ROMANTISMO Portugal O marco inicial do Romantismo Portugus

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ROMANTISMO - Portugal O marco inicial do Romantismo Português foi a publicação do poema

ROMANTISMO - Portugal O marco inicial do Romantismo Português foi a publicação do poema “Camões” (1825) de Almeida Garrett (1799 -1854). Em Portugal, as principais características do Romantismo são: nacionalismo, romance histórico e o medievalismo.

ROMANTISMO No Brasil, o movimento romântico surge em meados do século XIX. Após a

ROMANTISMO No Brasil, o movimento romântico surge em meados do século XIX. Após a independência do país, a população sentiu a necessidade de se afastar dos moldes europeus buscando uma arte realmente brasileira. Por esse motivo, esse período, que durou até fins do século XIX, focou nos temas nacionais, incluindo o povo, a linguagem, as regiões do país, dentre outros. A despeito de possuir características semelhantes dessa fase, o romantismo é dividido em três fases.

ROMANTISMO A primeira geração romântica (1836 a 1852) está pautada no nacionalismo-indianismo, visto como

ROMANTISMO A primeira geração romântica (1836 a 1852) está pautada no nacionalismo-indianismo, visto como a fase inicial para a busca de uma identidade nacional. A segunda geração romântica (1853 a 1869), denominada de “mal do século” ou “ultrarromântica”, destacou-se pela abordagem de temas como a morte, a dor, o amor não correspondido. A terceira geração romântica, chamada de “geração condoreira” ou “fase social” (1870 a 1880), ressalta a importância da liberdade.

ROMANTISMO – 1ª GERAÇÃO Nacionalismo / Indianismo Características gerais A Primeira Geração Romântica tem

ROMANTISMO – 1ª GERAÇÃO Nacionalismo / Indianismo Características gerais A Primeira Geração Romântica tem como principais características: * Exaltação da natureza e da liberdade * Religiosidade * Figura do índio ou indianismo * Sentimentalismo, emoções * Nacionalismo-ufanista * Brasileirismo (linguagem)

ROMANTISMO – 1ª GERAÇÃO Principais Autores Domingos José Gonçalves de Magalhães (1811 -1882) Considerado

ROMANTISMO – 1ª GERAÇÃO Principais Autores Domingos José Gonçalves de Magalhães (1811 -1882) Considerado o fundador do Romantismo Brasileiro, Gonçalves de Magalhães nasceu no Rio de Janeiro. Foi poeta, professor, ensaísta, diplomata, político e médico brasileiro. Personagem brasileiro multifacetado recebeu o título de "Visconde Araguaia" no ano de 1874. Algumas de suas obras: Suspiros Poéticos e Saudades (1836), O poeta e a Inquisição (1839), A Confederação dos Tamoios (1857), Os indígenas do Brasil perante a História (1860).

ROMANTISMO – 1ª GERAÇÃO Principais Autores Antônio Gonçalves Dias (1823 -1864) Gonçalves Dias foi

ROMANTISMO – 1ª GERAÇÃO Principais Autores Antônio Gonçalves Dias (1823 -1864) Gonçalves Dias foi um poeta, jornalista, professor, etnógrafo, advogado e teatrólogo maranhense. Um dos mais representativos poetas da primeira fase romântica no Brasil. Algumas obras: Canção do Exílio (1846), I-Juca-Pirama (1851), Os Timbiras (1857).

ROMANTISMO – 1ª GERAÇÃO Principais Autores Manuel José de Araújo Porto Alegre (1806 -1879)

ROMANTISMO – 1ª GERAÇÃO Principais Autores Manuel José de Araújo Porto Alegre (1806 -1879) José de Araújo foi escritor, jornalista, pintor, caricaturista, arquiteto, crítico, historiador, professor, diplomata e político brasileiro. Considerado o fundador das revistas: “Guanabara” e “Lanterna Mágica”. Suas principais obras: A destruição das florestas (1846), Brasilianas (1863) e Colombo (1866).

ROMANTISMO – 1ª GERAÇÃO Principais Autores Joaquim Manuel de Macedo (1820 -1882) Escritor e

ROMANTISMO – 1ª GERAÇÃO Principais Autores Joaquim Manuel de Macedo (1820 -1882) Escritor e médico brasileiro, Joaquim Manuel de Macedo, destaca-se por sua prosa. Sua obra intitulada “A Moreninha”, publicada em 1844, é considerada o primeiro romance brasileiro. Outras obras que se destacam: O Moço Loiro (1845), A Luneta Mágica (1869), As Vítimas-Algozes (1869).

ROMANTISMO – 1ª GERAÇÃO Principais Autores Manuel Antônio de Almeida (1831 -1861) Manuel Antônio

ROMANTISMO – 1ª GERAÇÃO Principais Autores Manuel Antônio de Almeida (1831 -1861) Manuel Antônio de Almeida foi escritor, jornalista, médico e professor brasileiro. Destaca-se sua única obra em prosa denominada “Memórias de um Sargento de Milícias” (1852). Foi publicada durante um ano (1852 -1853) nos folhetins do jornal Correio Mercantil, no qual era redator.

ROMANTISMO – 1ª GERAÇÃO Principais Autores José Martiniano de Alencar (1829 -1877) José de

ROMANTISMO – 1ª GERAÇÃO Principais Autores José Martiniano de Alencar (1829 -1877) José de Alencar foi cronista, romancista, jornalista, crítico, político, advogado e dramaturgo brasileiro. É conhecido por seus romances regionalistas, históricos e indianistas, dos quais se destacam: Cinco Minutos (1856), O Guarani (1857), A Viuvinha (1857), Iracema (1865), Ubirajara (1874), O Sertanejo (1875).

Trecho de Iracema, de José de Alencar: “Rumor suspeito quebra a doce harmonia da

Trecho de Iracema, de José de Alencar: “Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. ” Nesse romance, de 1865, o escritor apresenta uma visão poética da formação do povo brasileiro. De acordo com sua “lenda”, ele tem origem na união do índio, representado por Iracema, a “virgem dos lábios de mel”, e o branco europeu, representado pelo guerreiro Martim.

ROMANTISMO – 1ª Geração Nacionalismo / Indianismo As principais características da primeira geração do

ROMANTISMO – 1ª Geração Nacionalismo / Indianismo As principais características da primeira geração do Romantismo brasileiro são: Exaltação da natureza e da liberdade: Os românticos utilizavam a exaltação da natureza e da liberdade como um mecanismo para fugir da realidade, objetivo alcançado quando o escritor voltava-se para paisagens novas, como a selva brasileira. Esse novo espaço possibilitou a criação de uma poesia voltada para o índio e para a natureza brasileira, poesia expressa em uma linguagem simples e acessível, cujo principal representante foi Gonçalves Dias.

Canção do exílio (Gonçalves Dias) Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As

Canção do exílio (Gonçalves Dias) Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar sozinho, à noite Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.

ROMANTISMO – 1ª Geração Indianismo: O índio foi escolhido como um dos símbolos da

ROMANTISMO – 1ª Geração Indianismo: O índio foi escolhido como um dos símbolos da nacionalidade brasileira. O negro, vindo de outro continente, não podia ser considerado como um típico brasileiro, tampouco o homem branco, identificado como o colonizador português. A figura do homem nativo substituiu o herói medieval europeu em nossa literatura: o índio era visto como o “bom selvagem”, cujo comportamento era idealizado.

Canção do Tamoio (Gonçalves Dias) (Fragmentos) I Não chores, meu filho: Não chores, que

Canção do Tamoio (Gonçalves Dias) (Fragmentos) I Não chores, meu filho: Não chores, que a vida É luta renhida: Viver é lutar. A vida é combate, Que os fracos abate, Que os fortes, os bravos, Só pode exaltar. II Um dia vivemos! O homem que é forte Não teme da morte; Só teme fugir; No arco que entesa Tem certa uma presa, Quer seja tapuia, Condor ou tapir. (. . . ) III Domina, se vive; Se morre, descansa Dos seus na lembrança, Na voz do porvir. Não cures da vida! Sê bravo, sê forte! Não fujas da morte, Que a morte há de vir!

ROMANTISMO – 1ª Geração Nacionalismo ufanista: O nacionalismo é um dos traços essenciais da

ROMANTISMO – 1ª Geração Nacionalismo ufanista: O nacionalismo é um dos traços essenciais da primeira geração do Romantismo brasileiro. Essa característica abriu um variado leque temático, entre eles o regionalismo, além de propiciar a pesquisa histórica, folclórica e linguística e o debate acerca dos problemas nacionais, posturas que evidenciavam o comprometimento dos escritores com o projeto de construção de uma identidade nacional em nossa literatura.

Minha terra! (Gonçalves Dias) “[. . . ] E vendo os vales e os

Minha terra! (Gonçalves Dias) “[. . . ] E vendo os vales e os montes E a pátria que Deus nos deu, Possamos dizer contentes: Tudo isto que vejo é meu! Meu este sol que me aclara, Minha esta brisa, estes céus: Estas praias, bosques, fontes, Eu os conheço — são meus! Mais os amo quando volte, Pois do que por fora vi, A mais querer minha terra, E minha gente aprendi. ”

Embora Gonçalves de Magalhães seja considerado o introdutor do Romantismo no Brasil, foi Gonçalves

Embora Gonçalves de Magalhães seja considerado o introdutor do Romantismo no Brasil, foi Gonçalves Dias o responsável por implantar e solidificar a poesia romântica em nossa literatura. Sua obra, que abarca todas as características anteriormente citadas, é a realização do projeto de construção de nossa cultura. A poesia de Gonçalves Dias é voltada para os elementos genuinamente brasileiros, valorizando, assim, a natureza e o índio, sempre retratados por meio de uma linguagem simples e acessível, bem diferente da literatura proposta por seus antecessores do Barroco e do Arcadismo.

Embora Gonçalves de Magalhães seja considerado o introdutor do Romantismo no Brasil, foi Gonçalves

Embora Gonçalves de Magalhães seja considerado o introdutor do Romantismo no Brasil, foi Gonçalves Dias o responsável por implantar e solidificar a poesia romântica em nossa literatura. Sua obra, que abarca todas as características anteriormente citadas, é a realização do projeto de construção de nossa cultura. A poesia de Gonçalves Dias é voltada para os elementos genuinamente brasileiros, valorizando, assim, a natureza e o índio, sempre retratados por meio de uma linguagem simples e acessível, bem diferente da literatura proposta por seus antecessores do Barroco e do Arcadismo.

ROMANTISMO – 2ª GERAÇÃO Mal-do-século / Ultrarromantismo A segunda geração romântica no Brasil é

ROMANTISMO – 2ª GERAÇÃO Mal-do-século / Ultrarromantismo A segunda geração romântica no Brasil é o período que corresponde de 1853 a 1869. Denominada “Ultrarromântica” ou a Geração “Mal do Século” os principais temas dessa fase são: morte, amor não correspondido, tédio, insatisfação, pessimismo. No Brasil, tem como marco inicial a publicação da obra Poesia (1853), de Álvares de Azevedo (1831 -1852). Nessa fase, a literatura sofreu forte influência do poeta britânico George Gordon Byron (1788 -1824). Isso porque os escritores absorvem um estilo de vida boêmio e noturno, além do pessimismo romântico presente na literatura de Byron.

ROMANTISMO – 2ª GERAÇÃO Mal-do-século / Ultrarromantismo Entre as características gerais do Romantismo, aquela

ROMANTISMO – 2ª GERAÇÃO Mal-do-século / Ultrarromantismo Entre as características gerais do Romantismo, aquela que mais se faz presente na segunda geração do movimento no Brasil é a evasão da realidade. Só que essa evasão não acontece no tempo ou no espaço, como na primeira geração. Agora, a fuga da realidade ganha contornos trágicos. Os heróis românticos encontram na morte uma solução para seus problemas existenciais, podendo chegar, inclusive, ao suicídio. Isso acontece porque, de acordo com o pensamento romântico, o indivíduo vive em constante conflito com a sociedade, tornando-se uma espécie de “desajustado”. Essa sensação de constante desajuste tem como consequência alguns comportamentos tipicamente românticos:

ROMANTISMO – 2ª Geração Mal-do-século / Ultrarromantismo Características gerais A Segunda Geração Romântica tem

ROMANTISMO – 2ª Geração Mal-do-século / Ultrarromantismo Características gerais A Segunda Geração Romântica tem como principais características: * Profundo subjetivismo * Sentimentalismo exacerbado * Pessimismo e melancolia * Egocentrismo e individualismo * Fuga da realidade * Escapismo * Saudosismo

ROMANTISMO – 2ª Geração Mal-do-século (Ultrarromantismo) O principal representante do ultrarromantismo no Brasil é

ROMANTISMO – 2ª Geração Mal-do-século (Ultrarromantismo) O principal representante do ultrarromantismo no Brasil é o poeta paulistano, com passagem pelo Rio de Janeiro, Álvares de Azevedo. Assim como os outros poetas de sua geração, coloca em segundo plano o nacionalismo da primeira geração e passa a explorar a subjetividade, o mundo interior, o que se passa nas profundezas do indivíduo, revelando uma visão trágica da existência. Suas obras mais famosas são o livro de poemas Lira dos vinte anos, a peça Macário e os contos de Noite na taverna.

ROMANTISMO – 2ª Geração Soneto (Álvares de Azevedo) [. . . ] Morro, morro

ROMANTISMO – 2ª Geração Soneto (Álvares de Azevedo) [. . . ] Morro, morro por ti! na minha aurora A dor do coração, a dor mais forte, A dor de um desengano me devora. . . Sem que última esperança me conforte, Eu - que outrora vivia! - eu sinto agora Morte no coração, nos olhos morte! Nesses versos, a frustração amorosa provocada por uma mulher sempre idealizada e inacessível, leva o eu lírico a desejar a morte. Na poesia da segunda fase, parece que o eu lírico sente prazer em sofrer.

ROMANTISMO – 2ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1831 -1852) Álvares

ROMANTISMO – 2ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1831 -1852) Álvares de Azevedo foi escritor contista, dramaturgo, poeta e ensaísta brasileiro. Destacam-se as obras publicadas postumamente: Três Liras (1853) e Noite na Taverna (1855).

ROMANTISMO – 2ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Casimiro José Marques de Abreu (1837 -1860) Casimiro

ROMANTISMO – 2ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Casimiro José Marques de Abreu (1837 -1860) Casimiro de Abreu foi poeta brasileiro, autor do célebre poema "Meus Oito Anos" (1857). Ademais, podemos destacar as obras: As Primaveras (1859), Saudades (1856) e Suspiros (1856).

No plano individual, voltar ao passado significa valorizar a infância, como sugerem estes versos

No plano individual, voltar ao passado significa valorizar a infância, como sugerem estes versos de Casimiro de Abreu: MEUS OITO ANOS (Casimiro de Abreu) Oh ! que saudades que eu tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais ! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais ! Como são belos os dias Do despontar da existência ! – Respira a alma inocência Como perfumes a flor; O mar é – lago sereno, O céu – um manto azulado, O mundo – um sonho dourado, A vida – um hino d’amor ! Que auroras, que sol, que vida, Que noites de melodia Naquela doce alegria, Naquele ingênuo folgar ! O céu bordado d’estrelas, A terra de aromas cheia, As ondas beijando a areia E a lua beijando o mar ! [continua…] Do livro “As Primaveras”, publicado em 1859.

MEUS OITO ANOS (Casimiro de Abreu) [continuação] Oh ! dias de minha infância !

MEUS OITO ANOS (Casimiro de Abreu) [continuação] Oh ! dias de minha infância ! Oh ! meu céu de primavera ! Que doce a vida não era Nessa risonha manhã ! Em vez de mágoas de agora, Eu tinha nessas delícias De minha mãe as carícias E beijos de minha irmã ! Livre filho das montanhas, Eu ia bem satisfeito, De camisa aberta ao peito, – Pés descalços, braços nus –Correndo pelas campinas À roda das cachoeiras, Atrás das asas ligeiras Das borboletas azuis ! Ia colher as pitangas, Trepava a tirar as mangas, Brincava à beira do mar; Rezava às Ave-Marias, Achava o céu sempre lindo, Adormecia sorrindo, E despertava a cantar ! Oh ! que saudades que eu tenho Da aurora da minha vida Da minha infância querida Que os anos não trazem mais ! – Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais ! Do livro “As Primaveras”, publicado em 1859.

ROMANTISMO – 2ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Pedro Luziense de Bittencourt Calasans (1837 -1874) Foi

ROMANTISMO – 2ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Pedro Luziense de Bittencourt Calasans (1837 -1874) Foi um poeta, crítico e jornalista brasileiro. Publicou seu primeiro livro de poesias Adeus! (1853) com apenas 16 anos. De sua obra poética podemos citar: Páginas Soltas (1855), Últimas Páginas (1858), A Morte de Uma Virgem (1867), A Rosa e o Sol (1867).

ROMANTISMO – 2ª Geração Eis um poema que compõe a obra mais emblemática de

ROMANTISMO – 2ª Geração Eis um poema que compõe a obra mais emblemática de Álvares de Azevedo (“Lira dos Vinte Anos”): Minha Desgraça Minha desgraça, não é ser poeta, Nem na terra de amor não ter um eco, E meu anjo de Deus, o meu planeta Tratar-me como trata-se um boneco. . . Não é andar de cotovelos rotos, Ter duro como pedra o travesseiro. . . Eu sei. . . O mundo é um lodaçal perdido Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro. . . Minha desgraça, ó cândida donzela, O que faz que o meu peito assim blasfema, É ter para escrever todo um poema, E não ter um vintém para uma vela.

ROMANTISMO – 2ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Luís José Junqueira Freire (1832 -1855) Junqueira Freire

ROMANTISMO – 2ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Luís José Junqueira Freire (1832 -1855) Junqueira Freire foi um monge, sacerdote e poeta brasileiro. Com uma obra, muitas vezes considerada conservadora, abordou temas como: horror, desejo reprimido, sentimento de pecado, revolta, remorso e obsessão de morte. Podemos citar: Inspirações do Claustro (1855).

ROMANTISMO – 2ª Geração Junqueira Freire nasceu em 31/12/1832 e morreu em 24/06/1855 (Salvador/BA).

ROMANTISMO – 2ª Geração Junqueira Freire nasceu em 31/12/1832 e morreu em 24/06/1855 (Salvador/BA). Algumas de suas obras expressam o grande conflito existencial que lhe atormentava. O curto período que ficou no Mosteiro, lhe inspirou escrever sobre temas religiosos. Sua obra lírica divide-se em religiosa, amorosa, filosófica, popular e alguma poesia social, de tom declamatório, precursora de Castro Alves. Escreveu os textos “À morte de Garret”, “Martírio”, “O hino da cabocla” e outros.

ROMANTISMO – 2ª Geração Que me obriga a ser mais crente Era um bosque,

ROMANTISMO – 2ª Geração Que me obriga a ser mais crente Era um bosque, um arvoredo, No Deus que ela julga crer. Uma sagrada espessura, Sonhei com a visão dourada, — Mitológica pintura Que todo o poeta sonha, Que o romantismo não faz. — Idéia gentil, risonha, Era um sítio tão formoso, Que nem um pincel romano, Tão poucas vezes real! Que só, com o peito abafado, Nem Rubens, nem Ticiano Se vai de noite em segredo Copiariam assaz. Contar no denso arvoredo Ao cipreste sepulcral. Ali pensei que sonhava SONHO Com a donzela que me inspira, Que põe-me nas mãos a lira, Que põe-me o estro a ferver; Que me acalenta em seu colo, Que me beija a vasta crente, Entre um riso, entre um gemido, Murmurou-me ao pé do ouvido — Que não era um sonho, não. E não mais, enquanto vivo, Deixarei esta espessura, — Mitológica pintura Que o romantismo não faz. Era um sítio tão formoso, Que nem o pincel romano, Nem Rubens, nem Ticiano Copiariam assaz. Mas, despertando do sonho, Que aos homens não se revela, Achei comigo a donzela, Junqueira freire Me apertando o coração, Texto publicado no livro Obras E ainda presa a meus lábios, Póstumas (1868)

ROMANTISMO – 2ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Luís Nicolau Fagundes Varella (1841 -1875) Poeta brasileiro

ROMANTISMO – 2ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Luís Nicolau Fagundes Varella (1841 -1875) Poeta brasileiro e patrono na Academia Brasileira de Letras, Fagundes Varela foi um importante escritor da literatura romântica brasileira. Mesmo sendo considerado byroniano já apresentava em sua obra, características da terceira geração romântica. De sua obra podemos citar: Vozes da América (1864), Noturnas (1860).

ROMANTISMO – 2ª Geração Luís Nicolau Fagundes Varella nasceu na cidade de São João

ROMANTISMO – 2ª Geração Luís Nicolau Fagundes Varella nasceu na cidade de São João Marcos, atual município de Rio Claro (RJ), no dia 17 de agosto de 1841, donde viveu grande parte de sua infância. Em 1852, entra para o curso de Direito no Largo São Francisco, em São Paulo, mas abandona certo de que sua grande paixão é a literatura. Em 1861, publica sua primeira obra poética intitulada “Noturnas”. Casou-se duas vezes, primeiro aos vinte anos com Alice Guilhermina Luande, artista circense, que lhe dá um filho que morre com apenas 3 meses de idade. Com a morte de seu filho e mais tarde de sua esposa (1966), Fagundes casa-se com sua prima, Maria Belisária de Brito Lambert, com quem teve três filhos, dos quais um morreu prematuramente.

ROMANTISMO – 2ª Geração Fagundes Varella dedicou-se à literatura, a qual nota-se refletido suas

ROMANTISMO – 2ª Geração Fagundes Varella dedicou-se à literatura, a qual nota-se refletido suas tristezas, angustias na vida. Com isso, entrega-se a boemia e falece em Niterói, dia 18 de fevereiro de 1875, com 34 anos, vítima de apoplexia (acidente vascular cerebral-AVC). Sua poesia, além de abordar temas sociais e políticos, enfoca sobretudo, nos temas como a solidão, a melancolia, a angústia, a desilusão e o desengano. Algumas de suas obras: Noturnas (1861), Cântico do Calvário (1863), Pendão Auri-verde (1863), Vozes da América (1864), Cantos e Fantasias (1865), Cantos Meridionais (1869), Cantos do Ermo e da Cidade (1869), Anchieta ou Evangelho na Selva (1875), Cantos Religiosos (1878), Diário de Lázaro (1880)

ROMANTISMO – 2ª Geração Curiosidade: No estado do Rio Grande do Sul, há uma

ROMANTISMO – 2ª Geração Curiosidade: No estado do Rio Grande do Sul, há uma cidade chamada Fagundes Varela em homenagem ao poeta. Na obra poética de Fagundes Varela, destacase a poesia “Cântico do Calvário”, inspirada na morte prematura do filho de seu primeiro casamento: “Eras na vida a pomba predileta Que sobre um mar de angústias conduzia O ramo da esperança. Eras a estrela Que entre as névoas do inverno cintilava Apontando o caminho ao pegureiro. Eras a messe de um dourado estio. Eras o idílio de um amor sublime. Eras a glória, a inspiração, a pátria, O porvir de teu pai! - Ah! no entanto, Pomba, - varou-te a flecha do destino! Astro, - engoliu-te o temporal do norte! Teto, - caíste!- Crença, já não vives! Correi, correi, oh! lágrimas saudosas, Legado acerbo da ventura extinta, Dúbios archotes que a tremer clareiam A lousa fria de um sonhar que é morto!”

ROMANTISMO – 3ª GERAÇÃO Geração Condoreira / Social Conhecida como "Geração Condoreira", uma vez

ROMANTISMO – 3ª GERAÇÃO Geração Condoreira / Social Conhecida como "Geração Condoreira", uma vez que esteve marcada pela liberdade e uma visão mais ampla, características da ave que habita a Cordilheira dos Andes: Condor. Importante notar que nessa fase, a busca pela identidade nacional ainda continua, não só focada nas etnias europeia e indígena, mas também na identidade negra do país. Por esse motivo, o tema do abolicionismo foi bastante explorado pelos escritores, com destaque para Castro Alves, que ficou conhecido como o "poeta dos escravos".

ROMANTISMO – 3ª Geração Características gerais A Terceira Geração Romântica tem como principais características:

ROMANTISMO – 3ª Geração Características gerais A Terceira Geração Romântica tem como principais características: *Erotismo *Pecado *Liberdade *Abolicionismo *Realidade social *Negação do amor platônico

ROMANTISMO – 3ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Antônio Frederico de Castro Alves (1847 -1871) Escritor

ROMANTISMO – 3ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Antônio Frederico de Castro Alves (1847 -1871) Escritor baiano de maior destaque da terceira geração romântica, Castro Alves, chamado de "Poeta dos Escravos” apresenta uma poesia dividida em duas temáticas: a poesia social e a poesia lírico-amorosa. Dentre elas podemos destacar: O Navio Negreiro (1869), Espumas Flutuantes (1870), A Cachoeira de Paulo Afonso (1876), Os Escravos (1883).

ROMANTISMO – 3ª Geração A Poesia Social de Castro Alves O “poeta dos escravos”

ROMANTISMO – 3ª Geração A Poesia Social de Castro Alves O “poeta dos escravos” foi um poeta sensível aos graves problemas sociais do seu tempo. Expressou sua indignação contra as tiranias e denunciou a opressão do povo. A poesia abolicionista é sua melhor realização nessa linha, denunciando energicamente a crueldade da escravidão e clamando pela liberdade. Seu poema abolicionista mais famoso é “O Navio Negreiro”. A linguagem usada por Castro Alves para defender seus ideais liberais é grandiosa. Num estilo vibrante, em que predominam antíteses, hipérboles e apóstrofes, empregadas quase sempre em função de elementos da natureza que sugerem força e imensidão (montanha, mar, céu, tempestades, cachoeiras etc. ).

ROMANTISMO – 3ª Geração O Poeta do Amor Casto Alves foi também o grande

ROMANTISMO – 3ª Geração O Poeta do Amor Casto Alves foi também o grande poeta do amor. Embora a poesia lírica amorosa ainda contenha um ou outro vestígio do amor platônico e da idealização da mulher, de modo geral ela representa um avanço, por ter abandonado tanto o amor convencional e abstrato dos clássicos quanto o amor cheio de medo e culpa dos primeiros românticos. Sua poesia amorosa é sensual, descrevendo a beleza e a sedução da mulher. O amor é uma experiência viável e concreta, capaz de trazer tanto a felicidade e o prazer quanto a dor.

Eis um poema da obra lírico-amorosa de Castro Alves: Marieta Como o gênio da

Eis um poema da obra lírico-amorosa de Castro Alves: Marieta Como o gênio da noite, que desata o véu de rendas sobre a espada nua, ela solta os cabelos. . . bate a lua nas alvas dobras de um lençol de prata. O seio virginal que a mão recata, embalde o prende a mão. . . cresce, flutua. . . Sonha a moça ao relento. . . Além na rua preludia um violão na serenata. Furtivos passos morrem no lajedo. . . Resvala a escada do balcão discreta. . . matam lábios os beijos em segredo. . . Afoga-me os suspiros, Marieta! Oh surpresa! Oh! Palor! Oh! Pranto! Oh! Medo! Ai! Noites de Romeu e Julieta!. . .

Vozes d'África Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? Em que mundo, em

Vozes d'África Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes Embuçado nos céus? Há dois mil anos te mandei meu grito, Que embalde desde então corre o infinito. . . Onde estás, Senhor Deus? . . . E morre no areal. Minha garupa sangra, a dor poreja, Quando o chicote do simoun dardeja O teu braço eternal. Minhas irmãs são belas, são ditosas. . . Dorme a Ásia nas sombras voluptuosas Dos haréns do Sultão. Ou no dorso dos brancos elefantes Embala-se coberta de brilhantes Nas plagas do Hindustão. Qual Prometeu tu me amarraste um dia Do deserto na rubra penedia Por tenda tem os cimos do Himalaia. . . — Infinito: galé!. . . Ganges amoroso beija a praia Por abutre — me deste o sol candente, Coberta de corais. . . E a terra de Suez — foi a corrente A brisa de Misora o céu inflama; Que me ligaste ao pé. . . E ela dorme nos templos do Deus Brama, — Pagodes colossais. . . O cavalo estafado do Beduíno [. . . ] Sob a vergasta tomba ressupino (Castro Alves)

ROMANTISMO – 3ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Joaquim de Sousa Andrade (1833 -1902) Mais conhecido

ROMANTISMO – 3ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Joaquim de Sousa Andrade (1833 -1902) Mais conhecido por Sousândrade, Joaquim de Sousa Andrade foi um escritor e poeta maranhense muito influente da literatura brasileira. Em 1857, publicou seu primeiro livro de poesia “Harpas Selvagens”(1857). Sua obra mais destacada é o poema narrativo: O Guesa (1871) baseado na lenda indígena Guesa Errante.

ROMANTISMO – 3ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Tobias Barreto de Meneses (1839 -1889) Tobias Barreto

ROMANTISMO – 3ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Tobias Barreto de Meneses (1839 -1889) Tobias Barreto foi poeta, filósofo e crítico brasileiro, notável pelos seus poemas românticos com grande influência do escritor Victor-Marie Hugo (1802 -1885). Suas obras: Glosa (1864), Amar (1866), O Gênio da Humanidade (1866), A Escravidão (1868).

ROMANTISMO – 3ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (1849 -1910)

ROMANTISMO – 3ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (1849 -1910) Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, Joaquim Nabuco foi um poeta, jornalista, diplomata, orador, político e historiador brasileiro. Os principais temas de sua obra: abolição da escravatura e liberdade religiosa. Suas obras: Abolicionismo (1883), Escravos (1886), Minha formação (1900).

ROMANTISMO – 3ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero (1851 -1914)

ROMANTISMO – 3ª Geração PRINCIPAIS AUTORES: Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero (1851 -1914) Sílvio Romero, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, foi um crítico literário, poeta, ensaísta, historiador, filósofo, professor e político brasileiro. Possui uma vasta obra nas áreas da: filosofia, política, sociologia, literatura, folclore, etnologia, direito, poesia, cultura popular e história. Destacam-se: A poesia contemporânea (1869), Cantos do fim do século (1878) e Últimos harpejos (1883)

Referências https: //www. todamateria. com. br/ http: //m. mundoeducacao. bol. uol. com. br/literatura/ http:

Referências https: //www. todamateria. com. br/ http: //m. mundoeducacao. bol. uol. com. br/literatura/ http: //educacao. globo. com/literatura/assunto/movimentos-literarios/ https: //brasilescola. uol. com. br/literatura/castro-alvespoeta-dos-escravos. htm