PARNASIANISMO AULA 21 6 A Paralelamente prosa realistanaturalista

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PARNASIANISMO AULA 21 – 6 A

PARNASIANISMO AULA 21 – 6 A

Paralelamente à prosa realista-naturalista, surgiu uma escola de poesia, o Parnasianismo. O nome vem

Paralelamente à prosa realista-naturalista, surgiu uma escola de poesia, o Parnasianismo. O nome vem de Parnaso, montanha grega consagrada a Apolo e às musas inspiradoras da arte. O Parnasianismo zelava pela composição perfeita do verso: a banalidade dos temas, o descuidado das composições, o sentimentalismo precisavam, agora, ser sanados pela razão, pela ciência e pelos valores da época.

O papel do poeta seria esculpir o poema, criar o Belo, sem preocupações social

O papel do poeta seria esculpir o poema, criar o Belo, sem preocupações social e moral. O Parnasianismo defendia a “arte pela arte”, refugiando-se na “torre de marfim” e defendendo a ideia de que o poeta era um “nefelibata”. CARACTERÍSTICAS: * Perfeição da forma – preferência por soneto, rimas raras, vocabulário rebuscado • Fuga dos sentimentos vagos para a visão real • Ênfase descritiva de objetos pequenos: vasos estatuetas • Descrição e Objetividade • Universalismo • Contenção lírica • Apego à tradição clássica

TRÍADE PARNASIANA • Olavo Bilac – principal representante – Príncipe dos poetas – aproximação

TRÍADE PARNASIANA • Olavo Bilac – principal representante – Príncipe dos poetas – aproximação com o Romantismo • Raimundo Correia – mais parnasiano pela forma do que pelos temas – pessimista e melancólico • Alberto de Oliveira – o mais parnasiano – espécie de líder do movimento no Brasil

RIMAS • • • Ricas – classes gramaticais diferentes Pobres – mesma classe gramatical

RIMAS • • • Ricas – classes gramaticais diferentes Pobres – mesma classe gramatical Preciosas – grupo de palavras Versos brancos – sem rimas composição: abba cdc (cde) dcd (cde) MÉTRICA Redondilho maior – 7 sílabas poéticas – forma mais comum Redondilho menor – 5 sílabas poéticas Decassílabo – 10 sílabas poéticas Alexandrino – 12 sílabas poéticas – mais perfeito

SONETO • Poema composto por 14 versos • Soneto de Petrarca (clássico) – duas

SONETO • Poema composto por 14 versos • Soneto de Petrarca (clássico) – duas estrofes de quatro versos (quartetos) e duas estrofes de três versos (tercetos) • Soneto de Shakespeare – três quartetos e um dístico • Versos decassílabos e, às vezes, alexandrinos

Batatinha quando nasce Se esparrama pelo chão Nenezinho quando dorme Põe a mão no

Batatinha quando nasce Se esparrama pelo chão Nenezinho quando dorme Põe a mão no coração Atirei o pau no gato Mas o gato não morreu Dona Chica admirou-se Do berro que o gato deu Toda vez que eu viajava Pela estrada de Ouro Fino De longe eu avistava A figura de um menino

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto. . . E conversamos toda a noite, enquanto A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo? " E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas".

OLAVO BRÁS MARTINS DOS GUIMARÃES BILAC ALEXANDRINO PERFEITO

OLAVO BRÁS MARTINS DOS GUIMARÃES BILAC ALEXANDRINO PERFEITO

 Profissão de fé Olavo Bilac Não quero o Zeus Capitolino Hercúleo e belo,

Profissão de fé Olavo Bilac Não quero o Zeus Capitolino Hercúleo e belo, Talhar no mármore divino Com o camartelo. Que outro – não eu! – a pedra corte Para, brutal, Erguer de Atene o altivo porte Descomunal. Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto relevo Faz de uma flor. Imito-o. E, pois, nem de Carrara A pedra firo: O alvo cristal, a pedra rara, O ônix prefiro. Por isso, corre, por servir-me, Sobre o papel A pena, como em prata firme Corre o cinzel. E que o lavor do verso, acaso, Por tão subtil, Possa o lavor lembrar de um vaso De Becerril. Corre; desenha, enfeita a imagem, A ideia veste: Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste. E horas sem conto passo, mudo, O olhar atento, A trabalhar, longe de tudo O pensamento. Torce, aprimora, alteia, lima A frase; e, enfim, No verso de ouro engasta a rima, Como um rubim. Porque o escrever – tanta perícia, Tanta requer, Que oficio tal… nem há notícia De outro qualquer. Quero que a estrofe cristalina, Dobrada ao jeito Do ourives, saia da oficina Sem um defeito: Assim procedo. Minha pena Segue esta norma, Por te servir, Deusa serena, Serena Forma!

 A um poeta - Olavo Bilac Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino

A um poeta - Olavo Bilac Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha e teima, e lima, e sofre e sua! Mas que na força se disfarce o emprego Do esforço: e trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua, Rica mas sóbria, como um templo grego. Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E natural, o efeito agrade, Sem lembrar os andaimes do edifício: Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade.

REMORSO O INCÊNDIO DE ROMA Às vezes, uma dor me desespera. . . Nestas

REMORSO O INCÊNDIO DE ROMA Às vezes, uma dor me desespera. . . Nestas ânsias e dúvidas em que ando, Cismo e padeço, neste outono, quando Calculo o que perdi na primavera. Raiva o incêndio. A ruir, soltas, desconjuntadas, As muralhas de pedra, o espaço adormecido De eco em eco acordando ao medonho estampido, Como a um sopro fatal, rolam esfaceladas. Versos e amores sufoquei calando, Sem os gozar numa explosão sincera. . . Ah! mais cem vidas! com que ardor quisera Mais viver, mais penar e amar cantando! E os templos, os museus, o Capitólio erguido Em mármor frígio, o Foro, as erectas arcadas Dos aquedutos, tudo as garras inflamadas Do incêndio cingem, tudo esbroa-se partido. Sinto o que esperdicei na juventude; Choro, neste começo de velhice, Mártir da hipocrisia ou da virtude, Longe, reverberando o clarão purpurino, Arde em chamas o Tibre e acende-se o horizonte. . . — Impassível, porém, no alto do Palatino, Os beijos que não tive por tolice, Por timidez o que sofrer não pude, E por pudor os versos que não disse! Nero, com o manto grego ondeando ao ombro, assoma Entre os libertos, e ébrio, engrinaldada a fronte, Lira em punho, celebra a destruição de Roma.

 As pombas Raimundo Correia Vai-se a primeira pomba despertada. . . Vai-se outra

As pombas Raimundo Correia Vai-se a primeira pomba despertada. . . Vai-se outra mais. . . mais outra. . . enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada. E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais, de novo elas, serenas, Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada. . . Também dos corações onde abotoam Os sonhos, um a um, céleres voam, Como voam as pombas dos pombais; No azul da adolescência as asas soltam, Fogem. . . Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais.

1. Olavo Bilac, mais conhecido como poeta parnasiano, expressa traços românticos em sua obra.

1. Olavo Bilac, mais conhecido como poeta parnasiano, expressa traços românticos em sua obra. No soneto apresentado observa-se o seguinte traço romântico: a) objetividade do eu lírico. b) predominância de descrição. b) utilização de universo mitológico. d) erudição do vocabulário. e) idealização do tema amoroso.

 2. Assinale a alternativa que não se refere ao Parnasianismo. a) A temática

2. Assinale a alternativa que não se refere ao Parnasianismo. a) A temática fundamental é a “Arte pela Arte”. b) A perseguição do ideal clássico impõe o universalismo temático e. portanto, a subjetividade e o envolvimento do poeta. c) Há a preferência por sonetos e versos decassílabos ou alexandrinos. d) A poesia é descritiva, tomando como tema objetos, fenômenos naturais, aproximando-se, muitas vezes, das artes plásticas. e) O preciosismo formal é caro aos parnasianos, eles usavam vocabulário requintado, de palavras raras.

10. Assinale a alternativa cujos termos preenchem corretamente as lacunas do texto inicial. Esses

10. Assinale a alternativa cujos termos preenchem corretamente as lacunas do texto inicial. Esses poetas dedicavam-se, muitas vezes, a escrever sobre um "vaso grego", uma "taça de coral", uma "brilhante copa". Ao mesmo tempo em que admiravam os "áureos relevos", o "fino lavor" e o som "canoro e doce" desses objetos, viam-se a si mesmos como artesãos do verso, verdadeiros "ourives" da língua. Essa tendência preciosista teve em. . . e. . . dois dos principais representantes, dentro do estilo. . . a) Castro Alves e Gonçalves Dias - romântico b) Olavo Bilac e Alberto de Oliveira - parnasiano c) Gonçalves Dias e Olavo Bilac - romântico d) Alberto de Oliveira e Castro Alves - parnasiano e) Gonçalves Dias e Alberto de Oliveira - parnasiano

11. Com a poesia parnasiana, passaram a ser valorizados a) o culto preciosista da

11. Com a poesia parnasiana, passaram a ser valorizados a) o culto preciosista da forma e o recurso aos padrões da estética clássica. b) a expressão espontânea dos sentimentos e o idealismo nacionalista. c) os obscuros jogos de palavras e o sentimento de culpa religioso. d) a expressão em versos brancos e os detalhes concretos da vida cotidiana. e) as paisagens de natureza melancólica e o estilo grave das confissões. 12. Olavo Bilac e Alberto de Oliveira representam um estilo de época de acordo com o qual a) o valor estético deve resultar da linguagem subjetiva e espontânea que brota diretamente das emoções. b) a forma literária não pode afastar-se das tradições e das crenças populares, sem as quais não se enraíza culturalmente. c) a poesia deve sustentar-se enquanto forma bem lapidada, cuja matéria-prima é um vocabulário raro, numa sintaxe elaborada. d) devem ser rejeitados os valores do antigo classicismo, em nome da busca de formas renovadas de expressão. e) os versos devem fluir segundo o ritmo irregular das impressões, para melhor atender ao ímpeto da inspiração.

GABARITO 1–E 2–B 3–D 4–E 5–A 6–C 7–B 8–E 9–B 10 – B 11

GABARITO 1–E 2–B 3–D 4–E 5–A 6–C 7–B 8–E 9–B 10 – B 11 – A 12 – C 13 – E