Mundo das ideias de Plato Profa Erika Bataglia
Mundo das ideias de Platão Profa. Erika Bataglia
Mito Uma narrativa sobre a origem dos astros, da Terra, dos homens, da morte, da saúde, das raças, das guerras, enfim, de todas as coisas existentes no mundo. Do grego mythos: contar, falar, narrar, designar. Poeta-rapsodo: Autoridade
Nascimento das coisas do mundo: Por genealogia Por guerra ou aliança entre forças divinas Por recompensa ou castigo
Genealogia -Eros Os apaixonados estão sempre entre a ansiedade e a plenitude. Penúria: miserável e faminta. Póros: astuto, engenhoso. Eros, sempre miserável e sedento de amor, cria artimanhas para estar perto do ser amado.
Guerra de Tróia Ilíada – Homero Eris, deusa da discórdia Hera, Atena e Afrodite Páris e Helena A Deusa escolhida passou a defender Páris, enquanto as outras tornaram-se suas inimigas. Ulisses (Odisseu) foi alvo da ira dos
Castigo - Prometeu: Qual o castigo para os homens? A caixa de Pandora. Homem diferente dos outros animais – próximo dos deuses
Do Mito ao Logos �Por que e Como as coisas existem? �O que é o Mundo? �Qual a origem da Natureza e quais as causas de sua transformação? �O que é o Ser?
A Filosofia surge como uma Cosmologia, ou seja, uma explicação racional sobre a origem do mundo e sobre as causas das transformações e repetições das coisas. Século VII a. C em Mileto (Turquia).
As principais características da cosmologia Afirma que não há criação do mundo já que “nada vem do nada e nada volta ao nada”, Portanto, o mundo é eterno e as coisas somente mudam de sua forma particular para outra forma.
Esse fundo eterno, perene, imortal e imperecível de onde tudo brota e pra onde tudo retorna é o elemento primordial da natureza e chama-se physis. Physis (em grego, fazer surgir, fazer brotar, fazer nascer, produzir).
Gênese por combinação e separação entre os quatro elementos primordiais. - água ou úmido - fogo ou quente - ar ou frio
Filósofo Elemento Tales Água Anaximandro Ápeiron Anaxímenes Ar ou frio Pitágoras Número Heráclito Fogo Empédocles 4 qualidades Anaxágoras 4 sementes (4 elementos) Átomo Leucipo e Demócrito
Escola de Atenas (Causarum Cognitio), de Rafael Sanzio afresco, pintado de 1509 a 1510 Stanza della Segnatura (Vaticano) ALCIBÍADES OU ALEXANDRE ANTÍSTENES OU PLATÃO E XENOFONTES ARISTÓTOTELES AGATON SÓCRATES HYPATIA EPICURO AVERRÓIS PERIPATÉTICOS ZOROASTRO, PTOLOMEU PARMÊNIDES OU XENÓCRATES RAFAEL DIÓGENES ANAXÁGORAS ANAXIMANDRO PLOTINO HERÁCLITO PITÁGORAS EUCLIDES
Heráclito - 540 -470 a. C. Somente a mudança é real, a permanência é ilusória. O mundo é fluxo perpétuo (devir) onde nada permanece igual a si mesmo, mas se transforma no seu contrário.
�Compara o mundo à chama de uma vela queima sem cessar, transformando a cera em fogo, o fogo em fumaça e a fumaça em ar. �“A guerra (ou a luta) é o pai de todas as coisas” Uma pessoa não pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos”. “
Parmênides – 530 -460 a. C. O ser é. O que é, é. O que é não pode não ser. Dizer que o ser “é” implica que ele só pode ser ele mesmo e não “outro”. É a identidade ontológica. Somente a identidade e a permanência são reais e a mudança é ilusória.
Parmênides � O ser é sempre idêntico a si mesmo, sem contradições, imutável e imperecível. O ordenamento cósmico é estático. O devir (fluxo dos contrários) é a aparência sensível, mera opinião. A mudança é o não-ser, o nada, o indizível.
Sofistas Virada antropológica: Cosmologia para Antropologia. O que importa agora são os assuntos humanos: Ética e Política. Protágoras: Relativismo e Retórica. “O homem é a medida de todas as coisas.
Sócrates – 469 -399 a. C Ateniense, de vida simples. Maiêutica / Dialética. “Conhece-te a ti mesmo”. “Sei que nada sei”. Nada escreveu.
Julgado e condenado por impiedade e corrupção de jovens.
Platão – 428 -347 a. C. Arístocles recebeu o apelido de Platão ( Πλάτος (plátos) em grego significa amplitude, dimensão). De origem Aristocrática, cedo dedica-se aos estudos políticos. Aos 20 anos, Platão encontra Sócrates, tornando-se seu discípulo até a morte do mestre.
Temperamento artístico. Interesse pela política. Viagens à Siracusa. Fundação da Academia: “Não entre quem não for geômetra”
A solução platônica para o conflito Heráclito X Parmênides O mundo em constante mudança Heráclito corresponde a uma parte realidade. de da Platão denomina esta parte de Mundo Sensível, que é composto por objetos mutáveis, os entes corpóreos.
O mundo em constante permanência de Parmênides corresponde a uma parte da realidade. Platão denomina esta parte de Mundo Inteligível, composto por objetos imutáveis, as ideias incorpóreas.
A fundação da metafísica Mudança fundamental na filosofia: Descoberta de uma realidade suprasensível do ser (gênero de ser não físico). Segunda navegação.
Primeira navegação Feita ao sabor dos Segunda navegação Uso dos remos ventos Contribuição de Filosofia naturalista Platão Fora de rota Condução à verdade Prisioneiro dos Raciocínio puro Sensível Inteligível sentidos
Desejamos explicar porque uma coisa é bela? O naturalista invocaria elementos puramente físicos, como a cor, a figura, a proporção, etc. Para Platão uma coisa é bela porque participa da Ideia de beleza e essa ideia é a causa da beleza que o objeto possui.
Essa causa é a Ideia ou “forma”. �Realização empírica segundo determinada forma, cor e proporção. �Isso significa que todas as coisas físicas existentes supõem uma causa suprema de caráter não físico, mas metafísico.
A segunda navegação, portanto, leva ao reconhecimento da existência de dois planos do ser: ◦ Um, fenomênico e visível. ◦ Outro, invisível e metafenomênico, captável apenas com a mente, puramente inteligível. O verdadeiro ser é constituído pela “realidade inteligível”.
O Mundo das Ideias �As causas das coisas (realidades inteligíveis) são chamadas por Platão de Ideia ou Eidos, que significam “Forma”. �As ideias platônicas são as essências das coisas, ou seja, aquilo que faz com que cada coisa seja aquilo que é. �As ideias são Paradigmas ou modelos permanentes de cada coisa.
Em resumo: As verdadeiras causas de todas as coisas sensíveis, por natureza sujeitas à mudança, não podem elas mesmas sofrer mudança, caso contrário não seriam as “verdadeiras causas”, não seriam as razões últimas e supremas.
A estrutura do mundo das Ideias Existem ideias de todas as coisas: Dos valores estéticos, morais, dos diversos entes geométricos e matemáticos, das realidades corpóreas, etc. Mas, como as coisas sensíveis surgem amparadas no modelo das Ideias?
O Demiurgo Existe um Demiurgo, um Deus-artífice, um Deus que pensa e quer e que, assumindo como “modelo” o mundo das Ideias, plasmou a “chora”, ou seja, o receptáculo sensível, segundo esse modelo. Por que o Demiurgo quis gerar o mundo? Por “bondade” e por “amor” ao bem.
Mundo Sensível Mundo inteligível Diferença Identidade Aparência Essência Particular Universal Contingente Necessário Relativo Absoluto Corpo (soma) Alma (psiqué) Corpóreo Incorpóreo Finito Infinito Dóxa (opinião) Epistéme (ciência)
Assim, temos o mundo sensível da matéria, o mundo inteligível das puras formas imateriais, e, acima desses dois mundos, uma realidade suprema, separada de todo o resto, inalcançável pelo intelecto humano, luz pura e esplendor imaterial, o Uno ou o Bem. Se o mundo sensível é imperfeito, como passar para o inteligível? Antes de continuarmos, é importante usar uma alegoria criada por Platão: A alegoria da Caverna
Alegoria da Caverna A caverna O mundo sensível Os prisioneiros A condição humana As trevas A ignorância Confusão Indistinção sombras/objetos aparência/realidade
Alegoria da Caverna Dificuldade em Força dos hábitos Resistência dos Poder do Ascensão até o Eliminação olhar a luz prisioneiros mundo exterior Contemplação da luz do sol adquiridos conformismo progressiva dos preconceitos Conhecimento da verdade
Alegoria da Caverna Compreensão da situação da caverna Instrumento para se desvencilhar e sair O primeiro a se desvencilhar e sair O regresso à caverna Perigo ao falar a verdade � Tomada de consciência e mudança � A Filosofia � O Filósofo � Amor/dever do filósofo � Risco necessário para ajudar os companheiros
Como é possível o acesso ao inteligível? �Se esse mundo é uma aparência (é o mundo dos prisioneiros da caverna), como conhecer as essências e abandonar as aparências? Como sair da caverna? �Através de um método do pensamento e da linguagem chamado dialética.
Dialética A dialética é um diálogo ou uma conversa em que os interlocutores possuem opiniões opostas sobre alguma coisa e devem discutir ou argumentar de modo a passar das opiniões contrárias à mesma ideia ou ao mesmo pensamento sobre aquilo que conversam. Devem passar de imagens contraditórias a
Diagrama da Linha dividida MUNDO INTELIGÍVEL nóesis ou episteme intuição intelectual diánoia raciocínio ou pensamento matemático pístis e doxa crença e opinião eikasía imagens MUNDO SENSÍVEL
Muito obrigada!
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