Paradigma Alternativo em Estudos de Usurios Apresentao de

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Paradigma Alternativo em Estudos de Usuários Apresentação de exemplos de estudos

Paradigma Alternativo em Estudos de Usuários Apresentação de exemplos de estudos

Relembrando. . . • Paradigma tradicional: ênfase nos sistemas de informação, no uso da

Relembrando. . . • Paradigma tradicional: ênfase nos sistemas de informação, no uso da informação por pessoas vinculadas a determinadas instituições • Paradigma alternativo: ênfase nos usuários, cognitivista, lacunas nos sujeitos que devem ser preenchidas por informações

 • Paradigma social: ü crítica ao paradigma alternativo que considera o usuário isolado,

• Paradigma social: ü crítica ao paradigma alternativo que considera o usuário isolado, como se não fosse também determinado pelas relações sociais, políticas e econômicas (FROHMANN, 2008). ü Sujeito não é vazio, cada novo conhecimento se relaciona com os conhecimentos de mundo que o indivíduo já possui. Conceitos de “valor” e “imaginação” para análise da informação (ROJAS, 2005). ü Conceitos coletivos construídos socialmente por todas as pessoas. Tais conceitos são usados pelos sujeitos para analisarem a informação (HJORLAND, 2002) (ARAÚJO, 2010)

Primeiro exemplo SILVA, M. G. da. Informação e a população carcerária: estudo de usuários

Primeiro exemplo SILVA, M. G. da. Informação e a população carcerária: estudo de usuários de informação na Penitenciária José Maria Alkmim, Ribeirão das Neves, MG. 2008. 143 f. Dissertação (Mestrado) Escola de Ciência da informação, Universidade federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.

Inquietação do autor: Como os presos produzem, buscam e usam informação? Tendo em vista

Inquietação do autor: Como os presos produzem, buscam e usam informação? Tendo em vista o indivíduo como usuário da informação frente às instituições sociais punitivas. (SILVA, 2008).

Os referenciais do autor Busca em Dervin o conceito de informação: informação é aquilo

Os referenciais do autor Busca em Dervin o conceito de informação: informação é aquilo que faz sentido ao indivíduo Busca na Sociologia do crime entendimento sobre criminalidade, punição e instituição prisional. Traça paralelo entre Sense-Making e Etnometodologia. Delineia as relações existentes na sociedade dos cativos (SILVA, 2008, p. 2).

1. Aportes metodológicos • Entrevistas realizadas com 4 apenados em regime fechado, 10 apenados

1. Aportes metodológicos • Entrevistas realizadas com 4 apenados em regime fechado, 10 apenados em regime semiaberto e 2 agentes penitenciários. A amostra dos apenados corresponde a 2%. • Comparar o comportamento dos dois grupos • A escolaridade foi considerada como subsídio para se relacionar a educação com a informação • A natureza do crime teve papel secundário • Existe um nível de homogeneidade nas respostas coletadas • Foi realizado um pré-campo por 2 semanas, com 5 apenados em regime semiaberto.

1 Aportes metodológicos • Entrevista com os agentes penitenciários: suplementar os dados coletados e

1 Aportes metodológicos • Entrevista com os agentes penitenciários: suplementar os dados coletados e criar um contraponto • Uso de entrevista semiestruturada baseada na metodologia Micro-Moment Time –Line Interview (MMTLI). • Buscou-se a Etnometodologia para compreender a ação social na entrevista e na interpretação dos relatos: assumimos que só podemos compreender o entendimento informacional relatado pela população carcerária se mantivermos suas linhas de ação, se preservarmos o contexto (SILVA, 2008, p. 81). • Não foram estabelecidas categorias a priori.

1)Aportes metodológicos • Eixos: acesso à educação, assessoria jurídica, situação no trabalho, lazer. •

1)Aportes metodológicos • Eixos: acesso à educação, assessoria jurídica, situação no trabalho, lazer. • Três etapas: identificação, sujeição criminal(elementos que corroboraram com o cometimento do delito) e a vida no cárcere. • Relação de poder: a interferência do responsável pelo setor pode influenciar a pesquisa, o apenado pode entender que é obrigado a participar. • Barreiras: uma pessoa não quis participar; desconforto e desconfiança do entrevistado

Contextualização da pesquisa • Contextualização da Penitenciária Agrícola de Neves • Surpresa em encontrar

Contextualização da pesquisa • Contextualização da Penitenciária Agrícola de Neves • Surpresa em encontrar um ambiente diferente do que foi imaginado • Descrição do código de conduta construído pelos presos • Descrição do comportamento infantilizado dos presos

Necessidades, sentidos e usos • O que aparece nas entrevistas: ü Negação do crime

Necessidades, sentidos e usos • O que aparece nas entrevistas: ü Negação do crime ü Não conformismo com a situação ü O papel policial da justiça é encarado como normal e, por outro lado, a justiça é considerada falha e opressora. ü A ideia de que a lei pune com maior rigor quem tem menos condições financeiras ü Sentimento de abandono, principalmente por parte do Estado.

Necessidades, sentidos e usos ü A informação captada do mundo exterior nem sempre faz

Necessidades, sentidos e usos ü A informação captada do mundo exterior nem sempre faz sentido para o preso. Vocês todos acham que aquele murão alto ali é pra nós não sair pra fora? Não! Aquele muro alto ali, uma porcentagem mínima é pra que nós não saia, e o outro total todo é pra que nada chegue até nós! Que tudo fique entre muros. Aquele muro é pra isso. Não é pra nós fugir não. (A. G. S. ) ü Não é de interesse do Estado que a informação chegue até o apenado.

Necessidades, sentidos e usos • Os apenados se consideram bem informados. Para os entrevistados

Necessidades, sentidos e usos • Os apenados se consideram bem informados. Para os entrevistados ser bem informado é acompanhar as noticias da imprensa. • Os condenados (já estabelecidos na instituição) possuem mais informações sobre as rotinas da cadeia que os próprios funcionários. • Pouco se identificou sobre os padrões desenvolvidos dentre os mecanismos do Sense. Making.

Três facetas da construção de sentido informacional: necessidade de informação fontes de busca uso

Três facetas da construção de sentido informacional: necessidade de informação fontes de busca uso da informação

 • Sobre a necessidade: Eles não entendem a carência de informações sobre a

• Sobre a necessidade: Eles não entendem a carência de informações sobre a rotina carcerária como um fator para se considerar mal informado. • As lacunas se encontram: ü na ação de se informar. O indivíduo se vê subordinado e dependente da instituição. ü na necessidade de informações jurídicas. ü quando se chega à penitenciária. ü no trabalho. ü na educação técnica

 • Sobre as fontes: ü Houve divergências entre os entrevistados sobre acesso às

• Sobre as fontes: ü Houve divergências entre os entrevistados sobre acesso às fontes de informação: ü O contato direto com o magistrado e canais informais (os presos mais velhos). ü Os entrevistados não confiam nos advogados para terem o conhecimento sobre o levantamento da pena; contam com a disposição da família. ü A família é o principal vínculo físico e informacional do apenado com o exterior. ü Uso de códigos penais.

 • Sobre o uso: ü A procura por instituições como Defensoria Pública, Ministério

• Sobre o uso: ü A procura por instituições como Defensoria Pública, Ministério Público e Tribunais de Justiça seria consequência do acesso a fontes de informação para cobrir determinada lacuna, essa seria a etapa final do Sense Making. É necessário o conhecimento prévio do apenado sobre seus direitos para que ele busque apoio em instituições voltadas para ele. ü Para aprimoramento do crime ü Para a reeducação.

Necessidades, sentidos e usos • Alguns entrevistados corroboram com a ideia de que cadeia

Necessidades, sentidos e usos • Alguns entrevistados corroboram com a ideia de que cadeia é uma “escola do crime”. • Outros confirmam a cultura marginal, mas relativizam a aprendizagem do crime. • Os indivíduos acumulam informações sobre o crime porque elas fazem sentido para o seu momento situacional. • A informação para o trabalho: a necessidade de se ter outras opções de trabalho. Os apenados têm profissões típicas do meio urbano e o trabalho oferecido na cadeia é típico do meio rural.

 • Na fala do agente: Mas aprende, né? Ele faz isso aí ou

• Na fala do agente: Mas aprende, né? Ele faz isso aí ou pelo menos o básico ele faz. Tem que ter é o cara especialista, O cara que sabe mexer com gado, pessoa que sabe mexer com pasto, tirar um leite, castrar um animal. Isso é normal em fazenda, na parte de pecuária. Agora, na parte de hortaliças, você precisa de alguém que saiba plantar. O governo tem tanto suporte técnico, tem Emater. . . Eu acho um absurdo uma penitenciária deste tamanho não produzir absolutamente nada! É um desperdício de recurso tão grande! (A. ) • A biblioteca da cadeia é associada à leitura de lazer • Os apenados em regime fechado possuem mais tempo para a leitura. • A televisão e o rádio são as fontes de informação para o lazer.

Considerações finais • Algumas necessidades e fontes potenciais não foram determinadas: revistas masculinas, a

Considerações finais • Algumas necessidades e fontes potenciais não foram determinadas: revistas masculinas, a economia marginal, contrabando interno ou a questão das drogas. Possivelmente devido à intimidação representada por um elemento exterior ao cárcere. O papel de possíveis lideranças não foi identificado. • O fenômeno da construção de sentido não foi aprofundado devido ao formato da pesquisa e a disponibilidade de trabalho com os apenados.

Considerações finais • Não existem obstáculos para o sentenciado que esteja motivado a ter

Considerações finais • Não existem obstáculos para o sentenciado que esteja motivado a ter acesso à informação. • Fica a sugestão de realização de outros estudos mais aprofundos usando a metodologia sense-making.

Segundo exemplo SILVA, Ronaldo Alves. As práticas informacionais das profissionais do sexo da zona

Segundo exemplo SILVA, Ronaldo Alves. As práticas informacionais das profissionais do sexo da zona boêmia de Belo Horizonte: descrição do objeto de pesquisa e apresentação dos resultados. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 11, 2010. Anais. . . Rio de Janeiro, 2010.

Elementos conceituais • Conceitualização da prostituição • Imagem da prostituição: mulher livre x mulher

Elementos conceituais • Conceitualização da prostituição • Imagem da prostituição: mulher livre x mulher excluída • Profissional do sexo • Estudos de usuários • Etnometodologia: cotidiano dos indivíduos, o central é a ação Paradigma social da CI: a oferta de sentido depende de uma série de fatores ligados ao mundo social.

Usuários são sujeitos em seus contextos de ação e o uso da informação é

Usuários são sujeitos em seus contextos de ação e o uso da informação é uma ação que sofre a influência de suas interações com os outros sujeitos e com o meio

Análise dos 3 conceitos dos E. U. 1. Usuário: qualquer indivíduo. A informação serve

Análise dos 3 conceitos dos E. U. 1. Usuário: qualquer indivíduo. A informação serve ao propósito do usuário no momento e contexto da ação. 2. Necessidade de informação: desejo de saber ou resolução do problema. 3. Prática informacional: mecanismos mediante aos quais significados, símbolos e signos culturais são transmitidos, assimilados ou rejeitados pelas ações e representações dos sujeitos sociais em seus espaços instituídos e concretos de realização.

3. Prática informacional: os indivíduos constroem suas próprias definições do que é informação e

3. Prática informacional: os indivíduos constroem suas próprias definições do que é informação e necessidade de informação. Envolvem o reconhecimento das necessidades, a busca e o uso de informação, em uma perspectiva que considera as ações e interações dos indivíduos como fator que os permitem dar significado a estas práticas.

Metodologia usada • • • 1. 2. 3. 4. Qualitativa para coleta e análise

Metodologia usada • • • 1. 2. 3. 4. Qualitativa para coleta e análise dos dados Entrevista semi-estruturada e observação Quatro eixos para análise: Trabalho Legislação penal Saúde Cotidiano

Análise dos dados 1. Trabalho: ü Regulamentação da profissão 2. Legislação penal: ü A

Análise dos dados 1. Trabalho: ü Regulamentação da profissão 2. Legislação penal: ü A legalidade ou ilegalidade das ações que envolvem a prostituição não são totalmente compreendidas ü Proxeneta e tráfico de pessoas ü Incentivo à prostituição

Análise dos dados 3. Saúde: ü Informações disseminadas por agentes de saúde, ONG’S, grupos

Análise dos dados 3. Saúde: ü Informações disseminadas por agentes de saúde, ONG’S, grupos de pesquisa ü Práticas repassadas entre as mulheres ü Temas: estresse, dependência química, fadiga, problemas alérgicos, excesso de relações, higiene, depressão

Análise dos dados 4. ü ü ü Cotidiano: Onde trabalhar Como ingressar na atividade

Análise dos dados 4. ü ü ü Cotidiano: Onde trabalhar Como ingressar na atividade Preço e negociação do programa Segurança: alertas sobre clientes Fuga de problemas: uso da televisão, literatura (inclusive religiosa) e internet ü Investimento na formação para sair, futuramente, da prostituição ü Dificuldade de adaptação ao mercado de trabalho formal daquelas que abandonam a prostituição

 • A realidade é considerada como um fator de intervenção, o indivíduo precisa

• A realidade é considerada como um fator de intervenção, o indivíduo precisa se adaptar à realidade • Considera a formação informacional do usuário no plano individual, como se sua consciência fosse um elemento desvinculado da sociedade: usuário atribui sentido.

Referências ARAÚJO, C. A. A. Estudos de usuários conforme o paradigma social da ciência

Referências ARAÚJO, C. A. A. Estudos de usuários conforme o paradigma social da ciência da informação: desafios teóricos e práticos de pesquisa. Inf. , Londrina, v. 15, n. 2, p. 23 -39, jul. /dez. 2010. DERVIN, B. From the mind’s eye of the user: the sense-making qualitativequantitative methodology. In: GLAZIER, J. ; POWELL, R. Qualitative research information management. Englewood: Libraries Unlimited, 1992, p. 61 -84. FERREIRA, S. M. S. P. Novos paradigmas e novos usuários de informação. Ci. Inf. , Brasília, v. 25, n. 2, 1996. LIMA, A. Aproximação crítica à teoria dos estudos de usuários de bibliotecas. Londrina: Embrapa-CNPSo; Brasília: Embrapa-SPI, 1994. MARX, K. La ideologia alemana. Barcelona: Grijalbo, 1972. REIS, A. S. Retórica-Ideologia-Informação: questões pertinentes ao cientista da informação? Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 4, n. 2, p. 145 -160, jul. /dez. 1999.