PERSONALIDADE INTRODUO A busca por explicaes sobre a
PERSONALIDADE
INTRODUÇÃO A busca por explicações sobre a personalidade parece ter mobilizado as mais diversas áreas do conhecimento humano desde sempre e a tendência em classificar pessoas é tão antiga quanto a humanidade.
Ninguém, absolutamente ninguém, deixa de classificar as pessoas que conhece, ainda que intimamente, involuntariamente e até inconscientemente. Todos nós temos uma espécie de arquivo subjetivo das pessoas que julgamos explosivas, simpáticas, sensíveis, desleais, preocupadas, ansiosas, mentirosas, amorosas e assim por diante.
ESTUDOS SOBRE A PERSONALIDADE Na Grécia, Hipócrates (460 -377 a. C. ), considerado o pai da medicina, classificava a personalidade em quatro tipos, de acordo com a presença de determinadas substâncias no organismo.
No século XVII, o filósofo John Locke foi um dos primeiros a teorizar que a mente humana nasce vazia, como um papel em branco, e que a personalidade seria fruto das experiências.
Logo depois, o francês Jean Jacques Rousseau criou o conceito do bom selvagem inspirado nas descobertas de povos indígenas Américas. Para ele os humanos nasceriam inocentes e pacíficos. Males como ganância e violência seriam produto da civilização.
A descoberta da estrutura do DNA por James Watson e Francis Crick, em 1953, e a divulgação do Projeto Genoma Humano, em 2000, abriram as portas para uma compreensão sem precedentes das raízes biológicas da personalidade.
Como se forma a personalidade humana? O que é mais importante na formação e desenvolvimento da personalidade? Essas questões acompanham a curiosidade humana desde tempos imemoráveis. Hoje se sabe que os comportamentos dependem da interação entre fatores genéticos e ambientais.
O QUE É • A personalidade é a combinação • de fatores biológicos (como raça, cor da pele e cabelo), • socioculturais (por exemplo, educação, cultura, crenças e valores) • e psicológicos (temperamento, caráter, habilidades e capacidades intelectuais, entre outros).
• Esse conjunto de características • diferencia os indivíduos • e se reflete na maneira de a pessoa enxergar a si mesma e os outros, • bem como na forma de reagir aos fatos da vida e encarar as situações.
TEORIAS DA PERSONALIDADE • TEORIA PSICANALÍTICA • Define a personalidade como um conjunto dinâmico onde existem componentes em conflito e dominados por forças inconscientes.
• TEORIA NEOANALÍTICA • Autores como Jung, Adler, Horney, Sullivan, Erikson e Fromm, definem a personalidade como resultante da interação dinâmica entre necessidades inerentes à natureza humana e as forças exercidas pelas normas sociais e pelas instituições.
• TEORIA HUMANISTA • Autores como Rogers e Maslow, destacam que a personalidade se desenvolve normalmente em ambientes nos quais existam empatia, visão positiva e relações congruentes.
• TEORIA DA APRENDIZAGEM • Skinner e Bandura destacam que o ambiente determina a maior parte das respostas do indivíduo e ainda, que por meio de características comportamentais, é possível controlar o ambiente.
• TEORIA COGNITIVA • Beck e Mischel dão ênfase a cinco variáveis cognitivas: competências, estratégias de codificação, expectativas, valores subjetivos e sistema de autorregulação.
• TEORIA DAS DISPOSIÇÕES • Allport, Cattell, Eysenck destacaram as três dimensões: (extroversão x introversão; neuroticismo x estabilidade emocional; psicoticismo x forças do eu).
• TEORIA PSICOBIOLÓGICA • Gray, Tellegen, Zuckerman e Clonninger propuseram um modelo biossocial que se articula com características temperamentais e caracteres, que além da genética, associamse também às variáveis biológicas específicas de cada pessoa.
Não existe uma personalidade certa ou errada; boa ou ruim.
Os traços ou características de personalidade advindos das crenças que construímos ao longo da vida são aprendizados que obtemos a partir das relações e experiências que temos, principalmente, em nossa infância.
Apenas quando são inflexíveis e maladaptativos e causam prejuízos significativos ou sofrimento para a pessoa é que esses traços constituem um quadro patológico muito importante e grave, denominado Transtornos de Personalidade.
Diferente do traço de personalidade, o transtorno de personalidade, exerce enorme pressão sobre a vida da pessoa, impedindoa de viver plenamente, pois, a deixa presa em sensações e sentimentos que a fazem enxergar as situações sempre da mesma maneira, no lugar da realidade.
Pode-se dizer que os traços de personalidade são a maneira de ser da pessoa, o modo de sentir as emoções ou o jeito de agir.
Um transtorno de personalidade aparece quando esses traços são muito inflexíveis e mal ajustados, ou seja, prejudicam a adaptação do indivíduo às situações que enfrenta.
Paranoide: • Indivíduos desconfiados, que se sentem enganados pelos outros, com dúvidas a respeito da lealdade dos outros, interpretando ações ou observações dos outros como ameaçadoras. • São rancorosos e percebem ataques a seu caráter ou reputação, muitas vezes ciumentos e com desconfianças infundadas sobre a fidelidade dos seus parceiros e amigos.
Esquizoide: • Indivíduos distanciados das relações sociais, que não desejam ou não gostam de relacionamentos íntimos, realizando atividades solitárias, de preferência. • Pouco ou nenhum interesse em relações sexuais com outra pessoa, e pouco ou nenhum prazer em suas atividades. • Não têm amigos íntimos ou confidentes, não se importam com elogios ou críticas, sendo frios emocionalmente e distantes.
Esquizotípica: • Indivíduos excêntricos e estranhos, que têm crenças bizarras, com experiências de ilusões e pensamento e discurso extravagante. • Falta de amigos e muita ansiedade no convívio social.
Borderline: • Indivíduos instáveis em suas emoções e muito impulsivos, com esforços incríveis para evitar abandono (até tentativas de suicídio). • Têm rompantes de raiva inadequada. • As pessoas a sua volta são consideradas ótimas, mas frente a recusas tornam-se péssimas rapidamente, sendo desconsideradas as qualidades anteriormente valorizadas. • Costumam apresentar uma hiper reatividade afetiva, em que as situações boas são ótimas ou excelentes, e as ruins ou desfavoráveis são péssimas ou catastróficas.
Narcisista: • Indivíduos que se julgam grandiosos, com necessidade de admiração e que desprezam os outros, acreditando serem especiais e explorando os outros em suas relações sociais, tornando-se arrogantes. • Gostam de falar de si mesmos, ressaltando sempre suas qualidades e por vezes contando vantagens de situações. • Não se importam com o sofrimento que causam nas outras pessoas e muitas vezes precisam rebaixar e humilhar os outros para que se sintam melhor.
Antissocial: • Indivíduos que desrespeitam e violam os direitos dos outros, não se conformando com normas. • Mentirosos, enganadores e impulsivos, sempre procurando obter vantagens sobre os outros. • São irritados, irresponsáveis e com total ausência de remorsos, mesmo que digam que têm, mais uma vez tentando levar vantagens. • Podem estabelecer relacionamentos afetivos superficiais, mas não são capazes de manter vínculos mais profundos e duradouros.
Histriônica: • Indivíduos facilmente emocionáveis, sempre em busca de atenção, sentindose mal quando não são o centro das atenções. • São sedutores, com mudanças rápidas emoções. • Tentam impressionar aos outros, fazendo uso de dramatizações, e tendem a interpretar os relacionamentos como mais íntimos do que realmente são.
Obsessivo. Compulsiva: • Indivíduos preocupados com organização, perfeccionismo e controle, sempre atento a detalhes, listas, regras, ordem e horários. • Dedicação excessiva ao trabalho, dão pouca importância ao lazer. • Teimosos, não jogam nada fora ("pão-duro") e não conseguem deixar tarefas para outras pessoas.
Esquiva: • Indivíduos tímidos (exageradamente), muito sensíveis a críticas, evitando atividades sociais ou relacionamentos com outros, reservados e preocupados com críticas e rejeição. • Geralmente não se envolvem em novas atividades, vendo a si mesmos como inadequados ou sem atrativos e capacidades.
Dependente: • Indivíduos que têm necessidade de serem cuidados, submissos, sempre com medo de separações. • Têm dificuldades para tomar decisões, necessitam que os outros assumam a responsabilidade de seus atos, não discordam, não iniciam projetos. • Sentem-se muito mal quando sozinhos, evitando isso a todo custo.
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA A avaliação psicológica é um procedimento que visa avaliar, através de instrumentos previamente validados para a determinada função, os diversos processos psicológicos que compõe o indivíduo, sendo o psicólogo o único profissional habilitado por lei para exercer esta função.
A avaliação e descrição da realidade psicológica de alguém fornece ao psicólogo um conjunto de informações, as quais este deve saber interpretar, selecionar e sobretudo transmitir e devolver.
Esta responsabilidade traz consigo uma série de considerações éticas que visam não somente a imparcialidade do processo em si, mas principalmente a humanização deste, tendo como foco, em última instância a preservação da integridade do sujeito avaliado.
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