Na praia vero tambm sinnimo de pouca roupa
Na praia, verão também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose. Verão é picolé de Kisuco no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é côco verde aberto pra comer a gosminha branca. Verão é prisão de ventre, de uma semana, e pé inchado que não entra no tênis.
Os jovens de jet ski atropelam os surfistas que, por sua vez, miram a prancha pra abrir a cabeça dos banhistas. O melhor programa pra quem vai à praia é chegar bem cedo, antes do sorveteiro, quando o sol ainda está fraco e as famílias estão chegando.
Mas o principal ponto do verão é a praia! Ah, como é bela a praia. . . Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção. Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça das idosas.
E as crianças? Ah, que gracinhas! Os bebês chorando de desidratação, as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem. . . As mulheres também têm muita diversão na praia, como buscar o filho afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o outro pé do chinelo.
Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa, toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão em férias. Em menos de cinquenta minutos todos já estão instalados, besuntados e prontos pra enterrar a avó na areia.
Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como perfurar o poço pra fincar o cabo do guarda-sol. É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda -sol ficar em pé. Mas tudo isso não conta diante da alegria, da felicidade e da maravilha que é entrar no mar!
Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de cerveja no fundo. Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva. Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia, vem aquela vontade de fritar na chapa.
A gente abre a esteira velha, com cheiro de velório de bode, bota o chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha. Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor!!!!! Mas, claro, tudo tem seu lado bom. E, à noite, o sol vai embora. . .
Todo mundo volta pra casa tostado e vermelho como mortadela, toma banho e deixa o sabonete cheio de areia pro próximo. O shampoo acaba e a gente lava a cabeça com qualquer coisa, desde creme de barbear até desinfetante de vaso sanitário.
As toalhas têm aquele cheirinho de mofo que só a casa da praia oferece. Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede pra adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimadas. O dia termina com uma boa rodada de tranca e uma briga em família.
Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e torcendo pra que, na manhã seguinte, faça aquele sol e que todos possam se encontrar no mesmo inferno tropical. Qualquer semelhança com a vida real é uma mera coincidência. . .
CRÉDITOS Autor : Luis Fernando Veríssimo Formatado por : Angelica Lepper www. angelicaslides. com. br (no rodapé do site você pode ir acompanhando os 4 pps mais recentes) (agora também com localizador de slides) airlepper@gmail. com http: //groups. google. com. br/group/ambienteproducoes 2 Imagens : Internet e Incredi. Mail Música : Chocolate
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