ROMANTISMO NO BRASIL INTRODUO O romantismo foi um
ROMANTISMO NO BRASIL
INTRODUÇÃO O romantismo foi um movimento artístico e intelectual ocorrido na Europa na literatura e filosofia, que se estendeu, aproximadamente, de 1800 a 1850, para alcançar depois as artes plásticas. Diante do racionalismo anterior à revolução, ele propunha a elevação dos sentimentos acima do pensamento. Curiosamente, não se pode falar de um estilo, técnica ou atitude tipicamente romântica, visto que nenhum dos artistas se afastou completamente do academicismo, mas sim de uma homogeneidade conceitual pela temática das obras.
A iconografia romântica caracterizou-se por sua estreita relação com a literatura e a poesia, especialmente com as lendas heróicas medievais e dramas amorosos, assim como com as histórias recolhidas em países exóticos, metaforizando temas políticos ou filosóficos da época e ressaltando o espírito nacional. Não se pode esquecer que o romantismo revalorizou os conceitos de pátria e república. Papel especial desempenharam a morte heróica na guerra e o suicídio
CONTEXTO HISTÓRICO No Brasil, o momento histórico em que ocorre o Romantismo tem que ser visto a partir das últimas produções árcades, caracterizadas pela satírica política de Gonzaga e Silva Alvarenga, bem como as idéias de autonomia comuns naquela época. Em 1808, com a chegada da corte portuguesa ao Brasil fugindo de Napoleão Bonaparte, a cidade do Rio de Janeiro passa por um processo de urbanização, tornandose um campo propício à divulgação das novas influências européias; a então colônia brasileira caminhava no rumo da independência.
Após 1822, cresce no Brasil independente o sentimento de nacionalismo, busca-se o passado histórico, exalta-se a natureza da pátria; na realidade, características já cultivadas na Europa e que se encaixavam perfeitamente à necessidade brasileira de ofuscar profundas crises sociais, financeiras e econômicas. De 1823 a 1831, o Brasil viveu um período conturbado como reflexo do autoritarismo de D. Pedro I: a dissolução da Assembléia Constituinte ; a Constituição outorgada; a Confederação do Equador; a luta pelo trono português contra seu irmão D. Miguel; a acusação de ter mandado assassinar Líbero Badaró e, finalmente, a abdicação. Segue-se o período regencial e a maioridade prematura de Pedro II. É neste ambiente confuso e inseguro que surge o Romantismo brasileiro, carregado de lusofobia e, principalmente, de nacionalismo.
Revolução Francesa - A queda do governo de absolutista e os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade promovem o liberalismo filosófico, jurídico e social concedendo maior liberdade de expressão e de construção à classe artística. O Romantismo na França: A revolução francesa, os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade fazem surgir uma nova escola literária. Revolução Industrial - O indivíduo cada vez mais precisa de especialização, e assim surgem as Universidades Brasileiras. O desenvolvimento da indústria acelera o crescimento do capitalismo no mundo provocando a ascensão da burguesia, a nova classe patrocinadora das artes. Independência do Brasil (1822) - O que despertou a consciência nacional e gerou uma necessidade de se fazer uma propaganda positiva do país no mundo inteiro. Isso através da valorização dos elementos naturais brasileiros (Fauna e Flora) em detrimento de toda problemática econômicosocial do Brasil Imperial. Corte no Rio de Janeiro (1808) - Começo da imprensa no Brasil, com o surgimento dos jornais surgem os romances em folhetim que são exibidos diariamente em capítulos, sendo considerados os precursores das telenovelas.
CARACTERÍSTICAS Subjetivismo - A pessoalidade do autor está em destaque. A poesia e a prosa romântica apresentam uma visão particular da sociedade, de seus costumes e da vida como um todo. Sentimentalismo - Os sentimentos dos personagens entram em foco. O autor passa a usar a literatura como forma de explorar sentimentos comuns à sociedade, como: o amor, a cólera, a paixão etc. O sentimentalismo geralmente implica na exploração da temática amorosa e nos dramas de amor. Nacionalismo, ufanismo - Surge a necessidade de criar uma cultura genuinamente brasileira. Como uma forma de publicidade do Brasil, os autores brasileiros procuravam expressar uma opinião, um gosto, uma cultura e um jeito autênticos, livres de traços europeus. Maior liberdade formal - As produções literárias estavam livres para assumir a forma que quisessem, ou seja, entrava em evidência a expressão em deterimento da estrutura formal (versificação, rima etc).
Vocabulário mais brasileiro - Como um meio de criar uma cultura brasileira original os artistas buscavam inspiração nas raízes pré-coloniais utilizando-se de vocábulos indígenas e regionalismos brasileiros para criar uma língua que tivesse a cara do Brasil. Religiosidade - A produção literária romântica, utiliza-se não só da fé católica como um meio de mostrar recato e austeridade, mas utiliza-se também da espiritualidade, expressando uma presença divina no ambiente natural. Mal do Século - Essa geração, também conhecida como Byroniana e Ultra-Romantismo, recebeu a denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão. Evasão – Fuga (no tempo ou no espaço). Essa característica é perceptível através das histórias que fazem com que o leitor relembre a natureza e / ou a época medieval.
Indianismo - O autor romântico utilizava-se da figura do índio como inspiração para seu trabalho, depositando em sua imagem a confiança num símbolo de patriotismo e brasilidade, adotando o indígena como a figura do herói nacional (bom selvagem). A idealização da realidade - A análise dos fatos, das aparências, dos costumes etc era muito superficial e pessoal, por isso era idealizada, imaginada, assim o sonho e o desejo invadiam o mundo real criando uma descrição romântica e mascarada dos fatos.
Escapismo - Os artistas românticos procuravam fugir da opressão capitalista gerada pela revolução burguesa (revolução industrial). Apesar de criticarem a burguesia, os artistas tinham que ser sutis pois os burgueses eram os mecenas de sua literatura e por isso procuravam escapar da realidade através da idealização. As formas de escape seriam as seguinte: Fuga no tempo, Fuga no sonho e na imaginação, Fuga na loucura , Fuga no espaço e Fuga na morte. O culto à natureza - Com a busca de um passado indígena e de uma cultura naturalmente brasileira surge o culto ao natural, aos elementos da natureza, tão cultuados pelos índios. Passava-se a observar o ambiente natural como algo divino e puro. A idealização da Mulher (figura feminina)
POESIA ROM NTICA No Brasil, a poesia romântica é marcada, num primeiro momento, pelo teor patriótico, de afirmação nacional, de compreensão do que era ser brasileiro, ou pela expressão do eu, isto é, pela expressão dos sentimentos mais íntimos, dos desejos mais pessoais, diferente do ideal de imitação da natureza presente na poesia árcade. Isto tudo seguido de uma revolução na linguagem poética, que passou a buscar uma proximidade com o cotidiano das pessoas, com a linguagem do dia-a-dia. No poema "Invocação do Anjo da Poesia", Gonçalves de Magalhães diz que vai abandonar as convenções clássicas (cultura grega) em favor do sentimento pessoal e do sentimento patriótico.
A poesia romântica surge em meio aos fervores independentistas da primeira metade do século XIX, tendo como marco inicial a obra de Gonçalves de Magalhães, "Suspiros Poéticos e Saudades". Apesar de servir como marco de início do romantismo no Brasil, a obra "Suspiros Poéticos e Saudades" não apresenta grande notoriedade ou importância no cenário artístico poético do romantismo brasileiro assim como as outras obras de Gonçalves de Magalhães.
De acordo com as características e vertentes assumidas por cada poeta romântico, a poesia romântica pode ser dividida em: Primeira geração Indianista ou Nacionalista Influência direta da Independência do Brasil (1822) Nacionalismo, ufanismo Exaltação à natureza e à pátria O Índio como grande herói nacional
Principais poetas Gonçalves de Magalhães. Edição de base: Gonçalves de Magalhães. Trechos Escolhidos por José Aderaldo Castello, Agir, Rio de Janeiro, 1961. LEDE (Prefácio aos Suspiros Poéticos e Saudades) Pede o uso que se dê um prólogo ao Livro, como um pórtico ao edifício; e como este deve indicar por sua construção a que Divindade se consagra o templo, assim deve aquele designar o caráter da obra. Santo uso de que nos aproveitamos, para desvanecer alguns preconceitos, que talvez contra este Livro se elevem em alguns espíritos apoucados. É um Livro de Poesias escritas segundo as impressões dos lugares; ora assentado entre as ruínas da antiga Roma, meditando sobre a sorte dos impérios; ora no cimo dos Alpes, a imaginação vagando no infinito como um átomo no espaço, ora na gótica catedral, admirando a grandeza de Deus, e os prodígios do Cristianismo; ora entre os ciprestes que espalham sua sombra sobre túmulos; ora enfim refletindo sobre a sorte da Pátria, sobre as paixões dos homens, sobre o nada da vida. São poesias de um peregrino, variadas como as cenas da Natureza, diversas como as fases da vida, mas que se harmonizam pela unidade do pensamento, e se ligam como os anéis de uma cadeia; poesias d'alma, e do coração, e que só pela alma e o coração devem ser julgadas.
Quem ao menos uma vez separou-se de seus pais, chorou sobre a campa de um amigo, e armado com o bastão de peregrino, errou de cidade em cidade, de ruína em ruína, como repudiado pelos seus; quem no silêncio da noite, cansado de fadiga, elevou até Deus uma alma piedosa, e verteu lágrimas amargas pela injustiça, e misérias dos homens; quem meditou sobre a instabilidade das coisas da vida, e sobre a ordem providencial que reina na história da Humanidade, como nossa alma em todas as nossas ações; esse achará um eco de sua alma nestas folhas que lançamos hoje a seus pés, e um suspiro que se harmonize com o seu suspiro. Para bem se avaliar esta obra, três coisas releva notar: o fim, o gênero, e a forma. O poeta sem religião, e sem moral, é como o veneno derramado na fonte, onde morrem quantos aí procuram aplacar a sede. Ora, nossa religião, nossa moral é aquela que nos ensinou o Filho de Deus, aquela que civilizou o mundo moderno, aquela que ilumina a Europa, e a América e só este bálsamo sagrado devem verter os cânticos dos poetas brasileiros. O fim deste Livro, ao menos aquele a que nos propusemos, que ignoramos se o atingimos, é o de elevar a Poesia à sublime fonte donde ela emana, como o eflúvio d'água, que da rocha se precipita, e ao seu cume remonta, ou como a reflexão da luz ao corpo luminoso; vingar ao mesmo tempo a Poesia das profanações do vulgo, indicando apenas no Brasil uma nova estrada aos futuros engenhos. A Poesia, este aroma d'alma, deve de contínuo subir ao Senhor; som acorde da inteligência deve santificar as virtudes, e amaldiçoar os vícios. O poeta, empunhando a lira da Razão, cumpre-lhe vibrar as cordas eternas do Santo, do Justo, e do Belo.
Ora, tal não tem sido o fim da maior parte dos nossos poetas; e o mesmo Caldas, o primeiro dos nossos líricos, tão cheio de saber, e que pudera ter sido o reformador da nossa Poesia, nos seus primores d'arte, nem sempre se apoderou desta idéia. Compõe-se uma grande parte de suas obras de traduções; e quando ele é original causa mesmo dó que cantasse o homem selvagem de preferência ao homem civilizado, como se aquele a este superasse, como se a civilização não fosse obra de Deus, a que era o homem chamado pela força da inteligência com que a Providência dos mais seres o distinguira! Outros apenas curaram de falar aos sentidos; outros em quebrar todas as leis da decência! Seja qual for o lugar em que se ache o poeta, ou apunhalado pelas dores, ou ao lado de sua bela, embalado pelos prazeres; no cárcere, como no palácio; na paz, como sobre o campo da batalha, se ele é verdadeiro poeta, jamais deve esquecer-se de sua missão, e acha sempre o segredo de encantar os sentidos, vibrar as cordas do coração, e elevar o pensamento nas asas da harmonia até às idéias arquétipas. Ora, nossa religião, nossa moral é aquela que nos ensinou o Filho de Deus, aquela que civilizou o mundo moderno, aquela que ilumina a Europa, e a América e só este bálsamo sagrado devem verter os cânticos dos poetas brasileiros. Uma vez determinado e conhecido o fim, o gênero se apresenta naturalmente. Até aqui, como só se procurava fazer uma obra segundo a Arte, imitar era o meio indicado: fingida era a inspiração, e artificial o entusiasmo. Desprezavam os poetas a consideração se a Mitologia podia, ou não, influir sobre nós. Contanto que dissessem que as Musas do Hélicon os inspiravam, que Febo guiava seu carro puxado pela quadriga, que a Aurora abria as portas do Oriente com seus dedos de rosas, e outras tais e quejandas imagens tão usadas, cuidavam que tudo tinham feito, e que com Homero emparelhavam; como se pudesse parecer belo quem achasse algum velho manto grego, e com ele se cobrisse. Antigos e safados ornamentos, de que todos se servem, a ninguém honram!
Quanto à forma, isto é, a construção, por assim dizer, material das estrofes, e de cada cântico em particular, nenhuma ordem seguimos; exprimindo as idéias como elas se apresentaram, para não destruir o acento da inspiração; além de que, a igualdade dos versos, a regularidade das rimas, e a simetria das estâncias produz uma tal monotonia, e dá certa feição de concertado artificio que jamais podem agradar. Ora, não se compõe uma orquestra só com sons doces e flautados; cada paixão requer sua linguagem própria, seus sons imitativos, e períodos explicativos. Quando em outro tempo publicamos um volume das Poesias da nossa infância, não tínhamos ainda assaz refletido sobre estes pontos, e em quase todas estas faltas incorremos; hoje, porém, cuidamos ter seguido melhor caminho. Valha-nos ao menos o bom desejo, se não correspondem as obras ao nosso intento; outros mais mimosos da Natureza farão o que não nos é dado. Algumas palavras acharão neste Livro que nos Dicionários Portugueses se não encontram; mas as línguas vivas se enriquecem com o progresso da civilização, e das ciências, e uma nova idéia pede um novo termo. Eis as necessárias explicações para aqueles que lêem de boa fé, e se aprazem de colher uma pérola no meio das ondas; para aqueles, porém, que com olhos de prisma tudo decompõem, e como as serpentes sabem converter em veneno até o néctar das flores, tudo é perdido; o que poderemos nós dizer-lhes? . . . Eis mais uma pedra onde afiem suas presas; mais uma taça onde saciem sua febre de escárnio. Este Livro é uma tentativa, é um ensaio; se ele merecer o público acolhimento, cobraremos ânimo, e continuaremos a publicar outros que já temos feito, e aqueles que fazer poderemos com o tempo. É um novo tributo que pagamos à Pátria, enquanto lhe não oferecemos coisa de maior valia; é o resultado de algumas horas de repouso, em que a imaginação se dilata, e a atenção descansa, fatigada pela seriedade da ciência. Tu vais, oh Livro, ao meio do turbilhão em que se debate nossa Pátria; onde a trombeta da mediocridade abala todos os ossos, e desperta todas as ambições; onde tudo está gelado, exceto o egoísmo: tu vais, como uma folha no meio da floresta batida pelos ventos do inverno, e talvez tenhas de perder-te antes de ser ouvido, como um grito no meio da tempestade. Vai; nós te enviamos, cheio de amor pela Pátria, de entusiasmo por tudo o que é grande, e de esperanças em Deus, e no futuro. Adeus! Paris, julho de 1836.
Gonçalves Dias A 1ª Geração do Romantismo teve como principal escritor o maranhense Gonçalves Dias. Ele, apesar de não ter introduzido o gênero no Brasil (papel este de Gonçalves de Magalhães), foi o responsável pela consolidação da literatura romântica por aqui. A exaltação da natureza, a volta ao passado histórico e a idealização do índio como representante da nacionalidade brasileira são temas típicos do Romantismo presentes nas obras de Gonçalves Dias. Assim, sua obra poética pode ser dividida basicamente em lírica (o amor, o sofrimento e a dor do homem romântico - “Se se morre de amor”), medieval (uso do português arcaico - “Sextilhas de frei Antão”) e nacionalista (exaltação da pátria distante - “Canção do Exílio”). Porém, o traço mais forte da obra romântica de Gonçalves Dias é o Indianismo. Ele é considerado o maior poeta indianista brasileiro e possui em sua obra poemas como “I-Juca Pirama”, onde a figura do índio é heróica, chegando até a ficar “europeizada”. Utilizador de alta carga dramática e lírica em suas poesias, com métrica, musicalidade e ritmos perfeitos, Gonçalves Dias se considerava uma “síntese do brasileiro”, por ser filho de pai português e mãe mestiça de índios com negros e talvez, por isso, tenha citado tanto as três raças em sua obra, todas de forma distinta.
O poeta Antônio Gonçalves Dias, que se orgulhava de ter no sangue as três raças formadoras do povo brasileiro (branca, indígena e negra), nasceu no Maranhão em 10 de agosto de 1823. Em 1840 foi para Portugal cursar Direito na Faculdade de Coimbra. Ali, entrou em contato com os principais escritores da primeira fase do Romantismo português. Em 1843, inspirado na saudade da pátria, escreveu "Canção do Exílio". No ano seguinte graduou-se bacharel em Direito. De volta ao Brasil, iniciou uma fase de intensa produção literária. Em 1849, junto com Araújo Porto Alegre e Joaquim Manuel de Macedo, fundou a revista "Guanabara". Com o objetivo de mudar de vida, embarca novamente para a Europa, onde passa uma temporada. Com a saúde abalada, ele resolve, anos mias tarde, voltar ao Brasil. Na viagem, porém, morre no naufrágio do navio Ville de Boulogne, em 1864, próximo ao Maranhão. Se por um lado deve-se a Gonçalves de Magalhães a introdução do Romantismo no Brasil, por outro, deve-se a Gonçalves Dias a sua consolidação. Isso porque o poeta trabalhou com maestria todas as características iniciais da primeira fase do Romantismo brasileiro. De sua obra, geralmente dividida em lírica, medieval e nacionalista, destacam -se "I-juca Pirama", "Os Tibiramas" e "Canção do Tamoio".
� � Segunda geração - Ultra Romantismo ou Mal do Século Egocentrismo Ultra-sentimentalismo - Há uma ênfase nos traços românticos. O sentimentalismo é ainda mais exagerado. Byronismo - Atitude amplamente cultivada entre os poetas da segunda geração romântica e relacionada ao poeta inglês Lord Byron. Caracteriza-se por mostrar um estilo de vida e uma forma particular de ver o mundo; um estilo de vida boêmia, noturna, voltada para o vício e os prazeres da bebida, do fumo e do sexo. Sua forma de ver o mundo é egocêntrica, narcisista, pessimista, angustiada e, por vezes, satânica.
� � � Spleen - Termo inglês que traduz o tédio, o desencanto, a insatisfação e a melancolia diante da vida. Fuga da realidade, evasão - Através da morte, do sonho, da loucura, do vinho, etc. Satanismo - A referência ao demônio, as cerimônias demoníacas proibidas e obscuras. O inferno é visto como prolongamento das dores e das orgias da Terra. A noite, o mistério - Preferência por ambientes fúnebres, noturnos, misteriosos, apropriados aos rituais satânicos e à reflexão sobre a morte, depressão e solidão. Mulher idealizada, distante - A figura feminina é freqüentemente um sonho, um anjo, inacessível. O amor não se concretiza e em alguns momentos o poeta assume o medo de amar.
Principais poetas � Álvares de Azevedo Estudante de direito, Manuel Antônio Álvares de Azevedo formou, juntamente com Bernardo Guimarães, José de Alencar e Aureliano Lessa, o grupo dos intelectuais na Faculdade do Largo de São Francisco, criando a famosa Sociedade (etílico-literária) Epicuréia. Poeta, contista e teatrólogo, todas as suas obras foram publicadas após sua morte. Conhecido como o “poeta da morte” ou “o poeta da dúvida”, Álvares de Azevedo é o nosso Byron brasileiro”. Alguns temas são recorrentes na obra deste autor: Morte, Amor Saudade e. Natureza - Obcecado pela presença da morte, Álvares de Azevedo mostra-nos uma visão pessimista da existência humana. Pela morte o poeta foge de seus problemas; ela significa libertação da dor, da angústia, do tédio, da solidão, enfim, dos sofrimentos vividos. �
� � Na cidade de São Paulo, não se sabe ao certo como foi sua vida. Alguns dizem que viveu uma intensa e tumultuada vida boêmia, já outros falam que sua vida foi calma e serena. O que sabemos ao certo é que durante esse período sua produção poética foi muito intensa. A partir de 1851 o poeta passa a ter fixação pela idéia da morte. Isso fica claro nas cartas destinadas à mãe e à irmã. Em 25 Abril de 1852, quando tinha apenas 20 anos, Álvares de Azevedo morreu vítima de tuberculose, deixando uma obra relativamente extensa, para quem viveu tão pouco.
� � Álvares de Azevedo, representante brasileiro mais legítimo do mal-doséculo, foi fortemente influenciado por Lord Byron e Musset. Sua poesia é marcada pelo subjetivismo, melancolia e um forte sarcasmo. Os temas mais comuns são o desejo de amor e a busca pela morte. O amor é sempre idealizado, povoado por virgens misteriosas, que nunca se transformam em realidade, causando assim a dor e a frustração que são acalmadas pela presença da mãe e da irmã. Já a busca pela morte tem o significado de fuga, o eu-lírico sente-se impotente frente ao mundo que lhe é apresentado e vê na morte a única maneira de libertação. De sua obra, toda ela publicada postumamente, destacam-se os contos do livro “Noite na Taverna” (1855), a peça de teatro “Macário” (1855) e o livro de poesias “Lira dos Vinte Anos” (1853).
� � O Poeta Moribundo Poetas! amanhã ao meu cadáver Minha tripa cortai mais sonorosa!… Façam dela uma corda e cantem nela Os amores da vida esperançosa! Cantem esse verão que me alentava… O aroma dos currais, o bezerrinho, As aves que na sombra suspiravam, E os sapos que cantavam no caminho!Coração, por que tremes? Se esta lira Nas minhas mãos sem força desafina, Enquanto ao cemitério não te levam, Casa no marimbau a alma divina!Eu morro qual nas mãos da cozinheira O marreco piando na agonia… Como o cisne de outrora… que gemendo Entre os hinos de amor se enternecia. Coração, por que tremes? Vejo a morte, Ali vem lazarenta e desdentada… Que noiva!… E devo então dormir com ela? Se ela ao menos dormisse mascarada!Que ruínas! que amor petrificado!
� � � Tão antediluviano e gigantesco! Ora, façam idéia que ternuras Terá essa lagarta posta ao fresco! Antes mil vezes que dormir com ela. Que dessa fúria o gozo, amor eterno Se ali não há também amor de velha, Dêem-me as caldeiras do terceiro inferno! No inferno estão suavíssimas belezas, Cleópatras, Helenas, Eleonoras; Lá se namora em boa companhia, Não pode haver inferno com Senhoras! Se é verdade que os homens gozadores, Amigos de no vinho ter consolos, Foram com Satanás fazer colônia, Antes lá que no Céu sofrer os tolos! Ora! e forcem um’alma qual a minha, Que no altar sacrifica ao Deus. Preguiça, A cantar ladainha eternamente E por mil anos ajudar a Missa!
� � � � Casimiro de Abreu Casimiro José Marques de Abreu ficou conhecido como o “poeta da saudade” ou o “poeta da infância”, ou mesmo “o poeta do amor”. Viveu em Portugal; quando retornou ao Brasil, exerceu, por vontade de seu pai, o comércio e, por vocação, a literatura. Assim como Álvares de Azevedo, morreu aos vinte e um anos, vítima da tuberculose. Por influência de Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu também cantou a pátria. Ambos nunca ficaram exilados, mas, distantes do Brasil, escreveram sobre a imensa saudade que sentiam deste país. A mulher em seus poemas aparece inacessível nos poemas. Além disso, era obcecado pela morte, pois mostra-se preocupado em realizarse no amor brevemente ou voltar logo para o Brasil, pois imagina que não viverá muito tempo. Nos versos de “Minh’alma é triste”, notam-se várias palavras ou expressões relacionadas com a morte ou com o pessimismo do poeta. Veja: “Minh’alma é triste como a voz do sino Carpindo o morto sobre a laje fria; E doce e grave qual no templo um hino, Ou como a prece ao desmaiar do dia(. . . )”
Casimiro de Abreu não cantou somente a saudade da pátria, mas a da infância e da família também. O poema “Meus oito anos” reflete a alegria vivida pelo poeta em sua infância. “Oh! Que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida, Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! Como são belos os dias Do despontar da existência! -Respira a alma inocência Como perfumes a flor; O mar – é o lago sereno, O céu – um manto azulado, O mundo – um sonho dourado, A vida – um sonho d’amor! Que auroras, que sol, que vida, Que noites de melodia Naquela doce alegria Naquele ingênuo folgar! (. . . ) Oh! Dias da minha infância! Oh! Meu céu de primavera! Que doce a vida não era Nessa risonha manhã! Em vez das mágoas de agora, Eu tinha nessas delícias De minha mãe as carícias E beijos de minha irmã! (. . . )”
� � � Junqueira Freire (Luís José J. F. ), foto, monge beneditino, sacerdote e poeta, nasceu em Salvador, BA, em 31 de dezembro de 1832, e faleceu na mesma cidade, em 24 de junho de 1855. É o patrono da Cadeira n. 25, por escolha do fundador Franklin Dória. Era filho de José Vicente de Sá Freire e Felicidade Augusta Junqueira. Feitos os estudos primários e os de latim, de maneira irregular por motivo de saúde, matriculou-se em 1849 no Liceu Provincial, onde foi excelente aluno, grande ledor e já poeta. Por motivos familiares, ingressou na Ordem dos Beneditinos em 1851, aos 19 anos, sem vocação, professando no ano seguinte com o nome de Frei Luís de Santa
� Na clausura do Mosteiro de São Bento de Salvador viveu amargurado, revoltado e arrependido por certo da decisão irrevogável que tomara. Mas ali pôde fazer suas leituras prediletas e escrever poesias, além de exercer atividade como professor. Em 1853 pediu a secularização, que lhe permitiria libertar-se da disciplina monástica, embora permanecendo sacerdote, por força dos votos perpétuos. Obtida a secularização no ano seguinte, recolheu-se à casa, onde redigiu a breve Autobiografia, em que manifesta um senso agudo de auto-análise. Ao mesmo tempo, cuidou da impressão de uma coletânea de versos, a que deu o nome de Inspirações do claustro, impressa na Bahia pouco antes de sua morte, aos 23 anos, motivada por moléstia cardíaca de que sofria desde a infância.
� A sua obra poética enquadra-se na segunda fase do Romantismo, dita de ultra-romantismo. Na sua geração foi o mais ligado aos padrões do Neoclassicismo português, ele próprio sendo autor de um compêndio conservador, Elementos de retórica nacional, que explica a sua concepção de poesia como cadência medida e até certo ponto prosaica. A sua mensagem, como a dos românticos em geral, era complexa demais para caber na regularidade do sistema clássico. O drama que tencionava mostrar era o erro de vocação que o levou ao claustro, seguido da crise moral e do conflito interior que o levaram a abandoná-lo. Daí provieram os temas mais freqüentes da sua poesia, misturados a preces e blasfêmias: o horror ao celibato; o desejo reprimido que o perturbava e aguçava o sentimento de pecado; a revolta contra a regra, contra o mundo e contra si próprio; o remorso e, como conseqüência natural, a obsessão de morte.
� � O poeta clama na sua cela e traz desordenadamente este tumulto ao leitor. Sua poesia, ora do cunho religioso, ora social, tem lugar relevante no Romantismo brasileiro. Possuía também um sentimento brasileiro, além de uma tendência antimonárquica, liberal e social. Obras: Inspirações do claustro (1855); Elementos de retórica nacional (1869); Obras, edição crítica por Roberto Alvim, 3 vols. (1944); Junqueira Freire, org. por Antonio Carlos Vilaça (Coleção Nossos Clássicos, n. 66); Desespero na solidão, org. por Antonio Carlos Vilaça (1976); Obra poética de Junqueira Freire (1970).
� � Fagundes Varela Luís Nicolau Fagundes Varela nasceu em Rio Claro, Rio de Janeiro, em 1841. Iniciou o curso de Diretio em São Paulo, tranferindo-se, posteriormente, para Recife. Voltou para o sul sem concluir o curso. Um fato que marcou muito sua vida foi a morte do filho. Apesar de profundamente religioso, levou uma vida boêmia e desregrada. Morreu em Niterói, Rio de Janeiro, no ano de 1875. É interessante a influência que Castro Alves tem em sua obra: Fagundes Varela o conhece já doente, mas ainda engajado em causas sociais; a partir deste momento, abandona, ao menos em parte, o egocentrismo (sendo esta uma característica de sua geração, representada em sua obra pelo sofrimento devido à morte de seu filho), fazendo algumas poesias de caráter social, semelhantes às do condoreirismo. Escreveu as poesias: "Noturnos", "O Estandarte auriverde", "Vozes da América", "Cantos meridionais", "Cantos religiosos".
� Cântico do calvário À memória de meu filho, morto a 11 de dezembro de 1863. Eras na vida a pomba predileta Que sobre um mar de angústias conduzia O ramo da esperança. Eras a estrela Que entre as névoas do inverno cintilava Apontando o caminho ao pegureiro. Eras a messe de um dourado estio. Eras o idílio de um amor sublime. Eras a glória, a inspiração, a pátria, O porvir de teu pai! - Ah! no entanto, Pomba, - varou-te a flecha do destino! Astro, - engoliu-te o temporal do norte! Teto, - caíste! - Crença, já não vives! Correi, correi, oh! lágrimas saudosas, Legado acerbo de ventura extinta, Dúbios archotes que a tremer clareiam A lousa fria de um sonhar que é morto! Correi! um dia vos verei mais belas Que os diamantes de Ofir e de Golgonda Fulgurar na coroa de martírios Que me circunda a fronte cismadora! São mortos para mim da noite os fachos, Mas Deus vos faz brilhar, lágrimas santas, E à vossa luz caminharei nos ermos! Estrelas do sofrer, gotas de mágoa, Brando orvalho do céu! Sede benditas! Oh! filho de minh' alma! Última rosa Que neste solo ingrato vicejava! Minha esperança amargamente doce! . . (Fagundes Varela). �
� � � Terceira geração Condoreira Castro Alves - "O Poeta dos Escravos“ Antônio Frederico de Castro Alves (Curralinho 14 mar 1847 – Salvador/BA 6 jul 1871) O mais brilhante dos poetas românticos brasileiros. Chamado cantor dos escravos pelos seus poemas de combate à escravidão negra no Brasil. Viveu os primeiros anos da juventude no interior do sertão. Em 1853, ao mudar-se com a família para a capital, estudou no colégio de Abílio César Borges, onde foi colega de Rui Barbosa, demonstrando vocação apaixonada e precoce para poesia. Aos dezesseis anos foi para o Recife, estudar Direito.
� Começou desde cedo a patentear uma notável vocação poética e a demonstrar dotes oratórios pouco comuns, que mais tarde fizeram dele um dos arautos do movimento abolicionista e da causa republicana. Escreveu poesia lírica, e também poesia de caráter social, em favor da abolição da escravatura. Em 1868, em uma caçada feriu-se com um tiro no pé direito. Foi conduzido para o Rio de Janeiro, teve o pé amputado. Como já a tuberculose o afligia, teve seus males agravados pelo acidente. Em 1870 dirigiuse para a Bahia, para publicar Espumas Flutuantes. Falece em Salvador. Predominante poeta romântico, foi influenciado por Byron e Vitor Hugo. Pertenceu à Escola Condoreira. É o patrono da cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras. Obras de Antônio Castro Alves (1847 - 1871): Espumas Flutuantes, Os Escravos, A Cachoeira de Paulo Afonso e o drama Gonzaga ou A Revolução de Minas, Vozes da África e Navio Negreiro são a sua expressão máxima e poesia.
� � � Vozes D'África Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes Embuçado nos céus? Há dois mil anos te mandei meu grito, Que embalde desde então corre o infinito. . . Onde estás, Senhor Deus? . . . Qual Prometeu tu me amarraste um dia Do deserto na rubra penedia — Infinito: galé!. . . Por abutre — me deste o sol candente, E a terra de Suez — foi a corrente Que me ligaste ao pé. . . O cavalo estafado do Beduíno Sob a vergasta tomba ressupino E morre no areal. Minha garupa sangra, a dor poreja, Quando o chicote do simoun dardeja O teu braço eternal. Minhas irmãs são belas, são ditosas. . . Dorme a Ásia nas sombras voluptuosas Dos haréns do Sultão. Ou no dorso dos brancos elefantes Embala-se coberta de brilhantes as plagas do Hindustão. Por tenda tem os cimos do Himalaia. . . Ganges amoroso beija a praia Coberta de corais. . . A brisa de Misora o céu inflama; E ela dorme nos templos do Deus Brama, — Pagodes colossais. . .
� � Sousândrade Joaquim de Sousa Andrade nasceu em Guimarães, estado do Maranhão, em 1833. Sua obra só se tornou conhecida por volta de 1970 com a publicação de "Inéditos", aos cuidados de Frederick G. William e Jomar Moraes, São Luis, Departamento de Cultura do Estado, em São Luís, capital do estado do Maranhão. Sousândrade formou-se em Letras pela Universidade de Sorbone, em Paris, França e foi naquela cidade que estudou, também, Engenharia de Minas. Durante o período em que estudou na França, viajou muito pela Europa e pelas repúblicas latino-americanas indo fixar-se, finalmente, nos Estados Unidos onde editou "Obras poéticas" e alguns cantos do "Guesa Errante". Sua longa passagem pela Europa e a residência americana por muitos anos abriram seus horizonte para o mundo capitalista no grande desenvolvimento industrial da época. Isso o contrastava com a grande maioria dos escritores brasileiro que não tinham conhecimento tão amplo do mundo exterior.
� Durante o tempo que morou nos Estados Unidos, o poeta viveu em na grande metrópole Nova York em plena época escandalosa de Wall Street e dos jornais montados e dirigidos para a grande população. O escritor sentiu o peso de uma democracia fundada no dinheiro e a competição comercial entre os habitantes da cidade grande e teve a chance de comparar todo aquele desenvolvimento e competição com o regime brasileiro ainda de Império e é dessa época o poema narrativo "Guesa Errante", composto ao longo de dez anos. Com esse trabalho, Sousândrade recebeu de Humberto de Campos o título de "João Batista da poesia moderna". Nessa obra o autor narra a jornada de um adolescente que depois de peregrinações na rota do deus Sol, acaba nas mãos de sacerdotes que lhe extraem o coração e recolhem o sangue nos vasos sagrados. O poeta teve uma intuição dos tempos modernos, onde imagina o Guesa que após escapar dos sacerdotes refugiase em Wall Street onde reencontra seus carrascos disfarçados de empresários e especuladores.
� Sousândrade era uma pessoa muito original em seu modo de ser especialmente se for levado em conta à época em que viveu. Era um escritor atento às técnicas da dicção e com facilidade utilizava os clássicos e os jargões yankees que aprendera nos Estados Unidos e fazia ousados conjuntos verbais na montagem de sua sintática. O poeta não conseguiu ser assimilado em seu tempo por isso passaram-se mais de cinqüenta anos após a sua morte para que sua poesia começasse a aparecer. No crepúsculo da vida Sousândrade, inteligente, viajado e culto, retornou a São Luís, no Maranhão, onde viveu na pobreza dando aulas de grego e fazendo parte da política da República da época, não chegando a ser conhecido dos literatos do início do século XX. E foi em São Luís que morreu em 1902.
O Guesa / Canto Terceiro As balseiras na luz resplandeciam — oh! que formoso dia de verão! Dragão dos mares, — na asa lhe rugiam Vagas, no bojo indômito vulcão! Sombrio, no convés, o Guesa errante De um para outro lado passeava Mudo, inquieto, rápido, inconstante, E em desalinho o manto que trajava. A fronte mais que nunca aflita, branca E pálida, os cabelos em desordem, Qual o que sonhos alta noite espanca, "Acordem, olhos meus, dizia, acordem!" E de través, espavorido olhando Com olhos chamejantes da loucura, Propendia p'ra as bordas, se alegrando Ante a espuma que rindo-se murmura: Sorrindo, qual quem da onda cristalina Pressentia surgirem louras filhas; Fitando olhos no sol, que já s'inclina, E rindo, rindo ao perpassar das ilhas. — Está ele assombrado? . . . Porém, certo Dentro lhe idéia vária tumultua: Fala de aparições que há no deserto, Sobre as lagoas ao clarão da lua. (. . . )
PROSA ROM NTI CA
O Indianismo Brasileiro Foi uma das principais tendências. A vida e os costumes dos índios sempre despertaram curiosidade. Assim como o romantismo europeu valorizava o passado medieval, romantismo brasileiro passou a resgatar seus valores e assim o índio foi visto como o passado histórico nacional. O índio foi encontrado como o verdadeiro representante da raça brasileira. essa simpatia também foi conseqüência do trabalho de conscientização feito pelos jesuítas.
O Romance Urbano Tem o objetivo de captar o conflito do espírito nacional em face de influências estrangeiras, cujo teatro era naturalmente a corte, a capital, aquele meio urbano no qual a mentalidade nacional em formação ia recebendo aos poucos assimilando os exemplos que lhe chegavam de fora. A literatura brasileira contou com consideráveis romances urbanos, entre os quais se destacam, "Memórias de um Sargento de Milícias" de Manuel Antônio de Almeida, "Lucíola" e "Senhora" de José de Alencar.
O Romance Regionalista Ocorre um deslocamento de interesses, do nacional para o regional. O romancista vai fazer uma obra mais representativa de certas regiões, pois estas pareciam mais diferenciadas e de características mais fortes. Dentro de cada região, seria focalizado o aspecto interior, a vida agrícola e pastoril com suas peculiaridades, seus hábitos, costumes e tradições, abandonando o aspecto urbano das capitais. "O Gaúcho" de José de Alencar, "O Cabeleira de Franklin Távola são algumas obras que se enquadram nesse romance.
O Romance Histórico O compromisso do romancista com a história se restringe essencialmente à reconstituição do clima da época, à fidelidade aos hábitos, costumes, instituições de modo de vida. Ao lado de caracteres analisados de acordo com a sugestão de figuras vivas da história, havia em muitos casos a criação livre, ou a concepção do "herói nacional", o que fez com que se pensasse no romance histórico como sendo uma epopéia moderna.
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