MUSICOTERAPIA INTERVENO PRECOCE E CONSCINCIA CORPORAL Tibrcio S
MUSICOTERAPIA, INTERVENÇÃO PRECOCE E CONSCIÊNCIA CORPORAL Tibúrcio, S. P – Musicoterapia BH – MG Faria, G. F – Aprimore – MG INTRODUÇÃO: O uso da música como forma de estimulação infantil está presente em todos os contextos sociais e culturas. A musicoterapia estimula e amplia as habilidades lúdicas da criança através de vivências musicais devidamente conduzidas, estímulo que favorece e potencializa o desenvolvimento de competências nos domínios motor, cognitivo, social, afetivo, emocional, linguístico, comunicacional, entre outros (ILARI 2003). OBJETIVO: No presente estudo ressaltamos as contribuições que os conhecimentos da musicoterapia podem trazer para as equipes de intervenção precoce quanto ao uso da música como forma de estimular a formação da consciência corporal da criança em tenra idade. A experiência infantil se dá através dos órgãos dos sentidos, destacando-se a propriocepção, através da qual o bebê amplia as dimensões e as potencialidades do próprio corpo. Torna-se capaz de reconhecer suas partes (braços, pernas, cabeça, mãos, etc. ), coordenar sua respiração, se movimentar com equilíbrio reconhecendo o espaço que este corpo ocupa e sua relação com o entorno, alcançando uma boa orientação espacial, movimentação bilateral do corpo e amplitude articular, além de promover melhora nas habilidades funcionais e de coordenação motora. Esse processo envolve um aprendizado socioafetivo que leva à diferenciação do outro (em especial a mãe), construindo uma autoimagem para a constituição do sujeito). MÉTODO: Em nossa prática observamos ganhos significativos nos aspectos referentes a motricidade, consciência corporal e organização da postura através do uso de canções. Já se sabe que os tratamentos de reabilitação física com base em intervenções que utilizamse de elementos musicais tem resultado na melhoria da movimentação bilateral do corpo e amplitude articular, além de promover melhora nas habilidades funcionais e de coordenação motora (Rose & Johnson, 1996; Wood & Eames, 1995). Uma revisão de literatura realizada em 2011 observou que a musicoterapia potencializa e favorece um melhor funcionamento físico, psicológico, cognitivo e emocional no ambiente da reabilitação física (Weller & Baker, 2011). Quando realizada como um recurso de intervenção precoce, a musicoterapia já demonstrou impactar positivamente em características fisiológicas e emocionais em todas as fases da infância, tendo sido observados resultados positivos em crianças desde as prematuras (com idade gestacional menor ou igual a 36 semanas) até aquelas no final da fase caracterizada como segunda infância (por volta dos 12 anos de idade). Isso porque estudos prévios sugerem que, quando submetidas a um som ritmado e harmônico, crianças mais novas podem apresentar alívio de dores de causas física e emocional, alteração em parâmetros hemodinâmicos como frequência cardíaca e ritmo respiratório, além de favorecer um maior relaxamento muscular e melhora do sono. Dessa forma, a utilização de atividades musicais merece atenção, sobretudo quanto aos aspectos adequados da melodia, do ritmo e da letra, a fim de favorecer a percepção infantil de cada um desses aspectos, estimulando tais habilidades de forma natural, porém consistente. Os conhecimentos da musicoterapia ampliam a visão sobre o assunto para demais profissionais da saúde e educação, auxiliando para uma melhor atuação interdisciplinar tanto na intervenção precoce quanto na aprendizagem oportuna. Esses conhecimentos, multiplicados a partir da intervenção precoce, se estendem para o ambiente familiar, levando a um melhor uso dos recursos sonoros em todos os contextos da vida da criança. Um questionário realizado com os responsáveis revelou que ficam muito mais motivados a estimular suas crianças a partir das atividades que envolvem a música, principalmente quando as mesmas são apresentadas pelo profissional da saúde, que ressalta o que e como aquela atividade vai impactar na criança. CONCLUSÃO: A musicoterapia estuda o uso de recursos sonoros adequados para cada faixa etária e característica infantil, levando em conta a presença de intercorrências como síndrome de Down, paralisa cerebral e TEA. O musicoterapeuta orienta para um melhor uso de canções e composições, que de forma adequada preparam a criança para assimilar, além dos aspectos citados, outros atributos envolvidos na atividade musical: imitar pequenos gestos e sons, atenção compartilhada e interação com adultos e demais crianças. REFERÊNCIAS: Marcus, D. Estimulação Precoce Inteligência Emocional e Cognitiva. 1ª. ed. São Paulo: Grupo cultural, 159 p. Volume 1. (2007). Ilari, Beatriz. A música e o cérebro: Algumas implicações do neurodesenvolvimento para a educação musical. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 9, p. 3 -14, 2003. Mendes da Silva C. , et. al. Respostas fisiológicas de recém-nascidos prétermo submetidos à musicoterapia clássica. Rev Paul Pediatr 2013; 31(1): 30 -6. Weller, C. M. , & Baker, F. A. (2011). The role of music therapy in physical rehabilitation: A systematic literature review. Nordic Journal of Music Therapy, 20(1), 43– 61. Rose, F. D. , & Johnson, D. A. (1996). Brain injury and after: Towards improved outcome. Chichester: Wiley. Wood, R. L. , & Eames, P. (1995). Models of brain injury rehabilitation. London: Chapman & Hall. Tibúrcio, S. P. Ross, M (2019). Musicoterapia, Fonoaudiologia e estimulação através dos objetos sonoros e instrumentos de sopro. Congresso Ibero- Americano de Musicoterapia. São Paulo. Tibúrcio, S. P; Chagas, E. ; Geraldo, M. Musicoterapia e os Aspectos Quantitativos e Qualitativos e a Função Visual no Autismo. Anais - XIV Simpósio Brasileiro de Musicoterapia e XII Encontro Nacional de Pesquisa em Musicoterapia, Pag. 246 -254. 2012. TIBÚRCIO, Simone P. Musicoterapia e paralisia cerebral. . In: FONSECA, Luiz F, ; LIMA, Cesar L. A. (Org. ). Paralisia cerebral, neuroligia, ortopedia e reabilitação. 2ª Edição. Med. Book. 2008. Pag. 569. Wood, R. L. , & Eames, P. (1995). Models of brain injury rehabilitation. London: Chapman & Hall.
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