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Neuroblastoma
O que é Neuroblastoma O neuroblastoma é um câncer que se inicia em certos tipos de células nervosas do sistema nervoso simpático encontradas no embrião ou feto. Este tipo de câncer ocorre em lactentes e crianças pequenas. Raramente é encontrado em crianças com mais de 10 anos. Cerca de 30% dos neuroblastomas começam nas glândulas suprarrenais. Aproximadamente 25% se iniciam nos gânglios linfáticos do sistema nervoso simpático no abdome. O restante começa nos gânglios simpáticos próximos à coluna cervical, torácica e lombar.
Causas do Neuroblastoma As causas do neuroblastoma não são completamente conhecidas. Mas, os pesquisadores descobriram diferenças importantes entre as células do neuroblastoma e os neuroblastos normais a partir do qual eles se desenvolvem. Na maioria dos casos, as células do neuroblastoma têm algum tipo de alteração cromossômica que provavelmente afeta determinados genes. Mudanças hereditárias no oncogene ALK parece ser a causa da maioria dos casos de neuroblastoma hereditário. Uma pequena fração de neuroblastomas hereditários é provocada por alterações no PHOX 2 B, um gene que normalmente ajuda as células nervosas a amadurecer. Ainda assim, a maioria dos neuroblastomas não é causada por alterações hereditárias no DNA. Eles são resultados de alterações genéticas que ocorrem no início do desenvolvimento da criança, muitas vezes antes do nascimento.
Sinais e Sintomas Os sinais e sintomas do neuroblastoma variam com o tamanho e localização do tumor, disseminação da doença e se as células tumorais secretam (ou não) hormônios. • Sinais ou sintomas causados pelo tumor - Tumor localizado no abdome causa inchaço, falta de apetite, perda de peso, dor abdominal, problemas urinários, diarreia ou constipação. Tumor no tórax pode provocar inchaço na face, pescoço, braços e parte superior do tórax, dores de cabeça, tonturas e alteração de consciência. tosse e dificuldade para respirar ou engolir. • Sinais ou sintomas causados pela disseminação do tumor - Cerca de 60% dos casos de neuroblastoma já se disseminaram para os linfonodos ou outros órgãos quando diagnosticados, causando inchaço. O neuroblastoma frequentemente se espalha para os ossos. Uma criança maior pode se queixar de dor nos ossos.
Diagnóstico de Neuroblastoma: Imagem Os principais exames utilizados para o diagnóstico ou estadiamento do neuroblastoma são: • Ultrassom. • Radiografia de tórax. • Tomografia computadorizada. • Ressonância magnética. • Cintilografia com MIBG. • Tomografia por emissão de pósitrons (PET scan). • Cintilografia óssea.
Diagnóstico de Neuroblastoma: Laboratório Os neuroblastomas podem ser encontrados através da detecção de catecolaminas no sangue ou na urina. As células nervosas simpáticas normalmente liberam hormônios denominados catecolaminas, como a epinefrina (adrenalina) e a norepinefrina (noradrenalina). O corpo quebra essas catecolaminas em pedaços pequenos denominados metabolitos, que são eliminados pela urina. Os exames para detecção de metabólitos de catecolaminas, na maioria das vezes, são: ácido homovanílico (HVA) e ácido vanilmandélico (VMA). Se existe suspeita ou foi confirmado o neuroblastoma, o médico provavelmente solicitará exames de sangue para verificar a contagem das células sanguíneas, função hepática e renal, bem como eletrólitos no corpo. O exame de urina pode também ser solicitado para verificar a função renal.
Diagnóstico de Neuroblastoma: Biópsia Os principais tipos de biópsias para diagnóstico do neuroblastoma são: • Biópsia incisional - Na maior parte dos casos em que existe uma suspeita de um neuroblastoma é realizada a biópsia incisional. Em adolescentes e adultos com anestésico local, mas em crianças sob anestesia geral. • Biópsia por agulha - Este procedimento consiste na retirada de uma amostra de tecido para análise por meio de agulhas. É geralmente guiado por tomografia computadoriza e realizado sob anestesia local. • Biópsia e aspiração da medula óssea - São usadas para verificar se as células cancerígenas se espalharam para a medula óssea e partes moles internas de certos ossos.
Estágios do Neuroblastoma O sistema de estadiamento utilizado para o neuroblastoma é o sistema de estadiamento internacional para neuroblastoma (INSS). Os estágios desse sistema são: • 1 - Tumor localizado onde se originou. Todo o tumor visível é totalmente removido por cirurgia. • 2 A - Tumor localizado onde começou, mas nem todo o tumor visível pode ser removido por cirurgia. • 2 B - Tumor localizado de um lado do corpo e pode (ou não) ser totalmente removido por cirurgia. • 3 - Tumor não se espalhou para outros órgãos. • 4 - Tumor se espalhou para outras partes do corpo, como linfonodos, ossos, fígado, pele, medula óssea ou outros órgãos, mas a criança não cumpre os critérios para o estágio 4 S. • 4 S - A criança tem menos de 1 ano. Tumor localizado apenas de um lado do corpo e os exames de imagem não mostram disseminação para os ossos e/ou medula óssea.
Grupos de Risco para Neuroblastoma O Childrens Oncology Group (COG) classifica as crianças com neuroblastomas em 3 grupos de risco: baixo, intermediário e alto. A classificação internacional dos grupos de risco para neuroblastoma (INRG) está em fase de estudo e em breve deverá substituir o sistema COG. A nova classificação se baseia no sistema INRGSS, que inclui os fatores de risco definidos nas imagens, bem como fatores prognósticos, como: idade da criança, histologia do tumor, presença (ou não) do gene MYCN, algumas alterações no cromossomo 11, ploidia de DNA. Essa classificação usa esses fatores para classificar as crianças em 16 diferentes grupos de pré-tratamento (letras: A até R). Cada um desses grupos de pré-tratamento cai em um de quatro grupos globais de risco: risco muito baixo, risco intermediário e risco alto.
Tratamento: Cirurgia A cirurgia pode ser realizada tanto no diagnóstico como no tratamento do neuroblastoma. Para os tumores menores que não se espalharam, a cirurgia pode ser o único tratamento necessário. • Cirurgia como biópsia - Em muitos casos, é necessária uma amostra do tumor para confirmação do diagnóstico antes de definir as opções de tratamento. • Cirurgia como tratamento - Após o diagnóstico da doença, a cirurgia é realizada para remover o máximo possível do tumor. Em alguns casos, é possível a retirada de todo o tumor e se obter a cura da doença. Mas, se o tumor estiver localizado próximo de estruturas vitais ou em torno dos vasos sanguíneos principais é menos provável que todo o tumor seja retirado.
Tratamento: Radioterapia Os tipos de radioterapia usados no tratamento de crianças com neuroblastoma são: • Radioterapia externa ou convencional - Consiste em irradiar o órgão alvo com doses fracionadas. O tratamento é realizado cinco vezes na semana, durante um período de cerca de algumas semanas. • Radioterapia com MIBG - Em doses mais altas é usado para tratar algumas crianças com neuroblastoma avançado, muitas vezes junto com outros tratamentos. Após ser injetado na corrente sanguínea, o MIBG se concentra no local da doença em qualquer parte do corpo, irradiando o tumor. A criança ficará em um quarto especial por alguns dias após a injeção até que a maior parte da radiação seja eliminada
Tratamento: Quimioterapia Algumas crianças com neuroblastoma são tratadas com quimioterapia, antes da cirurgia (quimioterapia neoadjuvante) ou após a cirurgia (quimioterapia adjuvante). Em outros casos, especialmente quando a doença se disseminou para outros órgãos a quimioterapia é o principal tratamento. Alguns dos medicamentos comumente utilizados no tratamento do neuroblastoma incluem: ciclofosfamida ou ifosfamida, cisplatina ou carboplatina, vincristina, doxorrubicina, etoposide, topotecano, busulfan e melfalano. A combinação mais comum de medicamentos para tratar o neuroblastoma inclui carboplatina, ciclofosfamida, doxorrubicina e etoposido, mas outros podem ser utilizados.
Tratamento: Imunoterapia Os anticorpos monoclonais são proteínas produzidas pelo sistema imunológico para combater um alvo muito específico. Essas moléculas podem ser injetadas no corpo para detectar e atacar as células cancerígenas. O anticorpo monoclonal ch 14. 18 se liga ao gangliósido GD 2, uma substância encontrada na superfície das células do neuroblastoma. Este anticorpo pode ser administrado em combinação com citoquinas, como GM-CSF e interleucina-2 para ajudar o sistema imunológico da criança a reconhecer e destruir as células de neuroblastoma. Este anticorpo faz parte do tratamento de rotina para crianças de alto risco, muitas vezes após o transplante de células estaminais.
Tratamento: Terapia Retinóide Os retinóides são produtos químicos que estão relacionados à vitamina A. Eles são conhecidos como agentes de diferenciação, porque se acredita que possam ajudar algumas células cancerígenas a diferenciar-se em células normais. Em crianças com neuroblastoma de alto risco, o tratamento com o ácido 13 -cis-retinóico reduz o risco de recidiva após altas doses de quimioterapia e transplante de células estaminais. A maioria dos médicos recomenda 6 meses de ácido 13 -cis-retinóico, após o transplante. É administrado via oral.
Tratamento: Transplante de Medula Óssea O transplante de medula óssea ou transplante de células estaminais envolve a colheita de células estaminais saudáveis para reabastecer a medula óssea do paciente. As novas células estaminais assumem a produção das células sanguíneas. Os transplantes são normalmente recomendados se: • O receptor do transplante tem um estado de saúde geral bom. • O doador seja irmão (ã) do receptor, o que reduz as chances do transplante ser rejeitado ou a doença enxerto hospedeiro. • Não estiver havendo resposta a outras formas de tratamento ou considera-se que existe um risco elevado da doença retornar se o transplante não for realizado. • Considerar que os benefícios do transplante superam os riscos.
Vivendo com Neuroblastoma Muitas crianças com neuroblastoma têm uma boa probabilidade de sobrevida longa depois do tratamento. Durante e após o tratamento do neuroblastoma, as principais preocupações para a maioria das famílias são os efeitos imediatos e de longo prazo do tumor e seu tratamento, além da preocupação de uma recidiva ou metástase. Pergunte para seu médico quaisquer dúvidas, a informação é um direito seu. Quando o tratamento termina, os médicos acompanharão a criança de perto por alguns anos. Por isso é muito importante levar seu filho a todas as consultas de acompanhamento.
Novos Tratamentos • Genética - Nos últimos anos, foi realizado um grande avanço para descobrir quais neuroblastomas são susceptíveis de serem curados com o tratamento padrão e quais necessitarão um tratamento mais agressivo. • Quimioterapia - Várias drogas em uso para tratamento de outros tipos de câncer, como o topotecano, irinotecano e temozolamida, estão em estudo para uso com o neuroblastoma. • Transplantes de células estaminais - Os pesquisadores estão tentando melhorar a taxa de sucesso com altas doses de químio e transplante de células tronco, com diferentes combinações de quimioterapia, radioterapia, retinóides e outros tratamentos. • Retinóides – Retinóides potencialmente mais eficazes, como a fenretinide, estão sendo estudados em protocolos clínicos. • Outras formas - Estão em andamento estudos com novas terapias alvo, que visam as células do neuroblastoma, como as drogas que inibem a via ALK ou a via aurora A. Um exemplo é o crizotinibe, uma droga que age nas células com alterações no gene ALK. Até 15% dos neuroblastomas têm alterações neste gene.
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