REALISMO CONTEXTO HISTRICO DO MOVIMENTO LITERATURA Realismo O

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REALISMO: CONTEXTO HISTÓRICO DO MOVIMENTO LITERATURA

REALISMO: CONTEXTO HISTÓRICO DO MOVIMENTO LITERATURA

Realismo § O realismo surgiu na segunda metade do século XIX. Foi essencialmente uma

Realismo § O realismo surgiu na segunda metade do século XIX. Foi essencialmente uma reação ao idealismo da literatura romântica. O próprio romantismo, aliás, surgido no início do mesmo século, já vinha abandonando o idealismo, como se pode ver na obra do francês Victor Hugo, que não apresentava essa tendência em seus livros. Hugo faz denúncias da vida miserável dos pobres na França, em romances que se consagraram, como o célebre "Os Miseráveis". § Por esse motivo é importante ressaltar que o realismo reage contra um determinado aspecto do movimento romântico e que o romantismo não deixa de apresentar certo caráter realista, principalmente no que toca a descrição de cenários e costumes.

Realismo: A vida como ela é § Os realistas, entretanto, queriam focalizar os fatos

Realismo: A vida como ela é § Os realistas, entretanto, queriam focalizar os fatos tal qual se apresentavam em seu lado mais sombrio, despindo a ficção da fantasia. Para isso, deslocam o olhar do mundo dos ricos para o mundo dos pobres. Ou ainda, quando fixam o universo burguês, deixam de lado as aparências para procurar as essências, desmistificando as hipocrisias da sociedade. Um exemplo que não pode deixar de ser citado, até por ser o pioneiro, é romance "Madame Bovary" (1857), de Gustave Flaubert, que critica com sutil ironia a hipocrisia da educação sentimental burguesa. A partir daí, a obra literária tornou-se um instrumento de denúncia e crítica social.

Realismo: Forma e conteúdo § Para isso, foi necessária uma transformação na linguagem, que

Realismo: Forma e conteúdo § Para isso, foi necessária uma transformação na linguagem, que abandonou o tom sublime das obras românticas, tornando-se mais objetiva e próxima daquela realmente falada pelas personagens focalizadas. Ao mesmo tempo, procurou-se uma utilização da língua nos moldes gramaticais mas clássicos, deixando de lado as inflexões regionalistas que o nacionalismo romântico cultivava. No âmbito do conteúdo, na literatura realista não há heróis: pessoas comuns protagonizam os romances. Os autores estão preocupados em fixar sua psicologia, mostrando o que há por trás de suas ações ou atitudes. Assim escreverão os autores europeus como Flaubert, Dickens, Dostoiévski e outros criadores do romance moderno, bem como seus seguidores de Portugal e do Brasil. O realismo e o naturalismo no Brasil têm como marco incial o ano de 1881, com a publicação de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, e "O Mulato", de Aluízio Azevedo. Sete anos mais tarde, em 1888, "O Ateneu", de Raul Pompeia, vem se enquadrar no movimento, apesar de apresentar particularidades muito originais.

Realismo: Contexto sócio histórico § As duas décadas de vigência do Realismo e do

Realismo: Contexto sócio histórico § As duas décadas de vigência do Realismo e do Naturalismo no país foram um período conturbado e de grandes transformações na nossa história social, política, econômica e literária. Entre os fatos mais importantes, podem ser elencados a abolição da escravatura (1888), a Proclamação da República (1889), as revoltas militares, especulação na Bolsa de Valores, o Encilhamento, o surgimento das primeiras escolas de direito, início da entrada de filosofia positivista.

Realismo: Contexto sócio histórico § Tanta transformação impulsionou a ficção literária, que por sua

Realismo: Contexto sócio histórico § Tanta transformação impulsionou a ficção literária, que por sua vez, fez aparecer outras áreas na literatura brasileira, antes quase inexistentes, como textos jornalísticos (José do Patrocínio), crítica literária (José Veríssimo e Araripe Júnior), estudos históricos (Joaquim Nabuco, Oliveira Lima e Capistrano de Abreu), pesquisas culturais e história da literatura (Sílvio Romero), ensaios (Tobias Barreto, Euclides da Cunha), além das crônicas e, principalmente, os contos.

Realismo: Contexto sócio histórico § Nessa época Machado de Assis fundou a Academia Brasileira

Realismo: Contexto sócio histórico § Nessa época Machado de Assis fundou a Academia Brasileira de Letras (1897), que segundo os críticos, oficializou a literatura brasileira. Mas o movimento se encerra na primeira década do século 20, com as publicações de "Os Sertões", de Euclides da Cunha, "Canaã", de Graça Aranha, ambos em 1902, e com o surgimento de. Lima Barreto, que ainda tem uma obra impregnada das tendências sociais do Realismo, apesar de se encontrar na fronteira, e também ser considerado um pré-modernista.

Realismo: § O Realismo marcou fortemente a literatura europeia na segunda metade do século

Realismo: § O Realismo marcou fortemente a literatura europeia na segunda metade do século XIX O amadurecimento das tendências que o caracterizaram deu-se a partir dos movimentos revolucionários de 1848. É importante assinalar que as relações do Realismo com o Romantismo são bem mais complexas dos que as de uma simples negação - existem no Realismo elementos de acentuada contestação do Romantismo, mas também de continuidade. Entre os principais escritores do Realismo destacam-se os franceses Balzac e Flaubert.

Características § O excessivo subjetivismo romântico é substituído pela descrição da realidade (e da

Características § O excessivo subjetivismo romântico é substituído pela descrição da realidade (e da relação do homem com a sociedade). § Influência de movimentos políticos (socialismo, comunismo, anarquismo etc. ). § A ciência se afirma como único método para se conhecer, efetivamente, a realidade. § Novos campos do conhecimento (como a sociologia e a psicologia) influenciam a literatura. § O "eu" literário não será mais fruto da espontaneidade ou da emotividade, como no Romantismo, mas de uma reflexão muitas vezes aguda e sempre consciente dos limites que a sociedade impõe ao homem - e das angústias e insatisfações daí decorrentes.

Realismo no Brasil • As raízes do Realismo brasileiro remontam a Memórias de um

Realismo no Brasil • As raízes do Realismo brasileiro remontam a Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida. • Lentamente, os escritores abandonam o verso condoreiro ou grandiloquente de Castro Alves e o idealismo de José de Alencar, com sua tendência a enaltecer o índio, transformando-o na figura do “bom selvagem” de Rousseau. • Passa a ocorrer uma tentativa de reconhecimento da realidade brasileira, acompanhada da reelaboração da linguagem. • Há uma diversificação das técnicas narrativas, seja na utilização do material regional como base da ficção, seja no estudo de individualidades e seus relacionamentos sociais. • O texto literário ganha autonomia. Não há mais um projeto nacional a lhe determinar o conteúdo ou a forma. O texto passa a ser obra de arte autônoma, cujo objetivo é, antes de tudo, exatamente esse: ser obra literária.

Obras e autores § O Ateneu, de Raul Pompeia: o discurso narrativo que compõe

Obras e autores § O Ateneu, de Raul Pompeia: o discurso narrativo que compõe o mundo do pequeno Sérgio, levado pelo pai para um colégio interno (Ateneu), instaura, na verdade, um microcosmo que acentua e intensifica a realidade existente fora do colégio. É o primeiro romance a retratar, no Brasil, a adolescência. O autor mescla refinada psicologia e crítica aos valores da sociedade. § Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha: com traços naturalistas, o romance critica o castigo corporal, comum na Marinha da época, e faz um estudo do homossexualismo. É uma construção sóbria e precisa. § Dona Guidinha do Poço, de Manuel de Oliveira Paiva: trata-se de uma anotação regional cuidadosa de ambientes e de usos da língua (inclusive das estruturas sintáticas). História trágica baseada em fatos reais.

Machado de Assis: § Merece atenção especial o caso singular de Machado de Assis.

Machado de Assis: § Merece atenção especial o caso singular de Machado de Assis. Poeta, crítico, genial como contista e romancista, a obra machadiana estilhaça os esquemas literários da época, aprofunda as experimentações com a linguagem, torna mais complexa a sondagem do drama humano e demonstra preocupação inusitada com os elementos da própria narrativa (tempo, espaço, personagens, etc. se distanciam dos chavões da época). A obra de Machado de Assis pretende, em sua essência, analisar o espírito humano e refletir sobre os valores que não pertencem apenas aos brasileiros, mas são patrimônio de todos os homens. E Machado o faz sem perder de vista a realidade brasileira, antecipando-se ao. Modernismo e criando um texto ácido, no qual a ironia e a paródia são extremamente refinadas. O núcleo narrativo machadiano é composto pelos romances:

Machado de Assis: § Memórias póstumas de Brás Cubas (1881): narrada por um defunto,

Machado de Assis: § Memórias póstumas de Brás Cubas (1881): narrada por um defunto, a obra apresenta a vida do anti-herói Brás Cubas. Com alta carga irônica, Machado inova, inclusive, nos recursos gráficos. É um divisor de águas não só na obra machadiana, mas na própria literatura brasileira. § Quincas Borba (1891): narra as desventuras do tolo Rubião, que chega a ser cômico em seu completo despreparo para a vida. Machado também aproveita o romance para fazer críticas irônicas ao darwinismo.

Machado de Assis: § Dom Casmurro (1899): obra de caráter ambíguo, com personagens complexos,

Machado de Assis: § Dom Casmurro (1899): obra de caráter ambíguo, com personagens complexos, a história é contada por um narrador que, gradativamente, vai se revelando pouco confiável, o que só aprofunda ainda mais a insegurança e as dúvidas do leitor. De maneira genial, Machado apresenta os limites e os paradoxos da linguagem por meio da própria linguagem. Machado de Assis fundou a literatura brasileira enquanto entidade autônoma, desvinculada de um projeto nacional, e exatamente por isso madura, aberta ao diálogo com os valores universais da humanidade.

Fases Machadianas § Podemos dividir as obras de Machado de Assis em duas fases:

Fases Machadianas § Podemos dividir as obras de Machado de Assis em duas fases: Na primeira fase (fase romântica) os personagens de suas obras possuem características românticas, sendo o amor e os relacionamentos amorosos os principais temas de seus livros. Desta fase podemos destacar as seguintes obras: Ressurreição (1872), seu primeiro livro, A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878).

Fases Machadianas § Na Segunda Fase ( fase realista ), Machado de Assis abre

Fases Machadianas § Na Segunda Fase ( fase realista ), Machado de Assis abre espaços para as questões psicológicas dos personagens. É a fase em que o autor retrata muito bem as características do realismo literário. Machado de Assis faz uma análise profunda e realista do ser humano, destacando suas vontades, necessidades, defeitos e qualidades. Nesta fase destaca-se as seguintes obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1908).

Fases Machadianas § Machado de Assis também escreveu contos, tais como: Missa do Galo,

Fases Machadianas § Machado de Assis também escreveu contos, tais como: Missa do Galo, O Espelho e O Alienista. Escreveu diversos poemas, crônicas sobre o cotidiano, peças de teatro, críticas literárias e teatrais. § Machado de Assis morreu de câncer, em sua cidade natal, no ano de 1908.

Fases Machadianas Romântica Realista Na primeira fase (fase romântica) os personagens de suas obras

Fases Machadianas Romântica Realista Na primeira fase (fase romântica) os personagens de suas obras possuem características românticas, sendo o amor e os relacionamentos amorosos os principais temas de seus livros. Desta fase podemos destacar as seguintes obras: Ressurreição (1872), seu primeiro livro, A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878). Na Segunda Fase ( fase realista ), Machado de Assis abre espaços para as questões psicológicas dos personagens. É a fase em que o autor retrata muito bem as características do realismo literário. Machado de Assis faz uma análise profunda e realista do ser humano, destacando suas vontades, necessidades, defeitos e qualidades. Nesta fase destaca-se as seguintes obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1908).

Fases Machadianas Machado de Assis também escreveu contos, tais como: Missa do Galo, O

Fases Machadianas Machado de Assis também escreveu contos, tais como: Missa do Galo, O Espelho e O Alienista. Escreveu diversos poemas, crônicas sobre o cotidiano, peças de teatro, críticas literárias e teatrais. Machado de Assis morreu de câncer, em sua cidade natal, no ano de 1908.