Provas e Proposies Anjolina Grisi de Oliveira Fonte

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Provas e Proposições Anjolina Grisi de Oliveira Fonte: http: //www. cs. berkeley. edu/~daw/teaching/cs 70

Provas e Proposições Anjolina Grisi de Oliveira Fonte: http: //www. cs. berkeley. edu/~daw/teaching/cs 70 -s 05/ 1

Provas Com provas você nunca precisa se desculpar Pois elas fornecem uma maneira de

Provas Com provas você nunca precisa se desculpar Pois elas fornecem uma maneira de garantir que o que você afirma é sempre verdadeiro Iremos aprender como definir a noção de prova mais precisamente Provas em matemática e em computação requer que definamos precisamente a proposição a ser provada 2

Proposição Uma proposição é uma sentença que ou é verdadeira ou é falsa Exemplos:

Proposição Uma proposição é uma sentença que ou é verdadeira ou é falsa Exemplos: • Hoje é terça-feira • Para todos os inteiros n, n 2 + n + 41 é primo • 2+2=4 Contra-exemplo • Que dia é hoje? 3

Teorema e axioma Um teorema é uma proposição que é garantida por uma prova

Teorema e axioma Um teorema é uma proposição que é garantida por uma prova Um axioma é uma proposição que se assume como verdadeira e que não precisa de prova. Exemplo: axiomas de Peano, que definem um número natural. • 0 é um número natural • Se n é um número natural, então s(n) é um número natural 4

Conectivos lógicos Podemos formar novas proposições a partir daquelas que temos. Sejam P e

Conectivos lógicos Podemos formar novas proposições a partir daquelas que temos. Sejam P e Q proposições. Negação: ¬P, é verdade quando P é falsa Disjunção: P v Q, é verdade qdo pelo menos uma das proposições (P ou Q) for verdadeira Conjunção: P Λ Q, é verdade quando ambas as proposições são verdadeiras 5

Implicação: P→Q, é verdade se P é falsa ou Q é verdadeira. P é

Implicação: P→Q, é verdade se P é falsa ou Q é verdadeira. P é chamado de antecedente e Q de consequente. Tabela-verdade Esses operadores podem ser usados para construirmos proposições mais complexas. 6

Predicados Algumas vezes temos uma lista de proposiçoes A = ``02+0+41´´ é primo B

Predicados Algumas vezes temos uma lista de proposiçoes A = ``02+0+41´´ é primo B = ``12+1+41´´ é primo C = ``22+2+41´´ é primo etc… Seria útil termos uma noção de uma função, que para um dado número natural n produzisse uma proposição que estabelecesse algo em torno de n. P(n): ``n 2+n+41´´ é primo É uma função que mapeia cada n para PREDICADO uma proposição que depende de n de 7 alguma maneira

Predicados Quando queremos falar que todos possuem a propriedade estabelecida pelo predicado usamos o

Predicados Quando queremos falar que todos possuem a propriedade estabelecida pelo predicado usamos o quantificador universal O quantificador universal é denotado pelo símbolo (lemos: ``para todo´´): n N. n 2+n+1 é primo Quando o domínio (no caso N) está claro no contexto, então podemos omití-lo: n. n 2+n+1 é primo 8

Como podemos provar uma sentença universalmente quantificada? No nosso exemplo, podemos checar que para

Como podemos provar uma sentença universalmente quantificada? No nosso exemplo, podemos checar que para n=1, até n=39, P(n) é verdade. No entanto, para n=40, P(40) é falso. P(40) é um contra-exemplo. Ao longo do curso iremos aprender algumas formas de provar essas sentenças Mas, para refutar P(n) bastaríamos encontrar um valor de n para o qual P(n) não é verdade. 9

Conjectura Uma conjectura é uma proposição que ainda não foi provada e nem refutada.

Conjectura Uma conjectura é uma proposição que ainda não foi provada e nem refutada. Exemplo: a conjectura de Goldbach: n se n é par então a, b tal que a e b são primos e a+b = n. Quantificador Existencial: “existe pelo menos um”, “alguns” - 10

Quantificador existencial Podemos provar uma sentença quantificada existencialmente encontrando um exemplo que a torne

Quantificador existencial Podemos provar uma sentença quantificada existencialmente encontrando um exemplo que a torne verdadeira. Exemplo: n tal que n 2+n+1 é primo É verdade, pois para n= 1, P(1) é verdade. No entanto, refutar P(n) implicaria em provar que para todo n, P(n) é falso. ¬ n. P(n) = n ¬P(n) e ¬ n. P(n)= n¬ P(n) 11

Quantificadores O quantificador universal se assemelha à conjunção, ao passo que o quantificador existencial

Quantificadores O quantificador universal se assemelha à conjunção, ao passo que o quantificador existencial se assemelha à disjunção. Exemplo: seja o conjunto S = {1, 2, 3} x S. P(x) é equivalente à P(1) P(2) P(3) 12

Provas por enumeração Ilustra o conceito fundamental de provas formais pela enumerção dos possíveis

Provas por enumeração Ilustra o conceito fundamental de provas formais pela enumerção dos possíveis casos. Bastante simples e baseada no signficado lógico de cada conectivo. Exemplo: Rosas são vermelhas e violetas são azuis. Prove que violetas são azuis. P: Rosas são vermelhas Q: Violetas são azuis Analisamos todos os casos onde P Q é verdade. Há apenas um e nesse caso Q é verdade. Logo finalizamos a prova. 13

Provas por enumeração Mais um exemplo P Q Dado: Se João não plantou uma

Provas por enumeração Mais um exemplo P Q Dado: Se João não plantou uma árvore eu plantarei bananeira João não plantou uma árvore Prove: Eu plantarei bananeira. Identificamos os casos onde P → Q é verdade e onde P é verdade. Só há um caso, nesse caso Q também é verdade. Logo ``eu plantarei bananeira´´. □ 14

Provas por aplicação de regras de inferência Quando fazemos provas por enumeração podemos identificar

Provas por aplicação de regras de inferência Quando fazemos provas por enumeração podemos identificar um padrão geral chamado de regra de inferência. Exemplo: a) A proposição P pode ser inferida de P Q (elim 1 - ) b) A proposição Q pode ser inferida de P Q (elim 2 - ) P Q P P Q Q Premissa e conclusão da regra 15

Provas por aplicação de regras de inferência Modus ponens (do latim: método de substituição):

Provas por aplicação de regras de inferência Modus ponens (do latim: método de substituição): A proposição Q pode ser inferida das proposições P e P→Q P P→Q Q Essa regra também é conhecida como eliminação da implicação. É um dos passos mais comuns usados em provas. 16

Provas por aplicação de regras de inferência: mais regras P Conhecida como introdução do

Provas por aplicação de regras de inferência: mais regras P Conhecida como introdução do (intr- ). Q P P Q Aqui temos duas premissas (como no modus ponens) intr 1 - Q intr 2 - P Q 17

Provas por aplicação de regras de inferência: mais regras Τ Lei do terceiro excluído

Provas por aplicação de regras de inferência: mais regras Τ Lei do terceiro excluído P ¬P Princípio da contradição P Posso derivar qualquer proposição do falso ou absurdo 18

Provas por aplicação de regras de inferência: mais regras [P] Introdução da implicação P

Provas por aplicação de regras de inferência: mais regras [P] Introdução da implicação P é uma suposição ou hipótese Q P→Q Se partindo da suposição de P eu chego em Q após um número finito de passos, então eu deduzo P→Q. Nesse momento a hipótese foi descartada. Não importa mais se é verdadeira ou falsa 19

Provas por aplicação de regras de inferência: combinando regras Na prática, quando fazemos uma

Provas por aplicação de regras de inferência: combinando regras Na prática, quando fazemos uma prova combinamos várias regras Exemplo: Se temos as premissas A B e B→C. Primeiro aplicamos a eliminação do para inferir B da premissa 1 e depois aplicamos modus ponens para inferir C a partir da premissa 2. A B B B→C C 20

Provas por aplicação de regras de inferência: equivalênca de expressões Existem muitas equivalências entre

Provas por aplicação de regras de inferência: equivalênca de expressões Existem muitas equivalências entre as expressões lógicas que podem ser úteis em provas. Exemplos: P ¬¬P P → Q ¬P Q ¬(P Q) ¬P ¬Q e ¬(P Q) ¬P ¬Q (De Morgan) Dizemos que as expressões de cada lado do são logicamente equivalentes. Você pode conferir usando a tabela-verdade 21

Provas por contrapositiva Você pode verificar que P → Q ¬Q → ¬P Dizemos

Provas por contrapositiva Você pode verificar que P → Q ¬Q → ¬P Dizemos que ¬Q → ¬P é a contrapositiva de P→Q Muitas vezes quando queremos provar P → Q é mais fácil provar ¬Q → ¬P. Nesses casos fazemos a prova de ¬Q → ¬P no lugar de P → Q Ela também é conhecida como prova indireta. 22

Provas por contrapositiva: exemplo Para qualquer inteiro n, se n 2 é par então

Provas por contrapositiva: exemplo Para qualquer inteiro n, se n 2 é par então n é par. Iremos provar a contrapositiva: Se n é ímpar então n 2 é ímpar. 1) Se n é ímpar então (por definição) n = 2 a+1, para algum inteiro a. 2) Para quaisquer números x e y, sabemos que x=y. Logo x 2=y 2. Assim, n 2 = (2 a+1)2 = 4 a 2+4 a+1 = 2(2 a 2 + 2 a) + 1. 3) Como a é um inteiro, então 2 a 2 + 2 a é um inteiro m. 4) Logo n 2 (=2 m + 1) é ímpar (por definição). 23

Provas por casos Algumas vezes temos um conjunto de possíveis casos numa prova. Não

Provas por casos Algumas vezes temos um conjunto de possíveis casos numa prova. Não sabemos que casos são verdadeiros, mas sabemos que pelo menos um deles é verdadeiro. O seguinte exemplo ilustra esse tipo de prova. Existem números irracionais x e y de forma que xy é racional. Considere x = 2 e y= 2 Somente existem dois casos a) xy é racional ou b) xy é irracional 24

Exemplo: Existem números irracionais x e y de forma que xy é racional. Considerando

Exemplo: Existem números irracionais x e y de forma que xy é racional. Considerando o caso em que x = 2 e y= 2 Somente existem dois casos a) 2 2 é racional ou b) 2 2 é irracional No caso a nós então mostramos que existem números irracionais x e y de forma que xy é racional. No caso b, considere y = 2 e x= 2 2. Dessa forma temos que xy é ( 2 2) 2 = yy. y Logo xy é igual a 2, que é racional Como um dos casos (a) ou (b) deve ser verdadeiro, conseguimos concluir a prova. □ 25

Provas por casos Observe que mesmo após a prova nós não sabemos quais dois

Provas por casos Observe que mesmo após a prova nós não sabemos quais dois casos é verdade. Dessa forma não podemos exibir os números irracionais que satisfazem o teorema. Esse é um exemplo de prova não construtiva, no qual um teorema existencial foi provado sem a construção de um exemplo. 26

Prova por contradição [¬P] Assume-se o oposto do que se quer provar, ao chegar

Prova por contradição [¬P] Assume-se o oposto do que se quer provar, ao chegar a uma contradição a prova é finalizada. P Também conhecida como reductio ad absurdum (redução ao absurdo) 27

Prova por contradição: exemplo Teorema: 2 é irracional. 1) Assuma que 2 é racional

Prova por contradição: exemplo Teorema: 2 é irracional. 1) Assuma que 2 é racional 2) Existem inteiros a e b sem fator comum além de 1 de forma que 2 = a/b (def. de números racionais) 3) Logo, 2 = a 2/b 2 → a 2 = 2 b 2 4) De 3 temos que a 2 é par 5) Pelo teorema já provado, de 4 temos que a é par 6) Se a é par então a = 2. c, onde c é um inteiro 7) De 3 e 6: 2 b 2=4 c 2, logo b 2 = 2 c 2 → b 2 é par 8) Se b 2 é par então b é par (teorema já provado) 9) Se a e b são pares então 2 é fator comum deles 10) O passo 9 contradiz o passo 2: 2 é irracional. □ 28