Promoo da Sade 1 Antecedentes Na antiguidade Indivduo
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Promoção da Saúde 1
Antecedentes Na antiguidade: ◦ Indivíduo são era aquele que gozava de emancipação. Visão elitista de saúde. Valorização dos aspectos físicos da saúde pessoal. ◦ Jogos, exercícios, desenvolvimento de todas as faculdades humanas foi o princípio filosófico orientador. ◦ Primeiras referências à importância das condições de vida – “Ar, águas e lugares” de Hipócrates. Panacéia e Higéia (moderação no viver) 2
Roma: valorização do Estado e não do indivíduo Pré requisitos para a saúde: liberdade e independência econômica Reconhecimento dos determinantes sócio ambientais: desenvolvimento de sistema sanitário 3
Idade Média Cuidado com o corpo X espírito como principal elemento da saúde Higiene coletiva: banhos Árabes: importância do ar livre. Hospitais contavam com bibliotecas, jardins, contadores de história, música ambiente Subsídio financeiro para os doentes hospitalizados até estarem recuperados para o trabalho 4
Séculos XVII e XVIII Avanços na medicina Se considerava que a proteção à saúde devia ser feita pelo Estado que o fazia por meio de leis e regulações políticas Iluminismo: o homem é bom, o Estado é corrupto, instrumento de tirania e opressão – Educação era a grande panacéia 5
Séc XIX – Medicina Social Desenvolvimento científico O movimento higienista: identificação do agente biológico causal. Polícia sanitária como política de saúde Lei dos Pobres na Inglaterra – inaugura a Promoção da saúde nos espaços de vida “Saúde e doença são resultado do nível de prevenção e das condições sanitárias que rodeiam o indivíduo” (Arredondo – 1993) 6
Virchow Epidemia de Tifo na paupérrima Silésia analisou o contexto sócio cultural ◦ Relacionou saúde à democracia, educação, liberdade e prosperidade da população pobre da região estudada, melhoria da agriculura, e as vias de acesso, criação de cooperativas 7
1910 – Relatório Flexner O ideário hegemônico no campo da saúde que influencia a prática médica até hoje: ◦ ◦ curativismo biologismo individualismo especialização. 8
Século XX: 1941 – Henry Sigerist ◦ “A saúde se promove proporcionando condições de vida decentes, boas condições de trabalho, educação, cultura física e formas de lazer e descanso” ◦ 4 funções da medicina Promoção da saúde Prevenção de doenças Restauração do doente reabilitação 9
1965 – Leavell & Clark História Natural da doença ◦ Prevenção primária Promoção da saúde Prevenção específica ◦ Prevenção secundária diagnóstico e tratamento precoce Limitação da invalidez ◦ Prevenção terciária reabilitação 10
A compreensão do processo saúde-doença na visão da História Natural da Doença, mostrou-se inapropriada para as Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT) pois a promoção da saúde, para essas doenças e agravos passou a ser associada a medidas preventivas sobre o ambiente físico e sobre os estilos de vida 11
1974 no Canadá - Informe Lalonde – “Para além da Assistência à Saúde” Verificou que a destinação dos recursos se dava principalmente para a organização e manutenção de serviços assistenciais e não sobre condicionantes das doenças mais prevalentes Condicionantes dessas doenças eram o ambiente, e os comportamentos ou estilos de vida, que em conjunto eram responsáveis por mais de 80% das causas dessas enfermidades. 12
Segundo o Informe Lalonde, o campo da saúde, que reúne os chamados determinantes da saúde, é composto por ◦ Biologia humana: herança genética, processos de amadurecimento e envelhecimento; ◦ Ambiente: fatores relacionados à saúde externos ao organismo humano e sobre os quais as pessoas teriam pouco ou nenhum controle: qualidade dos alimentos, do ar, da água, eliminação de dejetos; 13
◦ Estilo de vida: conjunto de decisões que o indivíduo toma com relação à sua saúde e sobre os quais exerce certo grau de controle; e ◦ Organização do sistema de saúde: quantidade, qualidade, ordem e relações entre pessoas e os recursos de prestação da atenção à saúde. 14
Destes 4, Carol Buck (1984) aponta que inúmeros fatores relacionados ao meio ambiente são sérios obstáculos à saúde: ◦ Ambientes perigosos: violência (trânsito, desastres no trabalho, assaltos), poluição – mortalidade, incapacidade ◦ Necessidades e amenidades não assistidas: alimentação, vestuário, habitação. Amenidades são coisas que tornam a vida mais fácil e agradável: transporte, recreação, beleza e estímulos para o alcance do potencial humano (atividades agradáveis, sons e visões 15
Trabalho estressante, sem recompensa e despersonalizado: Isolamento e alienação: falta de rede social de apoio, viver nas franjas da sociedade (minorias étnicas, imigração recente, trabalhadores migrantes x cultura local) Pobreza 16
Influência do ambiente sobre os outros elementos da saúde Biologia humana: alimentação inadequada, influência do stress sobre processos reguladores Estilo de vida: depende de conhecimento, oportunidade e desejo Cuidados de saúde: iniquidades no acesso induzidas pelo ambiente, financiamento 17
Efeito cumulativo do ambiente Por exemplo, Classe social e acesso à escola da mãe, baixo peso ao nascer, maior risco de danos cerebrais na criança Ambientes sociais criam desvantagens potenciais e reforçam seus efeitos, perduram por gerações 18
Anos 70 PS com foco na modificação de hábitos e estilo de vida, centrado na prevenção das doenças crônicas. Responsabilização individual e culpabilização 1977 – “Saúde para Todos em 2000” ◦ Saúde como direito, não só de acesso, mas como trabalho de cooperação entre outros setores da sociedade 19
Conceito de saúde em que a Promoção da Saúde se baseia Saúde não é ausência de doença É bem estar físico, mental e social (hoje até espiritual). É produto de determinações biológicos, econômicas, sociais, políticas, culturais, educativas e outras Saúde está relacionada à qualidade de vida. Pré requisitos para QV: paz, acesso a educação, habitação, renda, alimentação, acesso a serviços de saúde, segurança, ecossistema saudável, recursos renováveis, justiça social e eqüidade 20
1986 – Primeira Conferência Internacional de Promoção da Saúde Define PS como o “um processo que confere ao povo os meios para segurar um maior controle e melhoria de sua própria saúde, não se limitando a ações de responsabilidade do setor saúde”, propõe a capacitação das pessoas para uma gestão mais autônoma da saúde e dos determinantes da mesma. “a saúde é o maior recurso para o desenvolvimento social, econômico, pessoal, assim como uma importante dimensão da qualidade de vida “ (Carta de Ottawa, 1986) 21
Saúde No contexto da promoção da saúde considera -se a saúde não como um estado abstrato (ideal-utópico) mas como capacidade de desenvolver o projeto potencial pessoal de vida e responder de forma positiva aos estímulos do ambiente 22
A saúde passa a ser compreendida dentro de uma perspectiva contextual, histórica e coletiva, socialmente produzida 23
A compreensão da saúde enquanto produção social implica reconhecer que: determinantes de saúde são mediados pelo sistema social e determinados pelas relações sociais; as ações que visam a resolução das distorções e desigualdades existentes exigem atos coordenados em várias esferas de governo, ações intersetoriais; são necessárias mudanças profundas nos padrões econômicos e a intensificação de políticas sociais. 24
a sociedade civil organizada deve exigir das autoridades governamentais a elaboração e a implementação de políticas públicas saudáveis para a superação do quadro de desigualdades e iniqüidades a integração e a articulação de vários saberes e práticas dentro do setor saúde e entre os diversos setores é imprescindível para a proposição de soluções aos problemas existentes em um determinado território (nacional, estadual e/ou local) 25
Promoção da saúde Tem várias formas de ser abordada ◦ Biomédica ◦ Comportamental ◦ Sócio ambiental 26
CONCEPÇÕES DE SAÚDE E DIFERENTES VISÕES DA PROMOÇÃO DA SAÚDE 27
Diferenças e semelhanças entre promoção da saúde e prevenção de doenças Promoção Prevenção Foco Saudável, salutogênico Doença, risco de adoecer Objetivos Atuar sobre determinantes de saúde e criar as “ opções saudáveis” Redução de riscos, proteção de indivíduos e grupos contra riscos específicos A quem se dirigem as ações População em geral, grupos especiais, comunidades, processos, condições e sistemas que necessitam ser modificados Pessoas e grupos em risco, pessoas doentes Modelos com os quais se implantam Sócio-políticos, ecológicos e sócio culturais Ações sobre fatores de risco, Práticas clínicas preventivas, reabilitação Papel dos interventores Semelhante à prev. Primária Novos interventores sociais: os políticos e os comunitários devem gerar condiçoes para indivíduos e coletividades se empoderarem Interventores clínicos que buscam prevenir complicações e mortes Estratégias Informação, educação, comunicação para a saúde, marketing social, participação comunitária, empoderamento e ação política Programas de detecção, diagnóstico precoce, readaptação e reabilitação 28
Estratégias da promoção educação sanitária comunicação e marketing social organização e desenvolvimento comunitário mudança no modelo organizacional ação política (legislação, pressão política) 29
Controvérsias sobre a PS PS definida em termos de estilo de vida e prevenção de doenças, como a proteção da população aos riscos ambientais Existem correntes privilegiam uma das seguintes dimensões da PS 30
1 - Prioriza mudanças de comportamento ou estilo de vida mediante intervenções mais individuais (EEUU) PS consiste nas atividades dirigidas à transformação dos comportamentos dos indivíduos, focando seus estilos de vida e localizando-os no seio das famílias e, no máximo no ambiente das “culturas” da comunidade em que se encontram • Neste caso, os programas ou atividades de PS tendem a se concentrar em componentes educativos primariamente relacionados com riscos comportamentais modificáveis, que se encontrariam, em parte, sob o controle das próprias pessoas 31
2. Ação sócio-política que envolve mais atores e transcende o setor saúde O que caracteriza a PS é o papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condições de saúde: a saúde é produto de um amplo espectro de fatores relacionados à qualidade de vida, incluindo um padrão adequado de alimentação e nutrição, de habitação e saneamento, boas condições de trabalho, oportunidades de educação ao longo de toda a vida, ambiente físico limpo, apoio social para famílias e indivíduos, estilo de vida responsável e cuidados adequados de saúde 32
Argumentos contra a PS assume uma posição de “superioridade moral”, como a que define o positivo em saúde, em oposição à medicina clínica e deprecia o modelo biomédico Propõe intervenções “gratuitas” sem suficiente comprovação científica – Necessidade de avaliação de evidências em PS 33
PS impõe certos estilos de vida PS se converte no “imperialismo da saúde” quando se apodera de todo o positivo da vida, isto é, o “bem estar” como o seu produto PS vista como a “comercialização” da saúde – se não se tem claro o seu valor ético e se disfarça em programas pseudoeducativos de PS No contexto de reforma de sistemas do setor saúde e a escassez de recursos, os setores comprometidos com a “boa” assistência à saúde temem que a ênfase sobre a PS leve à pulverização dos recursos para outros setores e atores sociais 34
Alguns projetos estruturantes do novo paradigma Cidades saudáveis: ◦ cidades: polos de atração - trabalho, acesso a bens de consumo e serviços, mas criam inúmeros riscos de vida e à saúde. ◦ fatores que interferem sobre essa situação são desigualdade social, pobreza, condições inadequadas de trabalho, iniquidades em relação à alimentação, segurança, acesso à educação, à saúde, uso excessivo de substâncias tóxicas, poluição, etc. 35
– – – propõe uma visão de saúde como qualidade de vida e focaliza a participação popular como forma de mobilização e democratização, valoriza o compromisso político com a equidade e busca mudanças na forma de gestão nos diferentes níveis de governo, sobretudo o local pressupõe que a saúde pode ser melhorada pelas modificações das condições de vida: os fatores do ambiente físico, social e econômico afetam ou determinam a saúde há necessidade de se elaborar coletivamente uma visão de cidade. Tanto o Poder Executivo quanto o Legislativo devem legislar e adotar políticas públicas que resolvam os problemas diagnosticados. O planejamento deve ser Inter setorial e Inter sistêmico. 36
• Saúde da família – Estratégia de organização do sistema de saúde coerente com a ótica da produção social da saúde, da criação de ambientes saudáveis, consistindo no primeiro nível de assistência – equipes de saúde da família atuando em uma área territorial delimitada com o desenvolvimento de ações focalizadas na promoção da saúde, com ação contínua, personalizada; – esta estratégia tem demonstrado alta resolubilidade, com baixos custos diretos e indiretos, com efeitos na articulação com setores que determinam a saúde. 37
• Escola saudável - - Educação em saúde com enfoque integral Criação de entornos saudáveis Provisão de serviços de saúde Busca a promoção da saúde do pessoal da escola, das família e dos membros da comunidade Trabalha com lideranças da comunidade para ajudá-los a entender como a comunidade contribui ou ameaça a saúde e a educação. 38
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