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O encontro com Jesus ressuscitado é um presente. Os discípulos não fazem nada para

O encontro com Jesus ressuscitado é um presente. Os discípulos não fazem nada para o provocar. Os relatos insistem em que é Jesus quem toma a iniciativa. É Ele quem Se lhes impõe cheio de vida, obrigando-os a sair do seu desconcerto e incredulidade. Repetidamente se coloca em seus lábios uma saudação importante: “A paz esteja convosco”. O Ressuscitado oferece-lhes a paz e a bênção de Deus. Jesus continua a ser o mesmo. Essa era a paz que infundia quando caminhava pela Galileia. Este é também agora o grande presente que Deus oferece a todos os seus filhos e filhas por meio de Cristo morto e resssucitado: o perdão, a paz e a ressurreição. José Antonio Pagola. “Jesus: uma abordagem histórica”. João 20, 19 -31 II domingo de Páscoa 19 abril 2009

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, Quem se tem como crente pode viver com frequência, “o cair da tarde”, “com as portas fechadas”, “com medo”, “com temor das autoridades”. Nesse caso necessitamos reencontrar-nos com Jesus ressuscitado. Jesus abre as portas que nos têm fechados no medo, no formalismo, na inércia, na cobardia. . . Ele está no centro da nossa vida, no centro das nossas dores e alegrias, dos nossos desejos, inquietações e esperanças, dando sentido a tudo.

veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: - «A paz esteja convosco. »

veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: - «A paz esteja convosco. » Paz, Espírito, Perdão, Missão, Fé, Vida. São palavras que Jesus pronuncia e que resumem de modo genial as características dos seus seguidores para os novos tempos de qualquer Nova Semana. O centro da experiência pascal é o encontro com Alguém vivo, que nos liberta do medo e do desencanto e nos indica o caminho que conduz à verdadeira paz: a harmonia do ser humano consigo mesmo e com os outros, com a natureza e com Deus.

Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria

Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós» . O convite não é exclusivo dos discípulos. Todos somos enviados a fazer o que vimos fazer a Jesus, a continuar e actualizar a sua vida e a sua mensagem. A comunicar vida, a dar paz, a continuar a sua obra. Quem tem um encontro com Jesus ressuscitado, enche-se de alegria e sente a necessidade de contagiar e comunicar a sua experiência aos outros.

Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo; O Espírito é

Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo; O Espírito é o grande dom da Páscoa. Jesus envia-nos o seu Espírito, o seu Alento, o seu nimo, a sua Vida para que nos empapemos d’Ele, e o contagiemos e comuniquemos aos outros. De forma que o mundo identifique fé em Jesus com pessoas sensíveis e lutadoras por uma vida melhor, mais livre e feliz para todos. “O Espírito não quer ser visto, mas ser luz em nossos olhos ”. (Urs von Baltasar)

àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes

àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes serão retidos. » O perdão é fruto da paz, é a virtude da pessoa nova e ressuscitada. Quem se sente e se sabe perdoado capacita-se para perdoar. O perdão é parte da missão entregue por Jesus a toda a comunidade: “Perdoai-vos uns aos outros”. Todos necessitamos do perdão e todos somos chamados a ser, de múltiplas maneiras, sinais e fonte do perdão-companhia-acolhimento. . . que é Deus.

Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe

Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: “Vimos o Senhor. ” Mas ele respondeu-lhes: - «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei. » . A fé no Ressuscitado nasce de um encontro pessoal e da superação de uma fé que exige provas contundentes, que não deixem espaço à dúvida. A fé intelectual, a aceitação de um credo é fácil. A verdadeira fé é a que toca e compromete a vida. Como é a minha fé? Qual costuma ser a causa e raíz das minhas dúvidas? Não tenho dúvidas?

A dúvida pode ter também os seus aspectos positivos. Duvidar pode significar que não

A dúvida pode ter também os seus aspectos positivos. Duvidar pode significar que não pomos a nossa confiança em coisas superficiais, que somos peregrinos, sempre em busca. Duvidar pode significar que a nossa fé não se baseia só no que nos transmitiram, mas que, além de ser dom de Deus, é também conquista nossa, que pede o nosso "sim" pessoal, no meio da loucura de ideias que há à nossa volta, que podem fazer desequilibrar as nossas seguranças em determinado momento. Podemos aprender da dúvida de Tomé a despojar-nos de falsos apoios, a estar um pouco menos seguros de nós mesmos e aceitar a purificação que supõem os momentos de insegurança.

Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa, e Tomé com eles.

Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa, e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco. » Depois disse a Tomé: - «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. » Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» Jesus volta as vezes que for preciso, para aclarar as nossas dúividas e nos demostrar a sua presença e proximidade. Do “incrédulo” surge uma confissão de fé generosa e confiante: “Meu Senhor e meu Deus! ”. Jesus continua a mostrar-nos as suas chagas, para que O reconheçamos nelas e, como a Tomé, continua a convidar-nos a tocá-las e a aliviá-las em tantas pessoas feridas na alma e no corpo.

Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto. »

Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto. » A dúvida de Tomé consegue de Jesus uma promessa em forma de bemaventurança para todos nós. O caminho da fé pascal não é o das provas sensíveis ou dos factos extraordinários. É un chamamento, uma mensagem de alento a todos os que, ao longo da história, acreditam sem ter visto. A eles vai dirigida a última bem-aventurança proclamada por Jesus: “Felizes os que acreditam sem terem visto!”. Sentimo-nos felizes de “acreditar sem ter visto” e do nosso desejo de renovar constantemente o nosso encontro com Jesus ressuscitado.

Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos

Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome. O evangelho está escrito «para que acrediteis» e assim «tenhais vida em seu nome» . A Ressurreição de Jesus é o ponto de partida e a plenitude da nossa fé. Corresponde-nos fazê-la credível através dos sinais de vida para com os outros. Cada pessoa deverá decidir que sinais de vida tem de dar nos momentos e nas circunstâncias de cada dia.

Dá-nos, Senhor, aquela Paz surpreendente que brota em plena luta como uma flor de

Dá-nos, Senhor, aquela Paz surpreendente que brota em plena luta como uma flor de fogo; que rompe em plena noite como un cântico escondido; que chega em plena morte como um beijo esperado. Dá-nos a Paz dos que andam sempre, despidos de vantagens; vestidos pelo vento de uma esperança núbil. Aquela Paz do pobre que já venceu o medo. Aquela Paz do livre que se aferra à vida. Paz que se partilha em igualdade como a água e a Hóstia. Pedro Casaldáliga.