O Projeto Quilombolando Histrias um projeto que tem
O Projeto: Quilombolando Histórias é um projeto que tem como proposta desenvolver um exercício de cidadania culturalizadora, tendo como referência principal a oralidade que provém da história, das tradições folclóricas e dos costumes cotidianos na vida contemporânea mineira do Quilombola.
As histórias catalogadas serão reproduzidas, e apresentadas em vivências através de “narrações”, implementando dinâmicas que irão promover o reconhecimento e a afirmação do conteúdo de suas oralidades, entre as coordenadoras e os participantes dos encontros culturais comunitários.
OBJETIVOS As comunidades quilombolas mineiras, apesar de fadadas ao ostracismo público, mantêm histórias seculares. Nestes locais, ainda podemos ouvir, e resgatar, histórias sobre os primórdios da formação do estado de Minas Gerais, que também foi vivenciada em senzalas das grandes fazendas e porões de navios negreiros. O objetivo do trabalho será catalogar e divulgar essa história; a oralidade que é transmitida e vivida pelas gerações nas comunidades referenciadas juntamente com suas manifestações culturais e folclóricas.
JUSTIFICATIVA CULTURAL “Eis que nos encantamos com a contribuição de nossos antepassados africanos em nossa cultura. As histórias de tradição oral contadas pelos bisavós. . . tomam o sentido atual da vida contemporânea, redimensionando todo o legado da ancestralidade africana. O resgate da identidade, . . . pode apresentar um recorte ainda velado. . . de uma riqueza capaz de ampliar a nossa produção cultural e artística, contribuindo para um maior reconhecimento do valor do negro e afrodescendentes na construção da identidade cultural brasileira. ” (Cristina Rodrigues Barbosa - Coordenadora no Projeto)
As comunidades quilombolas de Boa Morte, Morte Chacrinha dos Pretos, Pretos Quilombo do Macuco e Açude do Cipó vão sediar as pesquisas, os levantamentos encontros culturais. Posteriormente, tais atividades serão refletidas em Belo Horizonte.
Etapas do projeto O projeto será desenvolvido em cinco etapas, sempre com gratuidade de acesso ao público participante: 1) Pesquisas e levantamentos nas comunidades quilombolas; 2) Reprodução em encontros culturais locais em quatro comunidades mineiras do Quilombola; 3) Mostra Refletiva em Belo Horizonte (*); 4) Publicação de um registro em livro; 5) Realização das apresentações de narração de histórias, tendo no repertório, as estórias publicadas no livro.
A Mostra Refletiva A mostra reflexiva acontecerá em Belo Horizonte. Tem como função estimular os representantes das comunidades, para que este exercício possa ser desenvolvido como contribuição à preservação da oralidade em suas comunidades. Nesta reflexão, estes representantes irão expor a experiência que vivem com a oralidade em suas comunidades e, posteriormente será formalizado um acervo informativo sobre as experiências.
PRODUTO CULTURAL O Livro Tem como objetivo registrar as pesquisas associadas ao conteúdo histórico, folclórico e cotidiano das comunidades associados através de textos e fotografias que vão ilustrar todo o conteúdo apresentado. Tiragem: 500 unidades. Dimensão: 15, 0 x 21, 0 cm Características: Capa em policromia, papel supremo 250 g, plastificada. 152 páginas em policromia, papel off set 90 g, lombada de 9 mm, dobrado e intercalado. Distribuição: Além da distribuição obrigatória para a Biblioteca Luis de Bessa e acervo das coordenadoras do projeto, os demais livros (cerca de 85%) serão distribuídos para centros comunitários e centros de cultura - afro brasileiros e cultura geral – de Minas Gerais. Um percentual a ser negociado será entregue aos patrocinadores. Não haverá venda sobre o total de livros editados.
Apresentações Como forma de democratização do acesso, vamos desenvolver um espetáculo de narração de histórias com base na pesquisa realizada. Em parceria com o incentivador cultural serão escolhidas cinco cidades do interior de Minas que sejam pólos culturais e econômicos. A partir dessas apresentações, as apresentações serão adaptadas também para escolas e demais municípios mineiros.
AS COMUNIDADES BOA MORTE e CHACRINHA DOS PRETOS As comunidades Quilombolas de Boa Morte e Chacrinha dos Pretos se localizam no município de Belo Vale, região central de Minas Gerais. Estão encravadas na Serra da Moeda e seus antepassados trabalhavam nas fazendas locais, com destaque para a fazenda de Boa Esperança com pinturas do famoso Mestre Ataíde, morada do Barão do Paraopeba, integrante da família Monteiro de Barros e Castro. A comunidade de Boa Morte foi constituída ainda no século XVIII e tem como referência de patrimônio Histórico a Igreja de Nossa Senhora de Boa Morte, fundada em 1760. Hoje existem aproximadamente quatrocentas pessoas morando no local.
AS COMUNIDADE DE MACUCO A Comunidade quilombola de Macuco está localizada no município de Minas Novas, no coração do Vale do Jequitinhonha. Existe desde o final do século XIX, e abriga 37 famílias que vivem a difícil realidade da migração sazonal. Sua economia gira em torno das atividades rurais ligadas ao milho, feijão e cana. Sua escola oferece apenas a educação fundamental e não há energia elétrica, água tratada ou posto de saúde. Apesar da pobreza absoluta, os moradores ainda cultivam o hábito de contar histórias e repassar seus valores aos mais novos.
AS COMUNIDADE AÇUDE DO CIPÓ Localizada no município de Jaboticatubas, no entorno do Parque Nacional Serra do Cipó, a comunidade Açude do Cipó preserva uma das maiores riquezas culturais de matriz africana, o candomblé. Ocupando área de onze mil metros quadrados, esta comunidade já convive com a realidade da luz elétrica. Surgiu em meados do século XIX e foi formada a partir da alforria de escravos da fazenda de Cipó Velho. Documentos sobre compra de escravos no Rio de Janeiro ainda contam a história da região. Apenas 11 famílias continuam na localidade e cultivam hortas para o consumo e fazem criação de galinhas.
PÚBLICO ESTIMATIVA ALVO E DE PÚBLICO Na fase de pesquisa, nosso público alvo são os moradores e estudiosos das comunidades quilombolas, sejam eles moradores, estudantes, artistas ou moradores. Durante a mostra reflexiva trabalharemos com os representantes das comunidades quilombolas de Minas Gerais, estudantes, formadores de opinião e a imprensa. A partir das apresentações e da edição do livro buscamos atingir a população, sem distinção de idade, credo ou raça. O livro, inclusive, é uma peça que tem como objetivo central a divulgação e democratização universal das informações coletadas.
ESTIMATIVA DE PÚBLICO A estimativa inicial de público é a mobilização de 1500 membros das comunidades quilombolas e dos centros de cultura afro-brasileira do estado de Minas Gerais, na primeira fase. Posteriormente, através das apresentações nas cidades pólo, da distribuição dos livros editados e, principalmente, através do trabalho de assessoria de imprensa, esperamos atingir um público total superior a 500. 000 pessoas. Através da lei Rouanet (em aprovação) vamos desenvolver um trabalho de exposição itinerante, levando fotos e objetos catalogados nas comunidades pesquisadas.
COORDENADORAS Cristina Barbosa é educadora com especialização em Arte e Educação da Palavra Oral à Escrita pela PUC Minas. Diversas vezes premiada em concursos promovidos pelos órgãos de cultura e educação do município de Belo Horizonte, é Professora da rede pública estadual de Minas Gerais e foi contadora de histórias e representante da editora Melhoramentos em Belo Horizonte. Como ministrante de oficinas, tem atuação destacada em eventos do Senac, Fundação AMAE para Educação e Cultura, Organização Mundial de Educação PréEscolar – OMEP, EDUCARE. Participou de inúmeros projetos educativos e culturais, com destaque para “Conto às Sete em Ponto” do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, “BH Gerais” da WAY TV, em parceria com o canal National Geografic Chennel e Instituto Cultural Aletria. Por ser referência na área, apresentou-se na TV Horizonte e “Brasil das Gerais”, na Rede Minas.
COORDENADORAS Especialista em arte e educação pela Puc Minas, Sandra Lane trabalha como educadora na Rede Municipal da capital e há onze anos desenvolve profissionalmente atividades relacionadas com a narração de histórias. Participou de concursos de narração de histórias, recebendo prêmios conferidos pela Prefeitura de Belo Horizonte, Tribunal de Justiça de Minas Gerais e Shopping City Mall. Já editou três cds de narração de histórias. Através de parcerias com Rubinho do Vale e Gilmar de Oliveira gravou cantigas e brincadeiras inspiradas nas origens da cultura brasileira. Integra o elenco de contadores de histórias do programa infantil Dangobalango da Rede Minas e é presidente e diretora artística do “Passaredo Contadores de Histórias”, que desenvolve trabalhos com jovens de áreas de vulnerabilidade social.
COORDENADORAS Pedagoga graduada em Orientação Educacional e pós graduada em arte educação e artes visuais, Maria Lecy Santos Almeida trabalhou no projeto Minas Olímpica (2006/2007) e no Colégio Anchieta. Desenvolveu diversos trabalhos de direção e roteirização de vídeos documentários, destacando-se “ 100 Anos de JK - Juscelino Menino”, exibido no Palácio das Artes no Centenário de JK, “Fincando Raízes”, exibido no Festival Roraima, “Um Giro Pelas Repúblicas”, gravado em Ouro Preto, além de documentação de trabalhos com crianças como “O Brincar e a Criança de 0 a 6 anos” e o ”Projeto Usina de Creches” para a AMAS BH, voltado para a formação de professores de creches comunitárias. Desde 1998 é pesquisadora atuante da arte negra e desenvolve oficinas de arte educação em comunidades negras, especialmente no quilombo do Baú, no Serro. É palestrante do curso de capacitação e história afro-brasileira e africana da UEMG e freqüenta regularmente cursos de atualização sobre educação e cultura negra.
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