O AUTO DA BARCA DO INFERNO De Gil
O AUTO DA BARCA DO INFERNO: De Gil Vicente.
Questão Social: � Expressa uma forte crítica a sociedade portuguesa do séc. XVI; � Clero que não honrava o catolicismo; � Exploradores do povo; � Imoralidade das “alcoviteiras”e satiriza os velhos que as procuram; � Ridiculariza as superstições;
�É claramente um teatro de fundo moralista; �Contexto histórico onde há uma crise dos valores medievais; �Diante destas mudanças, Gil Vicente preza a subordinação do homem à igreja;
Personagens: �Diabo: Barqueiro do inferno. Simboliza a malandragem, a descontração e de certa forma a bondade, pois era receptivo. �Anjo: Barqueiro do céu. Representa o Deus impiedoso e punidor, com suas normas e castigos. Era frio, fechado e mal educado. �Companheiro do Diabo: Servo do barqueiro infernal.
� Fidalgo: Arrogante (representa os aristocratas), sempre querendo comprar sua salvação pelas indulgencias; � Onzeneiro: Homem que explorava as pessoas pelo empréstimo de dinheiro a juros extorsivos, representa os agiotas; � Sapateiro: Comerciante que roubava o povo; � Frade e Florença: Representavam a corrupção na igreja, os padres que não cumpriam com a castidade;
�Brisida Vaz: Cafetina que vendia meninas para o clero, sendo que anteriormente foi prostituta; �Judeu: Escorraçado por ser “culpado” pela morte de Jesus Cristo, é condenado a vagar pelo purgatório; �Corregedor e Procurador: Representam a corrupção política; �Enforcado: Ingênuo. Se julgava salvo pelo jeito que morreu, pois ouviu dizer que traria a salvação;
� 4 Cavaleiros: Mártires pela sua morte nas cruzadas; �Parvo: Camponês idiota e explorado, que é salvo pela sua falta de malícia;
A História: � A história gira em torno de doze personagens, cada um representando um erro da sociedade. Quando os personagens falecem, vão parar num rio. Lá se encontram duas barcas: A barca do inferno, comandada pelo diabo e um companheiro, e a barca da Glória, comandada por um anjo. � Sempre ao chegar, os personagens avistam primeiro a barca do inferno. Sem saber o que é, começam um diálogo com o diabo. Este conta rapidamente às pessoas que a barca os levará ao inferno, e insiste para que entrem. Todos resistem, e alguns tentam ingressar na barca da Glória, cujo anjo proíbe a todos (que é quando acontecem as críticas mais explícitas a sociedade, pois o anjo explica na maioria dos casos o motivo pelo qual não podem entrar na barca, expondo seus erros e pecados), exceto quatro cavaleiros e o parvo.
� Alguns personagens arrependem-se do que fizeram na Terra, mas outros não chegam a ter nenhum lampejo de consciência ou arrependimento. Retornam, e entram na barca do inferno. � Os únicos personagens a conseguir entrar na barca da Glória são: Os quatro cavaleiros templários, que morreram lutando na guerra santa; nas Cruzadas (são bem recebidos pois morreram por Jesus), e o Parvo, por sua falta de malícia na vida.
Comparação da Linguagem: Texto Original: Texto Adaptado: O Diabo diz: “Bem está! Vai tu muitieramá, Atesa aquele palanco e despeja aquele banco para a gente que virá”. O Diabo diz: “Bem está! Vai ali e, sem demora, estica bem aquela corda e libera aquele banco para a gente que virá”.
Humanismo: � O livro foi criado na época do humanismo, onde o ser humano estava se colocando em foco; � Como dito anteriormente, faz grande crítica a sociedade, o que era a principal característica do teatro humanista; � Expressa o início da burguesia, com os personagens Onzeneiro e Sapateiro; � O livro apresenta uma linguagem mais fácil em comparação com as Cantigas Trovadorescas;
O Autor: Gil Vicente �Sua data de nascimento não é estabelecida com certeza. Acredita-se que seja por volta de 1465; �Dramaturgo tido como pai do Teatro Português; � Pertenceu ao Movimento Humanista; �Possivelmente foi ator e músico;
�Suas peças são diversificadas e trata de temas pastoris de formas mais populares; �Autor da trilogia das barcas, e a peça comica Farsa de Inês Pereira; �Produzia textos de gênero dramático, que deveriam ser representados; �Sua primeira peça de sucesso foi o Auto da Visitação;
�Normalmente, seus textos apresentam linguagem coloquial, e busca ser fiel aos falantes de cada origem retratando diferentes falares e diferenças sociais. Com isso, mistura o popular, o arcaico, o moderno, e o estilizado; �Gil Vicente era um obsevador da realidade; �Casou-se duas vezes, tendo dois filhos do primeiro matrimonio e três do segundo; �Não se sabe ao certo a data de seu falecimento, porém estimasse que ocorreu entre 1536 -1540.
Curiosidades: � Em algumas adaptações feitas, doze dos treze personagens são salvos, somente o frade é condenado, porque nestas versões, há uma forte crítica a igreja católica. � Essas mudanças ocorrem de edição para edição, podendo haver mudanças até pela censura, como por exemplo, a personagem Brisida Vaz ser retirada por ser cafetina. � Em outras edições o Diabo representa uma mulher de forma que ele seduz o homem e o leva ao entrar na barca. Como se a mulher levasse a homem a perdição.
�Trabalho realizado por: �Arthur F. Macedo nº 02 �Caroline Souza nº 05 �Lucas Alves nº 19 �Mahaara Silva nº 21 1º E. M. 2
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