O PERU DE NATAL MRIO DE ANDRADE Mrio




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O PERU DE NATAL – MÁRIO DE ANDRADE Mário de Andrade foi um escritor modernista, crítico literário, musicólogo, folclorista e ativista cultural brasileiro. Seu estilo literário foi inovador e marcou a primeira fase modernista no Brasil, sobretudo, pela valorização da identidade e cultura brasileira. Com Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Menotti del Picchia, formaram o grupo modernista que ficou conhecido como o "Grupo dos Cinco".

O Peru de Natal O narrador, Juca, mora com a mãe viúva, uma irmã mais velha e a tia. O pai sempre foi avesso a festas e agora a família aproveita o primeiro Natal sem ele, celebração conseguida por Juca depois de vencer a resistência das três mulheres que o criaram. Duas gerações que se contrapõem. O conto “Peru de Natal” apresenta uma família patriarcal, feita de aparências, que mantém tradições, demonstrando a grande hipocrisia que predomina durante as reuniões familiares. A obra nos revela uma crítica à ideia que as pessoas têm em relação ao Natal, (comida, bebida, presentes) contrariando totalmente o verdadeiro sentido do Natal, que é o nascimento de Jesus Cristo, a confraternização, o amor, etc. A morte do pai representa a queda do regime patriarcal, dando um fim às frias reuniões de família, enquanto que o Natal representa o nascimento ou despertamento do amor e do desejo que cada um sente em seu coração, de agir com “naturalidade”, ou seja, mostrar que está feliz. O peru é o símbolo da felicidade sem culpa, onde todos se deliciam e desejam, cada vez mais sentir o sabor daquele “peru”, mesmo havendo a “intervenção violenta da ameixa” que, por sua vez, representa a presença forte do pai morto. Após um momento de duelo entre a figura do peru (felicidade, liberdade, etc. ) e a figura do pai (monotonia, frieza, etc. ), o suave sabor do peru acaba por vencer a batalha angustiante.

Contudo, somente após o inconformismo do personagem principal (o filho), diante da situação vivida pela família, que apresentava uma falsa imagem de felicidade, vivendo sob o domínio “cinzento” do pai, e a persistência deste mesmo filho em levá-los a encarar uma nova vida, enfrentando o risco de estar ferindo a memória do “morto”, mas ao mesmo tempo saboreando uma felicidade, talvez nunca antes sentida, é que as demais personagens se sentiram realizadas, mesmo atribuindo a “culpa” ao “louco” (o filho). O personagem principal do texto procura mostrar para a própria família, o ambiente de hipocrisia em que viviam, trazendo para dentro de casa um verdadeiro ambiente familiar, oposto ao que conheciam. O filho provou que as tradicionais reuniões de família eram apenas fachada, e no momento em que o personagem traz a ternura, o compartilhar e a comunhão para o meio de sua família, ele consegue mudar toda a trama, fazendo com que o leitor perceba a realidade da sociedade, onde muitos vivem apenas de aparências, não querendo assumir o seu “fracasso familiar”.

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