O potencial de crescimento brasileiro revisitado Regis Bonelli
O potencial de crescimento brasileiro (revisitado) Regis Bonelli IEPE / Casa das Garças 25/04/2008
Introdução • Trabalho em elaboração, parceria com E. Bacha, continuação de anterior (2002) • Apresentar e discutir métodos, aproximações e resultados preliminares – Séries de dados agregados são às vezes precárias – Mostrar um pouco mais dos detalhes por trás das estimativas para receber sugestões • Cenários de possibilidades de crescimento • Questões em aberto, temas em elaboração
Hipóteses e bases de dados • Função de produção Cobb-Douglas com retornos constantes, capital e trabalho • A é a Produtividade Total dos Fatores, obtida residualmente (log - linear) • Hipóteses, bases de dados, aproximações • Ênfase na produtividade (PTF) • Dados anuais desde o começo do sistema de Contas Nacionais
Utilização de capital (u) • Qual uma boa medida para variável não observável u? • Existem medidas diretas para a indústria, volátil • Objetivo estimativa: Suavizar movimentos da utilização de capital na indústria, atividade mais volátil • Sugestão - Média ponderada de 3 componentes: – agropecuária – “non-farm business” (indústria + comércio + transportes & comunicações + financeiro, etc) – “non-business” (governo, aluguéis, outros serviços, etc. )
u é uma média ponderada de 3 setores • Agropecuária: trend passando pelos picos de produção (1949, 1961, 1981, 2003) (=1) • “Non-farm business”: FGV indústria normalizado (1973 = 1) – (antes de 1968, aproximação B&B) • “Non-business”: sempre plena (= 1) • Ponderação: participação no VA (cf antigas, pb novas) • Pesos mudam com o tempo • Ex: agro peso máximo de 26% em 1952, 7% em 2007; non-farm business: 44% em 1952, 63% em 2007
Comparação com UTCAP FGV
Obs. • Muita variabilidade nas taxas médias de u por períodos • Existe relação entre utilização de capital (capacidade) e volatilidade do crescimento do PIB? • Aparentemente, sim • (final)
Série do estoque de capital (K) • Lucilene Morandi / IPEADATA até 2005 • J. Ronaldo (2006) • Estimativa 2007 método do estoque perpétuo (eterno) com depreciação de 4, 5% e aumento da FBCF de 13, 7% • Distinção entre estoque no fim do ano e médio • Estoque médio anual (média 31/12 anos consecutivos) • Preços de 2000
Taxas de crescimento do capital utilizado (u. Kmd)’
Produtividade do Capital (v=Y/u. Kmd) (pró-cíclica? )
Número de pessoas ocupadas (L) • Censos Demográficos 1940 -2000 (benchmarks) • Até 1999: interpolação nos anos intercensitários • Baseada no crescimento da relação capital-trabalho (k = u. Kmd / L) entre censos – g {k[t]} = taxa de crescimento média de k inter-censos (por décadas) • 2001 e 2002: Taxa de crescimento ocupação das Contas Nacionais • 2003 -2007: Taxa crescimento total pessoas ocupadas da nova PME 5, 3%@ 1940 -50 6, 5 1950 -60 4, 2 1960 -70 5, 9 1970 -80 0, 59 1980 -91 0, 91 1991 -00
Taxas de crescimento da ocupação (formal e informal, inclui sem rendimento)
Produtividade da mão de obra 1947 -2007 (nível, preços de 2000) (Taxas: 4, 11% 1948 -1980; 0, 82% 1991 -2007) (pró-cíclica? )
Questões adicionais Correção para o capital humano? Nessa versão, não • Tratamento assimétrico (não se faz correção para a “qualidade” do capital) • Não existe produtividade da mão de obra corrigida para levar em conta o capital humano • Imputa parte da PTF ao fator trabalho (algo arbitrariamente): • Pode distorcer resultados, dependendo do tratamento da escolaridade (proxy usual) e do crescimento diferenciado por grupos de escolaridade (exemplo seguinte)
Exemplo • Força de trabalho = 100 milhões trabalhadores (66, 4 não qualificados e 33, 6 qualificados) • Emprego não qualificado ÑQ permanece constante • Emprego qualificado Q cresce 8% @ • (+ - taxa dos trabalhadores com ensino médio, 1997 -2005) • Participação ÑQ na renda = 0, 21 • Participação Q na renda = 0, 43 • (total insumos trabalho = 0, 64) • Sem distinguir ÑQ e Q, insumos mão de obra crescem 1, 83% (= 0, 64 x 2, 69%) L de 100 102, 69 milhões • Separando ÑQ e Q, insumos L crescem 3, 44% (= 0, 21 x 0 + 0, 43 x 8%)
Questão adicional • Ponderações K (α) L (1 -α) • Participações na renda são as elasticidades
Participação funcional da renda, 1990 -2005 (%)
Participação funcional da renda (sugestão)
Elasticidades K (α) e L (1 -α) Gráfico anterior: últimos anos α = 0, 47 (mas) – Cobb-Douglas estimada com Y/L = f(K/L) α = 0, 7 – Incluindo produtividade mão de obra defasada α = 0, 65 no LP (steady state) – Modelo em primeiras diferenças α = 0, 69 Peso adotado: α = 0, 5 (anos anteriores a 1990 α é um pouco mais alto)
Crescimento da Produtividade Total dos Fatores (A) em % (medida residual de eficiência produtiva)
Decomposição do crescimento
Produtividade A é pró-cíclica?
Kaldor - Verdoorn • Produtividade é pró-cíclica devido às economias de escala na indústria (especial, mas não unicamente) • Parte da PTF seria devida (entre muitas outras coisas) às economias de escala, pois supusemos retornos constantes na função de produção • Teste dessa hipótese não é trivial: correlacionar crescimento da produtividade e do PIB diretamente? • Sugestão: usar capital e/ou mão de obra como proxy para o nível de atividade, para captar mudanças no ritmo de crescimento do nível de atividade • Nível de investimento (FBCF)? • Mão de obra não deu bons resultados
Regressões com capital u. K • 1º • 2º • 3º Modelo em primeiras diferenças dos logaritmos: coeficiente de delta(u. Kmd) = 0, 22 (erro padrão de 0, 072)
Potencial de crescimento • Função de produção (necessário projetar K, L e A) • Exógenas • Parâmetros • Projeções condicionais • Alternativas
Crescimento do capital • Bacha & Bonelli • K’ = s. u. v. (1/p) – δ – s taxa de poupança (FBCF) – u utilização de capital – v produtividade do capital – p preços relativos da FBCF (relação entre o deflator da FBCF e o do PIB) – δ taxa de depreciação
Taxa poupança s (taxa FBCF)
Utilização de capital (u)
Produtividade do capital (v)
p (preços relativos da FBCF)
p últimos anos
Hipóteses para o crescimento do capital (5 anos) (Base: 2007) • u aumenta de 0, 963 para 0, 97 ano inicial e fica constante • v aumenta 1% ao ano (taxa de 2001 -2007) • p mantém valor de 2007 • δ = 0, 045 • s? Cenário base aumenta de 0, 176 para 0, 21
Resultados K : crescimento médio de 4, 5% ao ano (estoque em 31. 12)
Cenário base Função de produção: Hipóteses adicionais • Produtividade: aumenta segundo equação apresentada (modelo auto-regressivo) • L: cresce 2, 5% ao ano • PIB cresce 5, 4% ao ano neste cenário
Cenários alternativos • • • Hipóteses: v = 0, 47 u = 0, 97 Faixa de crescimento da PTF: 1, 0 e 2, 0% ao ano Aproximação linear Y’ = PTF’ + α. u. v. (Taxa de FBCF) + cte = (1 - α)L’ – α. δ / (1 + t[u. K]) = – 0, 005 (aprox. )
Crescimento do PIB e Taxa de FBCF
• Alternativas apresentadas destacam importâncias óbvias: • Produtividade • Taxa de investimento
Agenda para pesquisa futura / extensões 1. Aprofundar estudo determinantes da produtividade – – – Capital humano e produtividade Produtividade e nível de atividade Capital físico e produtividade 2. Função investimento 3. Produto potencial 4. Volatilidade do crescimento do PIB e utilização de capacidade (a seguir)
Volatilidade Y’ e utilização de capacidade u • Volatilidade da taxa de crescimento do PIB (Y’) é dada pelo coeficiente de variação (CV) = desvio padrão/média de Y’ por períodos • u como já definido
Primeiros resultados (7 períodos)
Subdividindo períodos (9)
Períodos desde 1965
Médias móveis de 7 anos (desde 1953)
Médias móveis de 7 anos (desde 1953)
FIM
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