Provncia So Peregrino do Brasil PROVNCIA SO PEREGRINO
Província São Peregrino do Brasil
PROVÍNCIA SÃO PEREGRINO DO BRASIL e MOÇAMBIQUE A história da Província pode ser dividida em 4 partes: 1ª - De 1962 a 1969: Franco progresso 2ª - De 1970 a 1984: Crise e declínio 3ª - De 1985 a 2011: Esforço de retomada 4ª - De 2012 a 2018: Estabilização
CRIAÇÃO DA PROVÍNCIA Em 1957, quando o prior geral, frei Afonso Montà, e o prior provincial da Província italiana da Romanha, frei Luís Barbieri, visitaram as comunidades brasileiras, concluíram a visita com estas palavras: “O Comissariado Provincial Brasileiro (assim se chamava então a jurisdição da Ordem no Brasil) alcançou metas de grande florescimento e é sério candidato a tornar -se província num futuro próximo”. Foi o que aconteceu quatro anos depois.
A Província do Brasil foi criada por decreto da Sagrada Congregação dos Religiosos em 14 de outubro de 1961, desmembrada da Província italiana da Romanha. Foi oficialmente instalada no 1º capítulo provincial, reunido em São José dos Campos de 20 a 23 de janeiro de 1962, presidido pelo prior geral, frei Afonso Montà. Neste capítulo, frei Giocondo Grotti foi eleito prior provincial, e frei Tiago Coccolini vice-provincial.
Quando a província foi criada, a situação era promissora: 12 conventos (Sena Madureira, 2 em Rio Branco, Boca do Acre, Xapuri, Brasileia, Rio de Janeiro, 2 em Turvo, São Paulo, São José dos Campos e André da Rocha), 46 professos solenes, sendo 5 irmãos leigos, 18 professos temporários (7 na teologia em Roma e 11 na filosofia em São José dos Campos), 7 noviços em São José dos Campos e uma centena de aspirantes em Turvo. A partir de então, os frades no Brasil passaram a caminhar por conta própria, mas a missão no Acre e Purus continuou sob a responsabilidade das duas províncias: do Brasil e da Romanha.
A PROVÍNCIA de 1962 a 1969 Franco Progresso
A década de sessenta foi de franco progresso. À parte o fechamento do convento de André da Rocha-RS em 1966, a província manteve suas posições. O convento foi fundado em 1953, quando a Ordem assumiu a paróquia local, com a intenção de abrir lá um seminário. Para isso já havia até ganho o terreno. Todavia, com a crise que na época atingiu os seminários, o projeto foi abandonado e, em 1966, o convento foi fechado.
Nos anos Sessenta, 18 brasileiros emitiram a profissão solene e foram ordenados: em 1960, Jorge Macan e Francisco Zilli; em 1961, Moacyr Grechi, João Rocha e Octávio Lucietti; em 1962, Nivaldo Machado, Mário Cardiga e Narciso Cechinel; em 1963, Otávio Destro, Pedro Martinello, Osvaldo Lima e Pio Bosello; em 1966, José Milanez, José Flesch e Rubens Milanez; em 1969, Valmor Bolan, Lauro Rosso e João Mezzari. Nos anteriores já haviam sido ordenados 5 outros brasileiros: os irmãos José e Peregrino Carneiro de Lima em 1938, Romeu Ribeiro Donato em 1948, Tarcísio Balthazar em 1955 e Antônio Anelli em 1957.
Na década de 60 governaram a província os priores provinciais, freis Giocondo Grotti (1962), André Ficarelli (1963 -1967) e Tarcísio Balthazar (1967 -1970). Em 1962, vítima de doenças contraídas em desobrigas, faleceu Dom Júlio Mattioli, que estava à frente da Prelazia do Acre e Purus desde 1941. Em seu lugar, foi nomeado o prior provincial frei Giocondo Grotti, que tomou posse em janeiro de 1963 e foi sagrado bispo em julho de 1965.
Na década de 60, além de Dom Júlio, faleceram o jovem frei João Cardinale, vítima de leucemia letal, e alguns dos primeiros frades que chegaram ao Brasil: Dom Júlio Mattioli († 1962) João Cardinale († 1963) Gregório Dal Monte († 1963) Filipe Gallerani († 1965) Miguel Lorenzini († 1967) Thiago Filipe Mattioli († 1970)
Capítulo Provincial de 1967
Nesse capítulo, presidido pelo prior geral, frei Joseph Loftus, acompanhado do conselheiro geral, frei Neal Flanagan, foi eleito prior provincial frei Tarcísio Gomes Balthazar, o primeiro brasileiro a ocupar o cargo. Para o capítulo foi convidado frei André Dal Pino, renomado historiador da Ordem, que proferiu palestras sobre nossa história e espiritualidade e sobre as novas Constituições que seriam aprovadas pelo capítulo geral extraordinário, celebrado em 1968 em Madri, Espanha.
Consolidam-se as posições no Acre No Acre consolidavam-se as posições nas três paróquias de Rio Branco (Catedral N. Sra. de Nazaré, Imaculada Conceição e Santa Inês) e nas paróquias de Sena Madureira, Brasileia, Xapuri e Boca do Acre. E mantinham-se dois estabelecimentos de ensino: Instituto N. Sra. das Dores, em Rio Branco, e Patronato N. Sra. de Nazaré, em Boca do Acre-AM. Organizava-se melhor a administração da Prelazia e contava-se até com pequenas aeronaves sob o comando do piloto frei Dionísio Mandaio, para transporte de mercadorias e locomoção de missionários e doentes.
Grupos de formandos Desde 1956, no “Seminário das Missões” de São José dos Campos, sucediam-se grupos de noviços e professos. Os que concluíam a filosofia iam para a Itália (Roma ou Monte Bérico). Em 1963, os filósofos foram transferidos para o Rio de Janeiro e matriculados no seminário arquidiocesano. Em 1966 mudaram-se para São Paulo, onde estudavam no Instituto de Filosofia e Teologia (IFT), mantido por Institutos Religiosos.
Depois, o Seminário das Missões recebeu por breve tempo formandos do ensino médio. Em seguida, foi ocupado por grupos eclesiais e associações locais e, em 1986, foi doado à diocese de São José dos Campos para ser seminário diocesano. Em meados anos 60, no prédio da Colônia Santo Antônio M. Pucci, funcionou por alguns anos um préseminário para vocações locais. Fechado o pré-seminário, o prédio até hoje está alugado a uma escola particular.
Outros eventos importantes da década de Sessenta Em Turvo-SC, a 19 de março de 1961, Dom Jaime de Barros Câmara, cardealarcebispo do Rio de Janeiro e terciário da Ordem, presidia à bênção inaugural da nova ala do Seminário Nossa Senhora das Dores.
Em 1963, em São Paulo, no primeiro piso e no pátio externo do convento N. Sra. das Dores, foi montada uma Gráfica com máquinas modernas, com a qual esperava-se alcançar a autonomia financeira da província, mas os resultados não corresponderam. Encerrou suas atividades no final da década e as máquinas foram vendidas. No mesmo ano, o prior provincial, frei André Ficarelli, substituiu a carta mensal de circulação interna, publicada pelos formandos de São José dos Campos, e iniciou a publicação mensal do Inter Nos (em português “Entre Nós”) como boletim informativo oficial da província.
Em 1968, em Rio Branco, foi inaugurado o Hospital Sta. Juliana que, no ano 2000, foi reformado e ampliado, graças aos esforços de frei André Ficarelli e ao financiamento de benfeitores italianos. Por muitos anos, o hospital foi bem administrado pelas irmãs Servas de Maria Reparadoras até que o bispo diocesano atual retirou a administração das mãos das irmãs.
No mesmo ano de 1968, foi inaugurado também o Leprosário Souza Araújo, com capacidade para atender cerca de 400 hansenianos. O leprosário nasceu do coração de Dom Giocondo Grotti, da dedicação e coragem de frei Alberto Morini e sempre foi considerado como a pupila dos olhos da Igreja local por Dom Moacyr Grechi.
Na mesma época, em Sena Madureira, frei Paulino Baldassarri, ao constatar, em suas desobrigas, grande número de crianças analfabetas por falta de escola, com recursos oriundos de campanhas promovidas por seu irmão na Itália, iniciou a construção e manutenção de cerca de cinquenta escolas ao longo dos rios e nos seringais da paróquia. As escolas foram posteriormente abandonadas devido ao êxodo de seringueiros e posseiros, desalojados de suas terras pelos investidores do Sul-Sudeste que compraram os seringais para transformá-los em pastagens para o gado.
A PROVÍNCIA de 1970 a 1984 Crise e Declínio
O capítulo provincial de 1970, reunido de 9 a 20 de fevereiro em São José dos Campos, foi sem dúvida o mais imponente da história da província, quer por sua duração, quer pelo número elevado de participantes e de relatórios apresentados. Estavam presentes 38 dos 46 frades da Província, mais os convidados. Presidido pelo prior geral, frei Joseph Loftus, acompanhado do seu conselheiro, frei Neal Flanagan, o capítulo elegeu para prior provincial frei Moacyr Grechi que, embora relutante, aceitou o cargo, e para vice-provincial frei André Ficarelli.
Sintomas da crise No relatório apresentado ao capítulo, o prior provincial, frei Tarcísio Balthazar, trouxe à tona alguns sintomas da crise que se abateria sobre a província nos anos seguintes. Ele falava de grandes incertezas quanto ao futuro da nossa vida religiosa”. E acrescentava: “Ninguém se admire nem se escandalize se vários confrades nossos colocam sérios interrogativos sobre o seu futuro de servitas”. E concluía, formulando com precisão a raiz do problema: “Como conciliar a vida religiosa aberta ao mundo, assimilandolhe os valores sem misturar-se com ele no que tem de negativo? ”
Esses questionamentos mostram que os sintomas da crise já eram evidentes, provocando a debandada de vários frades. Alguns já haviam abandonado a Ordem e o ministério na década anterior e outros seguiram seus passos de 1970 a 1985, alcançando o número de vinte e três deserções. Outros voltaram para seu país de origem. E grande foi também o número de noviços e professos que acabaram saindo. As causas dessa debandada estavam nos questionamentos acima, em crises pessoais de ordem afetiva e vocacional, na crise pós-conciliar que atingiu a igreja e a vida religiosa e na falta de lideranças firmes na província e nas casas de formação.
Capítulo Provincial de 1973 A crise recrudesceu no capítulo eletivo de 1973, quando a província ainda contava com 11 conventos e 43 frades. Presidido pelo prior geral, frei Peregrine Graffius, o capítulo reuniu 34 frades e enfrentou duas situações difíceis: a eleição do prior provincial, frei Francisco Carnimeo, contestada por alguns (cataram as cédulas na lixeira para identificar o voto); e a criação do Vicariato do Acre que, embora aprovada, provocou distanciamento e atritos entre Norte e Sul.
Vicariato do Acre No começo, o vicariato, tendo como vigário provincial, frei João Rocha, tinha 5 conventos (Sena Madureira, Rio Branco, Xapuri, Brasileia e Boca do Acre), mas isso durou pouco. Com a diminuição do número de frades, foram aos poucos abandonadas várias obras, como o Instituto N. Sra. das Dores de Rio Branco e o Patronato N. Sra. de Nazaré de Boca do Acre-AM, as paróquias da Imaculada Conceição e de Santa Inês em Rio Branco e os conventos-paróquias de Boca do Acre, fechado em 1973, e Brasileia, fechado em 1975.
Por isso, o capítulo vicarial de 1975 decidiu agrupar os frades em 3 comunidades: Rio Branco, Sena Madureira e Xapuri. Em julho de 1976, o vigário provincial, frei José Milanez, ouvidos seus conselheiros, compôs as três comunidades: - Rio Branco: José Milanez, Octávio Lucietti, Dionísio Mandaio e dois professos que saíram da Ordem em seguida. - Xapuri: José C. de Lima, Otávio Destro e Cláudio Avallone. - Sena: Paulino Baldassarri, Heitor Turrini e Tarcísio Balthazar. Na época, frei Peregrino Carneiro de Lima vivia sozinho em Plácido de Castro, onde construiu a igreja, hoje sede paroquial.
Em 1976 começou a construção do atual Convento São Filipe, em Rio Branco, no bairro do Bosque, num terreno recebido em doação da Prelazia. Para lá os frades mudaramse em abril de 1977. Anos depois, o convento foi ampliado para abrigar candidatos à Ordem e hoje, depois de mais um ampla reforma e ampliação feita em 2017, acolhe aspirantes e postulantes acreanos e é também sede do noviciado da província.
Relações entre Província e Vicariato As relações entre Acre e Sul-Sudeste não eram boas. No relatório ao capítulo de 1976, o prior provincial registrava que as relações entre a província e o vicariato não foram das melhores, por culpa de ambas as partes. Houve talvez um erro inicial: o vicariato foi aprovado num clima de tensão e sem plena compreensão daquilo que comportava em termos de autonomia e das responsabilidades que província mantinha em relação ao mesmo. . .
No capítulo provincial de 1982, o mesmo frei Francisco Carnimeo, assim relatava a situação: “Continuam as tensões, os atritos, as incompreensões. Temos a impressão que o vicariato não compreenda a dimensão dos problemas que enfrenta a província em termos de frades e de recursos financeiros”. No capítulo provincial de 1984, reunido na Casa de Retiros das Missionárias de Jesus Crucificado, em Barueri-SP, constatou-se que o vicariato ficara reduzido a sete frades. Diante dessa situação, em 1985, finalmente, o capítulo provincial suprimiu o vicariato.
Formação em crise A província não conseguia encontrar rumos certos na formação e a debandada de formandos criou um clima de desalento e mal-estar, agravado pelos atritos entre o Acre e o Sul. Sudeste e por visões diferentes da vida religiosa e da formação. Diante disso, o capítulo de 1984 criou uma “Equipe de Animação”, com estas tarefas: a) Estudar a realidade provincial (VER); b) Julgá-la a partir da nossa história e espiritualidade e do mundo latino-americano (JULGAR); c) Levantar propostas de ação para a programação do triênio 1985 -1987 (AGIR).
Em 1977, fechado o Seminário de São José dos Campos e frustrada a experiência do professado nos conventos de São Paulo e Rio de Janeiro, a província abriu uma casa de formação em Curitiba-PR. Começou em dependências alugadas do Colégio Madalena Sofia e depois passou para prédio próprio inaugurado em 1978, graças aos esforços do prior provincial, frei Francisco Carnimeo. No início foi sede de noviciado e professado e hoje do postulantado.
De 1970 a 1984, foram ordenados presbíteros 6 frades apenas: Márcio de Carvalho e Nereu Milanez (1970), Clodovis Boff (1971), Caio de Oliveira (1973), Denis Mc. Swiney (1979) e Joacir Borges (1980). Destes, continuam na ativa os freis Nereu e Clodovis. Frei Márcio laicizou-se, os freis Caio de Oliveira e Joacir Borges estão hoje incardinados respectivamente na arquidiocese do Rio de Janeiro e na diocese de São José dos Campos e frei Dênis Mc. Swiney faleceu.
Outros eventos importantes deste período Em 1971, foi aberta outra casa em São Paulo, no jardim da Saúde, para ser sede da cúria provincial, uma vez que o convento do Ipiranga, além de sediar o professado e a paróquia, tinha o primeiro piso ocupado pelas máquinas da Gráfica. Em 1972 foi aberto em Turvo o Colégio Servos de Maria, sediado na ala nova do seminário, aberto a alunos externos do ensino médio e mais tarde também do ensino fundamental. Em 1980, foi fechado o Convento N. Sra. da Oração de Turvo, sediado na casa paroquial, e os frades foram incorporados à comunidade do seminário.
O capítulo de 1982, em vez de continuar repassando à Prelazia uma taxa anual, cujo valor era sempre motivo de controvérsia, decidiu doar-lhe o Terreno São Sebastião, sito ao lado e nos fundos do Instituto N. Sra. das Dores, em Rio Branco, com frentes na Av. Epaminondas Jácome e na Rua Quintino Bocaiúva. Foi ali construída uma Galeria de dois pisos com 80 lojas, cujo aluguel é hoje fonte de renda para a diocese. Dez lojas ficaram como propriedade da Ordem para manutenção do Vicariato.
De 1970 a 1984, faleceram os seguintes frades: D. Giocondo M. Grotti André M. Van Halder Carlos M. Casavecchia Paulo M. Gabrielli Egídio M. Moscini Tomás M. Maronati Hugo M. Poli († 1971) († 1972) († 1975) († 1976) († 1981) († 1982).
Governaram a Província de 1970 a 1984, os seguintes priores provinciais: Frei Moacir Grechi (1971 -1972) Frei Otávio Destro (1972) Frei Francisco Carnimeo (1973 -78/1982 -84) Frei Tomás Trombetti (1979 -1981)
A PROVÍNCIA de 1985 a 2011 Esforço de Retomada
Em janeiro de 1985 reuniu-se o capítulo provincial eletivo em Turvo, presidido pelo prior geral, frei Michel Sincerny, acompanhado do conselheiro geral, frei Clemente Payá. O capítulo começou num clima tenso. Fora eleito prior provincial frei Antônio Venturoli, que não aceitou o cargo, porque boa parte dos eleitores votara em branco. Tinha recebido apenas um terço dos votos. Havia divisão no interior da província.
O prior geral, frei Michel Sincerny, aceitou a renúncia do frei Antônio e, antes de encaminhar nova eleição, resolveu ouvir um por um os capitulares, a fim de buscar uma solução de consenso. Feito isso, passou-se à eleição, sendo eleito no último escrutínio frei José Milanez, com apenas um voto a mais que seu concorrente. Eleitos também o vice-provincial, frei João Messi, e os conselheiros, o capítulo prosseguiu normalmente.
Suprimido o Vicariato do Acre Ouvidos os relatórios e avaliadas as propostas da equipe de animação, o capítulo assumiu duas prioridades para o triênio: Formação-Vocações e Presença da Ordem no Acre. Além disso, diante do parecer favorável dos frades do Acre e do próprio Prior Geral, e devido à situação crítica do Vicariato, reduzido a poucos frades, o capítulo tomou a seguinte decisão: “As comunidades do Sul e do Acre formarão uma Província única Província, ficando suprimido o Vicariato do Acre”. O conselho geral ratificou a decisão.
Quando o conselho provincial se reuniu para compor as comunidades, constatou que no Acre haviam sobrado 5 frades: em Xapuri José Carneiro de Lima (prestes a sair extra-claustra) e Aurélio Giangolini (prestes a voltar para a Itália); em Rio Branco Peregrino Carneiro de Lima e André Ficarelli; e em Sena Madureira Paulino Baldassarri sozinho. Haviam acabado de ir-se frei Otávio Destro, que se laicizou, e os freis Cláudio Avallone e Luciano Masetti que voltaram para a Itália em 1984.
Reforços para o Acre No início, foram enviados ao Acre três frades: primeiro, os freis Mário Scuppa e João Palmieri e, meses depois, o recém-ordenado frei Gílson Pescador. Além disso, em 1986, chegou da Itália frei Humberto Scalabrini. Dessa forma, as comunidades do Acre, a partir de 1986, já estavam assim constituídas: freis André Ficarelli, Humberto Scalabrini e Peregrino Carneiro de Lima em Rio Branco; freis João Palmieri e Gílson Pescador em Xapuri; freis Paulino Baldassarri e Mário Scuppa em Sena Madureira.
Quando frei Gílson Pescador abandonou a Ordem e o ministério sacerdotal no início de 1988, frei João Palmieri que estava com ele em Xapuri foi para Sena Madureira, ficando a paróquia de Xapuri entregue às irmãs Servas de Maria Reparadoras, com a assistência periódica dos frades de Rio Branco, mas em seguida o bispo, consultado o prior provincial, decidiu nomear pároco um sacerdote secular. Em 1988 o convento de Xapuri foi fechado por decreto do capítulo provincial.
Ereção da Diocese de Rio Branco Em 1986 a Prelazia do Acre e Purus foi erigida em Diocese de Rio Branco, mas a província manteve o compromisso de continuar presente na diocese à frente de duas paróquias: da Catedral N. Sra. de Nazaré, em Rio Branco, e da Imaculada Conceição, em Sena Madureira. Desta forma, graças a Deus e à proteção de São Peregrino e graças ao zelo missionário de uma centena de frades, a Ordem cumpriu a missão recebida da Sé Apostólica em 1920 de implantar a igreja no Alto Acre e Alto Purus.
Formação e Animação vocacional Remediada em parte a situação das comunidades do Acre, agora reduzidas a duas, a província concentrou sua atenção na animação vocacional e formação. Frei João Messi, animador vocacional, iniciou um trabalho paciente no Sul e Sudeste com candidatos que se apresentavam aqui e acolá, e frei Humberto Scalabrini se empenhou para despertar vocações acreanas. Diversificou-se o trabalho de animação vocacional, de tal forma que, a partir de então, formandos provinham também do Acre e de outros lugares e não mais apenas de Turvo.
Plano Global de Formação Inicial Em 1988, para responder à prioridade da Formação e Vocações, com a colaboração dos formadores, foi montado Plano Global de Formação Inicial, com orientações práticas para as etapas do postulantado, pré-noviciado, noviciado e pósnoviciado que, depois de estudado e avaliado pelas comunidades, foi aprovado pelo conselho provincial. Além disso, intensificaram-se os encontros periódicos de formadores e formandos.
Nasce a Conferência do Cone Sul Neste período, foram iniciados contatos entre as três jurisdições do Cone Sul (Província do Brasil e Vicariatos do Chile-Bolívia e Rioplatense [Argentina e Uruguai]), no intuito de buscar caminhos de colaboração, principalmente no campo da formação inicial e permanente.
Em janeiro de 1990, celebrou-se em Fátima, Argentina, o primeiro capítulo regional, presidido pelo prior geral, frei Hubert Moons, acompanhado do prior provincial vêneto, frei Clemente Nadalet. Foi ali que começou o processo de colaboração entre as três jurisdições do Cone Sul.
Este capítulo aprovou a seguinte resolução: “As três jurisdições tenham como objetivo a ser alcançado por etapas a unificação das casas de formação do pré-noviciado/noviciado e do pós-noviciado”. Para isso, “estudem os passos a serem dados, a fim de alcançar estas metas: a) unificar o conteúdo dos Planos de Formação das três jurisdições no que concerne às várias etapas da formação inicial: postulantado, pré-noviciado, noviciado e pós-noviciado; b) constituir em 1991, a comunidade interjurisdicional do pós-noviciado comum”
Foram abertas duas comunidades interjurisdicionais de formação: o noviciado de Fátima, Argentina, e o professado de Peñalolén, em Santiago do Chile. Por elas passaram vários frades da nossa província. De 1990 a 2003 foram celebrados cinco capítulos regionais, reuniões anuais conjuntas dos três conselhos, vários encontros de formadores, cursos de história e espiritualidade e outros encontros para formandos, reuniões de priores e párocos e encontros de formação permanente. Neste período, foram coordenadores regionais os freis Bernardino Zanella (até 1997) e José Milanez (até 2003).
O desmonte da colaboração no Cone Sul foi provocado por uma carta, assinada por oito formadores brasileiros, apresentada no capítulo provincial de 2002, deste teor: “A partir de janeiro de 2003, nós não participaremos mais do processo de integração com o Cone Sul no que toca à formação inicial, mas estamos dispostos a seguir colaborando com a Província, se ela se desvincular deste processo”. A carta foi a gota d’água que levou a Província a abandonar a colaboração regional na formação inicial. Em razão disso, o professado de Peñalolén (Santiago) foi fechado em 2003, e o noviciado de Fátima, Argentina, em 2006.
Nos anos seguintes houve algumas tentativas esporádicas para retomar o caminho da colaboração: alguns jovens da Província de Santa Maria dos Andes fizeram o noviciado com os brasileiros no então convento de Teresópolis e em Matola (Moçambique) e um frade da mesma província esteve na comunidade de Teresópolis colaborando na formação. Hoje o Cone Sul reduz-se às províncias de São Peregrino do Brasil e de Santa Maria dos Andes. Com duas entidades apenas, não se pode falar de “conferência”. Cogita-se criar uma conferência única com as outras jurisdições das Américas.
Outros momentos importantes de 1985 a 2011 Recuperamos nossa identidade servita, sobretudo através da tradução e publicação das seguintes obras: - Legendas: Sobre a origem da Ordem, São Peregrino, 2 de São Filipe, beatos Joaquim e Francisco de Sena. - Liturgia: Liturgia das Horas OSM, Missal Próprio, Ritual da Profissão Religiosa na OSM, Livro de Oração. - Biografias: São Peregrino, Santo Antônio Maria Pucci, Beata Cecília Eusepi e Sete Santos Fundadores. - História: Breve História da Ordem, História dos Servos de Maria no Brasil, Fontes Histórico-Espirituais dos Servos de Maria.
Em meados de 1988, o viceprovincial, frei João Messi, foi nomeado bispo auxiliar de Aracaju (SE), onde permaneceu até 1995, quando foi transferido para a diocese de Irecê (BA), e cinco anos depois para a diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ). Hoje é bispo emérito.
Ocorrências em 1991 - O capítulo provincial de 1991 fechou a casa provincial da Rua Pierre Curie, em São Paulo, que foi vendida em 2009. A cúria provincial mudou-se para o convento do Rio de Janeiro. Com a morte do conselheiro geral, frei Marcos Aldrovandi, para substituí-lo o conselho geral elegeu frei José Milanez que se mudou para o convento São Marcelo de Roma. - Inaugurado em São Paulo o prédio da Creche N. Sra. das Dores, mantida pela Ordem até 2008. Hoje está alugada para outra instituição e a renda é destinada para obras de caridade.
Em 2005, a província fez uma tentativa de abertura de uma nova frente em um pequeno santuário situado em Florânia, na diocese de Caicó, Rio Grande do Norte. A experiência, iniciada em outubro de 2005, encerrou-se em dezembro de 2006. Não foi bem-sucedida, entre outras causas, por não ter sido preparada adequadamente mediante consulta e conscientização dos frades e não ter sido assumida como obra da província.
Novo Convento Em 2011 foi adquirida uma casa em Teresópolis-RJ e nela sediou-se o convento Sete Santos Fundadores, que passou a ser sede do noviciado da província. Depois de duas levas de noviços, em 2012 e 2013, o convento foi abandonado e o prédio aguarda locação.
Foi neste período que surgiram as primeiras fraternidades da Ordem Secular Servita, ligadas às nossas comunidades - Curitiba: Fraternidade Frei Egídio Moscini, fundada em 1989; - Turvo: Fraternidade N. Sra. das Dores, fundada em 1991; - Rio Branco: Fraternidade Frei Antônio Venturoli, fundada em 2003; - São José dos Campos: Fraternidade São Peregrino, fundada em 2004, extinta em 2012 e refundada em 2015. - Jacarepaguá-RJ: ali existe uma fraternidade, ligada à comunidade das Servas de Maria do Brasil. - Existem também as Associações de N. Sra. das Dores, ligadas às comunidades das Servas de Maria Reparadoras.
Foi recentemente descoberta em Ouro Preto-MG, uma importante e ativa Irmandade de Nossa Senhora das Dores, aprovada pelo prior geral da Ordem, frei Sóstenes M. Fassini, em 1774, que tem sede própria nesta capela construída em 1785. No altar-mor estão as imagens de Nossa Senhora das Dores, São Filipe Benício e Santa Juliana Falconieri.
Governaram a província neste período os seguintes priores provinciais: Frei José Milanez (1985 -1990 e 1997 -1999) Frei Nivaldo Machado (1991 -1996 e 2009 -2011) Frei Jorge Borges (2000 -2005) Frei Joacir Borges (2006 -2008).
De 1985 a 2011, 25 frades emitiram a profissão solene e quase todos foram ordenados: Gílson Pescador, Jorge Borges, Alécio Azevedo, João Carlos Ribeiro, Paulo Sérgio de Faria, Marcos Roberto Huk, Rinaldo Stecanela Oliveira, Mauro Sergio Ferreira da Cruz, Paulo Sergio Angeloni, Pedro Alves Pires, Gílson de Lima Freitas, Valdir Borges, Márcio Roberto Salvaro, César Candiotto, Charlie Leitão de Souza, Dilermando Ramos Vieira, Wílson da Silva Bruno, Antônio Eugênio Chemim, Carlos Paula de Moraes, José Rosa Alves, Pedro Lucietti, Agnaldo Costa dos Santos, Neivan Sasso, Oldair José Gonçalves, Fábio Luiz Ribeiro.
De 1985 a 2011, faleceram os seguintes frades: Frei Dionísio Testi († 1986), Frei Jerônimo Amigoni († 1990), Frei João Ibatici († 1991), Frei Peregrino Carneiro de Lima († 1992), Frei José Carneiro de Lima († 1996), Frei Antônio Venturoli († 1997), Frei Tiago Coccolini († 1999), Frei Agostinho Poli († 2001), Frei Francisco Carnimeo († 2004), Frei João Palmieri († 2005), Frei Mário Scuppa († 2007), Frei Bruno Reverberi († 2008).
A PROVÍNCIA de 2012 a 2018 Estabilização
O capítulo de 2012 reuniu-se no Seminário de Turvo de 10 a 16 de janeiro, com a participação de 26 vogais e 2 convidados. Foi presidido pelo Vigário Geral OSM e delegado do Prior Geral, frei Franco M. Azzalli.
Na ocasião, a província assentou seu planejamento trienal em três prioridades: Espiritualidade - Vida comunitária - Animação Vocacional. E elegeu o novo conselho provincial, assim composto: freis Paulo Sergio Angeloni (prior provincial eleito antes do capítulo), João Carlos Ribeiro (vice-provincial), Gílson de Lima Freitas, Antônio Eugênio Chemim e Nereu Mário Milanez (conselheiros provinciais).
FATOS MAIS IMPORTANTES Agregação do convento de Matola No final de 2012, começam as tratativas para agregar à Província do Brasil o convento Santa Maria dos Servos, de Matola, Moçambique, fundação até então mantida pela Província Espanhola.
Carta do prior geral, frei Ángel M. Ruiz Garnica, pedia que se consultassem os frades da província, a conferência regional e o capítulo provincial sobre a possibilidade de a província assumir o convento de Matola, Moçambique, com a paróquia São Gabriel Arcanjo e suas obras sociais.
Sobre isso, o capítulo provincial de 2013 assim se expressou: “Considerando que na consulta feita aos frades, 18 sobre 29 declararam-se favoráveis à agregação; considerando que tal agregação poderia reavivar o espírito missionário na província; considerando que os frades jovens buscam novas formas de serviço; considerando que há frades disponíveis para assumir esta missão; considerando, por outro lado, as muitas atividades que a província já tem e o número limitado de frades, alguns dos quais já idosos, o presente capítulo decide:
1. O conselho provincial promova um estudo visando a redimensionar nossas atividades, reduzindo algumas, suprimindo outras e fechando alguma casa, se necessário for. 2. Feito isso, o conselho provincial, segundo dispõe o artigo 233/h das Constituições, estará autorizado a agregar à província o convento de Matola, Moçambique”. Diante disso, o conselho geral, nos termos do decreto n° 53 do capítulo geral de 2007, DECRETA a passagem do convento de Matola, Moçambique, para a Província Brasileira. O presente decreto entra em vigor aos 3 de outubro de 2013.
Ampliação do convento de Sena Madureira Em dezembro de 2013, foi inaugurado o novo convento de Sena Madureira, depois de ampla reforma e ampliação do antigo palacete episcopal. Depois de 93 anos de presença na cidade, finalmente os frades ganharam “casa própria”.
A solenidade coincidiu com a celebração dos 60 anos de ordenação presbiteral de frei Paulino Baldassarri e foi comemorada com muita pompa, com a presença inclusive do Governador do Estado e de outras autoridades. Na ocasião, frei José Milanez, servindo-se de diapositivos projetados em tela, ilustrou a história da presença os Servos de Maria na cidade desde 1920. Seguiu-se a missa de ação de graças presidida por frei Paulino, e a bênção do novo convento pelo prior provincial, frei Paulo Sérgio Angeloni.
Percurso Formativo Em 2014, o conselho provincial aprovou o Plano de Formação da Província, elaborado pelos formadores e avalizado pelas comunidades, autorizou sua publicação e ordenou que fosse logo aplicado nas casas de formação. O Plano, intitulado “Percurso Formativo”, contém orientações sobre todas as etapas de formação.
Animação vocacional Outro fato marcante deste período foi o aumento do número de vocacionados nas comunidades. A certa altura, quase todas tinham algum candidato fazendo sua primeira experiência na Ordem. Isso se deve, sem dúvida, ao trabalho dos animadores vocacionais, à divulgação da Ordem através da mídia e das redes sociais, à literatura sobre a Ordem hoje disponível, e aos encontros, missões e estágios vocacionais realizados em diferentes regiões do país.
No final do quadriênio 2012 -2015, a província podia apresentar no quadro estatístico geral os seguintes dados de seus formandos: 8 professos temporários, 4 noviços, 15 postulantes e 23 aspirantes, além de 6 profissões solenes e 9 ordenações presbiterais celebradas. Ainda nesse quadriênio, oito frades jovens engajados na formação iniciaram o curso para formadores e 4 deles o concluíram com êxito: 2 o curso de formadores da CRB-SP (freis Oldair Gonçalves e Moisés Coelho) e 2 a Escola de Formadores (freis Renã Barros e Fábio Luiz Ribeiro). Os outros 4 desistiram pelo caminho.
Situação financeira Consolidou-se neste quadriênio a situação financeira da província. Os capítulos têm insistido para que o conselho aplicasse em imóveis comerciais os rendimentos do fundo de reserva e o dinheiro auferido na eventual venda de imóveis. O relatório do economato de 2015 mostrava que a província tinha 30 imóveis alugados. O fundo de reserva, acrescido nos últimos anos, garante a manutenção das casas de formação, inclusive de Matola (Moçambique), as despesas ordinárias da cúria provincial e a remessa anual à cúria geral.
Professado Em 2013, o conselho provincial decidiu sediar o professado no convento N. Sra. das Dores de São Paulo. Os professos estudam teologia em diferentes faculdades: PUC, ITESP, São Bento. O professado começou com dois professos, aos quais foram se juntando outros nos anos seguintes. Por isso, em 2015, o convento e alguns quartos da torre da igreja foram amplamente reformados. Apesar disso, para continuar colaborando com a faculdade Marianum, um ou outro professo ainda está sendo enviado para o Colégio Santo Aleixo Falconieri, de Roma.
Tentativa de retomada do Cone Sul Em janeiro de 2014, frades das duas províncias do Cone Sul reuniram-se no convento de Fátima, Argentina, para um encontro de formação permanente, presidido pelo prior geral, frei Gottfried M. Wolff, para estudar os documentos aprovados no capítulo geral de 2013.
Na ocasião, os conselhos das duas províncias se reuniram e tomaram estas resoluções: a) promover um encontro de frades jovens das duas províncias de 20 a 24 de julho de 2015, em Turvo-SC; b) fazer uma reunião anual conjunta dos 2 conselhos. Lamentavelmente, essas e outras decisões ficaram só no papel. No capítulo eletivo realizado em Turvo em 2015, a Província Brasileira propôs “que os priores provinciais das províncias das Américas (Canadá, Estados Unidos, México, Sta. Maria dos Andes e São Peregrino do Brasil) se reúnam e busquem juntos possíveis caminhos de colaboração”.
Tentativa de criação da UNIFAS-BRA Tentativas foram feitas também para organizar a União da Família Servita no Brasil (UNIFAS-BRA). Em março de 2013 reuniram-se em Belo Horizonte, as prioras provinciais das Servas Reparadoras, a delegada das Servas de Galeazza, a priora geral das Servas de Maria do Brasil, e o prior provincial brasileiro. Entre outras coisas, decidiu-se agendar para março de 2014 um encontro de formadores e formadoras da Família Servita em Jacarepaguá-RJ, na casa das Servas de Maria do Brasil, para estudar hagiografia e liturgia própria da OSM.
O encontro aconteceu e reuniu 5 Servas Reparadoras, 8 Servas de Maria do Brasil e 8 frades da Ordem. Frei José Milanez abordou temas da liturgia própria da Ordem, e frei Marcos Huk expôs temas de formação e de hagiografia servita. E parou por aí.
Maior integração existe entre as comunidades locais e as fraternidades da OSSM nascidas ao seu redor e por elas assistidas. Isso ocorre em Turvo, Curitiba, S. José dos Campos, São Paulo, Rio Branco, Jacarepaguá-RJ. Vários eventos e iniciativas são assumidos em conjunto. A integração com as congregações femininas dá-se mais no Acre, onde as comunidades dos frades e das irmãs são vizinhas e podem celebrar juntos encontros e momentos litúrgicos e festivos mais importantes da Ordem. Integração mais ampla, de âmbito nacional, da Família Servita no Brasil é inviável devido às enormes distâncias.
Faleceram neste período Em 11/12/2013, faleceu no Rio de Janeiro frei Armando Morandi aos 80 anos. Italiano de Montese, Módena. Ordenado em 1958, veio para o Brasil e trabalhou vários anos no Acre, em comunidades do Sul e Sudeste e, por dois anos (19811982), na paróquia de Macaúbas-BH. Em 3/9/2015, faleceu em Rio Branco frei André Ficarelli, aos 92 anos. Italiano de Reggio Emília, chegou ao Brasil em 1950. Esteve quase sempre no Acre, onde foi o braço direito de Dom Moacyr Grechi. Era arquiteto prático e a ele se devem várias obras, inclusive a Catedral N. Sra. de Nazaré.
Do período de 2016 a 2018, por ser recente, citaremos apenas alguns eventos mais importantes e os capítulos celebrados. Capítulo eletivo de 2016 O capítulo eletivo de 2016 reuniuse antecipadamente de 10 a 15 de dezembro de 2015 em Turvo, para possibilitar a participação do Prior Geral que tinha a agenda tomada em janeiro de 2016.
Reuniu 30 vogais e 9 convidados (Dom João Messi e 8 professos) e traçou linhas de ação para o crescimento pessoal e a vida fraterna, no espírito do Ano da Misericórdia; pediu para intensificar a animação vocacional, a formação e os estudos; aprovou o programa de celebração do 1º centenário da Ordem no Brasil; e reformulou o Diretório Provincial.
O conselho provincial eleito, composto pelos freis Charlie Leitão de Souza (prior provincial), Gílson de Lima Freitas (vice-provincial), e Oldair José Gonçalves, Renã Barros de Lima e Rinaldo Stecanela Oliveira (conselheiros), recompôs as comunidades, elegeu o mestre dos professos e nomeou os oficiais provinciais. Nos primeiros meses do seu mandato, o prior provincial visitou todas as comunidades para verificar e avaliar in loco a situação.
Morre Frei Paulino Baldassarri Fato muito sentido foi a morte de frei Paulino Baldassarri em 8 de abril de 2016, depois de 12 dias internado no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco, onde recebeu toda a assistência e carinho dos profissionais da saúde e dos confrades. Figura destacada de autêntico missionário foi frei Paulino, frade de votos solenes, presbítero, filho da Província do Brasil e membro da comunidade OSM de Sena Madureira-AC. Tinha acabado de completar 90 anos de idade.
Ordenado em 1953, passou um ano no Seminário de Turvo. SC e, em 1955, foi transferido para o Acre, onde ficou 60 anos: 7 anos em Brasiléia, 4 em Boca do Acre e, a partir de 1968 até a morte, em Sena Madureira. Foi um verdadeiro missionário. Deixou família e pátria e fez do Brasil, em especial do Acre, sua nova pátria. A ele se aplicam as palavras do artigo 96 das nossas Constituições: “À imitação de Cristo, fez-se um do povo ao qual foi enviado, adotando seu idioma, compreendendo sua mentalidade e compartilhando seus problemas”.
Inaugurado o convento de São José dos Campos Em 15 de agosto de 2016 foi inaugurado o novo convento Nossa Senhora das Dores de São José dos Campos, construído com dinheiro auferido na venda de parte do terreno local. A bênção inaugural foi presidida pelos nossos bispos eméritos, Dom Moacyr Grechi e Dom João Messi.
Primeiro centenário dos Servos de Maria no Brasil Os Servos de Maria chegaram ao Brasil em 1920, com a missão recebida da Sé Apostólica de implantar a igreja na Prelazia do Alto Acre e Purus. A Prelazia foi instalada aos 15 de agosto em Sena Madureira, quando Dom Próspero Bernardi tomou posse da sede prelatícia, ladeado pelos freis Miguel Lorenzini, Thiago Mattioli e Domingos Baggio.
Ao celebrar o primeiro centenário da chegada ao Brasil, os Servos de Maria evocam felizes o evento, fazem memória dos frades que aqui trabalharam e já partiram para a eternidade, agradecem a Deus, a Santa Maria e a São Peregrino pelo bem praticado e pedem perdão pelos inevitáveis erros cometidos. Para preparar o evento, a província criou equipes para organizar várias atividades, como: celebrações, divulgação através da mídia e das redes sociais, confecção de banners, cartazes, souvenirs vários, resgate histórico de fotos e escritos, publicação de um livro com a história do centenário.
Capítulo de 2017 De 9 a 13 de janeiro, o capítulo reuniu na Casa de Retiros Cura D’Ars, em São José dos Campos, 23 vogais (7 ausentes), e como convidados os bispos Dom Moacyr Grechi e Dom João Messi e alguns professos que renovaram os votos.
O dia de espiritualidade foi conduzido pelo salesiano Pe. Carlos Galhardo, que nos ajudou a refletir sobre a radicalidade e os três elementos básicos da Vida Religiosa, isto é, Seguimento de Cristo, Vida Fraterna e Missão. No relatório da Província, o prior provincial, frei Charlie Leitão de Souza, fez um levantamento sobre o andamento das comunidades, apontando desafios e perspectivas que a província tem à sua frente, baseados também nas orientações dadas pelo Prior Geral na visita canônica feita à província em 2016. O relatório avaliou também como foram postas em prática as decisões do capítulo eletivo.
As questões econômico-administrativas, expostas pelo ecônomo, frei Oldair José Gonçalves, concentraram-se no relatório da visita do ecônomo geral, frei Piergio Mazzoleni, feita em 2016, nos gastos com a construção do convento de São José dos Campos, na atual situação financeira da Província e na questão da filantropia. Foi aprovada a migração da sociedade civil Ordem dos Servos de Maria-Província do Brasil de Entidade Filantrópica para Organização Religiosa, com a consequente mudança do Estatuto Social que deverá ser refeito e registrado em cartório.
Capítulo de 2018 Reuniu-se de 8 a 12 de janeiro no Centro Teresiano de Espiritualidade, dos Carmelitas Descalços, em São Roque-SP. Presentes 24 vogais (4 ausentes) e os convidados frei Alex Ruiz, da Província Santa Maria dos Andes, o padre diocesano de Nova Iguaçu-RJ, José Antônio Nunes Queiroz, e os professos.
O dia de espiritualidade, conduzido pelo carmelita frei César Cardoso, nos ajudou a refletir sobre o tema “Com o Filho sob a proteção de Maria”. O relatório da província marcou os fatos mais importantes de 2017: capítulo anual de janeiro, noviciado em Turvo, deserção de alguns frades, jubileu de profissão ou ordenação de outros, visitas canônicas, profissão solene de dois professos. Focalizou ainda o andamento das comunidades, a celebração do 1º centenário da Ordem no Brasil, a colaboração regional, e desafios e perspectivas da Província.
O ecônomo da Província, frei Oldair José Gonçalves, expôs a situação financeira da Província, o projeto de construção do santuário de São Peregrino em São José dos Campos, a nova configuração jurídica da sociedade civil que agora passa a ser Organização Religiosa Ordem dos Servos de Maria-Província do Brasil e respectivo Estatuto Social registrado em cartório, a situação atual dos imóveis alugados, as despesas para ampliação do convento São Filipe de Rio Branco, as reformas em curso no convento de Santa Maria dos Servos de Curitiba e outros itens de cunho jurídico e administrativo.
Durante o capítulo, 3 noviços emitiram a primeira profissão dos votos e oito professos renovaram os votos por mais um ano. Estes e mais dois professos solenes receberam os ministérios do leitorado e acolitado. Para encerrar, o prior provincial comunicou a transferência de alguns frades, confirmou a ida de três professos para Santiago do Chile, onde se juntam aos professos da Província de Santa Maria dos Andes e estudam teologia na Universidade Católica local, e comunicou que o Prior Geral erigiu o convento São Filipe de Rio Branco como sede do noviciado.
Profissão e Ordenação De 2012 a 2018, oito frades emitiram a profissão solene e 7 foram ordenados presbíteros. São Eles: Renã de Barros Lima, Agnaldo Costa dos Santos, Ezequiel Zanelatto Minatto, Moisés de Oliveira Coelho, Davi Dagostim Minatto, Charles Fernando Gomes, Luís André de Lima Correia. O professo solene frei Adecácio Barros do Nascimento optou por ser irmão não-clérigo. Destes, um saiu da Ordem e largou o ministério sacerdotal e outro encontra-se exclaustrado.
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