O ESPIRITISMO E AS RELIGIES AFROBRASILEIRAS Jefferson Rodrigues
O ESPIRITISMO E AS RELIGIÕES AFROBRASILEIRAS Jefferson Rodrigues Bellomo 19/06/09
Mediunidade • Mediunidade é a faculdade biológica de permitir o contato entre as realidades física e espiritual. • Características pré-espíritas: – Existe desde a Antiguidade; – Utilizada como instrumento de domínio. – Práticas mágicas. – Superstições. 2
Espiritismo e Religiões Mediúnicas • Toda vez que alguém cede o seu corpo para ser porta-voz do “além”, em uma prática religiosa, estamos diante de uma religião mediúnica ou de possessão. • A Doutrina Espírita ou Espiritismo, portanto, é uma religião mediúnica como também o são a Umbanda, o Candomblé, o Vale do Amanhecer, etc. 3
Allan Kardec e o Espiritismo • Espiritismo ou Doutrina Espírita é a revelação espiritual de ordem científica, filosófica e religiosa dada pelos Espíritos Superiores, cujos ensinamentos foram codificados por Allan Kardec. • O termo “espiritismo” é de autoria do próprio Allan Kardec, um neologismo criado na época por ele. • O Espiritismo desmistifica o uso da mediunidade, explicando como fato da vida. • Espiritismo ≠ Prática Mediúnica 4
Allan Kardec e o Espiritismo • Kardec não é o criador do Espiritismo, pois o Espiritismo não é obra sua. “Diz-se: a filosofia de Platão, de Descartes , de Leibnitz; nunca se poderá dizer: a doutrina de Allan Kardec; e isto, felizmente, pois que valor pode ter um nome em assunto de tamanha gravidade? ” (Allan Kardec – O que é o Espiritismo – FEB - 29ª ed. – p. 120) 5
Generalização do Espiritismo • “Uma assembléia para qual se convocassem todos os que se dizem espíritas apresentaria um amálgama de opiniões divergentes, que não poderiam assimilar-se reciprocamente, e nada de sério chegaria a realizar, . . . ” (Allan Kardec – Obras Póstumas – Rio de Janeiro: FEB; p. 368, 20ª edição) 6
Espiritismo no Brasil • Pesquisa feita pela Vox Populi a pedido da Revista Veja (19/12/01): – 99% acredita em Deus; – 69% acredita em julgamento após a morte; – 15% acredita que irá reencarnar. • Segundo o censo do IBGE de 2000, 1, 5% dos brasileiros é espírita. O Brasil é a maior nação espírita do mundo. 7
Brasil - Origens Religiosas Índios: – Acreditavam em deuses responsáveis pelos fenômenos da natureza; – Temiam Anhangá, espírito mau; – Acreditavam na vida pós-morte, com recompensas e punições no além-túmulo; . – Permitiam a intervenção mediúnica dos caraíbas; – Integraram à catequese jesuíta às suas crenças. 8
Brasil - Origens Religiosas Africanos: – Duas etnias principais: sudaneses e bantos; – Incorporação de seus deuses (orixás); – Magia com manipulação de objetos e elementos da natureza; – Sacrifícios de animais, rezas e invocações secretas; – Sincretismo religioso entre seus deuses e os santos católicos. 9
Brasil - Origens Religiosas Europeus: – Predominância católica de caráter popular; – Intervenção de santos entre Deus e os homens; – Exorcismos; – Festividades católicas em homenagens aos padroeiros das cidades e das causas; – Irmandades de leigos (brancos e negros); 10
Início do Espiritismo no Brasil • Imigrantes franceses e intelectuais da aristocracia brasileira; • 1865 - Grupo Familiar do Espiritismo, fundado pelo jornalista baiano Luís Olímpio Teles de Meneses; • 1873 - Sociedade de Estudos Espíritas Grupo Confúcio, fundada pelo jornalista Antônio da Silva Neto. • As sessões espíritas eram freqüentadas por aristocratas, nobres, militares, intelectuais, e outros expoentes da sociedade carioca. • Castro Lopes, Joaquim Travassos e Bezerra de Menezes atendiam gratuitamente as pessoas pobres com tratamento homeopático. 11
Saúde Pública no Século XIX • Início do movimento de migração do campo para a cidade; • Pessoas pobres tratadas por boticários, parteiras, barbeiros (sangradores), curandeiros (raizeiros, garrafeiros e benzedeiras) e feiticeiros. • Época de grandes epidemias como grandes epidemias, como a de febre amarela (1850), a de cólera (1855), varíola (1865) e peste bubônica (1902). • Combate às práticas populares de saúde. 12
Médicos e Espiritismo • Em 1927, a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro promove um "inquérito" sobre o "espiritismo", • Para os médicos Henrique Roxo e Xavier de Oliveira, o espiritismo era a terceira maior causa de loucura. • O psiquiatra baiano Raimundo Nina Rodrigues: espiritismo é prática de negros e as pessoas de classe menos favorecida são mais predispostas 13
Criminalização do Espiritismo Código Penal republicano de 1890: “Art. 157. Praticar o espiritismo, a magia e seus sortilégios, usar de talismans e cartomancias para despertar sentimentos de odio ou amor, inculcar cura de molestias curaveis ou incuraveis, emfim, para fascinar e subjugar a credulidade publica: Penas - de prisão cellular por um a seis 14 mezes e multa de 100$ a 500$000”.
Polícia e Espiritismo • Em 28/08/1881 a polícia proíbe as atividades da Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade, centro espírita tradicional do Rio de Janeiro. • O Espiritismo é diferente para a polícia e magistratura (“mesa branca”, “baixo espiritismo”). • O delegado carioca Augusto Mattos Mendes fica incumbido, desde 1927, a reprimir os crimes que envolviam "cartomancia, mistificações, magia, exercício ilegal da medicina“. • A chefatura de polícia do Rio de Janeiro, na década de 40, baixa uma portaria fechando todos os centros espíritas até que estes promovessem o seu registro na 1ª Delegacia Auxiliar. 15
Cultos Africanos no Brasil - Candomblé. Batuque. Babaçuê. Tambor-de-Mina. Xangô. Pajelança. Catimbó. 16
Religiões de Sincretismo - Macumba. - Umbanda. 17
Espiritismo e Religiões Afro Diferenças: 18
Sugestões de Leitura - “Espiritismo Básico” – Pedro Franco Barbosa – Ed. Feb. - “Africanismo e Espiritismo” – Deolindo Amorim – Ed. Léon Denis. - “Os Intelectuais e o Espiritismo” – Ubiratan Machado – Ed. Lachâtre. - “O Cuidado Dos Mortos. Uma História da Condenação e Legitimação do Espiritismo” Emerson Giumbelli – Arquivo Nacional. - “Candomblé e Umbanda. Caminhos da Devoção Brasileira” – Vagner Gonçalves da Silva – Ed. Selo Negro. - “Sincretismo Religioso e Ritos Sacrificiais. Influência das Religiões Afro no Catolicismo Popular 19 Brasileiro” – José Carlos Pereira – Ed. Zouk.
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