O Cemitrio das Polacas O Cemitrio que quase

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O Cemitério das Polacas O Cemitério que quase só tem túmulos de mulheres

O Cemitério das Polacas O Cemitério que quase só tem túmulos de mulheres

A comunidade judaica visita seus mortos no domingo entre o Rosh Hashaná (Ano Novo)

A comunidade judaica visita seus mortos no domingo entre o Rosh Hashaná (Ano Novo) e o Yom Kipur (dia do Perdão). Seguindo esta tradição, anualmente visito o Cemitério Israelita de Inhaúma. Beatriz Kushnir

As chamadas “polacas" que vieram para o Brasil prostituir-se , tinham uma forma de

As chamadas “polacas" que vieram para o Brasil prostituir-se , tinham uma forma de solidariedade muito peculiar: uniam-se em fundações de ajuda mútua, como forma de autoproteção, “(…) já que não podiam frequentar os espaços da comunidade judaica nas cidades onde conviviam”, explica a matéria. Escrito pela professora e pesquisadora Beatriz Kushnir, a matéria revela que grande parte destas moças está enterrada no cemitério de Inhaúma (RJ). Explica ainda que prostitutas e suicidas deveriam, segundo preceitos judaicos, ser enterrados junto ao muro dos cemitérios reforçando assim a condição de “párias” da sociedade.

Chegada das polacas ao porto do Rio de Janeiro data de 1867

Chegada das polacas ao porto do Rio de Janeiro data de 1867

Fugindo da miséria , das guerras na Europa, sem dinheiro para o famoso dote,

Fugindo da miséria , das guerras na Europa, sem dinheiro para o famoso dote, chegaram ao Brasil, onde eram chamadas de “ polacas”

Algumas ganharam status e tinham até escravas negras

Algumas ganharam status e tinham até escravas negras

Sem meios de subsistência, eram forçadas a se prostituirem

Sem meios de subsistência, eram forçadas a se prostituirem

Polacas em dia de festa

Polacas em dia de festa

Mesmo assim, as polacas “conseguiram manter-se judias” apesar de rejeitadas pela colônia judaica. Elas

Mesmo assim, as polacas “conseguiram manter-se judias” apesar de rejeitadas pela colônia judaica. Elas tinham a sua própria sinagoga. E como prostitutas, essas mulheres não tinham direito de ser enterradas. Como forma de resistência e sobrevivência para continuarem suas tradições, religião e cultura, as polacas judias criaram a sua própria associação, em 1906, chamada Associação Beneficente Funerária e Religiosa Israelita, com sede num terreno no Cemitério de Inhaúma. Há quem diga ser este o primeiro cemitério judaico no Rio de Janeiro, que hoje abriga cerca de 700 lápides de prostitutas e parentes.

Documento da Instituição da ASSOCIAÇÃO BENFICENTE FUNERÁRIA e RELIGIOSA ISRAELITA

Documento da Instituição da ASSOCIAÇÃO BENFICENTE FUNERÁRIA e RELIGIOSA ISRAELITA

Sala de purificação dos corpos Cemitério de Inhaúma

Sala de purificação dos corpos Cemitério de Inhaúma

Frente da Sinagoga da Rua Afonso Cavalcanti nº 171

Frente da Sinagoga da Rua Afonso Cavalcanti nº 171

Primeira presidente Associação Beneficente Funerária e Religiosa Israelita.

Primeira presidente Associação Beneficente Funerária e Religiosa Israelita.

Última presidente da Associação Beneficente Funerária e Religiosa Israelita. Seu nome era Rebeca, e

Última presidente da Associação Beneficente Funerária e Religiosa Israelita. Seu nome era Rebeca, e o nome de guerra era Beca

POLACAS escravas brancas no RJ

POLACAS escravas brancas no RJ

Algumas constituíram famílias

Algumas constituíram famílias

O cemitério foi o único resquício do que sobrou da vida dessas mulheres “O

O cemitério foi o único resquício do que sobrou da vida dessas mulheres “O cemitério é a única coisa que sobrou, além das histórias familiares, mas muitas das famílias não revelam. Algumas mulheres conseguiram se salvar porque se casaram e constituíram família. A história oral se perde porque elas já morreram”. . .

Uma lápide do cemitério judeu em Inhaúma

Uma lápide do cemitério judeu em Inhaúma

As prostitutas eram pelo TORAH, consideradas impuras e não podiam ser enterradas nos cemitérios

As prostitutas eram pelo TORAH, consideradas impuras e não podiam ser enterradas nos cemitérios judeus, por isso construíram seus próprios cemitérios

As prostitutas , de acordo com o Torah, deveriam ser enterradas junto ao muro

As prostitutas , de acordo com o Torah, deveriam ser enterradas junto ao muro do cemitério

Termos iídiches que deram a palavras até hoje usadas Expressões usadas pelas polacas judias

Termos iídiches que deram a palavras até hoje usadas Expressões usadas pelas polacas judias deram origem a palavras hoje muito populares no Brasil. Quando suspeitavam que um cliente tinha doença venérea, diziam ein krenke (“doença”, em iídiche), que acabou se transformando em “encrenca”. E, quando a polícia dava incertas nos bordéis, elas gritavam sacana (“polícia”) – que virou “sacanagem”.