Parte I A Etnografia o Dirio de Campo
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Parte I: A Etnografia, o Diário de Campo e práticas de pesquisa inspiradoras para nosso trabalho de campo: idéias preliminares para a incursão no Vale do Paraíba Parte II: Oficina de elaboração dos instrumentos de pesquisa Profa. Clarissa M. R. Gagliardi Introdução ao Trabalho de Campo 11/4/2015
Pesquisa qualitativa • Interesse nas experiências • Hipóteses e conceitos são formulados no processo de pesquisa • Presença do pesquisador e sua experiência no campo integra o universo de estudo • Considera importante os contextos e casos de estudo para entender a questão em análise • Parte importante do conteúdo da pesquisa qualitativa está registrada em textos, anotações de campo, transcrições de entrevistas, imagens • Postura metodológica diante do objeto pesquisado, diferente do olhar do simples viajante/turista
Métodos e procedimentos possíveis para o trabalho de pesquisa em campo – pesquisa qualitativa - Diário de campo Observação participante Entrevistas Questionários
Diário de Campo - Instrumento do ofício do antropólogo, mas também apropriado por outros profissionais para registros de trabalhos em campo - Registra a experiência do pesquisador no campo - Nele o pesquisador exercita sua observação direta dos comportamentos, dos grupos sociais - Relaciona eventos observados, discursos e posturas dos grupos e/ou pessoas entrevistadas - Permite descrever e analisar o que foi observado - Revela as relações estabelecidas pelo pesquisador para empreender sua investigação - Retém a memória da pesquisa, pode auxiliar na formulação de hipóteses, direcionar melhor a pesquisa, visualizar retrospectivamente o que foi e o que não foi registrado/observado - Tem caráter descritivo-analítico e pode sintetizar reflexões, ainda que “provisórias” - Pode constituir-se também em uma “agenda de tarefas”, na medida em que registra possibilidades de interveção latentes e percebidas nas falas dos entrevistados, nas observações, nas interações Vídeo ilustrativo sobre diário de campo: http: //www. youtube. com/watch? v=lozkr. Ar. K 0 LU
Etnografia como Inspiração: - Descreve um grupo humano, suas instituições, seus comportamentos interpessoais, suas produçõpes materiais, suas crenças - É feita in loco, baseia-se na pesquisa de campo e requer compromisso de longo prazo – longas permanências no local de estudo - É indutivo (conduzido a partir de um acúmulo descritivo e detalhados das observações) - Os etnógrafos ocupam-se basicamente das vidas cotidianas rotineiras das pessoas que eles estudam, coletam dados sobre as experiência humanas para compreender os padrões previsíveis do grupo pesquisado Onde este método pode ser aplicado ? - Para estudar questões ou comportamentos sociais que ainda não estão totalmente compreendidos: ajuda o pesquisador a “tomar pé da situação” antes de definir questões específicas - Para conhecer a perspectiva das próprias pessoas sobre as questões (ao invés de filtrá-las através da perspectiva externa do
Observação participante • Implica processo longo • O pesquisador desconhece o território pesquisado (ainda que imagine conhecê-lo por pesquisas noutras fontes) • Pressupõe interação pesquisador-pesquisado • Identifica “informantes-chave”, que passam a colaborar com a pesquisa • O pesquisador desconhece sua própria imagem junto ao grupo pesquisado • Implica saber ouvir, ver e fazer uso de todos os sentidos para registrar sua investigação • Requer disciplina na observação e anotações sistemáticas • Pesquisador aprende com os erros que comete durante o trabalho de campo e deve tirar proveito
Entrevistas e questionários Etapa de preparação requer planejamento tendo em vista: - os objetivos a serem alcançados, escolha dos entrevistados, oportunidade de entrevista, disponibilidade do entrevistado oferecer informações, condições favoráveis para garantir o sucesso da entrevista, preparação de um roteiro com questões importantes (tomando cuidado com questões tendenciosas, ambíguas, absurdas… procurando dar continuidade na conversação) - As entrevistas podem ser: - estruturadas: elaboradas mediante questionário totalmente estruturado - semi-estruturadas: combinam perguntas abertas e fechadas, dando certa liberdade para o entrevistado discorrer sobre o tema - abertas: onde o entrevistador introduz o tema e o entrevistado tem mais liberdade para falar sobre ele - com grupos focais, por histórias de vida ou projetiva (com o
Oficina para Elaboração dos Instrumentos de Pesquisa Questão a ser investigada: qual a percepção local sobre o turismo ? Levantamentos anteriores à pesquisa em campo: discussão coletiva sobre dados que podem auxiliar na preparação do trabalho de campo – o que já possuem de conhecimento sobre a região ? Possíveis sujeitos da pesquisa: - trade: pousadas, restaurantes, guias, monitores, gestores de atrativos… - Poder público: conselhos de turismo, secretarias municipais de turismo e/ou áreas correlatas… - Comunidade valeparaibana: moradores, proprietários de atrativos ou equipamentos turísticos, comerciantes, prestadores de serviço estudantes… - Visitantes: turistas, excursionistas, pesquisadores, trabalhadores temporários… Perguntas orientadoras:
Produto das discussões iniciadas na oficina para elaboração dos instrumentos de pesquisa (cada grupo teve 30 minutos para pensar em possíveis perguntas e/ou nas formas de se atingor o objetivo da pesquisa: conhecer a percepção local sobre turismo em cada cidad. Considerou-se como ponto de partida: as informação já levantadas sobre cada destino e as discussões feitas na primeira parte da aula. Cada grupo apresentou o que discutiu e este resultado foi sistematizado nos slides a seguir. Esta pequena oficina deu início ao processo de estruturação dos instrumentos de pesquisa, a ser melhorado ao longo das próximas semanas)
AREIAS: • preferem organizar entrevistas com perguntas semi-estruturadas elaboradas para cada perfil de público • dúvidas com relação à auto-estima dos moradores • areias tem interesse em receber turistas ? Tem uma “ hospitalidade” natural? • há interesse em promover o turismo e do morador interagir e aproveitar conjuntamente as estruturas turísticas locais ? • cidade sente a sazonalidade da atividade turística ? Percebem momentos de maior fluxo turístico ou menor visitação vinculada às oscilações climáticas? • há políticas de atração de turistas ? Há recursos para a atividade localmente ? Há repasses de verba para a atividade turística ? • descobrir a motivação da visita em cada atrativo • Pensam em dividir o grupo para cada componente investigar um grupo: trade, moradores etc. • descobrir se há envolvimento direto dos segmentos da atividade com as políticas de turismo e se há boa comunicação entre estes segmentos
Bananal • Iniciar com moradores locais: pensaram em grupos focais, “ rodas de conversa” para permitir a escuta de idéias livres, opiniões diversificadas • Querem perguntar sobre o nível de conhecimento sobre o turismo, se a cidade possui potencial turístico na opinião de quem mora na cidade, se conhecem os pontos turísticos locais, o que acham que deve ser visitado • Há sentimento especial com relação a algum atrativo em especial ? A população se dá conta da importância da sua região? • Grupo provocaria o confronto de idéias entre os diferentes segmentos • Gostariam que todos os componentes do grupo realizassem todas as etapas, debates, entrevistas
São José do Barreiro • Pretendem filmar os entrevistados durante seus depoimentos acerca da sua relação com a cidade, suas motivações para trabalhar com turismo, sua percepção da sazonalidade do turismo. Filmando seria melhor para, posteriormente, analisar as expressões, outras referências que ajudem a perceber a relação do entrevistado com o turismo • Gostariam de perguntar para os moradores como avaliam suas infraestruturas (transporte, segurança. . . ), se conhecem seus próprios atrativos, como convivem com atrativos sendo compartilhados entre moradores e visitantes • Identificar se os planos de desenvolvimento turístico locais integram os diferentes segmentos (moradores, comerciantes etc)
Silveiras • Sentem que Silveiras se diferencia das demais cidades, menor, menos atrativa e, por isso, talvez sofra com uma baixa auto-estima. Desconfiam que a cidade seja demasiadamente conservadora, resistindo à sua abertura para o turismo • Querem, portanto, verificar se a população está aberta à entrada do turismo • Identificaram uma falta de infraestrutura para o turismo na pesquisa preliminar, então gostariam de saber se a própria população está satisfeita com sua infraestrutura, se buscam de melhor infraestrutura fora da cidade e se percebem que isso também afeta o turismo • o que a população gostaria que os identificasse, que fosse reconhecido como principal atrativo turístico? • População pequena pode indicar falta de infraestrutura, então querem verificar se ela está satisfeita • Querem saber ser a população transita entre as cidades vizinhas, se viajam, como se relacionam com as cidades vizinhas, se há relação de afeto ou não • Silveiras parece não ter fazendas, que é o que identifica de certa forma o Vale. Então querem descobrir se isso é real ou se não há divulgação, se são desconhecidas. A cidade foca nas capelas, mas precisam ter certeza da importância disso como “segmento” • Pretendem investigar a curiosidade/motivação do turista que visita a
Sugestões da Clarissa • Pensar em fazer algumas questões comuns em todas as cidades e para todos os segmentos, para permitir comparação • Após definir algumas questões “chave” que devem ser feitas nas 4 cidades e para os segmentos prioritários (trade, poder público etc. ), creio que cada grupo possa dar mais especificidade à sua pesquisa na medida em que for desbravando o território de “sua” cidade. • Não obstante seja importante identificar em que cada uma se diferencia, temos que ter em mente o mesmo objetivo para que, mesmo traçando percursos de investigação diferentes, os grupos cheguem ao mesmo resultado: descobrir qual a percepção local sobre o turismo • Tentar identificar os segmentos de mercado com os quais as cidades mais se identificam (se ecoturismo, se turismo histórico-cultural…) • Tentar identificar lideranças locais no âmbito do turismo que possam ser colaboradores privilegiados da pesquisa • Tentar identificar principais potencialidades e principais problemas na opinião dos diferentes sujeitos/grupos entrevistados
Tarefas importantes para qualificar e otimizar o trabalho até a próxima aula: - A partir das discussões iniciadas nesta aula, elaborar os questionários e/ou estruturar as entrevistas e outras forma de coleta de dados escolhida pelos grupos (vídeos, registro de imagens etc) - Selecionar os interlocutores de cada grupo em cada cidade (quais meios de hospedagem, quais prestadores de serviço, moradores de quais áreas/bairros da cidade etc. ) - Organizar como cada grupo vai explorar o território e se dividir para a coleta de dados, realização de entrevistas e demais atividades de campo - “Aproximar-se” do território através da análise de mapas, estudo das informações já coletadas, investigação sobre estudos já realizados nas
Referências Angrosino, Michel. Etnografia e Observação Participante. Bookman/Artmed, 208 Boni, Valdete e Quaresma, Jurema. Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais. Revista Eletrônica dos Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSC. Vol 2, n. 1, 2005. Valadares, Lícia. Os dez mandamentos da observação participante. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2007 Lima, Telma; Mioto, Regina; Dal Prá, Keli. A documentação no cotidiano da intervenção dos assistente ssociais: algumas considerações acerca do diário de campo. Revista Textos e Contextos Porto Alegre v. 6, n. 1, 2007. Weber, Florence. A entrevista, a pesquisa e o íntimo, ou por que censurar seu diário de campo ? Revista Horizontes Antropológicos, vol. 15, n. 32 Porto Alegre, 2009.
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