Perguntas malaria Take home message Qual forma infecta

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Perguntas malaria / Take home message Qual forma infecta naturalmente o hospedeiro intermediário e

Perguntas malaria / Take home message Qual forma infecta naturalmente o hospedeiro intermediário e por qual via? esporozoita Como o parasita (merozoita) consegue sair da célula hepática infectada sem ser fagocitado por células Kupffer (macrófagos)? Formação de merossomos (vesiculas de membrana da célula hepática com merozoitas dentro) Por que não podemos ver formas maduras do parasita sanguíneo em sangue de pessoas infectadas com P. falciparum ? Porque eles estão citoaderidas em vasos profundos Por que é necessário tomar primaquina ou tafenoquina quando infectado com P. vivax ? Para matar os hipnozoitas para não ter recaida O que é necessário para desencadear uma epidemia de malaria? Anopheles, fonte de gametócitos (ex. : assintomáticos), pessoas não imunes

Perguntas Amebas etc / Take home message O que é uma Zoonose, e o

Perguntas Amebas etc / Take home message O que é uma Zoonose, e o que seria então uma antroponose? Zoonose é infecção do homem como hospedeiro quando o principal hospedeiro seria um outro animal. Antroponose é uma infecção que ocorre predominantemente entre seres humanos Qual é a forma infecciosa de Entamoeba histolítica? Cisto Qual seria uma forma diagnóstica de Entamoeba histolítica? Cisto com 4 nucleos (microscopista!) ou trofozoita com hemácia ingerida Em qual pequeno detalhe importante no ciclo de vida se distinguem Isospora belli e Cryptosporidium parvum? Cryptosporidium infecta qq célula epitelial e possui cisto que autoinfecta no intestino Em qual forma sobrevive Trichomonas vaginalis fora do corpo humano? E Giardia? T. v. não sobrevive e Giardia em forma de cisto

Tripanossomíase americana ou Doença de Chagas (Trypanosoma cruzi )

Tripanossomíase americana ou Doença de Chagas (Trypanosoma cruzi )

Histórico Oswaldo Cruz Instituto Soroterápico Federal, 1900 Carlos Justiniano Ribeiro Chagas

Histórico Oswaldo Cruz Instituto Soroterápico Federal, 1900 Carlos Justiniano Ribeiro Chagas

Estrada de Ferro Central do Brasil

Estrada de Ferro Central do Brasil

Hospital em Lassance Carlos Chagas atendendo pacientes

Hospital em Lassance Carlos Chagas atendendo pacientes

Formas do parasita e o inseto vetor encontrados por Chagas, denominado “Schizotrypanum cruzi“ Panstrongylus

Formas do parasita e o inseto vetor encontrados por Chagas, denominado “Schizotrypanum cruzi“ Panstrongylus megistus Epimastigota Tripomastigota

Filogenia do gênero. Trypanosoma Filo Sarcomastigophora, subfilo Mastigophora Classe Zoomastigophora Ordem Kinetoplastida Família Trypanosomatidae

Filogenia do gênero. Trypanosoma Filo Sarcomastigophora, subfilo Mastigophora Classe Zoomastigophora Ordem Kinetoplastida Família Trypanosomatidae Gênero Trypanosomas de mamíferos Secção Stercoraria Salivaria Desenvolvimento vetor tubo digestivo e glândula salivária Transmissão contaminativa inoculativa pelo vetor fezes saliva subgênero Schizotrypanum - T. cruzi Trypanozoon - T. brucei Herpetosoma - T. rangeli Megatrypanum - T. theileri Dutonella - T. vivax Nannomonas - T. congolense Picnomonas - T. suis

Detalhes notáveis de T. cruzi Kinetoplastídeo Acidocalcissomo Superfície da célula: Mucinas Genoma do parasita:

Detalhes notáveis de T. cruzi Kinetoplastídeo Acidocalcissomo Superfície da célula: Mucinas Genoma do parasita: 6 “distinct type units (DTUs)“, ~50 MB, em 35 pares de cromossomos, “pseudodiploidia“ Genoma sequenciado em 2005, altamente rico em sequências repetitivas. Tritryp. org

Ciclo de vida

Ciclo de vida

1. Passo: a infecção Dipetalogaster maximus: repasto sanguíneo Rhodnius prolixus

1. Passo: a infecção Dipetalogaster maximus: repasto sanguíneo Rhodnius prolixus

Transmissão por picada

Transmissão por picada

Transmissão por picada

Transmissão por picada

Sinal de Romaña

Sinal de Romaña

Aguda - Sintomática - Sinais de entrada Sinal de Romaña/”Chagoma”

Aguda - Sintomática - Sinais de entrada Sinal de Romaña/”Chagoma”

Vetores de T. cruzi : Hemíptera – espécies hematófagas: – Reduviidae - Triatominae (barbeiros)

Vetores de T. cruzi : Hemíptera – espécies hematófagas: – Reduviidae - Triatominae (barbeiros) – hemimetábolos – Diferente dos pernilongos: todos os estágios e ambos os sexos são hematófagos

Triatomíneos mais importantes na transmissão da doença de Chagas Triatoma infestans Panstrongylus megistus Rhodnius

Triatomíneos mais importantes na transmissão da doença de Chagas Triatoma infestans Panstrongylus megistus Rhodnius prolixus Triatoma dimidiata Triatoma pallidipennis Triatoma sordida Triatoma brasiliensis

Discriminação morfológica de Triatomíneos hematófago fitófago predador

Discriminação morfológica de Triatomíneos hematófago fitófago predador

2. Passo: A invasão de células (inicialmente macrófagos) célula fagocítica célula não fagocítica Fatores

2. Passo: A invasão de células (inicialmente macrófagos) célula fagocítica célula não fagocítica Fatores importantes: Parasita: • gp 82, fosforilação de p 175, Ca 2+ via IP 3 • p. H baixo • hemolisina para escape do lisossomo Célula hospedeira: • Remodelamento do citoesqueleto, “sequestro” de lisossomos para superfície • Dynamina, Rab 5, Rab 7

http: //www. hindawi. com/journals/ijcb/2010/295394. fig. 0010. jpg

http: //www. hindawi. com/journals/ijcb/2010/295394. fig. 0010. jpg

Ca 2+ TGF (M não se ativa via TLR 4 e t. GPI-Mucina) Tc.

Ca 2+ TGF (M não se ativa via TLR 4 e t. GPI-Mucina) Tc. Tox, Trans-sialidase

3. Passo: a disseminação no hospedeiro vertebrado Infecção local Nódulos linfáticos Sistema nervoso central

3. Passo: a disseminação no hospedeiro vertebrado Infecção local Nódulos linfáticos Sistema nervoso central Coração Aparelho digestivo

4. Passo: a contaminação do vetor invertebrado Tripomastigota sangüíneo

4. Passo: a contaminação do vetor invertebrado Tripomastigota sangüíneo

Outras vias de infecção - transfusional! - congênita (0, 5 -3, 5% risco) -

Outras vias de infecção - transfusional! - congênita (0, 5 -3, 5% risco) - acidentes de laboratório - Oral!

- Oral (ingestão de fezes frescas de Triatomineos infectados ou Triatomineos macerados)

- Oral (ingestão de fezes frescas de Triatomineos infectados ou Triatomineos macerados)

Patogenia e sintomas da infecção com T. cruzi - período de incubação: 5 a

Patogenia e sintomas da infecção com T. cruzi - período de incubação: 5 a 60 dias Fase aguda - Maior parte assintomática ou inaparente - infecção local (sintomas: Chagoma/Sinal de Romaña) - infecção disseminada, alvos preferenciais: Células Kupffer, macrófagos do baço e células do miocârdio (sintomas: febre, astenia, cefaléia, mialgia, adenite, morte em 10% dos casos por meningoencefalite ou miocardite aguda)

Fase crônica (sintomas em 30% dos casos, 70% sem sintomas): - Infecção crônica com

Fase crônica (sintomas em 30% dos casos, 70% sem sintomas): - Infecção crônica com baixas parasitemias - Aumento do coração, dilatação dos ventrículos, e/ou miosite no esôfago, côlon ou intestino delgado - destruição dos gânglios é compensado por aumento da massa muscular levando a megaesôfago, megacôlon (sintomas: inabilidade física, disfagia, constipação, morte) - Cura espontânea é possivel em cada estágio - Pacientes em muitos casos estão incapacitados de exercer atividades profissionais

Frequência e natureza de patologias observadas em pacientes crônicos da doença de Chagas: As

Frequência e natureza de patologias observadas em pacientes crônicos da doença de Chagas: As “megas“

Fase crônica: Cardiomegalia e aneurisma de ponta

Fase crônica: Cardiomegalia e aneurisma de ponta

Fase crônica: Miocardite chagasica

Fase crônica: Miocardite chagasica

Fase crônica: Megacôlon

Fase crônica: Megacôlon

Aspectos da relação patógeno-hospedeiro • Porque a patologia em um paciente é tão diferente

Aspectos da relação patógeno-hospedeiro • Porque a patologia em um paciente é tão diferente de um paciente ao outro (assintomático/cura/crônico/patologia de orgãos diferentes)? • Como é causada uma patologia extensa com muito pouco parasita?

Qual motivo pela diferença no desenvolvimento da doença? - fatores genéticos do hospedeiro? (subclasses

Qual motivo pela diferença no desenvolvimento da doença? - fatores genéticos do hospedeiro? (subclasses HLA, responsividade da produção de citocinas, etc. ? ) - Virulência diferente entre várias cepas de T. cruzi em circulação? - Cepas com diferente tropismo

Doença autoimune versus ativação “bystander“ Células T reativas contra auto-antígenos podem atacar células não

Doença autoimune versus ativação “bystander“ Células T reativas contra auto-antígenos podem atacar células não infectadas

Autoantígenos são liberados por lise da célula infectada e promovem a expansão de celulas

Autoantígenos são liberados por lise da célula infectada e promovem a expansão de celulas T efetores contra outras células apresentando Prot. A do hospedeiro T MHC 1 Prot. A M Prot. A célula infectada Tolerização contra antigenos do miocârdio previne miocardite in infecções crônicos experimentais de camundongos

Antígenos de T. cruzi causam a formação de anticorpos que reagem cruzado contra proteínas

Antígenos de T. cruzi causam a formação de anticorpos que reagem cruzado contra proteínas do hospedeiro Exemplo: anticorpos contra proteinas ribossomais de T. cruzi reconhecem o receptor beta-adrenêrgico, antígeno Cha do miocârdio é outro candidato importante

Células infectadas (cardiomiócitos) e macrófagos após fagocitose secretam quimocinas que recrutam leucócitos para o

Células infectadas (cardiomiócitos) e macrófagos após fagocitose secretam quimocinas que recrutam leucócitos para o tecido infectado

Quimiocinas e patologia da doença de Chagas • GPI-Mucinas estimulam macrófago a produzir CC

Quimiocinas e patologia da doença de Chagas • GPI-Mucinas estimulam macrófago a produzir CC e CXC quimiocinas, cardiomiócitos também produzem estas quimiocinas • Quimiocinas (RANTES, MIG, IP 10, MIP) recrutam linfocitos para o lugar de produção, produção depende de níveis de IFNgama • Linfocitos são predominantemente do tipo CD 8+ (effector cells) • Sem IFNgama (camundongos knockout) não há produção de quimiocinas, já na ausência de TNFalpha receptor (camundongos knockout): aumento de linfócitos recrutados e quimiocinas

Dutra & Gollob, 2008, Current Op. Inf Dis

Dutra & Gollob, 2008, Current Op. Inf Dis

Marin-Neto, J. A. et al. Circulation 2007; 115: 1109 -1123

Marin-Neto, J. A. et al. Circulation 2007; 115: 1109 -1123

Diagnóstico Imprescindível: Detecção de formas do parasita - Esfregaços de sangue na fase aguda

Diagnóstico Imprescindível: Detecção de formas do parasita - Esfregaços de sangue na fase aguda (dificil em adultos) - Métodos imunológicos: Elisa, detecção de anticorpos - Xenodiagnóstico - PCR (permite também a discriminação de cepas e exclusão de infecção com T. rangeli )

Xenodiagnóstico

Xenodiagnóstico

Epidemiologia - T. cruzi é transmitido em ciclos domésticos ou paradomésticos

Epidemiologia - T. cruzi é transmitido em ciclos domésticos ou paradomésticos

A distribuição de vetores de T. cruzi Existem poucos estudos sobre a capacidade vetorial

A distribuição de vetores de T. cruzi Existem poucos estudos sobre a capacidade vetorial de triatomineos nesta área, mas tem casos!

Área de risco de infecção com T. cruzi Onde há presença de vetores existe

Área de risco de infecção com T. cruzi Onde há presença de vetores existe a possibilidade de infecção - Área endêmica Brasil: 1/4 território - 8 milhões de pessoas infectadas (MG, RS, GO, SE, BA) - 25 milhões de pessoas expostas ao risco de infecção Região amazônica: enzootia emergente?

Programas de controle da Doença de Chagas

Programas de controle da Doença de Chagas

Primeiras tentativas de controle de vetor - Depois da descoberta (anos 10 e 20

Primeiras tentativas de controle de vetor - Depois da descoberta (anos 10 e 20 do seculo passado) por Chagas, tentativas frustradas de eliminação do vetor Panstrongylus megistus usando querosene, água fervente e até lança-chamas em casas pau-a-pique - Chagas, Pellegrino e Dias perceberam que a melhoria das moradias mostrou grande efeito - Nos anos 40: introdução de DDT ineficiente contra Triatomineos - Outros organoclorados, dieldrina e HCH (Lindan): eficientes

 • A primeira campanha em solo brasileiro foi incentivada pelo sucesso obtido na

• A primeira campanha em solo brasileiro foi incentivada pelo sucesso obtido na Venezuela, apesar de ter utilizado DDT (anos 70) • No começo dos anos 80: Introdução dos piretróides sintéticos • Primeira campanha nacional (1984), objetivo: Erradicação de Triatoma infestans • Mapeamento dos lugares infestados por Triatomíneos • borrifação das moradias • follow-up do reaparecimento de Triatomineos por postos decentralizados que coletaram informações sobre reaparecimento de Triatomineos

Internações Revés: O programa ficou suspenso, quando o combate à reintrodução de Aedes aegypti

Internações Revés: O programa ficou suspenso, quando o combate à reintrodução de Aedes aegypti foi declarado prioritário em 1986 Dias et al. 2002 MIOC A reintrodução dos vetores também ocorreu, exigindo um esforço multilateral para sucesso do controle

A Iniciativa Cone Sur 1991 -2000 Objetivos: - Erradicação de Triatoma infestans - Controle

A Iniciativa Cone Sur 1991 -2000 Objetivos: - Erradicação de Triatoma infestans - Controle dos bancos de sangue para contenção do risco de infecção transfusional - Diminuir o impacto económico e social da doença de Chagas

O Futuro do controle da Tripanossomiase americana - Manter a vigilância (Bolivia ainda continua

O Futuro do controle da Tripanossomiase americana - Manter a vigilância (Bolivia ainda continua a fonte de Triatoma infestans, tem regiões onde 90% da população é portadora! - Manter os orçamentos e programas para monitoramento de potencias áreas de risco, independente do partido do ministro de saude e outros desafios no setor de saude - Reação rápida dos orgãos de saude a novos desafios: - reintrodução dos vetores - domesticação de vetores silvestres (Amazônia!!!)

Os beneficios pós-campanha geral sao mantidos apenas com contínuos investimentos, mesmo pequenos Dias et

Os beneficios pós-campanha geral sao mantidos apenas com contínuos investimentos, mesmo pequenos Dias et al. 2002 MIOC

Tratamento Benzonidazole (“Rochagan“) - em uso para tratamento nas fases aguda e crônica 5

Tratamento Benzonidazole (“Rochagan“) - em uso para tratamento nas fases aguda e crônica 5 -6 mg/kg peso corporal (30 -60 dias) - eficiência: fase aguda: >90% fase crônica: >60% Desvantagens: - efeitos colaterais - tratamento demorado - controle de cura necessária - já existem cepas de laboratório que são resistentes contra Benzonidazol - Apenas existe um empresa que produzia o remedio e nao existe mais interesse comercial em continuar

Nova terapia: Células Tronco autólogos Obtenção de células tronco da medula óssea do paciente

Nova terapia: Células Tronco autólogos Obtenção de células tronco da medula óssea do paciente (teste para T. cruzi) Injeção via cateter perto do miocárdio inflamado/debilitado

Vacinas? - Contra formas infectantes: formas tripomastigotas (na base de resposta humoral ou celular)

Vacinas? - Contra formas infectantes: formas tripomastigotas (na base de resposta humoral ou celular) - Alvo ideal seriam antígenos da fase amastigota (resposta celular -> Amastigote surface protein 2) Vários tipos de vacinas utilizando diferentes estruturas do parasita estão em teste em camundongos, a resposta celular do tipo Th 1 é essencial

Informações e links relevantes: http: //tcruzi. DB. org http: //www. dbbm. fiocruz. br/Tcruzi. DB/index.

Informações e links relevantes: http: //tcruzi. DB. org http: //www. dbbm. fiocruz. br/Tcruzi. DB/index. html http: //www. hhmi. ucla. edu/parasite_course/Default. htm http: //www. prossiga. br/chagas/ Literatura: L. Rey: Parasitologia Markell´s and Voge´s Medical Parasitology