O Pequeno Prncipe Antoine de Saint Exupry Quem
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O Pequeno Príncipe Antoine de Saint. Exupéry
Quem, por algum equivoco, pensar que essa obra é da literatura infantil, recomendo ler com outros olhos. É, no meu ver, um dos melhores tratados literários sobre auto-conhecimento, relacionamentos e sentimentos.
Conta a fascinante história vivida pelo autor em um desastre de avião no Saara. Perdido, com pouca água e um problema mecânico no seu avião, Exupèry encontra um ser de outro planeta (o pequeno príncipe) que passa a contar sua vida, seus dilemas e suas visitas a outros planetas. Em cada personagem narrado pelo jovem de cabelos claros é possível encontrar um pouco de nossas qualidades e defeitos. Por fim, o encontro com a raposa (no planeta Terra) faz o pequeno príncipe descobrir a importância de um relacionamento e a incrível diferença entre paixão e amor.
Todos nós temos alguns 'baobás' a serem arrancados e uma rosa que é única a ser cuidada e cultivada. Todos temos ou teremos a necessidade de um por de solitário e reflexivo. Todos temos viagens importantes a serem feitas e pessoas diferentes a conhecer. Todos nós temos pequenos vulcões a serem revolvidos. . .
Em nossa vida, encontramos em nós um Rei com um ‘poder’ e absolutamente ‘nada’ onde este poder pode ser exercido. Mas encontramos também pessoas com uma sabedoria fabulosa: “É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se conseguires julgar-te bem, eis um verdadeiro sábio”.
Encontramos também pessoas como o Vaidoso. E “para os vaidosos, os outros homens são sempre admiradores. ” Pior, eles tem problemas de audição. . . “os vaidosos só ouvem os elogios. ” Você conhece um vaidoso? Pode haver um aí dentro de você. . .
Podemos encontra também alguém como o bêbado que bebe para esquecer da vergonha que sente. Quando indagado “vergonha de quê? ” responde: “vergonha de beber. ” Certamente você já se deparou com pessoas que mentem porque tem vergonha, e seguem mentindo por vergonha da mentira que sustentam. . . Cada um de nós carrega um ‘bêbado’ em nossas próprias mentiras e seguimos, alimentando o vício, mentindo para si mesmo. . .
Nos encontros e desencontros da vida, todos nós já nos trombamos com um homem de negócios, como aquele que acreditava ser dono das estrelas por ser o primeiro a vê-las e se declarar dono delas. Vocês não vão acreditar, mas eu conheço um monte de gente que se acha dono da esposa, do esposo, da namorada, do namorado. . .
Mas o homem de negócios visitado pelo pequeno príncipe vai mais longe. Quando perguntado “para que te serve possuir as estrelas? ” ele responde “serve para ser rico. ” E quando indagado novamente “para que te serve ser rico? Ele é categórico: “para comprar outras estrelas, se alguém achar. ” Alguém consegue entender isso? Parece sem lógica!
Nos tempos modernos, em que as coisas mudam rapidamente é fácil encontrarmos um acendedor de lampiões como aquele que seguia fielmente o regulamento. Continuava a acender o lampião ao anoitecer e apagar ao amanhecer mesmo depois que o planeta passou a dar uma volta por minuto. Há muitos acendedores de lampiões dentro de cada um de nós. O mundo muda e nós continuamos a tratá-lo como se tudo fosse como antes. . .
E quantos geógrafos você conhece? O pequeno príncipe encontrou um. Ele era um teórico que não gostava da prática. Os teóricos sempre acham coisas importantes que os outros não vêem. . . Eles gostam de discursos e palavras bonitas, não de atitudes. E você já reparou que eles adoram julgar os outros? (. . . )
Mas sou capaz de apostar que você também conhece pessoas como a raposa que o pequeno príncipe encontrou no sétimo planeta, a Terra. Ela era tão sábia, bondosa e ingênua. Foi justamente a raposa quem ajuda o pequeno menino a descobrir seus sentimentos pela rosa.
“Cativar é criar laços. ” “Se tu me cativas, nós teremos necessidades um do outro. ” “A gente só conhece bem o que cativou. ”
“Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante. ” “Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativou. ”
“A linguagem é uma fonte de mal entendimentos. ” “ A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar. ”
“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. ”
Encontra-se também na Terra pessoas que nunca estão contente onde estão. . . Não se contentam com nada. . . Estão sempre mau humoradas. . . São insuportáveis. Elas afugentam as pessoas. Encontra-se pessoas apresadas buscando um sentido para o que fazem. . . Muitas vezes passam a vida procurando. . .
Por fim encontra-se por aí pessoas de todo jeito. Ou encontra-se tudo que é jeito dentro de uma pessoa. Essa pessoa pode ser eu, você, ou alguém que se ama muito e que por força do tempo nos cativou. Então não conseguimos mais cortar os laços, mas conseguimos ver de forma diferente, não com os olhos, mas com o coração.
Por isso gosto desta reflexão de Antoine Saint-Exupèry: Cada um que passa em nossa vida passa sozinho. . . Pois cada pessoa é única e nenhuma pessoa substitui a outra. Cada um que passa em nossa vida passa sozinho. . . Mas não vai só, nem nos deixa só: Leva um pouco de nós mesmos. . . Deixa um pouco de si mesmo. . . Há os que deixam muito, mas há os que não deixam nada. Essa é a maior responsabilidade de nossa vida. E a prova evidente de que duas almas não se encontram ao acaso.
Por essas e outras reflexões que recomendo a leitura do livro O pequeno Príncipe!!! Uma boa leitura para todos. Giovani
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