Necessidade de classificao dos solos Normalmente o solo

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Necessidade de classificação dos solos § Normalmente, o solo in sittu tem de ser

Necessidade de classificação dos solos § Normalmente, o solo in sittu tem de ser utilizado. – Ao contrário da grande parte dos materiais utilizados em engenharia, há pouco controlo sobre as suas propriedades. § Necessidade da determinação das propriedades do solo § Necessidade da “zonagem” das propriedades do solo => § Exigência de testes simples e baratos que forneçam uma indicação de razoável precisão das propriedades com aplicação na engenharia Armando Nunes Antão DEC/FCT/UNL

Classificação baseada em: § Características de identificação – Composição granulométrica – Limites de consistência

Classificação baseada em: § Características de identificação – Composição granulométrica – Limites de consistência (ou de Atterberg)

Classificação baseada nas dimensões das partículas § Classificação (em primeira aproximação) – Solos grossos

Classificação baseada nas dimensões das partículas § Classificação (em primeira aproximação) – Solos grossos » Areias e cascalhos – visíveis a olho nu – Solos finos » Siltes, argilas, solos orgânicos

Classificação baseada nas dimensões das partículas (LNEC E-219) Seixo Pedra Grosso Médio Fino Grosso

Classificação baseada nas dimensões das partículas (LNEC E-219) Seixo Pedra Grosso Médio Fino Grosso Fino Médio Calhau Areia Grosso Fino Médio Argila Fracção Silte < 0, 002 Dimensão (mm) 0, 002 0, 006 0, 02 0, 06 0, 2 0, 6 20 60 > a a a a a 0, 006 0, 02 0, 06 0, 2 0, 6 20 60 150

Análise Granulométrica u Peneiração u Cuidados – para partículas de diâmetro > 0, 075

Análise Granulométrica u Peneiração u Cuidados – para partículas de diâmetro > 0, 075 mm especiais para partículas de diâmetro entre 2 mm e 0, 075 mm Número do peneiro (ASTM) 3’’ 2’’ 1/2 1’’ 3/4” 3/8’’ 4 10 20 40 60 140 200 Dimensão (mm) 75 50 37, 5 25 19, 05 9, 5 4, 75 2 0, 85 0, 425 0, 106 0, 075 Série peneiros ASTM

Análise Granulométrica: peneiração

Análise Granulométrica: peneiração

Curvas granulométricas: determinação § Massa de solo inicial m com peso W § Peneiração

Curvas granulométricas: determinação § Massa de solo inicial m com peso W § Peneiração do solo através da série de peneiros § Massa de solo retida em cada peneiro mi, com peso Wi § Determinação da percentagem de material retido em cada peneiro (em termos de peso)

Curvas granulométricas (exemplo) massa inicial: 500 g peneiro Abertura (mm) Massa retida (g) 3/4"

Curvas granulométricas (exemplo) massa inicial: 500 g peneiro Abertura (mm) Massa retida (g) 3/4" 19. 05 0 3/8" 9. 53 12 4 4. 75 22. 5 10 2 98 20 0. 85 117. 2 40 0. 425 130. 6 80 0. 15 82. 1 200 0. 075 30. 1 Resíduo = 7, 5 g % retida em cada peneiro % material retido % material passado

Curvas granulométricas (exemplo) massa inicial: 500 g peneiro Abertura (mm) Massa retida (g) %

Curvas granulométricas (exemplo) massa inicial: 500 g peneiro Abertura (mm) Massa retida (g) % retida em cada peneiro % material retido % material passado 3/4" 19. 05 0 0 0 100 3/8" 9. 53 12 2. 4 97. 6 4 4. 75 22. 5 4. 5 6. 9 93. 1 10 2 98 19. 6 26. 5 73. 5 20 0. 85 117. 2 23. 44 49. 94 50. 06 40 0. 425 130. 6 26. 12 76. 06 23. 94 80 0. 15 82. 1 16. 42 92. 48 7. 52 200 0. 075 30. 1 6. 02 98. 5 1. 5

Curvas granulométricas (exemplo) massa inicial: 500 g

Curvas granulométricas (exemplo) massa inicial: 500 g

Análise Granulométrica Densímetro – para partículas de diâmetro inferior a 0, 075 mm –

Análise Granulométrica Densímetro – para partículas de diâmetro inferior a 0, 075 mm – Análise baseada na lei de Stoke’s

Exemplo de curvas granulométricas

Exemplo de curvas granulométricas

Interpretação da curva granulométrica § Diâmetro equivalente – Dx=y x% do material tem dimensão

Interpretação da curva granulométrica § Diâmetro equivalente – Dx=y x% do material tem dimensão inferior a y (mm) § Coeficiente de uniformidade – Cu=D 60/ D 10 (granulometria extensa: Cu>4 a 6) § Coeficiente de curvatura – Cc=D 302/( D 60 D 10) (Granulometria sem descontinuidades Cc entre 1 e 3)

Limites de consistência ou limites de Atterberg § Nos materiais grosseiros as suas propriedades

Limites de consistência ou limites de Atterberg § Nos materiais grosseiros as suas propriedades dependem sobretudo do sua granulometria e dos fenómenos físicos de contacto entre partículas § Nos materiais mais finos os efeitos de superfície são preponderantes Grupo mineral Superfície específica (m 2/g) Areia 0, 0005 a 0, 001 Caulinite 10 a 20 Ilite 65 a 100 Montmorilonite Até 840

Quantificação dos efeitos de superfície nos solos finos: limites de consistência § Tipos de

Quantificação dos efeitos de superfície nos solos finos: limites de consistência § Tipos de água no solo – Adsorvida – Capilar – Livre – abaixo do nível freático

Limites de consistência § w. L: Limite de liquidez § w. P: Limite de

Limites de consistência § w. L: Limite de liquidez § w. P: Limite de plasticidade § w. S: Limite de retracção

Limites de liquidez; índices complementares §Índice de plasticidade Dimensão da gama de teores em

Limites de liquidez; índices complementares §Índice de plasticidade Dimensão da gama de teores em água para a qual o solo se encontra em estado plástico Alguns valores típicos Solo WL (%) WP (%) IP (%) Areia - - - Silte 30 -40 20 -25 10 -15 Argila 40 -150 25 -50 15 -100

Limites de liquidez; índices complementares §Índice de liquidez §Índice de consistência Argila IC (%)

Limites de liquidez; índices complementares §Índice de liquidez §Índice de consistência Argila IC (%) Muito mole 0, 0 – 0, 25 Mole 0, 25 – 0, 50 Média 0, 50 – 0, 75 Dura, Muito dura e rija >0, 75

Limites de liquidez; índices complementares §Actividade da argila AC (%) Muito activa > 1,

Limites de liquidez; índices complementares §Actividade da argila AC (%) Muito activa > 1, 25 Normal 0, 75 a 1, 25 Pouco activa < 0, 75

Classificação de solos § Tipo e dimensões – Dimensão – Forma, textura, cor –

Classificação de solos § Tipo e dimensões – Dimensão – Forma, textura, cor – Composição minerológica, estrutura do solo § Origem (sedimentares e residuais) – Aluviões, coluviões, aterros, etc § Aplicação do solo como material de construção

Classificação Unificada. norma ASTM (D 2487 -85). Regulamento de pequenas barragens, decreto 48373 de

Classificação Unificada. norma ASTM (D 2487 -85). Regulamento de pequenas barragens, decreto 48373 de 8 de Maio de 1968 § Cada solo terá dois símbolos, seguidos de um nome § A classificação divide os solos em grossos (se contiver mais que 50% de material retido no peneiro nº 200) e finos (caso contrário)

Carta plasticidade C: argila M: silte H: alta plasticidade L: baixa plasticidade O: Orgânico

Carta plasticidade C: argila M: silte H: alta plasticidade L: baixa plasticidade O: Orgânico

Classificação Unificada: solos grossos § Segunda letra (% finos <5%) O solo é bem

Classificação Unificada: solos grossos § Segunda letra (% finos <5%) O solo é bem graduado e segunda letra será W Se Caso contrário o solo é mal graduado e a segunda letra será P Fracção Dimensão (mm) Peneiro Cascalho > 4, 75 Retido no nº 4 Areia 0, 075 a 4, 75 Passa no nº 4, retido no nº 200 Finos < 0, 075 Passa no nº 200

Classificação Unificada solos grossos § Segunda letra (% finos >12%) § Neste caso, a

Classificação Unificada solos grossos § Segunda letra (% finos >12%) § Neste caso, a importância dos finos no comportamento do solo é elevada e há que os classificar. § A segunda letra passa a ser a primeira da componente dos finos § GC; GM; SC; SM; GC-GM; SC-SM

Classificação Unificada solos grossos § Segunda letra (5=<% finos =<12%) § Neste caso, para

Classificação Unificada solos grossos § Segunda letra (5=<% finos =<12%) § Neste caso, para classificar o solo é necessário ter em conta o comportamento dos finos mas também as propriedades granulométricas, o que faz com que se tenha de considerar os dois aspectos. § Considera-se um conjunto de 4 letras § GW-GM; GW-GC; GP-GM; GP-GC; etc

Classificação Unificada § Utilização prática? §Tabelas!

Classificação Unificada § Utilização prática? §Tabelas!

Exemplo Peneiro (ASTM) 2” 1” 3/4” 3/8” 4 10 Dimensão 50 25 19, 05

Exemplo Peneiro (ASTM) 2” 1” 3/4” 3/8” 4 10 Dimensão 50 25 19, 05 (mm) 9, 5 4, 75 2 % de material que passa 100 96 83 - - - Diâmetro (mm) % de material (diâmetro < D) 40 60 140 200 0, 425 0, 106 0, 075 61 47 18 11 0, 053 0, 039 0, 015 0, 007 0, 0014 9 w. L = 32, w. P = 26 Ip = 32 - 26 = 6 8 6 4 2

Classificação § % finos = 11 (% retida no peneiro nº 200=89%) – Solo

Classificação § % finos = 11 (% retida no peneiro nº 200=89%) – Solo grosso § % areia – 85% % cascalho 4% – => primeira letra: S § Segunda letra=? – Como % finos = 11, será necessário classificar tanto os finos como os grossos

Exemplo: curva granulométrica mm D 60=0, 8 D 30=0, 25 D 10=0, 06

Exemplo: curva granulométrica mm D 60=0, 8 D 30=0, 25 D 10=0, 06

Qualidade da curva granulométrica § Cu=D 60/ D 10=0, 8/0, 06=13, 3 § Cc=D

Qualidade da curva granulométrica § Cu=D 60/ D 10=0, 8/0, 06=13, 3 § Cc=D 302/( D 60 D 10)=0, 252/(0, 8*0, 06)=1, 3 § Como Cu > 6 (areia) e 1 =< Cc =< 3 o solo é bem graduado => 2ª letra: W

Carta de plasticidade ML

Carta de plasticidade ML

Classificação do Solo § SW-SM § Há que verificar na tabela qual o nome

Classificação do Solo § SW-SM § Há que verificar na tabela qual o nome a acrescentar § SW-SM, areia bem graduada com silte

Tabela de propriedades dos solos classificados pela Classificação Unificada Símbolo Permeabilidade quando compactado Resistência

Tabela de propriedades dos solos classificados pela Classificação Unificada Símbolo Permeabilidade quando compactado Resistência ao corte quando compactado e saturado Compressibilidade quando compactado e saturado Trabalhabilidade como material de construção GW Permeável Excelente Desprezável Excelente GP Muito permeável Boa Desprezável Boa GM Semi- permeável a permeável Boa Desprezável Boa GC Impermeável Boa a razoável Muito baixa Boa SW Permeável Excelente Desprezável Excelente SP Permeável Boa Muito baixa Razoável SM Semi- permeável a permeável Boa Baixa Razoável SC Impermeável Boa a razoável Baixa Razoável ML Semi- permeável a permeável Razoável Média Razoável CL Impermeável Razoável Média Boa a razoável OL Semi- permeável a permeável Má Média Razoável MH Semi- permeável a permeável Razoável a má Alta Má CH Impermeável Má Alta Má OH Impermeável Má Alta Má Pt - -

Tabela de viabilidade relativa dos solos classificados pela Classificação Unificada Estradas Barragens de terra

Tabela de viabilidade relativa dos solos classificados pela Classificação Unificada Estradas Barragens de terra Canais Fundações Aterros Símbolo Empolamento por congelação Revestimento Maciços laterais Resistência à erosão Revest. de terra compactada Percolação importante Percolação não importante impossível - 1 1 - - 1 1 1 3 - - 2 2 - - 3 3 3 - GM 2 4 - 4 4 1 4 4 9 5 GC 1 1 - 3 1 2 6 5 5 1 SW - - 3* 6 - - 2 2 2 4 SP - - 4* 7* - - 5 6 4 - SM 4 5 - 8* 5 ** 3 7 8 10 6 SC 3 2 - 5 2 4 8 7 6 2 ML 6 6 - - 6 ** 6 9 10 11 - CL 5 3 - 9 3 5 10 9 7 7 OL 8 3 - - 7 7 11 11 12 - MH 9 9 - - - 8 12 12 13 - CH 7 7 - 10 8*** 9 13 13 8 - OH 10 10 - - - 10 14 14 14 - Pt - - - - - Maciços homogéneos núcleo GW - GP * = se com cascalho; ** = erosão crítica; ***=variação de volume crítica

Problema 1 B A

Problema 1 B A

Problema 1 § Classifique os solos pela Classificação Unificada sabendo para o solo A

Problema 1 § Classifique os solos pela Classificação Unificada sabendo para o solo A se tem w. L=35% e w. P=28% e para o solo B w. L=26% e w. P=18% § Solo A § Solo B § % cascalho=16% § % cascalho= 0% § % areia = 84 -20=64% § % areia = 12% § % finos = 20% § % finos = 88% => carta de plasticidade § => 1ª letra= S § CL, Argila magra § %finos > 12%, carta de plasticidade § Finos são ML => 2ª letra= M § SM, Areia siltosa com cascalho

Problema 2 § Pretende-se construir uma estrada tal que o seu traçado atravessa, entre

Problema 2 § Pretende-se construir uma estrada tal que o seu traçado atravessa, entre outros, um tipo de solos cuja curva granulométrica se apresenta de seguida. Os seus limites de consistência são w. L=60% e w. P=30%. § Classifique o solo e comente o seu comportamento sob o pavimento.

Problema 2: curva granulométrica

Problema 2: curva granulométrica

Problema 2 § § % finos = 84%; % areia=16; % cascalho=0% Carta plasticidade

Problema 2 § § % finos = 84%; % areia=16; % cascalho=0% Carta plasticidade => CH CH, Argila gorda com areia Mau comportamento em fundações

Problema 2: continuação § Foi assim decidido retirar o material de fundação e substituí-lo

Problema 2: continuação § Foi assim decidido retirar o material de fundação e substituí-lo por outro, não plástico, apresentando a seguinte curva granulométrica. § Classifique o material e comente a decisão referida.

Problema 2

Problema 2

Problema 3 § Considere os seguintes solos definidos pelas sua granulometrias e índices de

Problema 3 § Considere os seguintes solos definidos pelas sua granulometrias e índices de consistência Peneiro (ASTM) 1” 3/8” 4 10 20 40 60 140 200 Dimensão (mm) 25 9, 5 4, 75 2 0, 85 0, 425 0, 106 0, 075 % de material que passa Solo A 100 95 82 73 62 54 48 40 36 Solo B - - 100 89 80 70 55 26 10 Solo C 100 75 46 31 20 14 10 5 2 Solo D - - 100 90 80 72 65 54

Problema 3: continuação Solo WL (%) WP (%) A 35 25 B 21 10

Problema 3: continuação Solo WL (%) WP (%) A 35 25 B 21 10 C NP NP D Com secagem 35 50 30 § Classifique os solos e comente da viabilidade da sua utilização nos perfis de barragens zonadas e homogéneas.

Problema teste Peneiro 1” 3/8” 4 10 40 60 200 % que passa 100

Problema teste Peneiro 1” 3/8” 4 10 40 60 200 % que passa 100 90 80 71 65 45 35 w. L=62 %; w. P=22% § Classifique o solo pela Classificação Unificada § % finos (% que passa no peneiro nº 200)= 35 < 50% – Solo grosseiro § % cascalho = 100 -80=20% § % areia = 80 -35=45% – %areia > % cascalho => 1ª letra = S § § % finos =35>12% => é necessário classificar os finos Ip=62 -22=40%; Carta de plasticidade => finos CH O símbolo é SC A classificação é SC, Areia argilosa com cascalho (pois %cascalho>15%)