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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS Disciplina: Psicologia do Desenvolvimento II Professora: Teresa Cristina Barbo

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS Disciplina: Psicologia do Desenvolvimento II Professora: Teresa Cristina Barbo Siqueira Conhecimento Social e desenvolvimento de Normas e Valores dos seis anos à Adolescência Candido Portinari Meninos Brincando - 1955

Estudo do texto: Conhecimento social e desenvolvimento de normas e de valores entre os

Estudo do texto: Conhecimento social e desenvolvimento de normas e de valores entre os seis anos e a adolescência Jesus Palacios, María Del Mar González e Maria Luisa Padilla

TEMA �Desenvolvimento moral e valores �Relações sociais no sistema social entre os seis anos

TEMA �Desenvolvimento moral e valores �Relações sociais no sistema social entre os seis anos e adolescência

CONHECIMENTO SOCIAL Neste texto, foram abordados pelos autores três âmbitos: � Desenvolvimento da compreensão

CONHECIMENTO SOCIAL Neste texto, foram abordados pelos autores três âmbitos: � Desenvolvimento da compreensão dos demais � Desenvolvimento da compreensão das relações interpessoais � Desenvolvimento da compreensão dos sistemas sociais Meninos Brincando (PORTINARI, 1958)

Desenvolvimento da compreensão dos demais Ø Descrição baseada na aparência externa ou nas circunstâncias

Desenvolvimento da compreensão dos demais Ø Descrição baseada na aparência externa ou nas circunstâncias Exemplos: v aquela criança é tranquila v ele é mal educado Ø Descrição baseada em fatos concretos: Exemplos: v AÇÃO: corre muito, empresta brinquedos v HABILIDADE: é bom no futebol

Descrição buscando motivos não evidentes do comportamento: Exemplo: Nunca chora, pois homem não chora

Descrição buscando motivos não evidentes do comportamento: Exemplo: Nunca chora, pois homem não chora Ø Ø Descrição expressa em termos absolutos ou em determinada circunstância: Exemplo: NO PARQUE: segura de si mesmo NA SALA: insegura, calada Ø Descrição presa à rotulação com a pessoa que descreve: Exemplo: comigo se comporta bem, na

Referente aos 6 anos observa-se avanços: Ø Progresso na capacidade de adoção de perspectiva:

Referente aos 6 anos observa-se avanços: Ø Progresso na capacidade de adoção de perspectiva: A criança sabe que o outro vê as coisas diferente da sua, outra coisa é saber o que exatamente o outro vê. v Crianças sabem que existe outro ponto de vista, mas não pode concretizá-lo. v Á medida que cresce é capaz de especificar a visão da outra pessoa (7 anos) v

Antes dos 6 anos As crianças desenvolvem a chamada: “Teoria da Mente” Representação de

Antes dos 6 anos As crianças desenvolvem a chamada: “Teoria da Mente” Representação de processos mentais: Perceber que os processos mentais de outras pessoas são diferentes dos seus.

COM MENOS DE 6 ANOS A criança: Ø apresenta dificuldade para determinar se outra

COM MENOS DE 6 ANOS A criança: Ø apresenta dificuldade para determinar se outra pessoa está ou não pensando; Ø não concebe o pensamento como fluxo contínuo de atividade mental interna; Ø Não é capaz de fazer suposições verossímias sobre o conteúdo mental de outrem, mesmo que haja explicação;

COM MAIS DE 6 ANOS Ocorre desenvolvimento da consciência: A criança, aos 7 anos,

COM MAIS DE 6 ANOS Ocorre desenvolvimento da consciência: A criança, aos 7 anos, já concebe: Ø a existência de pensamentos de outras pessoas; Ø os possíveis conteúdos desses pensamentos em função das circunstâncias Ø seus próprios processos de pensamentos Ex: ao perguntar: em que estava pensando? 5 anos: em nada

PESQUISA DE SELMAN (1976) ADOÇÃO DE PERSPECTIVA Baseada em respostas de crianças de diferentes

PESQUISA DE SELMAN (1976) ADOÇÃO DE PERSPECTIVA Baseada em respostas de crianças de diferentes idades. DILEMA: Protagonista: menina que gosta de subir em ávores Problema: sofre uma queda relativamente perigosa Pai: (visão do pai) – faz a menina prometer que não subirá mais em árvores

Passado um tempo… Protagonista: precisa decidir se deve ou não subir em uma árvore

Passado um tempo… Protagonista: precisa decidir se deve ou não subir em uma árvore para salvar um gato.

RESULTADO DA PESQUISA Respostas de crianças com menos de 6 anos �Observa-se incapacidade para

RESULTADO DA PESQUISA Respostas de crianças com menos de 6 anos �Observa-se incapacidade para diferenciar as perspectivas da MENINA e do PAI. Ex: ela estará feliz porque salvou o gato e o pai também porque gosta muito de gatos. Respostas de crianças de 6 anos �Observa-se a capacidade de

Respostas de crianças de 10 anos �Observa-se que as duas perspectivas são levadas em

Respostas de crianças de 10 anos �Observa-se que as duas perspectivas são levadas em consideração simultaneamente �Nesta idade é possível imaginar a situação a partir do ponto de vista de uma terceira pessoa. A menina sabe o que prometeu. A menina sabe como o pai reagirá quando compreender o que ocorreu. Explicação: qualquer pessoa entende que pode haver exceções às promessas feitas

Aos 12 anos As crianças: � Começam a entender raciocínios mais complexos: pensar no

Aos 12 anos As crianças: � Começam a entender raciocínios mais complexos: pensar no que o outro pode estar pensando a respeito de algo. Ex: “Penso que minha mãe está pensando no que meu pai pensa a respeito de eu não fazer a lição de casa. ” � A capacidade de compreensão dos demais progride significativamente entre os 6 aos 12 anos. � Melhora a capacidade para: pensar no outro se por no lugar do outro compreender as emoçoes dos demais.

Pesquisas: “compreensão da emoção de outras pessoas” � Crianças na educação infantil: já identificam

Pesquisas: “compreensão da emoção de outras pessoas” � Crianças na educação infantil: já identificam emoções mais simples de outras pessoas, por meio da expressão facial. � Crianças aos 78 anos são capazes de identificar emoçoes como: orgulho, gratidão, preocupação, culpa ou entusiamos. Essas emoções passam a ser entendidas aos 8 ou 9 anos. � Crianças aos 10 anos – inclui emoções como alívio e decepção. Somente aos 10 anos é possível admitir duas emoções ao mesmo tempo. Ex: ficar contente por participar do concurso e ao mesmo tempo preocupado com o resultado. Já é capaz de ocultar os sentimentos por meio da expressão facial.

COMPREENSÃO DAS RELACOES INTERPESSOAIS � NOCÃO DE AMIZADE ENTRE 6 E 12 ANOS DIFERENCIADA

COMPREENSÃO DAS RELACOES INTERPESSOAIS � NOCÃO DE AMIZADE ENTRE 6 E 12 ANOS DIFERENCIADA EM DOIS MOMENTOS: 1 - É caracterizado por uma concepção de amizade baseada na ajuda e no apoio unidirecional. (“é meu amigo, porque brincamos juntos e me empresta seus brinquedos”)- 5 a 8 anos; 2 - É identificado pelo aparecimento da reciprocidade como componente essencial da amizade. (“passamos bons momentos juntos, nos ajudamos quando precisamos”) - a partir dos 8 anos.

� Também começam aparecer a partir dessa idade referencias a compatibilidade psicológica (interesses em

� Também começam aparecer a partir dessa idade referencias a compatibilidade psicológica (interesses em comum), À confiança, assim como o afeto, À preocupação e a consideração de cada parte para com a outra � A amizade dura enquanto existe essa reciprocidade e pode acabar em função de discussões e de desencontros. � Com relação a compreensão das relações de autoridade, entre 6 e 9 anos a autoridade é concebida como uma consequência do maior poder físico e social de quem a ostenta, seja um adulto (“é muito mais forte”, “sabe fazer muito mais coisas”) ou um colega (“a professora o escolheu como o encarregado da ordem da sala quando ela não estiver presente”).

COMPREENCAO DOS SISTEMAS SOCIAIS � Com relação as noções econômicas, a forma em que

COMPREENCAO DOS SISTEMAS SOCIAIS � Com relação as noções econômicas, a forma em que surge e evolui a ideia de lucro é uma boa aproximação ao seu desenvolvimento; � A ideia de lucro é muito simples para os adultos: é a diferença a favor do vendedor entre os preços de compra e o preço de venda. No entanto, a ideia de lucro parece ser de difícil acesso as crianças. � Por volta dos 10 ou 11 anos que as crianças já entendem que o preço de venda deve incluir o preço de custo e o lucro, por isso o preço final é sempre superior ao custo inicial.

O desenvolvimento moral �As duas descrições clássicas dividem a ideia de uma construção do

O desenvolvimento moral �As duas descrições clássicas dividem a ideia de uma construção do raciocínio moral do tipo universal e organizada em uma sequência de estágios invariáveis. Segundo Piaget essa sequência está marcada pela transição da moral heterônoma para a moral autônoma, trajeto que inclusive vem a coincidir com a passagem do pensamento pré-operatório ao operacional concreto.

Transição da moral

Transição da moral

Transição da moral segundo Kohlberg �A transição �Pré-convencional e a convencional �A fase da

Transição da moral segundo Kohlberg �A transição �Pré-convencional e a convencional �A fase da diferenciação da moral convencional. �Domínio da moral e do convencional

A força da cultura no que se considera moral ou convencional �Não surpreende o

A força da cultura no que se considera moral ou convencional �Não surpreende o fato de que a diferenciação entre o domínio da moral e do convencional tenha dado lugar a interessante comparação transculturais: o que em uma cultura é considerado convencional ou simplesmente pertencente ao domínio pessoal, em outra pode ser considerado como inquestionavelmente pertencente ao domínio da moral.

Consequentemente, o que varia de uma cultura para outra não é somente os conteúdos

Consequentemente, o que varia de uma cultura para outra não é somente os conteúdos ou os ritmos da aquisição, mas a própria direção em que se orienta o processo de desenvolvimento.

Raciocínios de justiça distributiva �Na etapa em que estamos analisando, é frequente que as

Raciocínios de justiça distributiva �Na etapa em que estamos analisando, é frequente que as crianças tomam decisões de divisão justa, baseadas em princípios de estrito igualitarismo, sem levar em consideração circunstância alguma que possa modular tal decisão. �Entre 6 e 12 anos observa-se uma evolução que pode ser

�Quando se formulam para as crianças dilemas nos quais há um conflito claro de

�Quando se formulam para as crianças dilemas nos quais há um conflito claro de interesses entre a protagonista da historia e a pessoa em apuros, observase que elas decidem atuar pró socialmente com mais frequência. �Nesses anos, aparecem também raciocínios novos que são típicos desta etapa, são raciocínios que apelam para aprovação por parte dos outros, que fazem com que a atuação pró-social dependa da relação que tenha com a pessoa ou que expressam o desejo de atuar conforme os estereótipos de pessoas ‘’boas’’ ou ‘’más’’.

Raciocínio moral e conduta moral § Raciocinar pró-socialmente relacionado com atuar socialmente? está pró-

Raciocínio moral e conduta moral § Raciocinar pró-socialmente relacionado com atuar socialmente? está pró- • Apesar da dificuldade do estudo dessa relação, os estudos de Blasi, Eisenberg e Fabes evidenciam que o raciocínio moral e comportamento moral estão claramente relacionados, embora seja necessário efetuar algumas

� Quanto mais vinculação conceitual houver entre raciocínio e comportamento moral, mais concordância haverá

� Quanto mais vinculação conceitual houver entre raciocínio e comportamento moral, mais concordância haverá entre eles. Encontrando assim uma clara relação da conduta pró-social com raciocínio moral pró-social, porém não com respostas diante do dilema de Kohlberg. � Essa relação parece se tornar mais evidente quanto mais alto for o custo das condutas morais reais. Condutas de alto custo moral parecem estar associadas ao raciocínio prósocial e são mais provável em crianças com raciocínios avançados e menos provável naqueles que apresentam um raciocínio mais auto-interessado.

� Ao analisar essa relação, deve ser introduzida outras variáveis, como a empatia e

� Ao analisar essa relação, deve ser introduzida outras variáveis, como a empatia e a competência social geral � Proposta de Locke(1983): desenvolvimento dos valores morais consegue aumentar a probabilidade de atuação de modo moral em situações difíceis, porque o raciocínio moral atuaria como força motivacional que sustentaria e estimularia o comportamento moral em si mesmo em situações penosas ou naquelas onde há pressão(por exemplo, do grupo) contra a atuação moral. � Proposta de Blasi (1983): os valores morais se integram dentro da estrutura da própria identidade o que contribui para que haja maior coerência entre raciocínio e comportamento. Na medida em que crianças incluem dentro de seu autoconceito disposição para a atuação moral, favorecem a coerência de comportamentos, pois ao atuar conforme seus próprios valores seria interpretado como ser fiel a si mesmo e quanto deixar de fazê-lo iria contra suas próprias convicções e com isso sua própria identidade.

�A análise da influência do macrosistema deve ser completada com a influência do microssistema,

�A análise da influência do macrosistema deve ser completada com a influência do microssistema, particularmente o familiar e o escolar. � As influências do macrossocial a serem analisadas não residem em se a aprendizagem ou o contexto estimula uma atitude concreta, mas na valorização de uma moral que influencie em uma emissão de resposta para diferentes contextos. � Foi investigado, por exemplo, se as crianças aprendem a expressar condutas agressivas depois de observar centenas de cenas agressivas na televisão.

� Em um estudo retrospectivo sobre lembranças infantis de ativistas sociais na vida adulta,

� Em um estudo retrospectivo sobre lembranças infantis de ativistas sociais na vida adulta, eles descrevem que seus pais como pessoas regidas claramente por princípios morais, mas também mantinham laços estreitos de respeito e afeto com seus filhos (Rosenhan, 1969, citado em Radke. Yarrow, Zahn-Waxler e Chapman, 1983). � A combinação do calor afetivo com o emprego do raciocínio, a designação de responsabilidades e o conjunto de modelos pró-sociais parecem especialmente eficaz para estimular o desenvolvimento pró-social

� Outros aspectos microssociais alem da relação familiar são de extrema importância. Ex: clareza

� Outros aspectos microssociais alem da relação familiar são de extrema importância. Ex: clareza das mensagens dos pais. � Com o avanço da idade alguns aspectos da educação moral adquirem mais importância que outros, de acordo com o macrossocial. � Em relação ao caráter moral e a diferença de gênero, existe certo estereótipo onde meninas são mais propensas à empatia e a conduta social, o que não se confirma.

A relação entre a classe social dos pais não é dada como clara ou

A relação entre a classe social dos pais não é dada como clara ou coerente. Algumas pesquisas demonstram que independente do sexo, crianças da classe mais alta tendem a ser altruístas e outras apontam justamente o contrario (López et al. , 1994). � �Existem algumas estratégias que objetivam a melhora do desenvolvimento social, todas sempre focam no micros social, principalmente em escolas. Por exemplo: Um grupo de discussão onde os conflitos cognitivos são resolvidos em grupo e onde cada criança contribui com diferentes visões.