por C Portinari Clique Repouso Poema da Amante

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por C. Portinari Clique

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Repouso Poema da Amante ADALGISA NERY

Repouso Poema da Amante ADALGISA NERY

Poema da Amante Eu te amo Antes e depois de todos os acontecimentos, Na

Poema da Amante Eu te amo Antes e depois de todos os acontecimentos, Na profunda imensidade do vazio E a cada lágrima dos meus pensamentos. Eu te amo em todos os ventos que cantam, Em todas as sombras que choram, Na extensão infinita dos tempos Até a região onde os silêncios moram. Eu te amo Em todas as transformações da vida, Em todos os caminhos do medo, Na angústia da vontade perdida E na dor que se veste em segredo.

Eu te amo Em tudo que estás presente, No olhar dos astros que te

Eu te amo Em tudo que estás presente, No olhar dos astros que te alcançam E em tudo o que ainda estás ausente. Eu te amo Desde a criação das águas, Desde a idéia do fogo E antes do primeiro riso e da primeira mágoa. Eu te amo perdidamente Desde a grande nebulosa Até depois que o universo cair sobre mim Suavemente.

Adalgisa Nery quando embaixatriz no México, com Frida Kahlo e Diego Rivera.

Adalgisa Nery quando embaixatriz no México, com Frida Kahlo e Diego Rivera.

Repouso Dá-me tua mão E eu te levarei pelos campos musicados pela [canção das

Repouso Dá-me tua mão E eu te levarei pelos campos musicados pela [canção das colheitas. Cheguemos antes que os pássaros nos [disputem os frutos, Antes que os insetos se alimentem das folhas [entreabertas. Dá-me tua mão E eu te levarei a gozar a alegria do solo [agradecido, Te darei por leito a terra amiga E repousarei tua cabeça envelhecida Na relva silenciosa dos campos. Nada te perguntarei, Apenas ouvirás o cantar das águas adolescentes E as palavras do meu olhar sobre tua face [muito amada. in “As Fronteiras da Quarta Dimensão” (1951)

ADALGISA NERY Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira. Poeta, jornalista e política morta há

ADALGISA NERY Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira. Poeta, jornalista e política morta há trinta anos, em 7 de junho de 1980. Atuou em áreas tradicionalmente masculinas colecionando amores e, também, inimizades, mas, conquistou reconhecimento e espaço na intelectualidade brasileira. Fugiu de casa aos 16 anos para se casar com o pintor modernista Ismael Nery (1900 -1934) que a elegeu sua musa, pintando seus melhores trabalhos com sua modelo. Uma vez viúva, bonita e muito elegante, casou-se depois com Lourival Fontes, odiado Chefe de Censura da ditadura Vargas. Em “A Imaginária”, romance autobiográfico, Adalgisa usa Berenice como alter ego e descreve como o fascínio que sentia pelo primeiro marido evoluiu para um sentimento de terror pela violência que ele podia assumir na vida cotidiana. Apesar da ideologia política do segundo marido, depois de separada veio a ser Deputada pelo Partido Socialista e, posteriormente, pelo MDB.

Por essa época, desempenhou papel crucial nas relações entre o Estado Novo e os

Por essa época, desempenhou papel crucial nas relações entre o Estado Novo e os intelectuais. Fez carreira jornalística com a coluna “Retrato sem Retoque”, no jornal Última Hora – de Samuel Wainer – onde abordava assuntos de política e de economia, aproveitando para ferroar seus desafetos. Escrevia com muita personalidade e voz própria. Em 1969 teve seus direitos políticos cassados pelo regime militar. Foi, Adalgisa Nery, uma transgressora na prática do papel da mulher. Deixou um legado para as mulheres que hoje ocupam lugar de destaque, principalmente no jornalismo. Excêntrica, angariava antipatias como a de Raquel de Queiroz: “Ela não era simpática nem educada. Mas, era bonita, muito bonita. . . Embora se achasse mais bonita do que era [. . . ] Ela queria ser a deusa: a deusa da beleza, a deusa da poesia. . . ” E, realmente, não era nada simpática, além de dura, muito dura. Já mais velha, Adalgisa encontrou-se muito pobre, sentindo-se abandonada por todos e presa da amargura. Foi, então, que teve início a polêmica em torno da poeta:

Tal polêmica encontra raízes quando aceitou receber auxílio de Flávio Cavalcante – apresentador de

Tal polêmica encontra raízes quando aceitou receber auxílio de Flávio Cavalcante – apresentador de televisão famoso na época – e foi morar por um ano em sua casa de Petrópolis. O apresentador era considerado “dedo-duro” pela intelectualidade da época (1975). Nessa ocasião, Adalgisa escreveu o romance “Neblina” e, entre o politicamente correto e o afeto e gratidão, escolheu a segunda opção, dedicando o livro a seu amigo. Como consequência, o romance amarga o ostracismo até hoje. Mesmo com o transcorrer dos anos, Adalgisa Nery continua apaixonante, seduzindo pela biografia e pela imaginação, pela personalidade e pelas palavras. Teve uma obra irregular, mas, com excelentes poemas. Em 1976, internou-se voluntariamente numa clínica geriátrica, distanciando-se de tudo e de todos, onde faleceu, em 1980. Viveu 75 anos atribulados, férteis e polêmicos. Algumas obras: “A Mulher Ausente”, “A Imaginária”, “Momentos Oscilantes”. por Ismael Nery

CRÉDITOS Texto: www. jornaldepoesia. jor. br www. oglobo. com/. . . /imaginaria www. releituras.

CRÉDITOS Texto: www. jornaldepoesia. jor. br www. oglobo. com/. . . /imaginaria www. releituras. com www. antoniomiranda. com. br https: //pt. wikipedia. org Imagens: arquivo e sites acima Música: “Luíza”, Tom Jobim – por Marco Pereira Formatação, pesquisa e adaptação: Sonia Sirimarco

Este PPS encontra-se hospedado no site: www. sabercultural. com. br Sonia Mari@

Este PPS encontra-se hospedado no site: www. sabercultural. com. br Sonia Mari@