Portugal o Estado Novo J Da Grande Depresso

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Portugal: o Estado Novo J. Da Grande Depressão à 2ª Guerra Mundial J. 2.

Portugal: o Estado Novo J. Da Grande Depressão à 2ª Guerra Mundial J. 2. Regimes Ditatoriais na Europa

Antecedentes � Portugal, durante a 1ª República, viveu uma grande instabilidade política, económica e

Antecedentes � Portugal, durante a 1ª República, viveu uma grande instabilidade política, económica e social. Em função disso, em 28 de Maio de 1926 o general Gomes da Costa revoltou-se em Braga e marchou sobre Lisboa, onde instaurou uma ditadura militar. � À semelhança dos regimes fascistas que já se afirmavam em alguns países da Europa, instalou-se em Portugal um Estado autoritário e um governo opressivo, que pretendeu melhorar a condição deficitária do país. � A falta de preparação dos militares para as acções governativas acarretou o agravamento da crise económica e social.

� O chamado Estado Novo caracterizou-se como um período de ditadura. Também ficou conhecido

� O chamado Estado Novo caracterizou-se como um período de ditadura. Também ficou conhecido como Salazarismo, se bem que essa denominação se aplique mais precisamente à governação de Salazar, que foi o rosto desta época. � Salazar foi afastado do governo por motivo de doença (1968), sendo substituído por Marcelo Caetano. Faleceu em Lisboa, a 27 de Julho de 1970. � O Estado Novo perdurou até 1974, quando foi deposto pela Revolução dos Cravos.

A ascensão de Salazar Logo em 1926, visando solucionar a crise económica, o professor

A ascensão de Salazar Logo em 1926, visando solucionar a crise económica, o professor de Economia Política da Universidade de Coimbra, António Salazar, foi convidado para Ministro das Finanças pelo novo regime. � Sem que lhe fossem concedidos os instrumentos que demandou para debelar a crise, renunciou ao cargo após treze dias. � Em 1927 Portugal tentou obter um grande empréstimo externo, sem sucesso. Com o agravamento da crise, quando Óscar Carmona chegou a Presidente da República, Salazar regressou à pasta das Finanças, com todas as condições exigidas (controle total das receitas e despesas de todos os Ministérios). �

“(…) Sei muito bem o quero e para onde vou, mas não se me

“(…) Sei muito bem o quero e para onde vou, mas não se me exija que chegue ao fim em poucos meses. No mais que o País estude, represente, reclame, discuta, mas que obedeça quando se chegar à altura de mandar. ” Salazar, discurso na tomada de posse como Ministro das Finanças, a 27 de Abril de 1928.

� Publicou, em 14 de Maio de 1928, a Reforma Orçamental. � A forte

� Publicou, em 14 de Maio de 1928, a Reforma Orçamental. � A forte austeridade e rigoroso controlo de contas, aliados ao aumento dos impostos, levaram a que, já no exercício económico de 1928 -1929, conseguisse um superávit nas finanças públicas, o que foi definido como um autêntico “milagre económico”, passando Salazar a ser elogiado como um Salazar, Carmona e a saudação fascista “Salvador da Pátria”.

� Aproveitando o prestígio e com o recurso à propaganda, Salazar conduz manobras políticas

� Aproveitando o prestígio e com o recurso à propaganda, Salazar conduz manobras políticas que se caracterizam: ◦ Pela manipulação das correntes de direita; ◦ Pela manipulação dos sectores monárquicos; ◦ Pela manipulação dos Católicos. � Consolida assim o seu poder, diante das tentativas frustradas de revolta da esquerda. � Em 1930 funda o próprio partido, a União Nacional.

Em 1932 foi nomeado chefe de governo, na qualidade de Presidente do Conselho, cargo

Em 1932 foi nomeado chefe de governo, na qualidade de Presidente do Conselho, cargo que manteve até à doença o incapacitar em 1968, altura em que Marcelo Caetano assumiu as funções governativas.

A Constituição de 1933 A consolidação do Estado Novo deu-se principalmente com a aprovação

A Constituição de 1933 A consolidação do Estado Novo deu-se principalmente com a aprovação da nova Constituição de 1933 que garantia os principais direitos dos cidadãos, apesar de os subordinar aos interesses do Estado.

� Cariz presidencialista: nela o Presidente da República foi consagrado como o primeiro poder

� Cariz presidencialista: nela o Presidente da República foi consagrado como o primeiro poder dentro do Estado, detendo o poder executivo, que partilhava com o governo; o poder legislativo pertencia essencialmente à Assembleia Nacional. Esta, no entanto, viu sempre os seus poderes reduzidos, já que a grande parte das leis eram propostas pelo próprio governo e quase automaticamente aprovadas. � Apesar de na Constituição vigorar a subordinação do Presidente do Conselho ao Presidente da República, na realidade isto nunca se verificou: a autoridade de Salazar foi sempre incontestável, sendo o seu poder sempre superior ao do Presidente da República.

“Não há Estado forte onde o Poder Executivo o O Estado Novo foi um

“Não há Estado forte onde o Poder Executivo o O Estado Novo foi um não é, e o enfraquecimento deste é característica regime conservador, geral dos regimes políticos dominados pelo autoritário, nacionalista, liberalismo individualista ou socialista, pelo espírito repressivo, colonialista e corporativo que, seguindo o partidário e pelos excessos e desordens do parlamentarismo. ” Salazar, Discurso de 30 de Julho de 1930. modelo fascista, caracterizou -se por ser anticomunista, “Afirmamo-nos por um lado anticomunistas e por antidemocrático e outro antidemocratas e antiliberais, autoritários e antiliberal… intervencionistas. ” Salazar, Discurso de 25 de Maio de 1940.

… parlamentarismo limitado (Constituição de 1933) …

… parlamentarismo limitado (Constituição de 1933) …

… primazia do Estado sobre os indivíduos … Art. º 8 - § 2.

… primazia do Estado sobre os indivíduos … Art. º 8 - § 2. º - Leis especiais regularão o exercício da liberdade de expressão do pensamento, de ensino, de reunião e de associação devendo quanto à primeira, impedir, preventiva ou repressivamente, a perversão da opinião pública (…). Excerto da Constituição de 1933.

… proibição de todos os partidos políticos à excepção do partido do governo, a

… proibição de todos os partidos políticos à excepção do partido do governo, a União Nacional …

… corporativismo…

… corporativismo…

… proibição de greves e manifestações …

… proibição de greves e manifestações …

… estabelecimento da censura prévia…

… estabelecimento da censura prévia…

…criação de uma polícia política…

…criação de uma polícia política…

… perseguição, repressão, prisão e tortura dos opositores ao regime que eram enviados para

… perseguição, repressão, prisão e tortura dos opositores ao regime que eram enviados para prisões políticas (Peniche e Caxias) e para campos de deportação (Tarrafal, em Cabo Verde) …

… organismos para a formação da juventude e para a defesa e propaganda do

… organismos para a formação da juventude e para a defesa e propaganda do regime …

A Mocidade Portuguesa, organização juvenil que procurava desenvolver o culto do chefe e o

A Mocidade Portuguesa, organização juvenil que procurava desenvolver o culto do chefe e o espírito militar, ao serviço do Estado Novo. A Legião Portuguesa, uma milícia sob a alçada dos Ministérios do Interior e da Guerra. O seu objectivo era "defender o património espiritual" e "combater a ameaça comunista e o anarquismo”.

…conservadorismo …

…conservadorismo …

… exaltação da figura do chefe …

… exaltação da figura do chefe …

… nacionalismo …

… nacionalismo …

… colonialismo…

… colonialismo…

� Ato Colonial de 1930: define a política colonial do Estado Novo: ◦ Missão

� Ato Colonial de 1930: define a política colonial do Estado Novo: ◦ Missão histórica civilizadora dos portugueses nos territórios ultramarinos – considerados possessões inalienáveis; ◦ Integração política e económica das colónias, sob a reforçada tutela metropolitana. � Portugal continental � Portugal insular � Portugal ultramarino

Para o regime salazarista, as colónias tinham grande importância: �No plano político engrandeciam o

Para o regime salazarista, as colónias tinham grande importância: �No plano político engrandeciam o país; �No plano económico constituíam fonte de matérias-primas para a indústria e um vasto mercado de escoamento de produtos, garantindo a estabilidade económica do país.

A lição de Salazar

A lição de Salazar

Características (síntese) � Autoritarismo, dirigismo, intervencionismo (Política, Economia, Sociedade); � Anticomunista, antidemocrático e antiliberal;

Características (síntese) � Autoritarismo, dirigismo, intervencionismo (Política, Economia, Sociedade); � Anticomunista, antidemocrático e antiliberal; � Parlamentarismo limitado (Constituição de 1933); � Primazia do Estado sobre os indivíduos; � Existência de apenas um partido político (União Nacional); � Corporativismo (Estatuto do Trabalho Nacional, 1933); � Proibição de sindicatos livres, manifestações ou greves; � Nacionalismo, exaltação patriótica (“Tudo pela Nação”), conservadorismo (“Deus, Pátria, Família”) � Culto ao Chefe: devia-se máximo respeito e obediência a Salazar, o chefe; � Inexistência da liberdade de expressão (censura); � Repressão dos opositores através da polícia política (PVDE/PIDE/DGS); � Organismos paramilitares para formação da juventude, defesa e propaganda do regime (Mocidade Portuguesa, Legião Portuguesa); � Economia centralizada: protecionismo, dirigismo, construção de grandes obras públicas; � Colonialismo (Ato Colonial de 1930): até ao final do Estado Novo mantiveram-se quase todas as nossas colónias, impedindo a sua independência.