O Servio Social e a Tradio Marxista Jos
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O Serviço Social e a Tradição Marxista –José Paulo Netto Revista Serviço Social e Sociedade, Nº 30
�Duas Vertentes Culturais Antagônicas �Vertentes culturais em que se inserem o pensamento de Marx e o Serviço Social possuem dois movimentos diversos: um que estabelece um denominador comum entre estes protagonistas e outro que assinala o antagonismo genético entre eles; (p. 90)
�Denominador comum: o que é piso comum a Marx e ao Serviço Social são os quadros macroscópicos da sociedade burguesa. �Tanto a obra marxiana quanto o Serviço Social são impensáveis fora do âmbito da sociedade burguesa; �Ambos têm como substrato imediato a Questão Social –Conjunto de problemas econômicos, sociais, políticos, culturais e
�Diferença: primeiros Industrial A Questão Social surge nos momentos da Revolução �Marx confronta-se com ela, teórica e politicamente, ainda no período capitalismo concorrencial clássico; �O do Serviço Social foi tomado como profissão a partir do trânsito do capitalismo concorrencial à idade do monopólio, ao estágio imperialista.
�Para Marx, Questão Social é um complexo de processos absolutamente indissociável do capitalismo; �O capitalismo é a produção e a reprodução contínua e ampliada da Questão Social; �A superação da Questão Social demanda a ultrapassagem dos marcos do capitalismo. (p. 90)
�Pressuposto do Serviço Social: enfrentamento da Questão Social nos marcos do capitalismo; �O Serviço Social surge vocacionado para subsidiar a administração da Questão Social nos quadros da sociedade burguesa �A efetiva conexão histórico-social não se passa entre estes dois termos, mas entre Serviço Social e Questão Social sob o capitalismo dos monopólios; �A profissão só emerge na idade do monopólio, quando o Estado burguês desenvolve formas sistemáticas, estratégicas e coesivas para enfrentar
�O papel da Questão Social como denominador comum da obra marxiana e do Serviço Social é pouco significativo, se comparado com o que os distingue. �Antagonismos entre as vertentes culturais: �A vertente cultural a que Marx se vincula surge no Iluminismo e ganha densidade nas propostas e organizações do movimento operário e socialista pré-1948. �É a vertente revolucionária à qual Marx se conecta num processo em que a inflete medularmente, ao
�Vertente que só deixará de ser moderna quando a socialidade burguesa se exaurir; �Marx: pensador inserido na ordem burguesa, ainda que a sua pesquisa seja toda direcionada para derruir e ultrapassar esta ordem; �A tradição revolucionária de Marx concretiza a autoconsciência do ser social nos marcos do capitalismo : o máximo grau de conhecimento teórico possível do ser social sobre si mesmo na sociedade
�A vertente revolucionária é contrária à vertente que se prende o Serviço Social; �Vertente conservadora: surge como reação à revolução francesa e exaltava o Antigo Regime. �Influenciada pelos ideólogos da Restauração: desenvolvimento agregou componentes reacionários e conservadores. �O Serviço Social é uma das concretizações profissionais da vertente conservadora, quando ela, na passagem do capitalismo concorrencial à idade do monopólio, transita para a intervenção, a gestão e a administração institucionais de variáveis que concorrem na Questão Social. (p. 92)
�Vertente conservadora: herda o estilo de pensar positivista e cristaliza a auto-representação do ser social funcional aos marcos do capitalismo consolidado. �O pensamento de Marx funda uma teoria social: sua pesquisa está centrada na análise radicalmente crítica da emergência, do desenvolvimento, da consolidação e dos vetores de crise da sociedade burguesa e do ordenamento capitalista. �De um lado, a história aparece como o próprio constitutivo da reflexão teórica e a tensão entre razão e história se resolve no seu plano mesmo; �A razão se historiciza e a história se torna
�Não se propõe como matriz ideal, modelo intelectivo ou paradigma de explicação do real; �Se instaura como reprodução ideal do movimento real do próprio ser social; �Como reprodução, no nível da razão, do modo de ser do ser social; �Perspectiva da totalidade: a sociedade é apreendida como uma totalidade concreta, dinâmica e contraditória, que se constitui de processos que, eles mesmos, possuem uma estrutura de totalidade, de maior ou menor complexidade. (p. 93)
�Concepções teórico-metodológicas marxianas contrastam com o Serviço Social; �Serviço Social não é uma teoria; é uma profissão, porém, uma profissão que se institucionaliza e se afirma nutrindo-se de um conjunto de saberes ancorados numa vertente teórica (pensamento conservador) antagônica à tradição marxiana. �Vertente conservadora: fundou as chamadas ciências sociais como disciplinas autônomas e particulares, embasadas no suposto de que a sociedade se estrutura segundo níveis a que se atribui uma especificidade que permite e legitima saberes (também específicos): economia, sociologia, antropologia, psicologia, etc. (p. 93)
�Estes “recortes” são considerados com a intenção de que não esgotem a realidade social. �Totalidade é substituída pelo “todo”, considerado como integração funcional de “partes” e capturado pela perspectiva da inter ou multidisciplinaridade. �Estes saberes, que tem inspiração nas ciências da natureza, são costurados pelo racionalismo formal e incorporados pelo Serviço Social interferindo na construção do objetivo profissional de intervenção.
Aproximação inviesada �Desde os anos 80 do século XIX, a obra de Marx começa a ser convertida transformando-se em marxismo, ou seja, em doutrina. (p. 94) �A partir da década de 50 do século XX, o marxismo institucional entra em colapso e a tradição marxista, englobando a obra marxiana, configura-se num leque de expressões muito diferenciadas; (p. 95)
�Impossível, portanto, falar em marxismo – impôs- se a constatação da existência dos marxismos; (p. 95) �A arquitetura teórica marxiana está fundada no triplo critério: o método crítico-dialético, a teoria do valor-trabalho e a perspectiva da revolução; (p. 95) �As chamadas ciências sociais, oriundas da tradição conservadora, sempre travaram um debate implícito com a herança marxiana, no sentido de desqualifica-la; (p. 95)
�A partir da década de 50 a tradição marxista passa a influenciar as correntes “críticas” das ciências sociais, mas através de uma lente de divisão do saber que acaba por operar uma diluição do pensamento marxiano: para os sociólogos “críticos” Marx é sociólogo, para os economistas, é economista etc. (p. 95 -6) �Esta incorporação problemática de Marx pelas chamadas ciências sociais favoreceu a sua interlocução com setores do serviço social.
�Confrontados com os impasses da intervenção profissional, os assistentes sociais mais inquietos voltaram-se para aquelas correntes “críticas”. (p. 96) �Contudo, o diálogo maior entre setores do serviço social e a tradição marxista se configura a partir da década de 60, envolvendo segmentos profissionais, principalmente docentes em algumas áreas capitalistas desenvolvidas e em muitas periféricas; (p. 96)
�Três fenômenos precipitaram o diálogo: a crise do Serviço Social tradicional, a pressão exercida pelos movimentos revolucionários e a rebelião estudantil; (96 -7) �A inoperância dos padrões profissionais consagrados pela tradição, bem como de suas referências ideais, frente aos processos de precipitação e efervescência sociais emergentes deflagrou um movimento de politização que vinculou os outros dois fenômenos citados; (p. 97)
�Resultado: Aproximação muito peculiar de setores do serviço social à tradição marxista, com três traços interligados: �Aproximação se deu sob exigências teóricas reduzidas; (p. 97) �Referência à tradição marxista vinha a partir de sua vinculação a determinadas perspectivas prático-políticas e organizacional-partidárias. (p. 97) �Aproximação não se deu às fontes marxianas, mas a divulgadores e pela via de manuais de qualidades discutíveis.
�Sem questionar o aspecto positivo e progressista da aproximação, o saldo teórico-analítico foi frágil; (p. 97) �A riqueza e a complexidade do pensamento de Marx raramente tocaram as cordas do Serviço Social. (p. 97) �O que ocorreu foi uma aproximação enviesada de setores do serviço social à tradição marxista; um viés derivado dos constrangimentos políticos, do ecletismo teórico e do desconhecimento das fontes clássicas.
Possibilidades de interlocução �Os avanços e equívocos derivados dessa aproximação enviesada – mais todo um conjunto de processos externos e internos à profissão – desenharam, nos anos mais recentes, uma base mais sólida para recolocar a questão da interlocução entre setores do serviço social e a tradição marxista. (p. 98)
�Esta nova interlocução, superadora do viés que marcou a aproximação inicial, não se viabiliza apenas por atos de vontade de alguns profissionais. Encontra suportes histórico-sociais: �As condições de trabalho da categoria profissional, que aproxima-se cada vez mais da classe trabalhadora; �A centralidade da tradição marxista para compreender a sociedade burguesa contemporânea; �A atualidade do processo da revolução; (p. 98 -9)
�A projeção mais provável é a de que a interlocução entre setores do Serviço Social e a tradição marxista deverá aprofundar-se e acentuar-se; (p. 99) �A tradição marxista poderá nos oferecer elementos cruciais para: �Compreender o significado social da profissão, colaborando com o enfrentamento das crises de identidade; �Iluminar a nossa intervenção socioprofissional; �Dinamizar a elaboração teórica dos assistentes sociais. (p. 99)
�Os ganhos desta interlocução seriam de mão dupla. Nela, a tradição marxista pode receber dos assistentes sociais: indicações de áreas teóricas a serem melhor apuradas ou revisadas; indicações de realidades e processos a serem objeto de investigação;
Três pontuações elementares: �Sem Marx, e a tradição marxista, o serviço social tende a empobrecer-se, correndo o risco de perder determinações essenciais da sua prática, de fragilizar sua reflexão teórica e de isolar-se dos debates contemporâneos; �Sem considerar as práticas dos assistentes sociais, a tradição marxista pode deixar escapar elementos significativos da vida social;
�Por mais que seja rigorosa, intensa e extensa a interlocução com a tradição marxista, não se constituirá um serviço social marxista. Enquanto profissão, o Serviço Social sempre contemplará uma inclusividade, incorporando diferentes expressões do pensamento contemporâneo;
CONCLUSÃO �A ultrapassagem dos marcos da sociedade burguesa e portanto da questão social, implicará a anacronização do Serviço Social e da Tradição Marxista.
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