O estudo da cidade O entendimento de que

O estudo da cidade

• O entendimento de que a aprendizagem significativa pressupõe considerar a vivência e os conhecimentos prévios dos alunos; • O fato de que as relações antrópicas com a natureza ocorrem, predominantemente, a partir de uma lógica urbana; • A constatação de que a cidade como cenário contribui para a aplicação de categorias geográficas que permitam entendê-la; • A importância do reconhecimento das cidades como lócus da cidadania.

Para a compreensão do espaço urbano, Alderoqui (2006, p. 33 -44) propõe que o ensino do conteúdo de cidade considere três eixos: • Cercanía y lejanía (proximidade e distância), ou seja, os aspectos relativos as distâncias entre o espaço próximo ao aluno e outros espaços conhecidos por meio de trajetos que realizam, pois, o fator da percepção e representação espaciais devem ser considerados, o que significa que não se reduzem a uma área exatamente circunscrita, como o bairro por exemplo. • Escalas de análisis espaciales, que permitam reconhecer magnitudes, funções, interações entre o espaço estudado internamente e as demais interferências, que apresentam obrigatoriamente escalas de análises distintas; • Discontinuidad entre la vivencia del espacio y el espacio pensado, esse aspecto permite aprofundar as concepções de cidade pelas experiências espaciais e pelas percepções, relacionando os espaços e entendendo sua articulação pelas continuidades e descontinuidades.

O ensino da cidade e a educação estão fortemente relacionados e podem ser compreendidos a partir de três abordagens simultâneas, pois a cidade é entorno, o meio e o conteúdo da educação. Nesses enfoques, compreende-se a maneira como se aprende na cidade, da cidade e a cidade.

• Aprender na cidade significa considerar o meio urbano como contexto de aprendizagens, pois se apresenta como espaço formal, não formal e informal de educação, congrega instituições de ensino, cursos de formação e espaços que se propõe a realizar a divulgação científica. Além disso, é na cidade que ocorrem situações e relações interpessoais que desenvolvem aprendizagens;

• Aprender da cidade significa reconhecer seu potencial didático em processos de ensino a partir de suas características, conflitos e contradições. Vivemos da cidade e isso gera a necessidade de compreendê-la e percebê-la como lócus da formação e da socialização;

• Aprender a cidade corresponde a viver na cidade, o que demanda aprendizagens sobre como usar suas estruturas, interferir no espaço de maneira a gerar menos problemas, ser capaz de se locomover e criar novos trajetos, identificar e reconhecer os diferentes lugares. Muitas das ideias que elaboramos sobre a cidade estão relacionadas à vivência que temos nela. Essas representações são construídas com base em uma série de aprendizagens não formais, adquiridas no cotidiano da cidade.

Enfoque Objetivo Conteúdos e métodos relacionados Histórico-patrimonial Compreender a cidade como realização cultural histórica, seu significado, valor referencial e dinâmica de transformações e permanências Reconhecimento das razões pelas quais alguns lugares são mais emblemáticos que outros; Comparação de mudanças e permanências nas paisagens; Análise de monumentos, construções e lugares, contextualizando os momentos em que foram construídos; Análises de plantas e da evolução da malha urbana; Compreensão do crescimento urbano a partir de seu centro histórico Análises de depoimentos de moradores dos diferentes lugares; Análises de músicas, poemas, fotos que tem como tema a cidade.

Ambiental Compreender a cidade a partir da transformação da natureza na qual estão inseridos os fluxos de energia, a necessidade de preservação do meio ambiente e a melhora das condições de vida da população. Caracterização dos problemas ambientais urbanos; Estabelecimento de relação entre a ocupação e seus impactos no meio ambiente; Diferentes tipos de resíduos e sua disposição final; Identificação das responsabilidades ambientais individuais e do poder público, bem como as ações de mitigação dos impactos; Análise de artigos, vídeos e reportagens para reconhecer as características e magnitudes dos problemas ambientais, diferenciar atores implicados e conhecer tecnologias que possam ser empregadas a fim de prevenir e minimizar os problemas ambientais.

Reconhecimento das diferentes zonas da cidade (comercial, industrial, financeira); Morfológico e social Compreender o espaço urbano como uma totalidade complexa, espaço de mobilidade, consumo e contato entre as pessoas, entendendo que é um espaço de produção, concentração e difusão no qual se manifestam os conflitos de interesses. Comparação entre os serviços oferecidos (públicos, privados e de acesso à cultura) nas diferentes cidades e internamente, identificando as características dessa oferta e sua distribuição; Oferta e demanda de serviços públicos conforme as características da população nos diferentes lugares da cidade; Entrevistas com pessoas que se locomovem diariamente na cidade em busca de serviços ou para trabalhar; Organização da informação em quadros e gráficos; Uso funcional da escala; Localização da escola e das diferentes zonas em croquis e mapas; Estabelecimento das relações causais entre a concentração de atividades econômicas e a mobilidade de diferentes grupos sociais; Identificação de produtores e destinatários das políticas públicas urbanas, estaduais e nacionais que interferem na lógica da cidade; Leitura de fotos aéreas ou imagens de satélite que permitam a observação e análise dos diferentes tipos de assentamento concentrado e disperso, urbano e rural, os diferentes usos do solo, os eixos de circulação, os elementos naturais e os lugares emblemáticos.

Cidadão protagonista Compreender a necessidade de planejamento e gestão da cidade e o lugar de participação dos cidadãos. Compreensão das normas e reconhecimento da responsabilidade de cada um e das autoridades; Conhecimento das normas que regulam o uso dos espaços (públicos e privados); Identificação das diferentes maneiras de participação dos habitantes na vida pública para expressar seus interesses e reivindicar de forma individual e coletiva (partidos políticos, movimento social, organizações não governamentais, audiências públicas, projetos de lei); Comparação de notícias sobre as questões urbanas; Análises dos argumentos apresentados pelas autoridades e pelos diferentes atores sociais envolvidos; Reflexão sobre a responsabilidade das autoridades, empresas e habitantes em geral frente a problemas da cidade, tais como inundações, poluição atmosférica, descarte dos resíduos e violência.

Forma

Função

Estrutura