O Desenvolvimento da Comunidade Sucesso Ecolgica Introduo Ecologia
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O Desenvolvimento da Comunidade (Sucessão Ecológica) Introdução à Ecologia – 6549 Prof. Msc. Carlayle Alves de Brito
Sucessão Ecológica Conceito iniciado por Frederic Edwards Clements (1874 – 1945) – botânico e ecologista norte-americano. n
n Segundo Pinto-Coelho (2000), sucessão ecológica refere-se a uma sequência de mudanças estruturais e funcionais que ocorrem nas comunidades, mudanças essas que, em muitos casos, seguem padrões mais ou menos definidos.
Sucessão ecológica É o nome dado à sequência de comunidades, desde a colonização até a comunidade clímax, para determinado ecossistema. n Mudanças na estrutura de espécies e processos da comunidade ao longo do tempo que resulta da modificação do ambiente físico pela comunidade e de interações de competição e coexistência em nível de população (Odum, 1988). n
n Uma área desmatada será colonizada pelas espécies remanescentes na sua vizinhança. Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia Capturada da internet.
n Uma pastagem abandonada eventualmente dará lugar a uma capoeira. Pastagem, em primeiro plano, e remanescente florestal ao fundo - Foto: E. C. Landau. Capturada da internet.
n Os eventos de sucessão ecológica ocorrem também em áreas naturalmente perturbadas, tais como lagos, rios, florestas inundadas ou encostas de montanhas. n As perturbações naturais são eventos de enorme influência de todos os ecossistemas (Raven, 1996).
Mata Atlântica (RJ) com alto grau de antropização. Foto: Carlayle Brito
Área com solo descoberto resultante da pressão de pastejo e manejo inadequados após a derrubada de floresta -Potiraguá/BA. Foto: E. C. Landau Capturada da internet.
n Árvores: plantas lenhosas perenes de grande porte, com altura geralmente igual ou superior a 5 metros na maturidade, com caule principal distinto e livre de ramos na parte inferior. n Arbustos: plantas lenhosas perenes de altura inferior a 5 metros na maturidade e caule geralmente ramificado desde a base, se bem que não obrigatoriamente.
n Subarbustos: plantas lenhosas perenes geralmente com altura igual ou pouco superior a 1 metro na maturidade, lenhosas na base, mas herbáceas na parte restante. n Herbáceas: caule não lenhoso ou semilenhoso, podendo adquirir a altura de um subarbusto.
Um brasileiro consome em média 308 árvores em sua vida. Florestas para o desenvolvimento. Revista Galileu. 135 ed. Out/2002. Disponível em: <http: //revistagalileu. globo. com/Editora. Globo/co mponentes/article/edg_article_print/1, 3916, 3992 41 -1939 -1, 00. html>. Acesso em 04 nov. 2016.
Fases de uma sucessão ecológica De um modo geral, a sucessão num determinado local apresenta as seguintes fases: 1. Comunidade pioneira/ecese; 2. Estágio seral (temporário) ou comunidade intermediária; 3. Comunidade clímax/estágio clímax.
n Toda sequência sucessional envolve a existência de estágios mais ou menos definidos ao que se convencionam chamar de estágio seral. n O ponto de convergência seria o estágio final ou clímax.
n Cada região tem um clímax definido basicamente pelas condições climáticas regionais ou clímax climático. n Também podem ocorrer variações por reflexos pedológicos, neste caso clímax edáfico.
n As espécies pioneiras são as primeiras a ocupar um local sem vida ou abandonado. n As pioneiras modificam o ambiente, permitindo que nele se estabeleçam outras espécies. n Estas alteram positivamente o ambiente permitindo que novas espécies a ele se adaptem.
n Ecese é a capacidade de uma espécie pioneira reproduzir em uma nova área. n As espécies pioneiras frequentemente têm madeiras leves e não duráveis, e altas taxas de crescimento em condições de sol (Raven, 1996).
n Séries são as comunidades temporárias que surgem no decorrer da sucessão. n É o conjunto de comunidades substituídas com o passar do tempo.
n Comunidade clímax ou estágio clímax é a que encerra a sucessão. n A comunidade clímax apresenta grande estabilidade e isso significa que o ecossistema atingiu sua maturidade. n Em sistemas explorados, o clímax não é atingido igualmente.
n As árvores dominantes dos últimos estágios sucessionais possuem madeiras densas e duráveis, e taxas de crescimento baixas em condições ensolaradas (Raven, 1996).
Grupos Funcionais ou Grupos Ecológicos I. Grupo de Preenchimento Espécies de rápido crescimento e boa cobertura a) Pioneiras – espécies que se desenvolvem em clareiras, nas bordas da floresta ou em locais abertos, sendo claramente dependentes de condições de maior luminosidade, não ocorrendo, em geral, no sub-bosque.
I. Grupo de Preenchimento b) Secundárias iniciais – espécies que se desenvolvem em clareiras pequenas ou mais, raramente, no sub-bosque, em sombreamento, podendo também ocorrer em áreas de antigas clareiras, próximas às espécies pioneiras.
Regeneração natural em área degradada Mimosa sp. Foto: Carlayle A Brito
II. Grupo de Diversidade Espécies de crescimento mais lento e pequena cobertura n Secundárias tardias – espécies que se desenvolvem em sub-bosque permanentemente sombreado e, nesse caso, pequenas árvores ou espécies arbóreas de grande porte, que se desenvolvem lentamente em ambientes sombreados.
Piptadenia gonoacantha – pau jacaré Inga alba – ingá-miúdo I M A G E N S C A P T U R A D A S D A I N T E R N E T Anoma cacans - araticum Copaifera langsdorfii – pau d’óleo
Teoria do Monoclímax e Policlímax n Monoclímax: cada região possui apenas um clímax e o clima é o fator predominante. Todo o sistema atinge um único estágio final de clímax se for dado um tempo suficiente. n Policlímax: há vários estágios finais possíveis para um processo de sucessão. Esta teoria admite que vários fatores podem controlar a sucessão.
Tipos de Sucessão Ecológica 1) Sucessões primárias; 2) Sucessões secundárias; 3) Sucessões autotróficas; 4) Sucessões heterotróficas.
1. Sucessão Primária n Ocorre em substratos recém-formados tais como uma duna ou áreas atingidas por erupções vulcânicas. n É a que ocorre numa área anteriormente sem vida – maciços rochosos altiplanos. n Envolve modificações substanciais do ambiente causadas direta ou indiretamente pelos organismos pioneiros.
2. Sucessão Secundária n Ocorre em comunidades preexistentes seguindo a um certo distúrbio natural ou antrópico. n É a que ocorre numa área abandonada, onde anteriormente houve uma comunidade que foi destruída. n Pode ser um campo abandonado, uma floresta incendiada, uma lagoa temporária.
Exemplo de sucessão secundária natural n A violenta erupção vulcânica que destruiu metade da ilha de Cracatoa, no estreito de Java, cerca de 40 km de Java, Indonésia. n A violenta erupção do Monte Santa Helena, em 18 de maio de 1980, no Estado de Washington.
3. Sucessão Autotrófica n Quando há predominância inicial e precoce de organismos autotróficos. 4. Sucessão Heterotrófica n Quando há predominância inicial de organismos heterotróficos.
Características da Sucessão n Aumenta a biomassa e a diversidade de espécies com o passar do tempo; n Nos estágios iniciais, a atividade autotrófica supera a heterotrófica, daí a produção bruta é maior que a respiração; n Nos estágios climácicos há o equilíbrio (homeostase).
Tendências esperadas no ecossistema ao longo da sucessão (primária) Atributos do ecossistema Estágios inicias Estágios climácicos Produção L/biomassa Alta Baixa/nula Produção bruta > 1 = 1 Biomassa/fluxo energético Mínima Máxima Biodiversidade Mínima Máxima Ciclo de vida Curto/simples Longo/complexo Crescimento Rápido/alta mortalidade Lento/maior capacidade de sobrevivência Matéria orgânica Pouca Muita Cadeias alimentares Linear (simples) Em rede - teias (complexa) Tamanho dos organismos Pequeno Grande
Sucessão em lagos tropicais n A ocorrência de chuvas (novembro a março) é o principal fator regulador da sucessão sazonal. Google imagens.
Sucessão em lagos tropicais n A sucessão começa no final da estação chuvosa, devido aos níveis mais baixos de nutrientes. n Os organismos fitoplanctônicos que dominam a estação seca não serão os mesmos da estação chuvosa. n O domínio da sucessão ou a alta prevalência de certos organismos decorre das alterações físicoquímicas na coluna d’água causadas pelas primeiras chuvas.
n Disclímax ("disturbance clímax" ou clímax de distúrbio): comunidade que substitui o clímax após um grave distúrbio, como, por exemplo, incêndios, o sobrepastoreio), ou a chuva ácida. Muitas vezes é decorrente de atividades antrópicas. n Clareiras: aberturas criadas por eventos naturais que desempenham um importante papel no processo de sucessão. Geram oportunidades para o crescimento de muitas espécies de plantas.
Abertura de clareira em área de encosta Capturado da internet.
n Degradação: ocorre quando a vegetação nativa e a fauna foram destruídas, removidas ou expulsas; a camada fértil de um solo foi perdida, removida ou enterrada; a qualidade e o regime de vazão dos recursos hídricos foi alterado. n Recuperação: o sítio degradado deverá retornar a uma forma e utilização de acordo com um plano de resgaste da função da vegetação, sem preocupação com a composição florística autóctone.
n Reabilitação: retorno da área a um estado biológico apropriado. O homem interfere para agir contra os fenômenos naturais. n Restauração: retorno da área ao estado original, antes da degradação. Distúrbio natural que mais afeta as comunidades vegetais: o fogo. n Distúrbio antrópico: queimadas e desmatamentos. n
Referências n n PINTO-COELHO, R. M. Fundamentos em Ecologia. 1ª reimpressão revista. Porto Alegre: Artmed Editora, 2000. 252 p. p. 125 -127; 132 -135. RAVEN, P. H. ; EVERT, R. F. ; EICHHORN, S. E. Biologia Vegetal. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. 897 p. p. 603 -611. PEREIRA, J. A. A. ; BORÉM, R. A. T. ; SANT’ANA, C. M. Análise e Avaliação de Impactos Ambientais. Lavras: Faepe. 247 p. p. 15 -16. SANTOS, J. H. S; FERREIRA, R. L. C. ; SILVA, J. A. A. ; SOUZA, A. L. ; SANTOS, E. S. ; MEUNIER, I. M. J. Distinção de grupos ecolóticos de espécies florestais pro meio de técnicas multivaridas. R. Árvore, Viçosa. MG, v. 28, n. 3, p. 387 -396, 2004. Disponível em: <http: //www. scielo. br/pdf/rarv/v 28 n 3/21606. pdf#page=3&zoom=auto, 107, 683>. Acesso em 14 abr. 2017.
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