SADE MENTAL INFANTIL Caritas Diocesana de Coimbra CEARTE
SAÚDE MENTAL INFANTIL Caritas Diocesana de Coimbra CEARTE 20/02/2013 a 15/03/2013 Marta Pimentel Martins
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS 1948
CONSTITUIÇÃO LEGISLATIVA (1988) Todos os homens são iguais perante a lei, sem distinção. . . “Os homens não são iguais ou desiguais, eles são seres singulares”.
CONSTITUIÇÃO LEGISLATIVA (1988) TODOS temos direito à vida, integridade, liberdade, transporte, saúde, educação, previdência, orçamento, finanças. . . cultura, habitação,
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O QUE É SAÚDE MENTAL? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) Saúde é um «estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consiste somente na ausência de uma doença. »
O QUE É SAÚDE MENTAL? Está relacionada à forma como as pessoas reagem às exigências da vida e ao modo harmonizam desejos, ambições, emoções. . . como os seus capacidades, ideais e
O QUE É SAÚDE MENTAL? A saúde mental e a saúde física são duas vertentes fundamentais e indissociáveis da saúde. Problemas de saúde mental mais frequentes: ansiedade, mal-estar psicológico ou stress continuado, depressão, dependência de álcool e outras drogas, perturbações psicóticas, como a esquizofrenia, atraso mental, demências…
O QUE É SAÚDE MENTAL? A protecção da saúde mental faz-se através de medidas que contribuam para assegurar ou restabelecer o equilíbrio psíquico dos indivíduos, para favorecer o desenvolvimento das capacidades envolvidas na construção da personalidade e para promover a sua integração crítica no meio social em que vive.
O QUE É SAÚDE MENTAL? A prestação de cuidados de saúde mental é promovida prioritariamente a nível da comunidade, por forma a evitar o afastamento dos doentes do seu meio habitual e a facilitar a sua reabilitação e inserção social.
FACTORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO INFANTIL - Família - Amigos - Visão positiva do mundo - Escola - Boa saúde mental - Recursos materiais suficientes
EDUCAÇÃO, FAMÍLIA E SAÚDE São essenciais para o desenvolvimento global da criança, pois solicitam no seu atendimento cooperação sistemática dos que intervêm no processo: o sujeito, a família, a rede de serviços de saúde mental e a comunidade.
Normal vs Patológico
Normal vs Patológico O conceito de normalidade é extremamente controverso em psicopatologia. A fronteira entre o normal e o patológico pode ser delineada através de três critérios: - Frequência do acontecimento - Intensidade e duração do acontecimento - Interferência no quotidiano
• Critérios de normalidade: - Normalidade como ausência de doença: saúde como “ausência de sintomas, de sinais ou de doenças”. Como diz o velho aforismo médico: “A saúde é o silêncio dos órgãos”. Normal, nesse ponto de vista, é aquele que simplesmente não é portador de uma perturbação mental definida. Tal critério é bastante falho e precário, pois, além de redundante, baseia-se numa “definição negativa”, ou seja, definiu-se a normalidade não por aquilo que ela supostamente é, mas sim por aquilo que ela não é, pelo que lhe falta.
- Normalidade ideal: a normalidade é tida aqui como uma certa “utopia”. Estabelece-se arbitrariamente uma norma ideal, o que é supostamente “sadio” e mais “evoluído”. Trata-se de uma norma constituída socialmente. Depende, portanto, de critérios sócio-culturais e ideológicos. Exemplos de tais conceitos de normalidade são aqueles baseados na adaptação do indivíduo às normas morais e políticas de determinada sociedade.
- Normalidade funcional: este conceito assenta sobre aspectos funcionais. Um fenómeno é considerado como patológico a partir do momento em que é disfuncional, provoca sofrimento para o próprio indivíduo ou para o grupo social. - Esta é uma concepção relativista de normalidade.
- Normalidade como processo: neste caso consideram-se os desenvolvimento aspectos dinâmicos psicossocial, do das desestruturações e reestruturações ao longo do tempo, de crises, de mudanças próprias de determinadas faixas etárias. Este conceito é particularmente útil em psiquiatria infantil e de adolescentes, assim como em psiquiatria geriátrica.
Crises do Desenvolvimento Humano A Teoria do Desenvolvimento Psicossocial (Erikson) é uma teoria que pressupõe que o crescimento psicológico normal ocorre através de um conjunto de 8 fases/estádios.
Em cada uma das 8 crises, existem duas resoluções possíveis, a positiva e a negativa. Para um desenvolvimento saudável é necessário que a positiva se sobreponha à negativa; contudo, a existência da resolução negativa também é necessária. A forma como é resolvida cada uma das crises irá definir a capacidade de decorrer da vida. resolução de conflitos no
Confiança Vs Desconfiança (0 -18 m) – Esta idade é marcada pela iniciação da exploração do meio. Se tiver amor e as suas necessidades satisfeitas irá adquirir segurança e confiança; caso contrário, desenvolverá desconfiança e medos, vendo o meio como hostil. Autonomia Vs Vergonha e Dúvida (18 m– 3 A) Nesta idade a criança explora o contexto familiar; os pais/cuidadores não as devem proteger nem negligenciar demais, devem promover a sua autonomia, com um ambiente extremamente rígidas. estimulante e sem regras
Iniciativa Vs Culpa (3 A-6 A) – Exploração do meio, mas já tem conhecimento das regras, do que pode ou não fazer. A criança irá experienciar inúmeros papéis e brincadeiras, mas muitas vezes desconhece o limite do aceitável, o intervenientes que da a preocupa. educação Nesta devem fase, promover os a imaginação e curiosidade da criança, ao mesmo tempo que definem bem os limites, de forma a minimizar a sua preocupação com a aceitação.
Interesse Vs Inferioridade (6 A-12 A) – Este estádio torna-se tendencialmente consequência da resolução dos interiores. Com a entrada para a escola, a criança irá ter tarefas pela frente. É importante para os educadores mostrar que a criança é tão capaz como qualquer outra. Identidade Vs Confusão de Identidade (12 A-20 A) Na adolescência ocorre a aquisição da identidade. Questionam o já adquirido, o que origina a crise da adolescência. É imprescindível os pais serem congruentes e compreensivos, dando-lhes liberdade para questionar mantendo os laços afetivos.
Intimidade Vs Isolamento (20 A-35 A) – Este estádio é definido pelo estabelecimento de relações íntimas ou compromissos. Caso isso não aconteça ocorre o isolamento (físico e/ou psicológico). Generatividade Vs Estagnação (35 A-60 A) – Este estádio é marcado pela preocupação com as gerações futuras ou consigo próprio e isso irá marcar a diferença na resolução da crise. Aqui surge a necessidade de deixar a marca pessoal na sociedade preparando o futuro. Se pelo contrário a necessidade é exclusivamente com o seu bem-estar e ou posse de bens materiais, surge a estagnação.
Integridade Vs Desespero (mais de 60 A) – Esta fase surge como balanço de todas as restantes crises passadas e da vida em geral. Num balanço positivo sentir-se-á realizado e satisfeito; num balanço negativo sentir-se-á um fracassado, mal sucedido, levando-o ao desespero.
As crises são acontecimentos universais. Todo o ser humano sofre com situações adversas, mudanças súbitas e perdas significativas e com situações que colocam à prova o equilíbrio emocional, saúde e os relacionamentos.
Traumas, perdas e crises parecem afectar mais hoje do que nunca. – Desastres naturais (Tsunami, Katrina) – Ataques terroristas (11 setembro/Madrid) – Guerras – Pobreza – Vícios – Contaminação meio ambiente
Crise Estado temporal de perturbação e desorganização caracterizado por: – Incapacidade do indivíduo ou família para resolver problemas usando métodos e estratégias habituais – Potencial para gerar resultados radicalmente positivos ou radicalmente negativos
• Ruptura no interior de relações que exige uma busca de novas formas de funcionamento, melhor adaptadas à nova situação criada. • Situação paradoxal: ameaçam a estabilidade do sistema e também podem apresentar oportunidade para que o sistema mude.
• Todos enfrentamos problemas, sem que eles necessariamente se tornem uma crise. • Crise não é definida simplesmente pelo factor stressante, mas é definida pela percepção e a resposta da pessoa que se perante o impacto de tal facto. desestabiliza
Factor precipitante da crise • É variável: membro da família ser preso; férias ou aniversário. • Pode entrar em crise ao perceber um acontecimento ou situação (morte súbita). Ou pode desencadear-se quando a situação é interpretada como ameaça (perda trabalho ou fonte de renda) • Recursos situação são ineficazes para lidar com
Variáveis das crises Pessoal Saúde; Auto-estima; Flexibilidade; Fé e valores Familiares e parentes; Amigos e vizinhos; Natureza das relações (comunicação; papéis) Localização, Recursos econômicos e materiais Estruturas e políticas públicas; escolas, fábricas, igrejas Valores; Tradições; Normas e Costumes Comunitário Cultural Claudia Bruscagin
Duração das crises Duração limitada: poucos dias a poucas semanas (max. 6 a 8), para serem resolvidas para bem ou para o mal. • A resolução inclui: restauração do equilíbrio, domínio cognitivo da situação e aprendizagem de novas habilidades. • Elaboração do luto pode levar anos. • Crise: estado temporal de instabilidade aguda que requer intervenção adequada.
Sequência da crise • Facto inesperado que provoca nível considerável de tensão e o indivíduo não consegue/pode utilizar mecanismos habituais de enfrentamento. • Choque (negação/perda de memória) emoções intensas, desorganização pessoal recuperação. • NUNCA SAÍMOS OS MESMOS DE UMA
Gestão das crises • Ter em conta não só os aspectos emocionais, mas também os cognitivos, comportamentais, relacionais e espirituais. • O sujeito fica confuso, altamente vulnerável a influências externas. Aberto a mudanças. Também se abrem para questionamentos sobre o sentido da vida.
Intervenção Visa ajudar a suportar um evento traumático de modo a atenuar os efeitos negativos (traumas, estigmas, dano físico) e incrementar a probabilidade de crescimento pessoal (novas competências, funcionamento adequado na nova etapa do ciclo vital, mais opções de vida)
Os cuidadores que suportaram o estado de emergência e que continuam a ajudar a família, causam mais dano que benefício: os terapeutas que se tornam indispensáveis são perigosos.
Tipos de crise • Slaikeu e Stone: origem do estímulo – Circunstanciais e de desenvolvimento • Howard e Libbie Parad: natureza do factor desencadeante – Disparadas biologicamente, ambiente e as casuais pelo meio
Crises circunstanciais • Acidentais, inesperadas e apoiadas no factor ambiental – Guerra, doença, acidente, desvalorização da moeda – Não traz muita culpa, e esta pode ser verbalizada – Recebe-se ajuda material, moral e espiritual e de perda de prestígio (desfavor)
Ajuda: – Estimular a expressar os sentimentos em ambientes de aceitação, solidariedade e empatia – Acompanhar processo de análise, integração e manter abertura para futuro
Eventos circunstanciais e Recursos • Quadro 5 Claudia Bruscagin
Eventos circunstanciais e Recursos • Quadro 5 Claudia Bruscagin
Eventos circunstanciais e Recursos • Quadro 5 Claudia Bruscagin
Crises de desenvolvimento Problemas surgem quando parte da família procura impedir a crise em vez de a definir e se adaptar a ela. Também pode haver problemas se alguém da família deseja que as mudanças próprias do desenvolvimento sejam mais rápidas ou mais evidentes.
• Podem estar relacionadas com a sexualidade: curiosidade infantil masturbação na românticas pelos adolescência, “crises genitais, fantasias secretas de desenvolvimento” • Fim de uma relação crise universal das mais dolorosas, mas não discutidas
Crises estruturais • Resultam do agravamento de dinâmicas internas da família geradas no esforço de evitar mudanças, há uma exacerbação dos temas de interação intrínsecos. • Crises surgem das tensões escondidas que não foram resolvidas. • Famílias disfuncionais
Crises de perda de prestígio/desfavor • Quando existem membros disfuncionais ou dependentes, quando há necessidade de ajuda especializada ou quando a família perde o controlo daqueles que dependem dela. • Ex. : crianças, idosos, doentes crónicos e inválidos. Famílias que migram ou emigram e perdem as suas redes
• 3ª idade: podem surgir angústias, relações conflituosas e violência que estavam latentes. • Perda de autonomia, ruptura no sistema, reavaliação das relações familiares. • Necessidade de casa de repouso ou de ajuda de pessoas externas à família.
Modelos de intervenção Modelo ABC – A: alcançar uma relação de abertura e confiança – B: balizar os componentes fundamentais da crise e a sua profundidade emocional. Chamar emoções pelo nome e definir conteúdos particulares desses sentimentos
- C: combater activamente. Não se deve ter medo de falar abertamente sobre os temas envolvidos (morte, suicídio, infidelidade). Estabelecer objetivos alcançáveis, dentro de prazos razoáveis
Modelo de aconselhamento 1. Desenvolver relacionamento e confiança 2. Clarificar o problema 3. Estabelecer contrato 4. Explorar recursos da rede 5. Discutir alternativas 6. Terminar contato
As crianças na crise • Frequentemente são as mais afectadas, mas também as que mais rapidamente recuperam. • Tendem a personalizar os eventos. Se remetem a situações já vividas acreditam que também pode acontecer com elas (ansiedade, insónia, tristeza)
• Tendem a imitar as reacções emocionais dos adultos, mas à sua maneira. • Podem ficar irritáveis e desobedientes; perder interesse por brincadeiras; ter sobressaltos quando dormem ou perder apetite. • Algumas podem expressar-se melhor por meio de desenhos e histórias ou de brincadeiras.
• Algumas perguntam muito e repetidamente, outras fecham-se totalmente. • As crianças precisam de lidar com as emoções. É importante lembrar que a raiva é uma emoção que faz parte do processo de luto. Os cuidadores devem iniciar a conversa a respeito dos sentimentos.
• Há projectos de ajuda à comunidade; escrever carta às autoridades ou aos envolvidos na crise/tragédia; ler livros a respeito. Exercícios físicos ajudam a descarregar tensão muscular própria de momentos de frustração e raiva, bem como de coragem. Massajar o pescoço e as costas.
Raiva/Ira e Ódio • A raiva foca-se em eventos, pessoas e acções especificas. O ódio pode generalizar-se de forma prejudicial e injusta. • A raiva procura o castigo dos culpados. O ódio procura a aniquilação.
A crise mal processada • O sujeito deprime muito e por bastante tempo (+6/8 semanas e não se reintegra às actividades habituais) • Fica hiperactivo (foge da dor e evita o confronto com as consequências) • Está sempre doente (somatização crónica)
• Muda muito o seu comportamento • Abusa de álcool, tabaco ou medicamentos • Age fora da lei • Torna-se indiferente e afirma não sentir nada, perde desejo de dar ou receber carinho
Tenta ou ameaça suicídio (muito tempo sem dormir, inconformidade, desespero, faz acertos detalhados das suas coisas para o futuro, prepara-se para uma “longa viagem”, encarrega outros que cuidem da sua família, torna-se calma repentinamente, interesse pela morte)
Recuperação e crescimento • Quando sai pelo caminho da oportunidade, dáse a transformação, a mudança. • Gere a dor, angústia, raiva e medo com recursos que desconhecia anteriormente. • Mesmo assim o processo não terminou; faltam assuntos para ser colocados em ordem…
Atenção: • Relação entre conselheiro/facilitador e a pessoa/família em crise é crucial no processo de ajuda • Conselheiro/facilitador deve conhecer a sua capacidade de lidar estabelecer limites e com de o stresse, de acompanhar as pessoas envolvidas sem dar sermões, criticar, moralizar, julgar ou pressionar. • Deve ter claros os limites para saber quando encaminhar para um profissional especializado
Factores de risco na criança - Eventos traumáticos: . Maus-tratos. Abuso sexual (verbal ou físico). Negligência (privação de necessidades). Violência intrafamiliar. Violência psicológica (ameaça, humilhação)
. Doença mental dos pais (depressão, ansiedade). Tentativas de suicídio próximas. Pobreza. Conflitos. Perda de vínculo com pai ou mãe (cuidador)
Factores de risco no adolescente. Fumo. Abuso de álcool ou drogas. Relações sexuais que podem levar à gravidez e a doenças sexualmente transmissíveis. Evasão escolar. Uso de armas. Violência sexual. Conflitos
O Ministério da Saúde (2002) identifica factores de risco ao desenvolvimento infantil referentes à família e à criança. Como factores de risco inerentes à família destaca: a) famílias baseadas numa distribuição desigual de autoridade e poder; b) famílias nas quais não há uma diferenciação de papéis, levando à eliminação de limites entre os membros;
c) famílias com nível de tensão permanente, manifestado por dificuldades de diálogo e descontrolo da agressividade; d) famílias nas quais não há abertura para contactos externos; e) famílias nas quais há ausência ou pouca manifestação positiva de afecto entre pai/mãe/filho; f) famílias que se encontram em situação de crise, perdas (separação desemprego, morte, etc). do casal,
Como fatores de risco referentes à criança, a mesma fonte menciona: crianças com falta de vínculo parental nos primeiros anos de vida, distúrbios evolutivos, crianças separadas da mãe ao nascer por doença ou prematuridade, crianças congénitas nascidas ou com doenças malformações crónicas (atraso mental, anomalidades físicas, hiperactividade), baixo desempenho escolar e evasão.
Factores de protecção São comummente classificados em três categorias: • a) atributos actividades, disposicionais autonomia, da criança orientação - social positiva, autoestima, preferências, etc); b) características da família - coesão, afectividade e negligência, etc); ausência de discórdia e
c) fontes de apoio individual ou institucional disponíveis para relacionamento da a criança e família - com pares e pessoas fora da família, suporte cultural, atendimento individual como atendimento médico ou psicológico, instituições religiosas, etc.
A Associação Americana de Psicologia (APA) destaca factores que podem ajudar a proteger pessoas jovens de problemas no desenvolvimento, vivendo até mesmo em condições adversas, tais como a pobreza. Neste contexto, a APA destaca a “resiliência” para se referir à ocorrência de bons resultados apesar de sérias ameaças ao desenvolvimento saudável.
Factores associados a resiliência: a) o relacionamento positivo com pelo menos um adulto significativo (parente ou não); b) a existência de uma âncora religiosa ou espiritual (dá senso de significado); c) expectativa académica alta e realista, e suporte adequado; d) ambiente familiar positivo (limites claros, respeito pela autonomia do adolescente, etc); e) inteligência emocional; f) habilidade para lidar com o stress.
Em tempos difíceis, a compreensão e construção de forças e virtudes, como valores, perspectivas ou integridade torna-se mais urgente. Neste sentido, as forças e virtudes funcionam como pára-choque contra o infortúnio e desordens psicológicas, e podem ser a chave para a construção equilibrada do indivíduo.
Saúde Mental na Família http: //www. youtube. com/watch? v=_9 Jf. GAFHCk
O termo “família” vem da Roma Antiga, onde “famulus”, em latim, significa “escravo doméstico”, e “ia” é plural, logo, a palavra família quer dizer conjunto de escravos domésticos, o que caracterizava a escravidão legalizada.
A família é a unidade básica da sociedade formada por indivíduos com ancestrais em comum ou ligados por laços afectivos. O conceito de "família" tem evoluído ao longo dos tempos, quer nas suas funções enquanto sistema, quer nas funções de cada elemento que a compõe.
Família: - fundamental para a resiliência da criança e do adolescente . Proximais (relação pais / filhos). Distais (características disposicionais dos pais). Contextuais (qualidade das relações na família)
FACTORES PROXIMAIS. Qualidade da relação pais/filhos. Configuração de atitudes face à criança que lhe são comunicadas ao longo da história da relação. Proporcionar um ambiente seguro e afectivo que facilite a aprendizagem da autonomia (vinculação, intimidade. . . )
. Estabelecer regras e padrões de comportamento e regular o comportamento dos filhos (estilos parentais). A relação entre adolescentes comportamentos anti-sociais e os seus pais é caracterizada por falta de intimidade, de mutualidade, por culpabilizações e por fúria.
Factores Proximais – Educação Parental Educação : configuração de acções por parte dos pais que visam encorajar a emergência de valores, princípios, atitudes e comportamentos considerados positivos e reduzir os considerados negativos Práticas Educativas: conjunto de interacções verbais e não verbais que visam atingir resultados concretos
Práticas Educativas: conjunto de interacções verbais e não verbais que visam atingir resultados concreto Democrático Ausente Super-protector Laissez-Faire Pouco estruturado Orientador Estimulante Autoritário Castrador Negligente Permissivo Flexível Rígido
FACTORES DISTAIS Características disposicionais dos pais que perturbam a qualidade da parentalidade Problemas psicopatológicos (ex: depressão) Falta de confiança na competência parental Padrões de vinculação inseguros Competências sócio-afectivas fragilizadas (auto-estima, assertividade, problemas, etc. ) resolução de
FACTORES CONTEXTUAIS Qualidade positiva das relações familiares Coesão familiar Procura de resolução dos problemas Atenção ao impacto de problemas nos filhos Qualidade da relação conjugal A qualidade negativa da relação conjugal e o conflito conjugal grave e persistente está associado a comportamentos anti-sociais da criança e do adolescente
VALORES e BEM ESTAR FAMILIAR Bem estar familiar – Processo construtivo ao longo do tempo que exige reajustamentos face às mudanças com que a família se depara. Os membros da família sentem-se satisfeitos quando conseguem viver as mudanças de forma positiva. Valores associados ao bem estar familiar: segurança, saúde, felicidade, tolerância, solidariedade, responsabilidade, paz, lealdade, respeito, obediência…
Ciclo vital da família e mudança associada Na abordagem à família, dois aspectos foram intensamente estudados: • A evolução da família ao longo dos anos caracterizada por vários estádios. • A forma como a família gere a mudança de um estádio para o outro.
Intuitivamente, todos nós temos a sensibilidade necessária para definir os diferentes estádios pelos quais um casal passa a partir do momento em que assume o compromisso de viver junto, seja esse compromisso selado pelo casamento ou não. No entanto, encontraremos de forma sistematizada esses diferentes estádios no seguinte quadro com a respectiva definição.
É de salientar que não estão aqui representadas as famílias monoparentais e reconstituídas devido à separação, ao divórcio ou à morte de um cônjuge, cujos estádios serão obviamente mais complexos. Mas para além da simples definição dos estádios, temos de perceber os mecanismos psicológicos mediante a mudança que implica a transição dum estádio para o outro:
Obviamente, não temos a mesma capacidade para lidar com todas as mudanças da mesma forma, uma vez que “flexibilidade psicológica”. que requerem
Gerir a Mudança e/ou a crise Gestão da Mudança: Processo Psicológico • Negação da situação para evitar sofrer • Resistir para evitar os efeitos da mudança • Considerar a mudança sob outra perspectiva • Resignar-se • Aceitação e criar um presente satisfatório
O maior obstáculo à mudança é o hábito. As pessoas receiam quando os acontecimentos fogem ao seu controlo, medo do que poderá surgir a seguir, o que pode levar a uma ruptura psicológica e proporcionar uma situação de crise. Guy Ausloos, define a crise como "a situação de uma pessoa ou de um sistema vivo quando uma mudança é inevitável“ (modelo sistémico).
Segundo este autor, vivenciamos as crises focando-nos unicamente nos aspectos negativos, esquecendo-nos das oportunidades que podem surgir e sugere etapas para gerir uma situação de mudança, evitando assim uma ruptura ou crise.
• Ver a oportunidade: mudar a forma como nós representamos a crise • Dar-se tempo: a crise está muitas vezes associada ao sentimento de emergência; a precipitação leva a escolhas erradas • Aceitar o caos e lidar com o incómodo associado • Não procurar responsáveis: é perda de tempo e de energia • Não acreditar em soluções milagrosas • Aceitar perder • Aceitar que nada será como dantes • Ver as hipóteses
Estas sugestões aplicam-se perante as transições necessárias para a família conseguir lidar com a mudança de uma etapa para a outra, mas também em situações de stress, aumento do volume de trabalho, o desemprego, uma separação, mudança de emprego, de casa… Qualquer mudança que possa surgir surgimento na de nossa uma vida, doença inclusivé o inesperada.
Quando diagnosticada uma doença (física ou mental), o impacto na família vai depender em que estádio do ciclo vital o doente se encontra.
As regras familiares vão sofrer alterações, para além do ambiente tender a fortes tensões e conflitos. Efectivamente, muitas vezes existe uma troca dos papéis, por exemplo um filho ter que assumir mais internamento responsabilidade de um devido dos ao pais. Da mesma forma, um adolescente ou um jovem adulto que sofre de perturbação do humor, poderá verificar uma super-protecção por parte dos pais e mesmo dos irmãos.
Todos os membros da família terão de aprender: • Aceitar a doença • Reconhecer os seus sintomas para prevenir futuras recaídas • Diferenciar a personalidade do doente dos sintomas da doença • Participar no tratamento (acompanhando o doente ao médico, cumprir prescrições em casa) • Ter a flexibilidade necessária para voltar a assumir os seus papéis na família, após ultrapassada a crise
Todavia muitas famílias têm dificuldades em ultrapassar estas diferentes fases; nestes casos é aconselhado apoio técnico especializado em apoio individual, em grupo e/ou em sessões psicoeducativas. Poderá evitar-se o isolamento das famílias, o estigma associado à doença, a culpabilização do doente e conflitos familiares que irá prejudicar a evolução da doença.
Criança vulnerável e em risco http: //www. youtube. com/watch? v=dmx. Vc. Nlq kx. E
Síndrome da carência afectiva materna
A privação emocional familiar nos primeiros anos de vida é o principal factor que desencadeia o síndrome: situação em que há uma criança que sofreu ou está a sofrer privação de relacionamento, especialmente com a sua mãe, e que tem o déficit de atenção emocional necessária no início da vida.
Qualquer um que não seja amado adequadamente, que sofra de grave falta de estímulo emocional durante a infância pelos adultos que desempenham um importante papel relacional, irá provavelmente ser alvo do aparecimento de desenvolvimento, distúrbios mas não também só de distúrbios somáticos, de humor e comportamento.
A falta de afecto materno é caracterizada pelo estado psicológico de ambição emocional e medo de ser abandonado ou perdido. Tal é a necessidade de um sinal de afecto que permanece em estado de procura emocional, necessidade de saciedade, que se manifesta por uma atitude de reafirmação da existência do afecto do outro e, assim, se sentir segura.
A falta de afecto é uma doença que abrange todas as idades, culturas e classes sociais. A evolução dos indivíduos que desenvolvem este síndrome depende muito da situação social em que crescem, podendo estabelecer padrões que definem o seu comportamento desde a infância até a idade adulta.
Na primeira infância, as crianças estão sedentas de atenção, com um leve sorriso, e são mais propensas a doenças infecciosas. Nesta fase, geralmente aparecem problemas somáticos (constipação, disfagia – dificuldade de deglutição dos alimentos – complicações motoras, entre outros), embora possam ser efectivamente relativos ao crescimento.
Na pré-escola a criança tem distúrbios de linguagem e outros atrasos problemas de dicção, vocabulário dificuldades gramaticais e principais: pobre, sintácticas (verbalização). No âmbito lógico-matemático, normalmente têm bom comportamento.
Na idade escolar, muitas crianças têm dificuldades inteligência de aprendizagem: limitada ou nível fraqueza de ligeira; insucesso escolar frequente, sentimentos de inutilidade e declínio da auto-estima: dúvidas quanto a despertar afecto ou simpatia (“ninguém gosta de mim”), por isso tem uma incerteza importante: sentimento obsessivo de exclusão. .
Entre a idade escolar e pré-adolescência: o sujeito tem distúrbios de comportamento, atitudes de inibição, de abstinência, atitudes de oposição e revolta; embora pontualmente sociável e extrovertido sente medo de ser rejeitado no grupo e tende a provocar a integração a todo o custo. Daí a importância das relações sociais nesta fase, que vão determinar a sua conduta futura.
Na adolescência: comportamento estranho e actos impulsivos (hiperactividade), são muito enquanto frequentes distúrbios psicóticos ou comportamentos neuróticos são raros. São pessoas facilmente influenciáveis ainda adolescentes, ou já adultos.
Fogem às responsabilidades e assumem comportamentos rebeldes, tal como a maioria dos adolescentes. aparecem vícios Nesta fase precoces geralmente (alcoolismo consumos em geral). A maneira de agir é a única expressão possível de oposição à verbalização da infância; este estado limite imprime sintomas que podem ser observados na procura contínua de afecto e consequente aumento de auto-estima.
Na juventude, a perda da capacidade de amar e uma diminuição significativa na auto-estima leva-os a preencher a sua vida de actividades que causam hiperatividade ou dependência. A única forma de se sentirem amados está na sua vida sexual. É um momento reconfortante em que o homem ou a mulher é estimado/a. O risco: uma vida sexual desproporcional e incontrolável. Total falta de sensibilidade a expressões afectivas dos outros. Usam pessoas como instrumentos para se sentirem seguros.
Na idade adulta: em luto pela perda da juventude, preparam-se para a vida adulta, stress e dificuldades, instabilidade nos relacionamentos, conflitos conjugais e pobreza de competência dos pais (sentem-se maus pais).
Aparece a infidelidade emocional, não porque estão insatisfeitos com a relação que têm, mas porque nunca se sentiram amados. A taxa de divórcio é de 80% e procuram incessantemente um par que lhes garanta estabilidade emocional… e não encontram.
Criança prematura
O prematuro é a criança que nasce antes dos 9 meses, ou seja, antes de completar 37 semanas de gestação . É um bebé biologicamente mais vulnerável do que aquele nascido a termo (com 37 semanas de gestação ou mais), devido à sua imaturidade orgânica, necessitando, especiais. muitas vezes, de cuidados
Quando um bebé prematuro nasce, a mãe pode sentir culpa, angústia e medo por ser um bebé pequeno e dependente de cuidados especiais. Como muitos desses bebés precisam de cuidados especializados realizados por profissionais no hospital, a mãe pode ter dificuldade em iniciar uma aproximação com o seu filho prematuro. A mãe não sente que o bebé seja realmente seu, mas sim que ele pertence à equipa do berçário.
A mãe precisa de sentir que aquela criança é sua e isto só acontece quando inicia um contacto físico mais próximo, visitando-o sempre que puder, olhando-o e deixando-o vêla. Para facilitar a interacção, a mãe pode falar com ele antes de lhe tocar, fazendo com que ele saiba que ela está ali. A voz suave da mãe acalma e o toque carinhoso dá-lhe segurança e serenidade.
Os sentimentos de culpa dos pais podem ser atenuados ou reforçados segundo a oportunidade ou não de a mãe e o pai participarem, de alguma forma, dos cuidados de seu filho.
Destacam-se algumas intervenções que podem favorecer a adaptação dos pais à nova situação e o fortalecimento do vínculo entre pais-bebé como: - visita dos pais ao bebé de alto risco permitida durante 24 h - na primeira visita na unidade neonatal, fornecer aos pais informações básicas sobre os equipamentos que cercam o bebé e entregarlhes material didático
- facilitar o vínculo entre eles e a criança, permitindo o contacto pele-a-pele, mesmo com o bebé entubado sob cuidados intensivos, estimulando que a mãe venha com vestuário que possibilite a colocação do bebé no seu peito, em contacto com a pele - incentivo ao aleitamento materno
- participação dos pais em grupos de apoio, juntamente com outros pais que passaram pela experiência, recebendo, nestas reuniões, informações sobre a condição clínica e terapêutica do filho, esclarecendo dúvidas e trocando experiências com os outros pais. De acordo com a necessidade, há a participação ou encaminhamento da mãe/pais para outros serviços ou profissionais, como assistente social, psicóloga, entre outros.
Criança hospitalizada
O direito aos melhores cuidados é um direito fundamental, particularmente para as crianças. Para o efeito foi elaborada a Carta da criança hospitalizada, a qual foi preparada por várias associações europeias em 1988, em Leiden.
Esta Carta está sujeita à votação do Parlamento de Estrasburgo, bem como à do Conselho da Europa e à Organização Mundial de Saúde. Esta Carta resume e reafirma os direitos das crianças hospitalizadas. Para fazer com que a sua aplicação se torne possível em Portugal, divulgue-a.
A admissão de uma criança no Hospital só deve ter lugar quando os cuidados necessários à sua doença não possam ser prestados em casa, em consulta externa ou em hospital de dia.
Uma criança hospitalizada tem direito a ter os pais ou seus substitutos, junto dela, dia e noite, qualquer que seja a sua idade ou o seu estado.
Os pais devem ser encorajados a ficar junto do seu filho devendo ser-lhes facultadas facilidades materiais sem que isso implique qualquer encargo financeiro ou perda de salário. Os pais devem ser informados sobre as regras e as rotinas próprias do serviço para que participem activamente nos cuidados ao seu filho.
As crianças e os pais têm o direito a receber uma informação adaptada à sua idade e compreensão. As agressões físicas ou emocionais e a dor devem ser reduzidas ao mínimo.
As crianças e os pais têm o direito a serem informados para que possam participar em todas as decisões relativas aos cuidados de saúde. Deve evitar-se qualquer exame ou tratamento que não seja indispensável.
As crianças não devem ser admitidas em serviços de adultos. Devem ficar reunidas por beneficiarem actividades idade, com grupos de jogos, educativas toda etários a para recreios e adaptadas à segurança. As pessoas que as visitam devem ser aceites sem limites de idade.
O Hospital deve oferecer às crianças um ambiente que corresponda às suas necessidades educativas, físicas, quer no afectivas aspecto e do equipamento, quer no do pessoal e da segurança.
A equipa de saúde deve ter formação adequada para responder às necessidades psicológicas e emocionais das crianças e da família.
A equipa de saúde deve estar organizada de modo a assegurar a continuidade dos cuidados que são prestados a cada criança.
A intimidade de cada criança deve ser respeitada. A criança deve ser tratada com cuidado e compreensão em todas as circunstâncias.
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