herança que os Sete nos deixaram? A mais importante é a vida fraterna e o serviço. Por isso, nossas Constituições afirmam: “Como nossos Primeiros Pais, comprometemonos a viver o Evangelho em comunhão fraterna e a servir a Deus e aos seres humanos”.
Faze, Senhor, que também nós sejamos ministros de paz e sinal de unidade; faze que em todos os nossos conventos os pobres encontrem a fraternidade. Outro legado dos Sete: que nós sejamos “ministros de paz e sinal de unidade” e que abramos as portas de nossos conventos oferecendo aos pobres solidariedade e fraternidade.
Com Santa Maria que sempre os guiou juntos queremos cantar teu louvor, pois toda a graça de ti recebemos, Trindade santa, que és fonte de amor. A última estrofe é dirigida à “Trindade Santa”, da qual recebemos todo bem e à qual queremos louvar com Santa Maria, Ela que é a “imagem-guia” que orientou a vida e a obra dos nossos Sete Santos Pais.
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